(FOTO/ Vinícius Xavier/ Divulgação). |
Os
anos dedicados à pesquisa antropológica e cultural no Brasil e em África, além
de sua contribuição à arte através da música renderão à Mateus Aleluia o título
de Doutor Honoris Causa pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB).
A concessão foi aprovada nesta semana e tem peso simbólico pelo artista ter
nascido em Cachoeira e iniciado a sua carreira no Recôncavo, mesma região de
onde receberá a honraria.
De
acordo com publicação feita pela instituição de ensino, o título foi
recomendado por uma comissão formada pelos docentes do Centro de Cultura,
Linguagens e Tecnologias Aplicadas (CECULT), Armando Alexandre Costa de Castro,
Mariana Balen Fernandes, Anderson Fabrício Andrade Brasil, Fábio Leão Figueiredo
e Mariella Pitombo Vieira.
A
universidade ressaltou os feitos do artista,que levaram ao reconhecimento de
Doutor. Mateus Aleluia, junto ao amigo Dadinho, foi responsável pelo perfil
artístico ideológico dos "Tincoãs", considerado o primeiro grupo
vocal a expressar, na história da Música Popular Brasileira, a herança cultural
– musical e linguística – de diferentes povos africanos que chegaram ao Brasil.
Os dois músicos, a partir de 1983, passaram a viver em Angola. Nas duas décadas
que viveram por lá lançaram o último disco dos Tincoãs, mas foi à pesquisa
antropológica e cultural que Mateus dedicou grande parte do seu tempo.
Aleluia
ainda foi contratado pela Secretaria de Cultura de Estado de Angola, viajou o
país ao encontro de mestres e mestras dos mais diversos saberes. No retorno ao
Brasil, em continuidade à sua trajetória artística, lançou dois aclamados
álbuns, ‘Cinco Sentidos’ e ‘Fogueira Doce’, que junto com a obra dos Tincoãs
são referenciados como matrizes culturais afro-brasileiras, trajetória que
levou a instituição federal à concessão do título.
Pesquisa musical pan-africana
Mateus
Aleluia lançou no dia 30 de novembro o seu novo projeto “Nações do Candomblé”.
O trabalho é fruto da pesquisa musical pan-africana do artista no Benin, na
África Ocidental, e é dividido em duas produções: o álbum “Afrocanto das Nações
- Jêje” e o museu virtual homônimo ao título do projeto “Nações do Candomblé”.
Nesta fase, o cantor e compositor apresenta seus estudos mais recentes no
âmbito da ancestralidade ritualística.
As
conexões entre os cantos, práticas e modos de vida advindas dos cultos
pesquisados foram alvo da escuta atenta do cantor que criou um álbum de canções
inéditas com a sua leitura das relações entre esses cantos e a relação do homem
com o sagrado e um museu virtual que apresenta, através de fotografias, vídeos
e textos, o material de pesquisa e todo o processo de composição da obra.
O
álbum já está em todas as plataformas digitais e o museu pode ser visitado
através do link.
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Com informações do Alma Preta.
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