Conceição Evaristo é a homenageada do ENEM 2018. (Foto: Flip/Direitos Reservados).
A
escritora mineira Conceição Evaristo foi a homenageada no Enem 2018, segundo o
Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
Trechos de sua obra foram selecionados e estão impressos nas capas das provas
do Enem. A cada ano o Inep elege uma personalidade ou um tema para as frases.
Os
participantes precisam transcrever a frase apresentada na capa do Caderno de
Questões para o Cartão-Resposta. Cada tipo de prova – são quatro cores
diferentes, além das provas acessíveis – tem uma frase diferente. Segundo o
Inep, uma das frases usadas na prova do Enem é: “E não há quem ponha um ponto final na história”.
Negra,
nascida em 1946, em uma favela de Belo Horizonte, Conceição Evaristo concluiu o
curso normal aos 25 anos e mudou-se para o Rio de Janeiro. É formada em letras
pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), mestre em literatura
brasileira pela PUC-RJ e doutora em literatura comparada pela Universidade
Federal Fluminense (UFF).
Conceição
Evaristo publicou Ponciá Vivêncio, seu primeiro romance, em 2003. É autora
ainda de Becos da Memória e Insubmissas Lágrimas de Mulheres.
Enem
Ontem
(4) foi o primeiro dia de prova do Enem. Os estudantes fizeram provas de
linguagem, ciências humanas e redação em mais de 1,7 mil municípios. O exame
segue no dia 11 de novembro, quando serão aplicadas as provas de ciências da
natureza e matemática.
A
nota do exame poderá ser usada para concorrer a vagas no ensino superior
público pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu), a bolsas em instituições
privadas, pelo Programa Universidade para Todos (ProUni) e para participar do
Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). (Com
informações do O Dia).
Paulo Guedes quer fim do investimento em cultura pelo Sesc. (Foto: Divulgação).
Um
dos maiores apoiadores de iniciativas culturais poderá deixar de existir como
conhecemos hoje. Segundo o colunista d’O Globo Lauro Jardim, “o Sistema S como
funciona hoje está com os dias contados a partir da posse de Paulo Guedes no
Ministério da Fazenda”.
De
acordo com o jornalista, Sebrae, Sesc, Sesi, Senai e outros serão profundamente
reformulados. “Entre as mudanças
previstas está o fim de patrocínios que nada tenham a ver com a formação e
capacitação de trabalhadores.”
Atualmente
o Sesc tem uma forte atuação na promoção da cultura, com extensa programação de
shows, exibição de filmes, mostras, teatro, dança, oficinas, entre outras
atividades, em suas unidades presentes em diversas cidades do país.
Além
de retirar a cultura do Sistema S, Bolsonaro defendeu a extinção do Ministério
da Cultura durante sua campanha à Presidência.
A
Frente Parlamentar Evangélica, também conhecida como bancada evangélica,
elaborou um “manifesto à nação” com
uma série de propostas na última semana. Os 180 parlamentares da frente
defendem o fim do Ministério da Cultura, que seria incorporado ao da Educação (Com informações da Revista Fórum).
O
primeiro dia de prova do Enem trouxe questões sobre feminismo, nazismo,
escravidão, regime militar, crise de refugiados, entre outros. Já o tema da
redação foi “Manipulação do comportamento
do usuário pelo controle de dados na internet”.
Entre
as questões da prova, uma abordava um dicionário criado somente para o
vocabulário usado por travestis. Outra de inglês utilizou um trecho do clássico
livro do escritor inglês George Orwell, “1984”, no qual o herói da narrativa,
Winston, conversa com o colega O’ Brien sobre o controle do partido. Houve
outra sobre verbos no modo imperativo, que apresentou uma peça publicitária
sobre violência contra a mulher.
Mais
de 5,5 milhões de estudantes fizeram provas de linguagem, ciências humanas e
redação em mais de 1,7 mil municípios neste domingo (4). O exame segue no dia
11 de novembro, quando serão aplicadas as provas de ciências da natureza e
matemática.
A
nota do exame poderá ser usada para concorrer a vagas no ensino superior
público pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu), a bolsas em instituições
privadas, pelo Programa Universidade para Todos (ProUni) e para participar do
Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).
Veja os temas da redação de edições
anteriores do Enem, desde que foi reformulado, em 2009:
Enem
2009: O indivíduo frente à ética nacional
Enem
2010: O trabalho na construção da dignidade humana
Enem
2011:Viver em rede no século XXI: Os
limites entre o público e o privado
Enem
2012: O movimento imigratório para o Brasil no século XXI
Enem
2013:Efeitos da implantação da Lei Seca
no Brasil
Enem
2014: Publicidade infantil em questão no Brasil
Enem
2015: A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira
Enem
2016: Caminhos para combater a intolerância religiosa no Brasil e Caminhos para
combater o racismo no Brasil – Neste ano houve duas aplicações do exame
Enem
2017: Desafios para formação educacional de surdos no Brasil (Com informações da Agência Brasil, O Globo e
Revista Fórum).
Evantuil durante votação. (Foto: Reprodução/Facebook).
O
professor e sindicalista José Evantuil foi eleito neste domingo, 04/11,
presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de Altaneira (Sinsema) com
larga vantagem.
Evantuil
recebeu 61% dos votos, depois de apuradas 100% das urnas em cédulas de papel.
Seu opositor, o servidor público Manoel de Sousa, conhecido popularmente por
Nézio, ficou com 38% dos votos. Brancos e nulos somou 1%.
Em
contato com a redação do Blog Negro Nicolau (BNN) o presidente eleito afirmou
que quer aproveitar essa “festa
democrática que é a escolha do dirigente do sindicato”. Para ele o processo
eleitoral ocorreu na mais absoluta tranquilidade. “O colegiado de servidores do município que são associados participaram
de forma tranquila”, ponderou. Evantuil argumentou ainda que a eleição
ocorreu de forma limpa, “sem vício”. “Tudo foi republicanamente correto”.
Ele
aproveitou para agradecer a todos os servidores que “acreditaram” nas propostas
e que de igual modo acreditaram que o grupo “está mais preparado para assumir
os desafios do sindicato”.
O
presidente eleito destacou ainda o papel da oposição. “Quero agradecer a todos
os que participaram do processo democrático, afinal a democracia precisa
daqueles que pensam contrário. Então os que pensaram contrário, foram no
sindicato e fizeram sua participação”. Ele afirmou que irá respeitar o
posicionamento da oposição e aproveitou para parabeniza-lo.
Quanto
a sua atuação à frente da entidade sindical, o eleito rebateu as críticas que
surgiram nos dias que antecederam a eleição, principalmente do fundador do
SINSEMA, o jurista e blogueiro Raimundo Soares Filho e do professor e vereador
Adeilton. Ambos chegaram a mencionar “interferência do executivo dentro da
entidade”, o que, segundo eles, dificultavam a autonomia sindical e
interferência no resultado eleitoral. Evantuil ressaltou que “não quer influência de partido político”.
Disse que sua chapa “não tem padrinho
político nem da situação, nem da oposição”.
Por
outro lado, Evantuil destacou que seu opositor obteve apoio de padrinhos
político. “Graças a deus a gente evitou
que um afilhado do grupo político, com padrinho entrasse no sindicato. A gente
sabe que, afinal de contas, ele, o grupo que estava se opondo a nós estava
tutelado por pessoas partidárias, da política partidária”. Segundo ele, seu
grupo vai fazer de tudo “para o sindicato
não ser aparelhado nem para servir a gestores e nem também para estar fazendo
plataforma de oposição”, pois “a
gente entende que isso atrapalha muito a vida do servidor”. Disse ainda que
“o sindicato não pode nem ser omisso e
ajoelhado a gestores, mas também o sindicato muito aguerrido politicamente e
partidariamente falando e muito opositor também bloqueia todas as portas do
sindicato que não consegue negociar com o gestor e nós sabemos que a negociação
ela é importante”.
Centos
e oitenta e nove (189) servidores sócios estavam aptos a votarem, mas apenas
cento e setenta e seis (176) compareceram. Destes, Evantuil 108 resolveram
creditar sua confiança em Evatuil, enquanto que 66 optaram por Nézio. Treze não
compareceram e brancos e nulos foram dois.
A
redação do BNN também procurou o candidato derrotado, mas até o fechamento
desta matéria não obteve resposta.
Candidatos do ENEM entram para fazer a prova pouco depois que os portões da Universidade Veiga de Almeida, no Maracanã, são abertos. (Foto: Marcelo Regua/ Agência o Globo).
O
tema da redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2018 é 'Manipulação do
comportamento do usuário pelo controle de dados na internet' . O Instituto
Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), que é
responsável pela prova, divulgou a informação no twitter logo após o início da
prova.
Neste
domingo, os candidatos fazem as provas de Ciências Humanas, Linguagens e
Redação. Eles terão das 13h30 às 19h para resolver 180 questões e escrever o
texto. No próximo domingo, os participantes farão as provas de Ciências da
Natureza e Matemática das 13h30 às 28h30.
A
prova de redação avalia cinco competências, a primeira diz respeito ao domínio
da linguagem formal. Na competência dois, a banca avalia a capacidade do
candidato de compreender a proposta e aplicar conceitos das várias áreas de
conhecimento para desenvolver o tema. Na terceira competência, os avaliadores
observam a capacidade de relacionar opiniões e argumentos a favor de um ponto
de vista.
A
quarta competência se refere ao conhecimento dos mecanismos linguísticos para
construção da argumentação. O último critério avaliado pelo Enem se refere à
elaboração de proposta de intervenção para o problema, com respeito aos
direitos humanos.
Até
o ano passado, o candidato que desrespeitasse os Direitos Humanos na prova de
redação do Enem recebia zero. Na última edição, após uma determinação do
Supremo Tribunal Federal, o critério passou a não mais zerar a prova, mas ele
ainda penaliza, com retirada de pontos. (Com informações do O Globo).
“Acham
que caímos de paraquedas na universidade!”. A afirmação é de Márcia
Pinheiro, 22 anos, estudante do curso de Jornalismo na Universidade Federal do
Pará (UFPA), moradora da comunidade de Itacuruçá Alto, em Abaetetuba, região
Nordeste do Estado. A fala demonstra o quanto a conquista de uma vaga no ensino
superior por um remanescente de quilombola é algo complexo e considerado
distante.
A
jovem se queixa quando algumas pessoas dizem que ela e os demais alunos
quilombolas estariam ocupando a vaga de um estudante que mereceria mais que
eles a oportunidade de acesso a uma universidade. O assunto reúne uma série de
discussões, como preconceitos de diversas ordens e dificuldades estruturais
intrínsecas à maioria das comunidades no país.
Márcia Pinheiro (centro) é uma das primeiras aprovadas no processo seletivo especial da UFPA. A incompreensão de outras pessoas sobre sua comunidade e sobre o vestibular especial ainda incomodam a jovem. (Foto: Cezar Magalhães).
Apesar
do Pará ser o estado da região Norte com o maior número de Comunidades de
Remanescentes de Quilombos (CRQs), ainda há pouco sendo feito para facilitar o
acesso e melhorar a educação nestas áreas, especialmente em relação ao ingresso
ao Ensino Superior.
Tais
dificuldades partem desde as metas do Plano Nacional de Educação (PNE), que não
possui nenhum ponto específico para a educação quilombola. Segundo o Ministério
da Educação (MEC), no entanto, as metas são bastante abrangentes: contemplam
crianças, jovens e adultos de todas as raças e etnias sejam elas de comunidades
tradicionais ou não, independentemente do Estado.
Com
227 comunidades espalhadas em mais de 40 municípios paraenses, esta camada da
população, ainda que tenha papel fundamental para a formação sociocultural do
país, permanece à margem da sociedade e sem condições adequadas de educação,
saneamento, saúde e segurança.
Em
geral, os remanescentes de quilombolas no estado estão ligados à produção
agrícola familiar, o que demanda bastante tempo, já que envolve o plantio, a
colheita e a distribuição dos produtos. Com isto, desde a infância, muitas
pessoas não conseguem prosseguir nos estudos e não concluem sequer o Ensino
Fundamental.
Contribui
ainda para este panorama o número reduzido de escolas em áreas quilombolas (o
Pará possui de 158 a 430 escolas, segundo dados de 2012 da Secretaria de
Políticas de Promoção da Igualdade Racial). A problemática completa, assim, um
ciclo histórico: sem alternativas econômicas e grandes perspectivas sociais, os
quilombolas no Pará dificilmente concluem todos os níveis de ensino. Ingressar
a um curso superior ainda é visto por eles como um grande desafio que, quando
alcançado, é comemorado não somente pela família, mas por toda a comunidade.
Estas
comunidades ainda carregam algumas chagas do período de escravidão, possuindo
problemas que estão longe de serem solucionados.
Para
Maria do Socorro Amoras, doutora em Antropologia e professora no curso de
Serviço Social da UFPA, é necessário levar em conta que essas populações são
agentes de suas escolhas e têm o direito de dizer como querem continuar vivendo
em seus territórios e fazendo suas incursões com os grupos externos, seja como
professores, advogados, médicos, engenheiros, assistentes sociais, físicos etc.
“Permanecer na terra e lutar por ela não
significa viver unicamente do trabalho rural. Tive a oportunidade de ver
eletricistas, professores graduados, pedreiros, motoristas e estudantes
universitários que trabalham na cidade, mas que dizem não conseguir afastar-se
do trabalho com a terra. Nessas comunidades é comum se ouvir que é desonroso
abandonar a terra”, diz.
Mudanças
são aguardadas e necessárias, há décadas. Entre elas, está até mesmo a ausência
de definição de um local próprio – já que boa parte das localidades
remanescentes já tiveram suas terras tituladas, enquanto outras seguem
aguardando a confirmação da posse da terra. A educação, que deveria ser a base
da busca de um futuro promissor e melhores condições de vida, também fica
comprometida.
Algumas
ações vêm contribuindo para de algum modo facilitar a entrada dos remanescentes
em instituições de ensino superior, como a existência, desde 2013, do Processo
Seletivo Especial (PSE), promovido pela Universidade Federal do Pará UFPA e
pela Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa). O vestibular é voltado para
as comunidades quilombolas, indígenas e moradores do campo.
De
acordo com o MEC, em todo o Brasil, há atualmente seis universidades federais
oferecendo formação continuada para professores que trabalham com alunos
quilombolas. Outra ação destacada pelo Ministério é o incentivo à capacitação
de gestores dos sistemas, das escolas, das coordenações pedagógicas e/ou
núcleos da diversidade, sejam de instituições públicas ou particulares.
Além
disso, o crescimento no número de faculdades particulares na Grande Belém e em
municípios do interior, maior disponibilidade de aparelhos tecnológicos,
operadoras de internet e aumento de iniciativas, como a criação de infocentros,
contribuem para o acesso à informação, interesse e possibilidade de tentativas
de vagas por parte dos quilombolas.
Tais
mudanças, ainda que tímidas, ainda não conseguem alterar outro problema grave
que se arrasta há séculos: o preconceito. Falar da história dos negros é fazer
referência também, infelizmente, à história do racismo, que ainda persiste,
velado ou não, na sociedade brasileira.
Neste
caleidoscópio de dificuldades, mas também possibilidades, surgem então novas
lutas que envolvem os quilombolas na busca pelo acesso e pela permanência no
Ensino Superior. Diversas trajetórias, dificuldades, processos seletivos ajudam
a compor um quadro de possíveis modificações na educação no estado e mesmo no
país. (Com informações do Diário Online).
Suicídio já é considerado uma epidemia. (Foto: Reprodução/Portal Raízes).
“É como
se os suicídios se tornassem invisíveis, por serem um tabu sobre o qual
mantemos silêncio. Os homicídios são uma epidemia. Mas os suicídios também
merecem atenção porque alertam para um sofrimento imenso, que faz o jovem tirar
a própria vida”, alerta Waiselfisz, coordenador da Área de Estudos da
Violência da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso).
Criador
do Mapa da Violência, o sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz destaca que o
suicídio também cresce no conjunto da população brasileira. A taxa aumentou 60%
desde 1980. O Brasil registrou 11.433 mortes por suicídio em 2017 – em média,
um caso a cada 46 minutos. Nos últimos 5 anos, 48.204 pessoas tentaram
suicídio, segundo registros de entradas em hospitais, mas isto é um
‘subdiagnóstico’, estima-se que esse número é muito maior. Dados oferecidos
pela diretora da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde,
Fátima Marinho. Em números absolutos, porém, o Brasil de dimensões continentais
ganha visibilidade nos relatórios: é o oitavo país com maior número de
suicídios no mundo, segundo ranking divulgado pela OMS (Organização Mundial da
Saúde) em 2014. (Fonte – BBC).
Segundo
a Organização Mundial de Saúde, o suicídio é a segunda causa de mortes entre
jovens entre 15 e 29 e já é considerado uma epidemia. As meninas são as que
mais tentam. Os meninos são os que mais conseguem. Por isso o índice de suicídio
é maior do que entre os homens.
A
saúde mental do Brasil está péssima. Cerca de 11 milhões de pessoas foram
diagnósticas com depressão, quase 6% da população. É o número 1 com maior
prevalência da doença na América Latina, o 2 nas Américas, ficando atrás apenas
dos estados unidos. A saúde mental precisa urgentemente ser reconhecida como
umas das prioridades nas políticas públicas. Em muitos países, programas de
prevenção do suicídio passaram a fazer parte das políticas de saúde pública. Na
Inglaterra, o número de mortes por suicídio está caindo em consequência um
amplo programa de tratamento de depressão. Reduzir o suicídio é um desafio
coletivo que precisa ser colocado em debate. A indiferença, a omissão, o
silêncio, não podem ser nossas respostas. Fazer nada é a pior decisão que
podemos tomar sobre qualquer assunto.
Mais de 50% dos adolescentes trans
tentam o suicídio
Nós
que trabalhamos com prevenção ao suicídio estamos muito preocupados com a
disseminação do ódio às minorias. Mais de 50% dos adolescentes trans tentam o
suicídio, indica estudo feito ao longo de três anos pelo professor Russell B.
Toomey, da Universidade do Arizona-Tucson (EUA). 51% dos adolescentes que se
identificaram como transgênero relataram pelo menos uma tentativa de suicídio.
O psicólogo Tiago Zortea – Suicidologista – atualmente uma das referências
internacionais em Prevenção ao suicídio, afirma que “as experiências de estigma
e discriminação vividas pelas pessoas da comunidade LGBT se mostraram
significativamente associadas a todos os três aspectos da tendência suicida
[tentativa de suicídio passada, ideação suicida no presente, e probabilidade de
recorrência de tentativa de suicídio no futuro]. Tais experiências incluíram
fatores de estigma na escola (por exemplo, professores não se manifestando
contra o preconceito, lições negativas sobre minorias sexuais), reações
negativas de familiares e amigos quanto ao processo de revelarem-se LGBT, e
assédio ou experiências criminosas especificamente voltadas à comunidade LGBT
[homofobia ou LGBT-fobia]. Outros fatores como ser bissexual, não se sentir
aceito onde se vive, fazer parte de uma minoria sexual mais jovem, e a
autorevelar-se LGBT também se mostraram associados à tendência suicida. Fatores
não-LGBT também significativos neste estudo incluíram gênero feminino (ser ou
identificar-se como mulher – [sexismo]), apoio social reduzido, ansiedade /
depressão, busca de ajuda, experiências de abuso / violência e abuso sexual”.
E se o porte de armas fosse
liberado no Brasil?
De
acordo com uma recente revisão de 31 artigos científicos sobre suicídio, mais
de 90% das pessoas que se mataram tinham algum transtorno mental como
depressão, esquizofrenia, transtorno bipolar e dependência de álcool ou outras
drogas. No Brasil, porém, persiste a falta de políticas públicas para prevenção
do suicídio, com o agravo da passagem do tempo e do aumento populacional. E se
o porte de armas fosse liberado no Brasil, teríamos mais suicídios, mais mortes
por acidente e, consequentemente, menos segurança pública. Nos EUA, a maioria
das mortes por armas de fogo acontece dessa forma – incríveis 64,2% dos 37.200
óbitos em 2016. No Brasil, essa porcentagem é de 4%, ou 1.728 mortes. Se os
mesmos 4% da população do Brasil andasse armada (o que representaria 6 milhões
de novas armas em circulação), o total de pessoas que tiram a própria vida todo
ano, proporcionalmente, passaria dos 16 mil. É como se 7 Boeings lotados
caíssem todo mês. Estes dados foram analisado por Thomas V. Conti, pesquisador
da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas). Entre 2013 e 2017, ele traduziu
48 resumos de pesquisas sobre armamentos para cravar: 90% delas são taxativas
ao dizer que um maior número de armas aumenta o número de crimes letais e
suicídios. (Fonte: Super Interessante)
Reduzir
o suicídio é um desafio coletivo que precisa ser colocado em debate. “Nossa resposta não pode ser o silêncio.
Nossas chances de chegar às pessoas que precisam de ajuda dependem da
visibilidade”, fala do psiquiatra Humberto Corrêa no artigo ‘Suicídio
aumenta no Brasil, mas isso poderia ser evitado’ – publicado na revista Planeta
(edição 421, Outubro de 2007).
(Excerto
de “Jovem, não morra na Golden Gate”,
artigo (prelo) de pesquisas teóricas e de campo, da romancista e psicopedagoga
Clara Dawn, que tem se dedicado ao assunto desde 2014). (Com informações do
Portal Raízez).
Magno Malta faz oração após a vitória antes do primeiro discurso. (Foto: Reprodução).
O
senador Magno Malta (PR), que não se reelegeu no Espírito Santo, garante ter “espaço garantido no Palácio do Planalto, ao
lado do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL)”.
A
novidade é que o presidente eleito tende a escolhê-lo para uma nova pasta que
vem sendo chamada de “Ministério da Família”. Ela acomodaria Desenvolvimento
Social e Direitos Humanos e outros órgãos que permitiriam uma conexão forte com
entidades do campo evangélico e uma atuação ligada a movimentos como o Escola
Sem Partido.
As
igrejas evangélicas tem centenas de entidades filantrópicas que atuam com
pessoas carentes e usuários de drogas. O governo Crivella, no Rio de Janeiro,
já tem utilizado essas entidades para realizar seus projetos sociais. A ação
tem sido criticada, mas garante ao governante o controle político-religioso dos
benefícios concedidos.
Até
agora, há quatro ministros confirmados por Bolsonaro: o juiz Sergio Moro
(Justiça), o economista Paulo Guedes (Economia), o general Augusto Heleno
(Defesa) e o astronauta Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia).
Ceme
Magno
Malta – aliado de Bolsonaro de longa data que saiu derrotado nas urnas em busca
da reeleição – virou motivo de debate entre integrantes do grupo que sustentou
a campanha. Para alguns, o senadornão
tem espaço no futuro governo.
—
Quem decidiu isso de não ser vice não fui eu sozinho, fomos nós dois. Então, eu
não quero responder ninguém em jornal, quem chegou no ‘ônibus’ depois — disse
Magno Malta, sem citar nominalmente o vice-presidente eleito, general Hamilton
Mourão, que, recentemente, fez duras críticas a ele.
Camelo que precisa de um deserto
A
indicação de Magno Malta para o Ministério da Família não é, porém, tranquila.
O vice-presidente eleito, general Mourão, já deu uma dura declaração à
indicação.
“Ele deve estar a procura (de um ministério).
É aquela história, ele desistiu de ser vice do Bolsonaro para dizer que ia
ganhar a eleição para senador lá no Espírito Santo. Agora ele é um elefante que
está colocado no meio da sala e tem que arrumar, né? É um camelo, é preciso
arrumar um deserto para esse camelo”, disse Mourão.
Em
resposta ao general, Malta atribuiu a sua derrota nas urnas ao fato de ter
priorizado a campanha de Bolsonaro, após o então candidato ter sofrido um
atentado no início de setembro em Juiz de Fora, Minas Gerais. O senador diz que
“apenas ele” poderia assumir o papel de Bolsonaro nas ruas do Brasil,
insinuando que Mourão não tinha preparo e condição de fazer isso. E que o fato
de sair representando Bolsonaro em atividades públicas Brasil afora foi o que
lhe levou a derrota no seu estado. (Com informações da Revista Fórum/O Globo).