10 de outubro de 2021

Como o Racismo criou o Brasil, livro de Jessé Souza

 

Jessé Souza. (FOTO/ Reprodução).

O tema do racismo é reconstruído desde o início da civilização ocidental até nossos dias, de modo a permitir uma compreensão fundamental: a de que todo processo de desumanização e animalização do outro assume as formas intercambiáveis de racismo cultural, de gênero, de classe e de raça.

Perceber as diferentes facetas do racismo possibilita não se deixar fazer de tolo, por exemplo, quando o racismo racial assume outras máscaras para fingir que se tornou guerra contra o crime, como se a vítima não fosse sempre negra, ou luta contra a corrupção, usada contra qualquer governo popular no Brasil que lute pela inclusão de negros e pobres.

Apenas uma abordagem multidimensional permite efetivamente perceber como o racismo racial sempre esteve no comando da iniquidade da sociedade brasileira, da escravidão até hoje. Ao desvendar todas as máscaras de que o afeto racista se recobre para continuar vivo fingindo que morreu, podemos enfim perceber o racismo racial como a verdadeira causa de todo o atraso social, econômico e político do Brasil.

"Como o racismo criou o Brasil" veio para levar a outro patamar de sofisticação teórica a discussão sobre o racismo no Brasil e para jogar luz sobre todo o ódio e todo o ressentimento social com que nos deparamos hoje em dia. O debate está posto!

Sobre o autor

JESSÉ SOUZA é graduado em Direito e mestre em Sociologia pela Universidade de Brasília, a UnB, doutor em Sociologia pela Universidade de Heidelberg, na Alemanha, com pós-doutorado em Psicanálise e Filosofia na The New School for Social Research, em Nova York.

Professor titular da Universidade Federal do ABC, professor convidado da Universidade de Sorbonne, Paris I, e pesquisador sênior da Universidade Humboldt, em Berlim, ele coordenou diversas pesquisas empíricas de amplitude nacional e internacional sobre desigualdade, preconceito e classes sociais no Brasil e no mundo.

É autor de mais de 30 livros e de uma centena de artigos e ensaios em vários idiomas. Entre seus maiores sucessos se destacam A elite do atraso, A classe média no espelho e A guerra contra o Brasil.

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Com informações da Amazon.

9 de outubro de 2021

Nos encontramos na rua

 

Alexandre Lucas. (FOTO/ Reprodução).

Por Alexandre Lucas, Colunista

Sei que não sabia ler ainda, nem vasculhar o mundo, tinha menos de uma década. Foi no meio da rua que nos encontramos pela vez, era dia, ela, maior que eu, bem maior, por algum tempo nos encontramos no mesmo lugar, sempre em silêncio, mas com olhos de querer saber. Ficava naquele imenso muro, sozinha, não tinha como ficar despercebida.

Depois ela desapareceu, não deixou cartas, nem pistas. Fiquei sem notícias. Já tinha passado mais de uma década, ainda pequeno para a dimensão do mundo. Em uma noite encontrei algumas delas, numa grande rua, dançavam, altas e brilhosas. Pareciam até uma fábrica de sonhos, meus olhos brilhavam como cetim. O céu parecia um mar vermelho, cheio de ondas que faziam cambalhotas de esperança.

Depois já éramos tão próximos, tínhamos tanta intimidade que carregamos nos braços da razão. Já descobria sobre os desaparecimentos e os silêncios.

Já não conseguem apagar você, nem separar os nossos caminhos. Enquanto existem punhos que cruzam braços, outros pintam foices e martelos pelas ruas para construírem redemoinhos.  

NUAFRO abre inscrições para bolsistas para pesquisa sobre Antirracismo e Serviço social

 

(FOTO/ Reprodução).

Por Nicolau Neto, editor

O Laboratório de Estudos e Pesquisas em Afrobrasilidade, Gênero e Família (NUAFRO), vinculado à UECE, abriu Edital de seleção para bolsistas do PROGRAMA BICT/FUNCAP (2021 – 2022) com a finalidade de preencher 02 vagas para o Projeto de Pesquisa sobre “Antirracismo e Serviço social: ánalise da questão racial na pós-graduação em serviço social.”

Segundo o NUAFRO, a seleção se dará por meio do preenchimento da ficha de inscrição no Google Forms e envio para o e-mail: laboratorionuafro@gmail.com e os/as concorrentes terão que encaminhar uma redação com o seguinte tema acerca da Questão Racial e a Formação Profissional do Serviço Social na Contemporaneidade. A proposta do texto deve ser encaminhada até às 23:59 deste sábado, 09.

De acordo ainda com o edital do NUAFRO, a seleção será composta ainda de uma entrevista no formato remoto pelo Google Meet, dos/as candidatos/as selecionados/as, o link e as demais informações serão enviados pelo e-mail inscrito na presente ficha (Dia 11/10);

Quem se inscreveu, deve ficar atento aos prazos. O resultado final dos/as candidatos/as será divulgado dia 12 do mês em curso.  Passado essa fase, será encaminhado os/as selecionados/as, dia 13, as orientações referentes ao envios das documentações de acordo com o Protocolo de Entrega de Documentos.

Para mais informações, leia o Edital aqui.

8 de outubro de 2021

Ministério da Economia corta 92% dos recursos destinados à Ciência

Congresso aprova corte de 92% de recursos da Ciência a pedido do Ministério da Economia.(foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

O Congresso Nacional aprovou nesta quinta, 7, um projeto que abre crédito suplementar de R$ 690 milhões a serem investidos no Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações. Contudo, a pedido do Ministério da Saúde, 92% da quantia será investida em outros ministérios, sobrando apenas R$ 55,2 milhões que serão destinados, de fato, à Ciência (cerca de 8%).

Dentre a lista de outros ministérios que serão beneficiados com os 92%, está o Ministério do Desenvolvimento Regional, que receberá R$ 150 milhões para ações de proteção e Defesa Civil na gestão de riscos e desastres; R$ 100 milhões para a integralização de cotas de moradia do Fundo de Arrendamento Residencial e R$ 2,2 milhões para obras de infraestrutura hídrica. O Ministério da Educação vai receber R$ 107 milhões, para a concessão de bolsas de estudo no ensino superior e o Ministério da Saúde vai ficar com R$ 50 milhões, para o saneamento básico.

Em nota enviada por oito entidades científicas ao Senado, eles afirmam que “dá-se com uma mão, para retirar com a outra”, e pedem que a retirada dos recursos seja revista

Sem o dinheiro, poderá haver a perda de bolsas e a suspensão do Edital Universal do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico). Atualmente, o orçamento do Conselho chegou a um dos menores valores desde 2001.

A medida segue agora para sanção do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
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Com informações do O Povo.

Sueli Carneiro deixa conselho editorial da Folha de S. Paulo

 

Sueli Carneiro.(FOTO/ Divulgação).

A filósofa e escritora Sueli Carneiro, pediu o seu desligamento do conselho editorial do jornal Folha de S. Paulo. A informação foi divulgada pela Folha, após reunião do conselho, nesta quinta-feira (7).

A saída de Sueli Carneiro ocorre dias depois do jornal publicar uma artigo do colunista Leandro Narloch, em que ele relativiza a escravidão de mulheres negras, em texto intitulado “Luxo e riqueza das ‘sinhás pretas’ precisam inspirar o movimento negro”. Em resposta, o advogado Thiago Amparo, que integra o conselho editorial da Folha, classificou o artigo como racista e o jornal como conivente por publicá-lo.

Na coluna, Narloch argumentou que o movimento negro de hoje deve se inspirar nos negros escravizados que ascenderam socialmente. Em um trecho ele diz: “os negros foram escravizados, assassinados e estuprados no sistema escravocrata, mas olhem para o lado bom: meia dúzia de sinhás ascenderam socialmente dentro desse sistema”.

A sinhá preta é um personagem poderoso porque complica narrativas de ativistas. As negras prósperas no ápice da escravidão são uma pedra no sapato de quem acredita que ‘o capitalismo é essencialmente racista e machista’ e que o preconceito é uma força determinante […]”, disse Narloch, em mais um trecho da coluna, utilizando a mesma tática que em seu livro “Guia do Politicamente Incorreto”.

Durante o encontro da Folha, o economista Joel Pinheiro da Fonseca defendeu que o jornal não pode afirmar que Jair Bolsonaro mente, porque, segundo ele, isso “afasta o leitor”. José Henrique Mariante, também parte da Folha de S. Paulo, afirmou, no dia 3 de outubro, que a empresa manterá em seus quadros o jornalista Leandro Narloch.

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Com informações do Notícia Preta.

7 de outubro de 2021

Ministro da Educação diz que Brasil tem “universidades em excesso”

 

(FOTO/ Arthur Menescal/Especial Metrópoles).

Durante evento realizado na última terça-feira (5), em uma igreja evangélica, o ministro da educação, Milton Ribeiro, que também é pastor, criticou o número de universidades públicas criadas em governos anteriores, indicando que há um excesso de instituições de ensino superior no país.

De acordo com o ministro, a maior parte das instituições de ensino superior precisa oferecer reforço aos estudantes recém-ingressos. “Meninos que chegam para fazer engenharia que não sabem fazer uma regra de três”, criticou ele.

O alicerce na educação é a alfabetização. Como é que se pode imaginar alguém construir uma casa começando pelo telhado? Quando falo em universidade, como falam que foi democratizada, encheram de telhados, esqueceram do alicerce. O que nós temos hoje: jovens que são analfabetos funcionais, não entendem o que leem”, disse Milton Ribeiro. Segundo ele, o foco do ensino deve estar nos níveis básicos, com foco na alfatabetização.

O ministro criticou ainda os governos que antecederam a gestão de Bolsonaro. Segundo Ribeiro, eles deixaram “uma herança ruim” ao país. “Tivemos 20 anos de governo de esquerda, que levaram o país a essa situação. Eu estou colhendo frutos. Estou me esforçando em um ano de pandemia, com poucos recursos. Parece que o governo Bolsonaro é essa terra arrasada”, disse o ministro, em setembro deste ano, na Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado Federal.

Milton Ribeiro e outros ministros de Estado participaram do “Simpósio Cidadania Cristã”, promovido pela Confederação dos Conselhos de Pastores do Brasil (Concepab). O evento é realizado na Igreja Batista Central, em Brasília, e deve contar ainda com a presença do presidente Bolsonaro.

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Com informações do Notícia Preta.

6 de outubro de 2021

Mais de 1 mil pessoas foram resgatadas de trabalho escravo no Brasil em 2021

(FOTO/ Valter Campanato/ Agência Brasil).

A Subsecretaria de Inspeção do Trabalho (SIT) atualizou no dia 5 de outubro a plataforma de estatísticas ‘Radar SIT’, que revelou dados alarmantes sobre a realidade das condições de trabalho no país. Ao todo, cerca de 1.015 trabalhadores foram resgatados de atividades análogas à escravidão só neste ano. De janeiro a setembro, 234 estabelecimentos foram fiscalizados, tendo 102 autuados por submeter pessoas à condições subumanas.

Em comparativo com 2020, em 12 meses, o ano registrou 276 ações fiscais, mas totalizando um número inferior com este ano, tendo 936 trabalhadores resgatados. Segundo o auditor fiscal Maurício Krepskye, chefe da Divisão de Fiscalização para Erradicação do Trabalho Escravo (DETRAE/CGFIT/SIT), o aumento dos resultados apurados em 2021 ocorreu, em grande parte, por causa da ‘Operação Resgate’, a maior operação para combate ao trabalho escravo já realizada no país, em parceria com diversos órgãos.

No topo do ranking de ações fiscais, Minas Gerais foi o estado com o maior número de operações de combate a esta realidade, com 54 empregadores fiscalizados e com 420 trabalhadores resgatados, quase metade do registro geral. O estado é seguido por São Paulo, com 135 trabalhadores resgatados e Goiás, com 102. No nordeste, Pernambuco desponta com 34 casos de resgate finalizados até o dia 30 do último mês e estão sendo atualizados junto à plataforma.

Sobre o perfil dos mecanismos de exploração, Carlos Silva, coordenador da Fiscalização de Combate ao Trabalho Análogo ao Escravo em Pernambuco, afirma que os exploradores do trabalho se aproveitam de diversas vulnerabilidades sociais e econômicas que atingem as pessoas exploradas, como é o caso da baixa escolaridade, da falta de emprego e trabalho e da baixa renda individual e familiar.

É uma situação de absoluta e inequívoca coisificação da pessoa humana. Nas ações fiscais os Auditores-Fiscais do Trabalho normalmente constatam que os exploradores “amarram” os trabalhadores por meio de dívidas impagáveis, desde a origem de suas cidades, até mesmo no local de trabalho, onde em algumas situações os escravizados pagam por suas ferramentas de trabalho”, conta.

Carlos ressalta que também há retenção salarial, de documentos e uso de violência física e psicológica, além de sistemas de remuneração por produção que fomentam o trabalho até a exaustão.

A Subsecretaria de Inspeção adiantou que mais de R$5 milhões de reais foram pagos diretamente aos trabalhadores durante as ações de resgate registradas este ano como resposta aos direitos trabalhistas que não foram respeitados durantes os períodos de atividades.

Para denunciar

A SIT informa que denúncias de trabalhos análogos à escravidão podem ser feitas de forma remota e sigilosa através do ‘Sistema Ipê’. A plataforma, lançada no primeiro semestre de 2020, funciona em parceria com a Organização Internacional do Trabalho (OIT).

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Com informações do Alma Preta.

5 de outubro de 2021

Historador Jones Manoel lança livro Revolução Africana na próxima quarta

 

O Historador e comunicador pernabucano Jones Manoel. (FOTO/ Divulgação).


Conhecido pelos vídeos no Youtube, onde debate política e filosofia, o historiador e comunicador pernambucano Jones Manoel realiza, desde 15 de setembro, um giro por diversos Estados para promover debates e lançamentos dos livros da coleção Quebrando as Correntes.

Em Salvador, o livro será lançado na próxima quarta-feira (6), às 18h, no Espaço Glauber Rocha, na Praça Castro Alves.

Iniciativa de editora Autonomia Literária, a coleção Quebrando as Correntes conta já com títulos como “Revolução Africana – Uma antologia do pensamento marxista” e “Raça, classe e revolução – A luta pelo poder popular nos Estados Unidos”, que fortaleceram o debate sobre marxismo e questão racial no Brasil a partir de textos inéditos em português de autores africanos e organizações estadunidenses.

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Com informações do Política Livre.