20 de agosto de 2025

1ª escola quilombola de ensino médio em tempo integral é inaugurada no Ceará

 

(FOTO |Carlos Gibaja e Hiane Braua |Casa Civil | CE(.

A primeira escola de ensino médio em tempo integral quilombola do Ceará foi inaugurada nesta segunda-feira (18), no distrito de Queimadas, em Horizonte. A EEMTI Quilombola Antônia Ramalho da Silva surgiu a partir de reivindicações da comunidade local.

A solenidade contou com a presença do governador Elmano de Freitas, do presidente da Assembleia Legislativa do Ceará, Romeu Aldigueri, da secretária da Educação, Eliana Estrela, do prefeito de Horizonte, Nezinho Farias, entre outras autoridades.

Com investimento de R$ 12,9 milhões, a escola foi construída em padrão do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), do Ministério da Educação (MEC). O prédio conta com quatro salas de aula, quatro laboratórios de Ciências, um laboratório de Informática, biblioteca, quadra poliesportiva coberta, auditório, jardins, áreas de circulação com acessibilidade e espaços de convivência.

Atualmente, 266 estudantes estão matriculados para o ano letivo de 2025. O currículo é diferenciado e busca valorizar a identidade cultural quilombola, organizado em oito eixos: memória, oralidade, comunidade, territorialidade, ancestralidade, tecnologias, saúde da população quilombola e mulher quilombola.

Um sonho coletivo

O protagonismo da inauguração veio dos jovens quilombolas. Ariadny Santos, aluna do 3º ano que deseja cursar Medicina na Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), falou sobre o impacto da escola.

“Antes, dividíamos o espaço com estudantes do ensino fundamental. Agora temos a nossa escola, onde podemos nos conectar à ancestralidade. Essa conquista é uma vitória da comunidade“, compartilhou, segundo comunicado do governo cearense. 

Raica Vitória, neta de Antônia Ramalho da Silva, que dá nome à instituição, emocionou-se ao lembrar da trajetória da avó: “Completar o Ensino Médio aqui é ver o sonho dela realizado. Essa escola nos dá a possibilidade de sermos nós mesmos.”

Para a comunidade, cada detalhe da construção carrega um peso simbólico. Parte dos trabalhadores da obra foram pais e mães de alunos. “Cada tijolo aqui foi colocado com o suor de trabalhadores da própria comunidade”, lembrou o diretor da escola, Gustavo Vasconcelos, também filho do território quilombola.

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Por Giovanne Ramos, na Alma Preta Jornalismo.

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