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(FOTO | Reprodução | Freepik). |
Em entrevista à TV Senado, o representante do Programa Mundial de Alimentos da ONU no Brasil, Daniel Balaban, afirmou que o mundo gastou em 2024, US$ 2,7 trilhões em compras de armas, e se usasse apenas 2% a 3% desses recursos, a fome no mundo poderia ser erradicada. Segundo Balaban, as prioridades dos países desenvolvidos que disponibilizavam recursos para acabar com a fome em países emergentes mudou: “As prioridades mudaram, a maioria dos países do Norte, tanto os países europeus como o Japão, e o Estados Unidos começaram cortar recursos para o combate a fome a pobreza em detrimento de investir em defesa e armas. Quanto mais investimento em armamento, pior fica a questão humanitária.”
De acordo com relatório divulgado em julho deste ano, pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e a Agricultura (FAO/ONU), existem alguns países que ainda enfrentam níveis alarmantes de fome no mundo, são eles: Somália, Burundi, Comores, Sudão do Sul, Síria, Iêmen, República Centro-Africana, Chade, República Democrática do Congo, Síria, Paquistão, Mianmar, Bangladesh, Guatemala, Honduras, El Salvador e Nicarágua. Diversos motivos levam a fome a esses países, como conflitos armados, crises econômicas e eventos climáticos extremos.
Daniel Balaban, faz um apelo para que os países deixem de investir em armamento e se unam para acabar com a fome do mundo: ”É um apelo que nós ( Programa Mundial de Alimentos da ONU) fazemos, que haja conscientização e que os governos dos países voltem a apoiar o combate à pobreza e a fome, somente assim teremos um planeta melhor”
O representante também afirmou que em média um 1 míssil usado nas guerras para destruir outros países custa em média 1 milhão de dólares, o que seria um grande investimento para acabar com a pobreza dos países necessitados.
Brasil como espelho para acabar com a fome
O Brasil foi novamente retirado do Mapa da Fome após permanecer por três anos na lista, segundo Daniel, as campanhas e políticas públicas realizadas no país brasileiro para erradicar a fome são vistas como exemplos para outros países. ”Temos no Brasil políticas como o Bolsa Família, que já recebeu até prêmios do Banco Mundial e vários países do mundo como a África, estão estimulados e criando políticas de transferência de renda como o bolsa família.”
O representante da ONU no Brasil afirmou também que estar fora do mapa da fome não significa que não é necessário parar de falar do assunto ou esquecê-lo no país, pois ainda existem pessoas com insegurança alimentar: ”É como aquele time que ganhou o campeonato e vai ter outros jogos. É importante que o Brasil continue promovendo políticas públicas, ainda temos 30 milhões de pessoas com algum tipo de insegurança alimentar. Temos que focar para que o país um dia chegue em um ponto que não tenha ninguém sofrendo por fome e isso é possível.”
Sobre as políticas públicas fornecidas pelo Brasil, Daniel afirma que não deveria existir a possibilidade de pensar em acabar com as políticas e que todo país tem que ter ações para que pessoas abaixo da linha da miséria possam sair e retomar a cidadania. ”É importante que as pessoas parem de ter preconceito em relação à política pública, porque é mais barato ter uma política pública de transferência de renda do que ter que arcar com os custos da fome e da extrema míséria.”
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Com informações do Notícia Preta.
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