A educação é o espaço onde as mulheres de Altaneira tem mais presença |
O
dia 08 de março não é dia para comemorar o dia internacional das mulheres,
simplesmente. Mas um dia para se
refletir sobre as condicionantes históricas que ensejaram a organização da
classe feminina em prol da luta visando à conquista de seus direitos, da sua
inserção no mundo sem serem submissas ao mundo machista. È mais uma
oportunidade de rever as forças e a organização dessas guerreiras que passaram
anos e anos sob o julgo do exacerbado machismo.
Essa
data que as pessoas notadamente insistem apenas em comemorar sem refletir,
surgiu em 1910, Copenhague, durante a II Conferência Internacional das Mulheres
Socialistas. Trata-se, portanto, de um dia dedicado à luta das mulheres
trabalhadoras, notadamente. É momento de reforçar o espírito de solidariedade
internacional, dia de rever a força e organização das mulheres identificadas
com a luta contra todas as formas de dominação, exploração e opressão.
A
trajetória de submissão, exploração faz parte da vida de muitas mulheres. Na
antiguidade, elas não podiam exercer sua cidadania, alias, se quer eram consideradas
cidadãs. Durante a idade média, passou-se a percebê-las como objetos e, ou
moedas de trocas, especificadas muito bem nos casamentos com colaboração da
instituição religiosa de cunho católico que, aliás, mandavam e desmandavam na
sociedade do período. Veio a modernidade e, poucas mudanças foram
efetivadas.
A
luta do feminismo por igualdade em todos os espaços ganha corpo somente na
contemporaneidade. Em 1848, quando teve
início o movimento feminista, na convenção dos direitos da mulher em Nova York,
as reivindicações emergem em virtude das grandes revoluções. È importante lembrar que as conquistas da
Revolução Francesa, que tinha como lema Igualdade, Liberdade e Fraternidade,
são reivindicadas pelas feministas porque elas acreditavam que os direitos
sociais e políticos adquiridos a partir das revoluções deveriam se estender a
elas enquanto cidadãs. Algumas conquistas podem ser registradas como consequência
da participação da mulher nesta revolução, um exemplo é o divórcio.
Muitas
conquistas foram sendo efetivadas de forma lenta, gradativa e com muita luta.
Hoje se pode perceber resquícios dos pensamentos de outrora como, por exemplo,
o velho e péssimo clichê: “lugar de mulher é em casa, cuidando dos filhos”. Ao
passo que muitas mudanças positivas aconteceram e continuam, a passos lentos,
acontecendo.
Em
Altaneira, cidade ao sul do Estado do Ceará, com uma população de 6. 821
habitantes, as mulheres vêm ganhando espaços gradativamente. Nas cinco Instituições
de Ensino que o município dispõe, em quatro delas, há mulheres no comando,
exercendo o cargo de diretora. No Poder Legislativo, dos nove parlamentares,
três são mulheres, o que representa um avanço.
Recentemente,
os munícipes participaram de um processo eleitoral objetivando escolher os
novos membros do Conselho Tutelar. Eram quatorze candidatos, disputando cinco
vagas, e, todas vão ser ocupadas no próximo dia 14, por mulheres.
Por
tanto, um recado para as mulheres: é preciso continuar lutando, de forma
insistente, diga-se de passagem, não para destruir tradições ou a família, mas puro
e simplesmente visando alterar a concepção de que “lugar de mulher é em casa,
cuidando dos filhos”. O compromisso dos movimentos feministas deve ser pôr fim
à dominação masculina e à estrutura patriarcal. Esse é o caminho que garantirá igualdade
de direitos sem, contudo, assumir o espaço dos homens. Afinal, o propósito não é
ocupar o lugar do homem, mas ter as mesmas oportunidades.
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