30 de janeiro de 2022

Prêmio Estratégias de Equidade no Enfrentamento à Evasão Escolar

 


O Geledés Instituto da Mulher Negra, em parceria com o Instituto Unibanco, iniciará o ano de 2022 com o Prêmio Estratégias de Equidade no Enfrentamento à Evasão Escolar: implicações da COVID-19 para a permanência na Educação Básica. Esta iniciativa tem como objetivo mapear boas práticas de enfrentamento à evasão escolar com recorte de raça/gênero/território/deficiências realizadas em diferentes regiões do país, reconhecer essas iniciativas por meio de premiações e difundir as experiências bem-sucedidas para ampliar repertório e estratégias da gestão educacional, gestão escolar e organizações estudantis.

A evasão escolar na rede pública é um problema histórico na sociedade brasileira que, diante do cenário de uma pandemia mundial, vem se agravando. Como sabemos, esse problema atinge majoritariamente as crianças e os adolescentes em condição de vulnerabilidade. A PNAD Educação de 2019 já apontava 8,5% de evasão entre estudantes de até 13 anos de idade, e de 18% entre aqueles de 19 anos ou mais. Dadas as desigualdades socioeconômicas, as chances de evasão se tornam 8 vezes maiores entre estudantes com idades entre 15 e 17 anos pertencentes ao grupo dos 20% mais pobres em relação aos 20% mais ricos.

Ao realizar oficinas de escuta com profissionais da educação e estudantes de escolas públicas sobre os resultados da pesquisa “A educação de meninas negras em tempos de pandemia: o aprofundamento das desigualdades”, que traz evidências sobre as atuais e futuras implicações da pandemia sobre as desigualdades de raça e gênero nos indicadores de evasão escolar, Geledés Instituto da Mulher Negra identifica uma série de ações realizadas por grupos/coletivos e organizações estudantis para enfrentar essa problemática, com estratégias de retorno e reinserção de crianças e adolescentes nas escolas. Profissionais da educação e estudantes também apontam maiores riscos para a permanência de meninas e pessoas negras no espaço escolar pós-pandemia.

Dado que ainda não existe nenhum esforço de sistematização dessas experiências, a instituição elabora a proposta do I Prêmio Estratégias de Equidade no Enfrentamento à Evasão Escolar: implicações da COVID-19 para a permanência na Educação Básica. Esta proposta busca apoiar secretarias de educação, unidades educacionais e estudantes diante do desafio de retomar as atividades escolares.

Todas as boas práticas de Equidade no Enfrentamento à Evasão Escolar deverão contemplar pelo menos um dos recortes de raça, gênero, territórios rurais e de povos e comunidades tradicionais e deficiências. A premiação está dividida em três eixos, conforme descrito abaixo:

Gestão Educacional: monitoramento de indicadores educacionais; orientação e acompanhamento das escolas; metodologias de busca ativa;

Gestão Escolar: monitoramentos da evasão escolar; estratégia de busca ativa; comunicação com as famílias; acompanhamento de estudantes;

Estudantes (grêmios, coletivos e entidades): ações de comunicação entre pares; ações de acolhimento de estudantes evadidos.

Serão premiadas até três iniciativas de cada um dos eixos supracitados, sendo que a recompensa para as iniciativas serão:

Gestão Educacional: Certificação de Secretaria Promotora de Equidade Racial.

Gestão Escolar: Kit Multimídia com projetor, computador, tela, caixa de som e microfone.

Estudantes: Kit Rádio escolar

Esta chamada terá 8 etapas, sendo elas: 1) Divulgação ampla e nacional do edital do Prêmio Estratégias de Equidade Enfrentamento à Evasão Escolar: Implicações da COVID-19 para a Permanência na Educação Básica; 2) Período de inscrições das secretarias, escolas e organizações estudantis; 3) Seleção de iniciativas participantes; 4) Divulgação dos resultados; 5) Gravação de vídeo sobre as boas práticas selecionadas; 6) Evento de premiação das boas práticas; 7) Composição do Banco de Boas Práticas; 8) Divulgação do Banco de Boas Práticas na área de educação do Portal Geledés e do Observatório da Educação do Instituto Unibanco.

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Com informações do Geledés. Clique aqui e confira o cronograma.

Tolovi: “A diversidade sempre foi vista como uma ameaça para um sistema de poder que quer ser absoluto”

 

Carlos Alberto Tolovi. (FOTO/ Reprodução/ YouTube/ Papo Social Podcast).

Por Nicolau Neto, editor

Em 2018, o Brasil testemunhava um dos maiores retrocessos desde o projeto português de colonização e que implantou a escravização dos povos originários, inicialmente e, de povos africanos, posteriormente, como a principal ferramenta de sua manutenção. Naquele fatídico dia 28 de outubro, o capitão reformado do exército que desde 1991 estava como deputado federal, mas que pouco aparecia na mídia, não por decisão própria, mas porque nada tinha pra mostrar nesses anos todos como parlamentar, elegeu-se presidente com mais de 57 milhões de votos. 55,1% no segundo turno. Algo inimaginável para um país que carrega na sua trajetória política dois imperadores e dois processos ditatoriais. Estes últimos já no século passado.

Mesmo assim, dois meses depois do resultado das eleições de 18, este Blog entrevistou o professor universitário, filósofo e autor dos livros “Mito, Religião e Politica. Padre Cícero e Juazeiro do Norte” (2019) e Moral e Ética nas Relações de Poder” (2021), o Dr. Carlos Alberto Tolovi. Naquela oportunidade, algumas questões nortearam a entrevista, como por exemplo. Quais os desafios do Brasil pós-eleição? Quais as estratégias que devem ser tomadas para que os a margem do poder não sejam cada vez mais massacrados nesses quatro anos vindouros? Como os movimentos sociais devem se comportar? É possível um diálogo mais eficiente entre partidos de esquerda e os movimentos sociais? Como isso deve ser feito para atingir os menos favorecidos?

Para Tolovi, a vitória de Bolsonaro foi uma “tragédia” social no Brasil e que ele representou a “construção de uma narrativa organizada pela direita, que respondia aos desejos e necessidades da coletividade a partir de um caos produzido intencionalmente”.

O professor foi taxativo ao destacar que o processo que culminou na vitória de Bolsonaro representa ações de um movimento fascista e lembrou que “não podemos nos esquecer que, na guerra ideológica, o campo da educação é um dos mais importantes. Principalmente em um movimento fascista como esse que estamos vendo”.

Para complementar, asseverou:

A diversidade sempre foi vista como uma ameaça para um sistema de poder que quer ser absoluto.

2022 chegou e os desafios são enormes, a começar pela retirada da cadeira de presidente daquele que representa um perigo para a já fragilizada democracia; para os menos favorecidos; para negros/as e povos originários; para a comunidade lgbtqia+......

Quer reler essa entrevista? É só clicar aqui.

29 de janeiro de 2022

‘Na Câmara, tentam sabotar toda lei que fale em gênero’, diz Erika Hilton

 

Érika Hilton (FOTO/ Karime Xavier/Folhapress)

No mesmo país onde candidaturas e eleição de pessoas trans bateram recordes em 2020, pessoas transgêneras da política institucional sofrem agressões e ataques que tentam impedir o pleno exercício de seus mandatos. Segundo o “Dossiê Sobre Violências Contra Pessoas Trans Brasileiras” publicado nesta sexta-feira (28) pela Antra (Associação Nacional de Travestis e Transexuais), no ano passado, a violência política de gênero atingiu “de forma desproporcional as parlamentares trans/travestis”.

O documento, lançado por ocasião do Dia da Visibilidade Trans, comemorado em 29 de janeiro, identifica que a transfobia na política se dá por “diversas formas de ameaças e ataques por suas identidades de gênero, raça e pautas que defendem”. E afirma que a violência transfóbica vêm se acirrando desde a eleição de Bolsonaro.

Desde janeiro do ano passado, o cerco fechou muito para mim”, confirma a vereadora Erika Hilton (PSOL), que entrou na Câmara Municipal de São Paulo nas últimas eleições como a mulher mais bem votada do país e primeira vereadora trans da maior cidade da América do Sul, com mais de 50 mil votos.

Em entrevista, Erika afirma que mesmo com as várias violências que sofreu desde que assumiu uma cadeira no Legislativo municipal — tanto as veladas quanto as diretas, como quando teve o gabinete invadido e passou a ser acompanhada por seguranças diariamente — ela não se intimida em assumir sua identidade travesti, negra, periférica, ativista pelos direitos humanos.

Travesti é, vale frisar, uma identidade feminina, como ela fez questão de explicar em seu Twitter, em apoio à cantora Linn da Quebrada, que sofreu transfobia no “Big Brother Brasil” sendo chamada por pronomes masculinos. A vereadora também usa o termo transvestigênere, que ela cunhou para abarcar “todas identidades de homens e mulheres trans, travestis, pessoas trans não binárias”.

Erika conta ainda sobre sua atuação à frente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara de Vereadores e na presidência da primeira CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Violência Contra as Pessoas Trans e Travestis.

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Por Andrea Dip, do Universa. Clique aqui e leia a entrevista.

Sergio Moro ficou rico com a Lava-Jato, não há o que discutir

 

Moro exibindo seu holerite no canal de Kataguiri. (FOTO/ Reprodução/ YouTube).

O ex-juiz Sergio Moro admitiu, em live com seu apoiador Kim Kataguiri, ter recebido da consultoria norte-americana Alvarez & Marsal quase 4 milhões de reais por um ano de “trabalho” na empresa. A Alvarez & Marsal, por sua vez, recebeu pelo menos 65 milhões de reais das empresas de construção civil atingidas pela Lava-Jato, como a Odebrecht, para recuperá-las judicialmente. Este montante representa 78% de todo o faturamento da consultoria. Ou seja, Moro ficou rico graças às mesmas empresas que destruiu. Não há o que discutir.

A relação do ex-juiz que condenou Lula sem provas com a consultoria gringa está sob investigação do TCU (Tribunal de Contas da União) por possível conflito de interesses, justamente porque a Alvarez & Marsal atua para empresas prejudicadas pela Lava-Jato. Advogados também apontam que Moro deveria ter cumprido uma quarentena de três anos após deixar o cargo de juiz e em seguida o governo Bolsonaro para lucrar na iniciativa privada.

A Constituição Federal determina que a quarentena imposta aos juízes corresponde à vedação de exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorridos três anos do afastamento do cargo. No caso de Moro, este se afastou da magistratura em novembro de 2018, portanto, até novembro de 2021 estava de quarentena”, dizem os advogados Fernando Augusto Fernandes e Guilherme Lobo Marchioni em artigo publicado no site Consultor Jurídico. “As atitudes do ex-juiz, ex-ministro Sergio Moro são escandalosas, antiéticas e, fatalmente, estão sob sérias suspeitas de corrupção.”

Mesmo que a relação financeira com os recuperadores judiciais das empresas que destruiu seja legal, a conclusão continua a mesma: a Lava-Jato enriqueceu Moro. Se não tivesse comandado uma operação eivada de ilegalidades a ponto de o STF anular suas condenações, o ex-juiz de primeira instância conseguiria ganhar um salário de 243 mil reais por mês na iniciativa privada? Nunca.

Enquanto isso, segundo o Dieese, 4,4 milhões de vagas de emprego foram perdidas com a operação, que destruiu a indústria da construção civil no país –só neste setor foram 1,1 milhão de empregos perdidos. Apenas a Odebrecht, que ajudou a pagar o salário milionário de Moro na Alvarez & Marsal, perdeu 230 mil funcionários com a Lava-Jato. Era uma das maiores empresas de construção civil do mundo. Em qualquer país sério, como os EUA que o ex-juiz tanto admira, os executivos seriam afastados e punidos e a empresa, preservada.

Moro passará à História como o primeiro candidato que destruiu empregos no Brasil antes de chegar à presidência. Essa nem o ex-chefe dele, Bolsonaro, conseguiu.

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Por Cynara Menezes, originalmente no Socialista Morena.

27 de janeiro de 2022

Nilma Lino é uma das vencedoras de prêmio nacional da SBPC

 

(FOTO/ Letícia Souza).

A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) anunciou as três vencedoras da 3ª edição do prêmio “Carolina Bori Ciência & Mulher”. A organização premiou três mulheres cientistas que realizaram contribuições de destaque em três áreas: Humanidades, Biológicas e Saúde, e Engenharias, Exatas e Ciências da Terra.

Nilma Lino Gomes, ministra das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos no governo da ex-presidenta Dilma Rousseff, foi a vencedora na área de Humanidades. Ela é professora emérita, ou seja, que se aposentou em posição honrosa e continua mantendo seu título de professora, da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Também é reconhecida como uma das maiores especialistas em políticas afirmativas do país.

Em seu perfil no Instagram, Nilma agradeceu a homenagem e reafirmou sua visão do que é fazer ciência. “Estou feliz. É uma homenagem que compartilho com todas as pessoas que lutam pela democracia, pela emancipação social, contra o racismo e todas as formas de discriminação. Eu não ando só”, escreveu.

Lutamos por uma ciência e produção do conhecimento emancipatórias e engajadas que não se separam da luta contra as desigualdades. Que não dormem em paz sabendo que, no Brasil e no mundo, as opressões e violências continuam. E que é preciso, sempre, descolonizar e re-humanizar as Humanidades”, completou.

Prêmio será entregue em fevereiro

As outras duas pesquisadoras vencedoras do prêmio foram Gulnar Azevedo e Silva, professora titular do Instituto de Medicina Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), venceu na área de Biológicas e Saúde; e Beatriz Leonor Silveira Barbuy, professora titular do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da Universidade de São Paulo (USP), na área de Engenharias, Exatas e Ciências da Terra.

A SBPC realiza a cerimônia de premiação, que será virtual, no dia 11 de fevereiro às 10h30, Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência, instituído pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). A entrega poderá ser assistida pelo Canal do YouTube da entidade.

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Com informações do Brasil de Fato.

26 de janeiro de 2022

Guaramiranga -CE vacinou todos os adultos e não registra mortes por Covid-19 há 7 meses

 

Guaramiranga. (FOTO/ Portal Guaramiranga).

A cidade de Guaramiranga, no Ceará, não registra mortes por Covid-19 há sete meses. O resultado foi possível em razão da alta taxa de vacinação no município de 5 mil habitantes: até o momento, 96% dos moradores com mais de 11 anos já tomaram duas doses da vacina, enquanto 25% dos habitantes já receberam a dose de reforço.

"A gente fica muito satisfeito por ter tido essa vacinação e sabendo que a vacina salva", disse o professor Luzibergue Souza Carneiro. Guaramiranga foi a primeira cidade cearense a aplicar a primeira dose em todos os adultos, em junho de 2021.

Segundo o G1, o município foi escolhido para colaborar com um teste de eficiência da vacina. Os habitantes, assim que recebem as doses, passam por dois exames: o primeiro para detectar a presença do vírus e o segundo para avaliar o grau de imunidade a ele.

"O que nós temos apresentado é uma resposta bem positiva já na segunda dose. A gente prova que os pacientes que estão contraindo a Covid, por conta da vacina, eles estão tendo sintomas leves”, disseSilvana Soares de Souza, secretária de Saúde da cidade.

Esse monitoramento é importante para entender como se dá a transmissão e a gravidade, principalmente dos casos que têm acontecido. Até o momento, Guaramiranga não registra óbito desde junho de 2021", apontou a secretária executiva de Vigilância e Regulação em Saúde do Ceará, Ricristhi Gonçalves.

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Com informações do G1 e do Aventuras na História.

25 de janeiro de 2022

Bolsonaro veta recursos de pesquisa, saúde e educação do Orçamento de 2022

 

(FOTO/Pixabay).

O presidente Jair Bolsonaro (PL) sancionou, com vetos, o Orçamento de 2022 aprovado em dezembro pelo Congresso Nacional. A nova lei de diretrizes orçamentárias (14.303/22) foi publicada no Diário Oficial da União desta segunda-feira (24). Os cortes, detalhados somente hoje, atingem principalmente as áreas de pesquisa, educação, saúde, sustentabilidade e proteção a povos indígenas e quilombolas.

A Fiocruz, por exemplo, perdeu R$ 11 milhões que iriam para pesquisa e desenvolvimento tecnológico em saúde. Já o programa de saneamento básico rural teve corte de R$ 40 milhões. O controle de desmatamento perdeu R$ 8,5 milhões.

Também foram tirados R$ 8,6 milhões do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), voltados para formação, capacitação e fixação de recursos humanos para o desenvolvimento científico. Outros R$ 859 mil para o fomento de projetos de pesquisa e desenvolvimento científico que seriam promovidos por meio do órgão foram suprimidos.

Ao todo, foram R$3,18 bilhões embargados pelo Executivo. A Secretaria Geral da Presidência informou que “foi necessário vetar programações orçamentárias com intuito de ajustar despesas obrigatórias relacionadas às despesas de pessoal e encargos sociais. Nesse caso, será necessário, posteriormente, encaminhar projeto de lei de crédito adicional com o aproveitamento do espaço fiscal resultante dos vetos das programações”.

Cortes ministeriais

Os ministérios do Trabalho e Previdência e da Educação foram os mais afetados pelos cortes. Juntos, eles somam mais da metade dos recursos vetados.

A pasta de Onyx Lorenzoni sofreu perdeu cerca de R$1 bilhão, maior parte dele no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Isso equivale a um terço do que estava reservado para o órgão.

O veto na Educação retirou da pasta R$ 802,6 milhões, dos quais quase R$500 milhões seriam destinados ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). Bolsonaro também vetou R$ 458,7 bilhões do Desenvolvimento Regional, R$ 284,3 milhões da Cidadania e R$ 177,8 milhões da Infraestrutura.

De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, a estratégia dos técnicos do governo era centrar os vetos necessários em órgãos que haviam tido incremento de verbas, em uma tentativa de minimizar o desgaste político da tesourada.

Fundo eleitoral

No Orçamento foram mantidos os R$4,9 bilhões para o fundo eleitoral, o chamado 'fundão', repassado aos partidos e usado para financiar campanhas. O fundo especial de financiamento de campanhas é destinado aos partidos políticos para pagarem a corrida eleitoral. Inicialmente, foi aprovado um recurso de R$2,1 bilhões. No entanto, o Congresso subiu o valor para R$4,9 bilhões. A cifra representa mais que o dobro dos aproximados R$2 bilhões destinados às eleições de 2018 e de 2020.

Bolsonaro também deixou intactos os R$16,5 bilhões para emendas de relator – orçamento secreto. O esquema distribuiu recursos a aliados políticos do governo em troca de apoio parlamentar. Paralelamente, o presidente manteve a previsão de R$1,7 bilhão para reajuste de funcionários públicos federais, sem especificar, no entanto, quais categorias seriam beneficiadas.

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Com informações do Alma Preta.

24 de janeiro de 2022

Língua da África ocidental contém pistas sobre origens e evolução da escrita

 

(FOTO/ Reprodução/ Instituto Búzios).

Os cientistas sabem pouco sobre etapas primárias da evolução da escrita nas civilizações antigas do Oriente Médio, China e América Central, mas o desenvolvimento de um alfabeto moderno no ocidente africano oferece pistas sobre as tendências e como outros alfabetos e sistemas de escrita existentes apareceram.

Segundo comunicou nesta terça-feira (11) a Universidade da Nova Inglaterra, na Austrália, um dos seus antropólogos, Piers Kelly, e os do Instituto Max Planck para a Ciência da História Humana, na Alemanha, realizaram uma análise da escrita do povo Vai, da Libéria. O sistema foi criado “do zero” provavelmente em 1834 por oito pessoas “completamente analfabetas que escreviam com tinta feita de bagas esmagadas”.

Antes disso, o idioma Vai nunca tinha sido escrito. Durante 171 anos posteriores à sua criação, suas 200 letras silábicas experimentaram mudanças ano após ano. A tendência-chave dessa evolução pôde ser descoberta graças a certos métodos que permitem quantificar a complexidade visual dos símbolos, que com tempo, acabaram adquirindo uma forma “cada vez mais comprimida”, algo que simplifica tanto a leitura como a escrita.

Os inventores originais se inspiraram nos sonhos para desenhar símbolos individuais para cada sílaba de sua língua. Um representa uma mulher grávida, outro um escravo acorrentado, outros foram feitos de emblemas tradicionais”, explica Kelly. “Quando esses símbolos foram aplicados à escrita de sílabas faladas, e depois ensinados a novas pessoas, eles se tornaram mais simples, mais sistemáticos e mais semelhantes entre si.”

O antropólogo relembrou também a hipótese comumente reconhecida que as letras evoluíram de desenhos para sinais abstratos, tal como ocorreu com alguns hieróglifos egípcios que acabaram por se tornar símbolos do alfabeto fenício. No entanto, essa não é a tendência mais geral, já que na escritura precoce se encontram também muitas formas de letras abstratas.

A característica comum dos alfabetos em suas fases iniciais seria a sua relativa complexidade, que se reduz com tempo, à medida que nascem novas gerações de escritores e leitores. Isso é certo para a língua Vai, mas a equipe acredita que esta tendência de simplificação e compreensão pode explicar também como se desenvolvia as línguas escritas do passado.

A complexidade visual é útil se está criando um novo sistema de escrita. Gera mais pistas e maiores contrastes entre os símbolos, o que ajuda aos alunos analfabetos”, admite Kelly. “Mas logo essa complexidade se interpõe no caminho da leitura e da reprodução eficientes, por isso, desaparece”, resumiu.

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Com informações do Sputnik e replicado no Instituto Búzios.