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As primeiras eleitoras brasileiras em Natal, no Rio Grande do Norte. (FOTO/ Wikimedia Commons). |
Na
última segunda-feira (24), comemorou-se os 88 anos da conquista do voto
feminino no Brasil. Esse direito foi garantido em 1932 por meio do decreto
21.076. A partir daí as mulheres ocuparam cada vez mais espaço de poder, mas
ainda há muita luta para alcançarmos a igualdade entre gênero.
Segundo
estudos publicados pela AH Aventuras na História, do Portal UOL, o movimento
brasileiro teve inspiração nos Estados Unidos e na Inglaterra.
Nos
Estados Unidos, as primeiras eleições com a participação das mulheres ocorreram
em 1920 — mais de 50 anos depois de os escravos libertos adquirirem o direito
de votar. Na Inglaterra, o Parlamento aprovou o voto feminino em 1928.
No
Brasil, as coisas andaram um pouco mais devagar. A discussão sobre o voto
feminino chegou ao Congresso Nacional pela primeira vez em 1891. Influenciados
pelo movimento das americanas e inglesas, alguns deputados propuseram estender
o direito de voto às mulheres que possuíssem diploma de curso superior e não
estivessem sob a custódia do pai.
O
resultado foi desastroso: os congressistas consideraram a emenda “anárquica”.
Entre seus argumentos: a inferioridade da mulher e o perigo de dissolução da
família.
O
movimento decisivo para a conquista do voto pelas brasileiras chegou na bagagem
da bióloga Bertha Lutz, que voltava de uma temporada de estudos em Paris, em
1919. De lá, Bertha trouxe os ideais sufragistas e não tardou para organizá-los
por aqui: aliando- se à militante anarquista Maria Lacerda de Moura, Bertha
fundou a Liga pela Emancipação Intelectual da Mulher, que, em 1922, passou a se
chamar Federação pelo Progresso Feminino.
Esse
foi um período de intenso intercâmbio entre as sufragistas inglesas, americanas
e brasileiras. “Intermediadas por Bertha Lutz, elas tinham muita comunicação
entre si. As americanas vinham apoiar a luta das brasileiras e vice-versa”,
afirma a socióloga Eva Blay, da Universidade de São Paulo.
Em
1927, o Rio Grande do Norte incluiu em sua Constituição um artigo permitindo o
voto feminino, que fez a mobilização se intensificar ainda mais. Mas esse
direito foi estendido para todo o país somente em 1932, com um decreto-lei
aprovado pelo então presidente Getúlio Vargas.
Foi
o fim de uma guerra de séculos, vencida lentamente, passo a passo. Para
chegarem à vitória, as mulheres usaram estratégias que pediam uma astúcia fora
do controle das regras masculinas. E é exatamente assim que elas costumam
conseguir deles tudo o que querem — em todas as esferas da vida.
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