6 de fevereiro de 2022

Vacinação de crianças seria mais rápida não fosse sabotagem de Bolsonaro

 

(FOTO/ Reprodução).

Apesar de o Brasil ter atingido a marca de 70,26% de sua população vacinada com duas doses contra a covid-19, neste sábado (5), o que representa 150.934.583 de cidadãos, a vacinação de crianças entre 5 e 11 anos segue lenta em boa parte do país. A sabotagem e a incompetência de Jair Bolsonaro e seu governo são os principais responsáveis por isso. Mas o negacionismo e a displicência de muitas famílias também contribuem.

De acordo com o consórcio de veículos de imprensa, 2.901.799 crianças receberam a primeira dose. Pode parecer muito, mas o número representa apenas 14,15% do total desse grupo. Claro que a vacinação não é igual - enquanto em São Paulo, o índice é cerca de o dobro disso, em Roraima é de 2%.

Considerando que o Programa Nacional de Imunizações (PNI) do glorioso Sistema Único de Saúde (SUS) é capaz de vacinar cerca de três milhões de almas diariamente, é menos uma questão da capacidade instalada e mais dos incapazes no poder.

Três ações do presidente da República e equipe foram fundamentais para que chegássemos a esse ponto. Primeiro, Bolsonaro dedicou-se arduamente para espalhar mentiras sobre a segurança da vacina e para desincentivar pais e mães a levarem seus filhos para serem protegidos. Usou a própria filha nessa batalha de desinformação, dizendo que não vacinaria a pobre coitada.

Segundo, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e assessores fizeram o possível para atrasar o início do processo de vacinação, endossando a versão picareta do presidente em nome da manutenção de seus empregos e criando até uma inútil consulta pública quando a Anvisa já havia dado o aval para a aplicação do imunizante.

E, terceiro, o governo federal atrasou a compra de vacinas e a organização da logística para a sua distribuição em território nacional. Contratos com a Pfizer e o Instituto Butantan poderiam ter sido adiantados, mas estamos falando de um governo voltado a seus seguidores negacionistas, não na maioria da população. Agora, falta imunizante - o que para muitas famílias, é desesperador.

O negacionismo do presidente soou como música aos ouvidos de terraplanistas biológicos - há até gente brigando na Justiça para não vacinar seus filhos. O que é um absurdo, uma vez que a lei brasileira considera obrigatório que os responsáveis por crianças as levem para serem imunizadas.

Deve ser horrível ter na consciência a morte de um filho ou uma filha por consequência do próprio negacionismo diante da vacinação contra covid-19. Pois esse é o tipo de arrependimento para o qual não há cura.

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Por Leonardo Sakamoto, em seu Blog.

5 de fevereiro de 2022

Movimento negro e comunidade congolesa fazem atos por justiça para Moïse

 

(FOTO/ Reprodução).

Peço licença para um chamado feito pela Coalizão Negra Por Direitos, que prepara uma série de ações para buscar justiça por Moïse Mugenyi Kabagambe, congolês brutalmente assassinado por três homens no dia 24 de janeiro, no Rio de Janeiro. As mais de 200 organizações do movimento que compõem a Coalizão e a comunidade congolesa realizam, neste sábado (5), atos em nove capitais e em outros dois países.

Até o momento, as articulações regionais confirmaram atos no Rio de Janeiro, São Paulo, Recife, Brasília e outras capitais, além de mobilizações internacionais em Nova Iorque e Londres. Eles são organizados pelos movimentos negros e pela comunidade congolesa e, no Brasil, ocorrerão simultaneamente, às 10h.

A Coalizão Negra ainda entregará denúncia à ONU após reunião com o Subcomitê para a Prevenção da Tortura no Brasil. E denunciará o caso ao Comitê para a Eliminação da Descriminação Racial do mesmo órgão internacional, cobrando providências sobre o assassinato do jovem congolês. O documento pretende destacar os crimes de racismo e xenofobia sofridos por Moïse.

Para Thuane Nascimento, integrante da Coalizão Negra, estudante de direito na UFRJ e diretora do PerifaConnection, os atos marcam um posicionamento diante da crueldade do caso.

Um homem negro, congolês, foi morto a pauladas com brutalidade. É nosso papel enquanto movimento negro cobrar e mobilizar contra toda e qualquer demonstração de racismo em nossa sociedade”, pontua.

O jovem de 24 anos foi ao quiosque onde trabalhava informalmente, na Zona Oeste carioca, cobrar uma dívida de R$ 200 referente a dois dias de trabalho, quando foi golpeado por mais de 30 vezes.

Essas ações são a manifestação mais cruel do racismo e da xenofobia, elas nos despertam sentimentos de ódio e tristeza”, reforçou Douglas Belchior, um dos fundadores da Coalizão Negra Por Direitos sobre a violência contra o congolês. “Então, a gente tem que fazer desses sentimentos a força para realizar a luta antirracista no país”, finalizou.

Denúncias à ONU

Integrantes da Coalizão Negra e de movimentos de defesa de direitos humanos se reuniram em Brasília com representantes do Subcomitê da ONU para a Prevenção da Tortura na última terça-feira (1). A reunião aconteceu após pressão das organizações que colocaram em pauta o assassinato de Moïse e a situação problemática em que se encontram os presídios brasileiros, com os maus-tratos sofridos por detentos.

Para Adriana Moreira, integrante da Coalizão Negra em São Paulo, “é de fundamental importância a Coalizão Negra por Direitos estar junto, mobilizada e articulada politicamente em torno das garantias dos direitos humanos das populações migrantes e itinerantes”. Ela ainda destacou que a xenofobia e o racismo reforçam os sistemas de dominação colonialistas. “Não podemos perder de vista que a população migrante no Brasil que sofre violações de direitos, objetivamente, são populações não brancas, oriundas de territórios que sofreram com a colonização e que são forçadas a migrarem”, finalizou.

Em nota, a comunidade congolesa no Brasil destacou a xenofobia e o racismo como causas das violências cometidas contra imigrantes como Moïse na sociedade brasileira: “(…) Esse ato brutal, que não somente manifesta o racismo estrutural da sociedade brasileira, mas claramente demonstra a XENOFOBIA dentro das suas formas contra os estrangeiros, nós da comunidade congolesa não vamos nos calar(…)”.

No site da Coalizão Negra Por Direitos você acompanha os locais dos atos que estão se organizando.

Será que a mesma tragédia diária acontece com homens brancos? Não, em um país racista como o Brasil isso não acontece, o genocídio é contra pessoas negras.

*Esse texto foi escrito com a colaboração de Caio Chagas, jornalista da Uneafro Brasil e da Coalizão Negra Por Direitos.

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Por Mariana Belmont, originalmente no Ecoa.

3 contos indígenas para mostrar outra visão de mundo às crianças

 

Ilustração/ Alarcão.

As lendas indígenas brasileiras são marcadas por histórias que tratam da natureza e da origem das coisas, sempre cercadas de elementos místicos. São contos tão encantadores que até mesmo escritores como Clarice Lispector, Câmara Cascudo e Walcyr Carrasco já se debruçaram sobre eles. Aqui reunimos três fábulas indígenas que trazem essa visão de mundo – e que certamente vão levar muita conversa para dentro da sala de aula. Confira:

O nascimento do mundo

Lenda maori recontada por Maria de la Luz

No início só havia Kore, a energia, vagando na escuridão do espaço infinito. Então, veio a luz e surgiram Ranginui, o Pai Céu, e Papatuanuku, a Mãe Terra. Rangi e Papa tiveram muitos filhos: Tangaroa, deus das águas; Tane, deus das florestas; Tawhirmatea, deus dos ventos; Tumatauenga, deus da guerra, que deu origem aos seres humanos; e Uru, que não era deus de nada.

Rangi e Papa viviam num perpétuo abraço de amantes. Acontece que esse enlace apaixonado não deixava a luz penetrar entre seus corpos, onde ficavam os filhos. Obrigados a viver apertados e sempre no escuro, os jovens resolveram dar um basta na situação.

– Vamos matar Rangi e Papa e ficar livres deles! – disse Tumatauenga.

– Não! – disse Tane. – Vamos apenas separálos, empurrando um para cima e deixando o outro embaixo. Assim sobrará espaço para nós e a luz vai poder entrar.

Todos acharam a ideia excelente.

Tane, que era o mais forte de todos, firmou bem os pés em Papa, encaixou os ombros no corpo de Rangi e o empurrou para cima com toda a força.

Os pais se separaram, mas – oh, decepção! – só um pouco de luz chegou ao mundo dos filhos. Além disso, Rangi e Papa estavam nus e, longe um do outro, sentiam muito frio.

Comovido com a situação, Tane abrigou o pai com o negro manto da noite.

Para a mãe fez um vestido com as mais verdes e tenras folhas e as flores mais coloridas. Em torno dela fez ondular as águas azuis dos mares e rios de Tangaroa. Os ventos de Tawhirmatea sopravam suavemente seus cabelos. Os filhos de Tumatauenga já começavam a povoar o mundo recém-criado.

Olhando lá de cima os lindos trajes da mulher e sua participação no novo mundo, Ranginui ficou doente de inveja. Sua dor cobriu o mundo com uma névoa úmida e cinzenta.

Refugiado em uma dobra do manto paterno, Uru chorava e chorava por não ter sido útil em nada aos pais e aos irmãos. Para que ninguém percebesse suas lágrimas, escondia-as em cestas e mais cestas. Mas Tane tudo percebera:

-Uru, meu irmão, preciso de sua ajuda!

– Nada tenho para dar, você bem sabe!

– Ora, Uru, você tem tantas cestas…

Surpreso e com medo de ser descoberto em sua fraqueza, Uru abaixou a cabeça: – Não tem nada dentro delas, irmão.

Tane avançou e destampou uma das cestas. Dela voaram luzes faiscantes e risonhas para todos os lados. As lágrimas de Uru haviam se transformado em crianças-luz (para nós, estrelas)!

– Uru, será que você podia me ceder duas de suas cestas? Seus filhos poderiam enfeitar e iluminar a morada de nosso pai… Uru concordou. As duas cestas foram passadas para Te Waka o Tamareriti, uma canoa muito especial. Tane conduziu a canoa até o céu, espalhando sobre o manto de Rangi milhares de estrelinhas que riam e piscavam umas para as outras o tempo todo.

Quando Tane ia pegar a segunda cesta, esta tombou e se abriu, deixando as estrelas se espalharem numa grande faixa chamada Ikaroa, que cruzou o céu de lado a lado (para nós, a Via Láctea). Tane deixou Ikaroa e Waka o Tamareriti (que é a “cauda” da nossa constelação do Escorpião) no espaço celeste, onde se tornaram os guardiões das estrelas.

A dança do arco-íris

Lenda indígena recontada por João Anzanello Carrascoza

Há muito e muito tempo, vivia sobre uma planície de nuvens uma tribo muito feliz. Como não havia solo para plantar, só um emaranhado de fios branquinhos e fofos como algodão-doce, as pessoas se alimentavam da carne de aves abatidas com flechas, que faziam amarrando em feixe uma porção dos fios que formavam o chão. De vez em quando, o chão dava umas sacudidelas, a planície inteira corcoveava e diminuía de tamanho, como se alguém abocanhasse parte dela.

Certa vez, tentando alvejar uma ave, um caçador errou a pontaria e a flecha se cravou no chão. Ao arrancá-la, ele viu que se abrira uma fenda, através da qual pôde ver que lá embaixo havia outro mundo.

Espantado, o caçador tampou o buraco e foi embora. Não contou sua descoberta a ninguém.

Na manhã seguinte, voltou ao local da passagem, trançou uma longa corda com os fios do chão e desceu até o outro mundo. Foi parar no meio de uma aldeia onde uma linda índia lhe deu as boas-vindas, tão surpresa em vê-lo descer do céu quanto ele de encontrar criatura tão bela e amável. Conversaram longo tempo e o caçador soube que a região onde ele vivia era conhecida por ela e seu povo como “o mundo das nuvens”, formado pelas águas que evaporavam dos rios, lagos e oceanos da terra. As águas caíam de volta como uma cortina líquida, que eles chamavam de chuva. “Vai ver, é por isso que o chão lá de cima treme e encolhe”, ele pensou. Ao fim da tarde, o caçador despediu-se da moça, agarrou-se à corda e subiu de volta para casa. Dali em diante, todos os dias ele escapava para encontrar-se com a jovem. Ela descreveu

para ele os animais ferozes que havia lá embaixo. Ele disse a ela que lá no alto as coisas materiais não tinham valor nenhum.

Um dia, a jovem deu ao caçador um cristal que havia achado perto de uma cachoeira. E pediu para visitar o mundo dele. O rapaz a ajudou a subir pela corda. Mal tinham chegado lá nas alturas, descobriram que haviam sido seguidos pelos parentes dela, curiosos para ver como se vivia tão perto do céu.

Foram todos recebidos com uma grande festa, que selou a amizade entre as duas nações. A partir de então, começou um grande sobe-e-desce entre céu e terra. A corda não resistiu a tanto trânsito e se partiu. Uma larga escada foi então construída e o movimento se tornou ainda mais intenso. O povo lá de baixo, indo a toda a hora divertir-se nas nuvens, deixou de lavrar a terra e de cuidar do gado. Os habitantes lá de cima pararam de caçar pássaros e começaram a se apegar às coisas que as pessoas de baixo lhes levavam de presente ou que eles mesmos desciam para buscar.

Vendo a desarmonia instalar-se entre sua gente, o caçador destruiu a escada e fechou a passagem entre os dois mundos. Aos poucos, as coisas foram voltando ao normal, tanto na terra como nas nuvens. Mas a jovem índia, que ficara lá em cima com seu amado, tinha saudade de sua família e de seu mundo Sem poder vê-los, começou a ficar cada vez mais triste. Aborrecido, o caçador fazia tudo para alegrá-la. Só não concordava em reabrir a comunicação entre os dois mundos: o sobe-e-desce recomeçaria e a sobrevivência de todos estaria ameaçada.

Certa tarde, o caçador brincava com o cristal que ganhara da mulher. As nuvens começaram a sacudir sob seus pés, sinal de que lá embaixo estava chovendo. De repente, um raio de sol passou pelo cristal e se abriu num maravilhoso arco-íris que ligava o céu e a terra. Trocando o cristal de uma mão para outra, o rapaz viu que o arco-íris mudava de lugar.

– Iuupii! – gritou ele. – Descobri a solução para meus problemas!

Daquele dia em diante, quando aparecia o sol depois da chuva, sua jovem mulher escorregava pelo arco-íris abaixo e ia matar a saudade de sua gente. Se alguém lá de baixo se metia a querer visitar o mundo das nuvens, o caçador mudava a posição do cristal e o arco-íris saltava para outro lado. Até hoje, ele só permite a subida de sua amada. Que sempre volta, feliz, para seus braços.

O céu ameaça a terra

Lenda contada por Betty Mindlin

Meninos e meninas do povo ikolen-gavião, de Rondônia, sentam-se à noite ao redor da fogueira e olham o céu estrelado. Estão maravilhados, mas têm medo: um velho pajé acaba de contar como, antigamente, o céu quase esmagou a Terra.

Era muito antes dos avós dos avós dos meninos, era no começo dos tempos. A humanidade esteve por um fio: podia ser o fim do mundo. Nessa época, o céu ficava muito longe da Terra, mal dava para ver seu azul.

Um dia, ouviu-se trovejar, com estrondo ensurdecedor. O céu começou a tremer e, bem devagarinho, foi caindo, caindo. Homens, mulheres e crianças mal conseguiam ficar em pé e fugiam apavorados para debaixo das árvores ou para dentro de tocas. Só coqueiros e mamoeiros seguravam o céu, servindo de esteios, impedindo-o de colar-se à Terra. Talvez as pessoas, apesar do medo, estivessem experimentando tocar o céu com as mãos…

Nisso, um menino de 5 anos pegou algumas penas de nambu, “mawir” na língua tupi-mondé dos índios ikolens, e fez flechas. Crianças dos ikolens não podem comer essa espécie de nambu, senão ficam aleijadas. Era um nambu redondinho, como a abóbada celeste.

O céu era duríssimo, mas o menino esperto atirou suas flechas adornadas com plumas de mawir. Espanto e alívio! A cada flechada do garotinho, o céu subia um bom pedaço. Foram três, até o céu ficar como é hoje.

Em muitos outros povos indígenas, do Brasil e do mundo, há narrativas parecidas ou diferentes sobre o mesmo assunto. Fazem-nos pensar por que céu e Terra estão separados agora… O povo tupari, de Rondônia, por exemplo, conta que era a árvore do amendoim que segurava o céu. (Bem antigamente, dizem, o amendoim crescia em árvore, em vez de ser planta rasteira.)

Antes de o céu subir para bem longe, os ikolens podiam deixar a Terra e ir morar no alto. Iam sempre que ficavam aborrecidos com alguém, ou brigavam entre si, e subiam por uma escada de cipó. Gorá, o criador da humanidade, cansou de ver tanta gente indo embora e cortou o cipó, para a Terra não se esvaziar demais.

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Com informações da Nova Escola.


4 de fevereiro de 2022

Maioria dos brasileiros apoia vacinação infantil contra a covid-19

 

Saullo Nicolau tomando a vacina contra a Covid-19.
(FOTO/ Reprodução).

Por Nicolau Neto, editor

Cerca 70% dos brasileiros é favorável a vacinação de crianças entre 5 e 11 anos contra a covid-19, o que vai contra ao posicionamento adotado pelo presidente Bolsonaro e propagado por algumas notas de ministérios, como o da Saúde e o da Mulher, Família e Direitos Humanos que emitiram notas visando desestimular a vacinação.

O levantamento foi feito pelo PoderData por intermédio de ligações para telefones celulares e fixos e publicizado nesta sexta-feira, 04. Conforme informações do Poder 360, a pesquisa foi realizada entre os dias 31 de janeiro e 1º de fevereiro e demonstra que apenas 23% se mostraram contrário a imunização infantil e 7% não souberam responder.

O público infantil começou a receber a dose do imunizante no dia 14 de janeiro do ano em curso.

Livro “Cidadania, Democracia e Participação: Práticas Pedagógicas” já está disponível para consulta

 

(FOTO/ Reprodução/ Mobis).


Por Nicolau Neto, editor

Fruto de relatos de práticas pedagógicas de 11 professores e professoras espalhadas pelo Brasil, o livro “Cidadania, Democracia e Participação: Práticas Pedagógicas para o Ensino Fundamental II e Médio” já está acessível e pronto para ser compartilhado. Isso porque a obra está no formato de E-book.

As praticas relatadas foram construídas a partir da “Jornada Educadores da Cidadania” organizada pela Mobis que busca desenvolver, conforme destaca a própria Mobis, “práticas inéditas a respeito de temas como cidadania ativa e democracia".

De acordo com a Mobis, a jornada teve o apoio do Instituto Chamex, por intermédio do edital ‘Educação com Cidadania.’

Dentre os autores/as da obra, está o professor de História da Escola Estadual de Educação Profissional Virgílio Távora (Crato-CE), João Lucian. “O lançamento do Ebook com o registro das nossas práticas é sem dúvida o momento mais esperado por todos nós”, destacou Lucian.

João Lucian. (FOTO/ Arquivo Pessoal).

Ao Blog, Lucian falou sobre sua participação na jornada e na construção do seu relato, parte integrante do E-book. Ele comentou também sobre como acredita que essas práticas podem contribuir para ampliar a participação de alunos e alunas e para o desenvolvimento da cidadania.

A Jornada Educadores da Cidadania foi um espaço privilegiado para reflexões e aprendizagens acerca de temas importantes, tais como: política, participação cidadã e democracia. As práticas desenvolvidas nos enchem os olhos de alegria diante das inúmeras possibilidades de abordagens e fazeres pedagógicos nas nossas escolas. A esperança é de que as metodologias ativas criadas possam fertilizar o chão das escolas brasileiras e as percepções dos estudantes, no sentido de engajá-los na vida política, através de uma participação ativa e cidadã em defesa de valores democráticos para o nosso cotidiano. _Nossos corpos, nossas vozes. Presentes!, asseverou o professor.

Se você ficou interessado e deseja fazer a leitura, é só acessar o site da Mobis e baixar gratuitamente.

Clique aqui para baixar.

3 de fevereiro de 2022

Governo Federal reduz recursos do Fies em 35%

 

(FOTO/ Reprodução/ MEC).

O Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) terá uma redução de 35% no orçamento para o ano de 2022. Em 2021, o orçamento do Fies foi de R$ 8,48 bilhões, enquanto para este ano serão R$ 5,53 bilhões, destinados oelo Orçamento da União, sancionado na última semana pelo presidente Jair Bolsonaro (PL).

A alegação do governo federal são as vagas ociosas no sistema do Fies. De acordo com a União, parte das 111 mil vagas disponibilizadas este ano não serão preenchidas. No entanto, o valor empenhado pelo Fies em 2021, valores separados para fazer pagamentos, chegou a R$ 5,64 bilhões, pouco mais do que foi estipulado no Orçamento.

Entre 2017 e 2021, os recursos do Fies foram reduzidos drasticamente. No primeiro ano da série, em 2017, foram R$ 19,92 bilhões destinados ao Fundo, uma queda de mais de R$ 11,4 bilhões no orçamento do Fies. O biênio 2018/2019 foi o de maior queda. De R$ 17,75 para R$ 12,39 bilhões.

Segundo o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), a redução é condizente com a baixa execução em 2021, cerca de 50% da dotação do ano passado, devida à baixa adesão de matrículas no ano passado, cerca de 50% de adesão. “Por causa do período de pandemia, houve impacto financeiro nas famílias, ensejando na redução da procura pelo programa do Fies”. Além disso, “os contratos em utilização estão sendo encerrados numa maior quantidade, comparados com novas adesões", explica o FNDE.

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Com informações do Notícia Preta.

Combate ao retrocesso nas cotas

 

Cida Bento (Foto: Carolina Oms/Believe.Earth)

“…Quando a universidade pública abriu as portas e ampliou a diversidade, ela melhorou”, diz Angélica Minhoto, que foi pró-reitora de graduação da Unifesp e participou de estudo realizado com seis universidades federais e com seis universidades particulares visando conhecer o impacto do sistema de cotas sobre a performance do alunado.

O estudo concluiu que, após a adoção das ações afirmativas, a maior parte das instituições “teve um ganho na nota média da prova de conhecimentos específicos”, conforme o Relatório Técnico de 2021 do Centro de Estudos Sociedade, Universidade e Ciência vinculado à Universidade Federal de São Paulo.

Outros estudos mostram que os ambientes universitários tornam-se mais democráticos, como estudo do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), de 2019, que aponta que a Lei de Cotas aumentou em 39% a presença de estudantes negros e indígenas vindos de escolas públicas, nas instituições federais, nos quatro primeiros anos do programa.

A despeito desses resultados positivos, alguns intelectuais vêm ressurgindo na grande mídia e, em suas manifestações, atacam as políticas que visam o combate ao racismo e a promoção da equidade racial, bem como atacam lideranças negras que se destacam nesse processo de luta por uma sociedade efetivamente democrática.

Vários deles assinaram um manifesto contra cotas, que teve mais de uma centena de assinaturas e foi publicado pela Folha em 30 de maio de 2006, no qual se destacaram argumentos como “almejamos um Brasil no qual ninguém seja discriminado, de forma positiva ou negativa, pela sua cor […]”.

Mas não se registram manifestos desses intelectuais contra a ausência de negros e indígenas nas universidades. Eles demonstraram sua discordância quando esses espaços, antes monolíticos, começaram a se tornar mais plurais e a cara da universidade brasileira começou a ter um pouco a cara do Brasil.

Isso ocorreu há 40 anos em outro país, mas parece estar acontecendo no Brasil de hoje.

Mas no Brasil de hoje crescem também outras manifestações, como as de organizações privadas que, após a morte de George Floyd, são pressionadas para que seus investimentos financeiros foquem organizações públicas, privadas e da sociedade civil que tomem medidas concretas para lidar com a injustiça racial e que fortaleçam organizações que lutam pela equidade.

Está aí uma oportunidade para que essas organizações, dentre elas a Folha, se manifestem publicamente pela manutenção das ações afirmativas e cotas e apoiem outro futuro para a juventude negra que não seja a violenta interrupção de suas vidas, como ocorreu com Moïse Kabagambe no quiosque Tropicália, na Barra da Tijuca, quando cinco “valentões” o espancaram selvagemente até a morte.

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Por Cida Bento, originalmente na Folha de S.Paulo.


Mortalidade infantil por covid-19 quintuplicou no último mês

 

Imagem ilustrativa - Pixabay/visuals3Dde.

O número de crianças que morreram em decorrência de complicações de covid-19 quintuplicou em janeiro de 2022 em comparação ao mês de dezembro de 2021, revelou um levantamento da Globonews divulgado na última segunda-feira, 31.

Os dados de mortalidade infantil foram obtidos por meio de informações do Registro Civil do Portal da Transparência e a análise levou em consideração atestados de óbitos de todo o território brasileiro desde o começo da pandemia, em março de 2020, até a última sexta-feira, 28.

O relatório mostra que desde o começo da pandemia, 343 crianças de 5 a 11 anos morreram em decorrência do novo coronavírus; entre elas 68 foram de indivíduos de 5 anos de idade. O número de mortes começou a aumentar em janeiro deste ano.

De acordo com o Ministério da Saúde, o primeiro óbito aconteceu em 12 de março de 2020 e, desde então, "1 criança entre 5 a 11 anos morreu a cada 2 dias". Em dezembro, foram registradas quatro mortes. Já em janeiro, o número subiu para 19 crianças.

Foi possível perceber um aumento assustador na mortalidade infantil em decorrência da covid-19 e, como destaca a Rolling Stone Brasil, esses números são apenas os de indivíduos cujas mortes foram atestadas em cartório. Além disso, a falta de notificação do começo da pandemia também pode ter reduzido o número total de casos.

Para o presidente da Arpen-SP (Associação dos Registradores de Pessoas Naturais), Gustavo Renato Fiscarelli, o cenário brutal para crianças ocorre por conta da falta de vacinação na faixa etária.

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Com informações do Aventuras na História.