20 de março de 2017

21 de Março – Dia Internacional contra a Discriminação Racial


No dia 21 de março de 1960, na cidade de Joanesburgo, capital da África do Sul, 20 mil negros protestavam contra a lei do passe, que os obrigava a portar cartões de identificação, especificando os locais por onde eles podiam circular.

Geledés - No bairro de Shaperville, os manifestantes se depararam com tropas do exército. Mesmo sendo uma manifestação pacífica, o exército atirou sobre a multidão, matando 69 pessoas e ferindo outras 186. Esta ação ficou conhecida como o Massacre de Shaperville. Em memória à tragédia, a ONU – Organização das Nações Unidas – instituiu 21 de março como o Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial.

O Artigo I da Declaração das Nações Unidas sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial diz o seguinte:

Discriminação Racial significa qualquer distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada na raça, cor, ascendência, origem étnica ou nacional com a finalidade ou o efeito de impedir ou dificultar o reconhecimento e exercício, em bases de igualdade, aos direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos político, econômico, social, cultural ou qualquer outra área da vida pública

O racismo se apresenta, de forma velada ou não, contra judeus, árabes, mas sobretudo negros. No Brasil, onde os negros representam quase a metade da população, chegando a 80 milhões de pessoas, o racismo ainda é um tema delicado.

Para Paulo Romeu Ramos, do Grupo Afro-Sul, as novas gerações já têm uma visão mais aberta em relação ao tema. “As pessoas mudaram, o que falta mudar são as tradições e as ações governamentais”, afirma Paulo. O Grupo Afro-Sul é uma ONG de Porto Alegre, que promove a cultura negra em todos os seus aspectos.

Segundo o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento – PNUD – em seu relatório anual, “para conseguir romper o preconceito racial, o movimento negro brasileiro precisa criar alianças e falar para todo o país, inclusive para os brancos. Essa é a única maneira de mudar uma mentalidade forjada durante quase cinco séculos de discriminação”.

Cerca de 20 mil negros protestaram em 21 de março de 1960 contra a "Lei do Passe", em Joanesburgo, na África do Sul.

Altaneirenses conquistam 1º e 2º lugar em corrida de atletismo em Juazeiro do Norte


A uma semana da 35ª edição da Corrida Padre Cícero, dois atletas do município de Altaneira participaram neste dia 19 da 18º Corrida de São José, em Juazeiro do Norte.

A corrida estava dividida em 33 categorias, sendo 17 masculinas e 16 femininas e subdivididas nos percursos de dois, cinco e dez quilômetros e foi realizada no percurso das principais ruas da cidade, como a São Benedito, José Marrocos e as avenidas Padre Cícero e Castelo Branco.

Altaneira esteve representada pelos atletas Ricardo Aquino e Ravi Timóteo. O primeiro é egresso do ensino médio técnico e o segundo aluno do ensino médio técnico e, ambos na Escola de Educacional Profissional Welington Belém de Figueiredo.

Segundo informações de seu treinador, o servidor público Tiago Alves, Ravi trouxe para a cidade alta o troféu de campeão na categoria de 20 a 24 anos, enquanto que Ricardo colocará na sua estante o símbolo de vice-campeão  na mesma categoria. Ainda segundo Tiago, a equipe contou com o patrocínio do Governo Municipal de Altaneira e do também servidor público José Gonçalves.

A corrida qualifica o campeão no ranking nacional, oportunizando ele a correr por exemplo, no pelotão de elite da corrida São Silvestre.

Atletas altaneirenses conquistam 1° e 2º lugar na Corrida de São José, em Juazeiro do Norte. Foto: Divulgação.

18 de março de 2017

Açude do Pajeú, em Altaneira, sangra após chuva de 120,7 mm



O Açude do Valério - popularmente conhecido por Pajeú - localizado no Sítio Serra do Valério, responsável pelo abastecimento do município, após a chuva de 120.7 mm registrado na manhã desta sexta-feira, 17, a maior do ano e a maior do Estado do Ceará neste dia, segundo a Fundação Cearense de meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), sangrou.

Os primeiros registro da sangria do Pajeú que, no início desta ano encontrava-se em situação crítica, foi realizado e compartilhado na manhã deste sábado, 18, na rede social facebook.

Em pouco mais de 50 (cinquenta) minutos da postagem o vídeo já conta com várias curtidas. Na legenda, o vereador afirmou “Açude pajeú primeiro registro dá sangria” e ao descrever a alegria do fato, realçou “pajeú oficialmente sangrando”.

Com 99,86% da capacidade nas primeiras horas da manhã deste sábado, conforme divulgado por este blog baseado em informações do Portal Hidrológico do Ceará, agora, o Pajeú, também referenciado pelo portal já atingiu 100%. 

Segundo o Secretário Municipal de Agricultura e Meio Ambiente, Ceza Cristóvão, a última sangria deste reservatório hídrico ocorreu há 5 anos. 


Imagem capturada do vídeo do Vereador Antônio Leite.



Açude do Pajeú, em Altaneira, já passa dos 99% de sua capacidade



Os principais reservatórios hídricos do município de Altaneira já atingiram sua capacidade máxima com as boas chuvas dos meses de fevereiro e com as que até agora foram registrados em março.

Segundo dados colhidos junto a Fundação Cearense de meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), os munícipes já receberam nesses primeiros 18 (dezoito) dias 275, 4 mm em precipitações pluviométricas. Açudes localizados tanto na zona urbana com na zona rural já haviam sangrada com as chuvas que caíram no final de fevereiro, como por exemplo, Açude da Maniçoba (sede), Açude de seu Mundinho (no sítio Poças), a Barragem de seu Ivan (também conhecida por Lagoa do Sapo) e Açude da Tabocas (no sítio Tabocas).

Com a sangria desses pontos e com os mais de 200 mm do mês corrente, o açude do Pajéu (Valério- localizado no sítio Serra do Valério), responsável pelo abastecimento do município está muito próximo da sangria. Conforme informações do Portal Hidrológico do Ceará, este já atingiu 99,86% de sua capacidade máxima e pode sangrar ainda hoje ou com as próximas chuvas.

O Vereador Antônio Leite ao compartilhar na manhã deste sábado (18) vídeo na rede social facebook deixou entrever o que hora se expõe nesta matéria.

Imagem capturada do vídeo do Vereador Antônio Leite.




17 de março de 2017

Altaneira registra a maior chuva do ano e a maior do Ceará nesta sexta-feira (17)



Pela segunda vez no mês de março, o município de Altaneira registrou as maior precipitação pluviométrica.

Com fortes pancadas de chuva desde as 05 horas da manhã desta sexta-feira e se estendendo até o meio dia, Altaneira chegou a computar até o fechamento desta matéria, conforme dados da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (FUNCEME), a maior chuva do ano com 120.7 mm. Os dados, porém, podem ser alterados, pois ainda não cessou a chuva. 

Com ela, segundo relatos de moradores, alguns trechos da CE 388 que dá acesso ao município de Nova Olinda (no Sítio Poças) teria rompido. Já o agropecuarista Donizete Leandro compartilhou vídeo na rede social facebook informando que a força da água fez com que o acude do Sítio Tabuleiro dos Baié rompesse com a parede do seu entorno.

No último dia 04 (quatro) de março, o munícipe já tinha entrado nas estatísticas como aqueles que receberam os maiores índices de chuva, inclusive causando desmoronamento de uma residência localizada à Rua Antônio Evandro Bitu e  deslizamento de calçamentos no centro da cidade. Naquela oportunidade foi computado 79.5 mm.

Os altaneirenses já foram banhados até o momento neste mês de março com 271.40 mm. Os volumes apresentados contribuirão para o aumento da capacidade do açude Valério (popularmente conhecido por Pajeú) que abastece o município. Segundo o portal hidrológico do Ceará, este conta com 56,67% de sua capacidade.

Altaneira registra a maior chuva do ano. Foto: Martha Wanneik.



Ministro da Saúde culpa mães por obesidade infantil. “Hoje as mães não ficam em casa..”


Ricardo Barros, ministro da Saúde, relacionou o problema da obesidade infantil no Brasil ao fato de crianças “não terem a oportunidade de aprender a descascar alimentos” com suas mães.

Pragmatismo Político- Em sua fala, o ministro afirmou ainda que, como as mães não ficam em casa, crianças não têm oportunidade de acompanhá-las nas tarefas diárias, como ocorria no passado.

Hoje as mães não ficam em casa, e as crianças não têm oportunidade, como tinham antigamente, de acompanhar a mãe nas tarefas diárias de preparação dos alimentos. E vai ficando cada vez mais distante a capacidade de pegar um alimento natural e saber consumi-lo”, disse Barros.

Em nenhum momento o ministro faz referência à figura paterna. “É preciso descascar mais e desembalar menos.

A declaração de Barros ocorre uma semana depois da polêmica fala de Michel Temer no dia Internacional da Mulher, quando enalteceu o papel doméstico da mulher no cuidado com as crianças, com o marido, com o lar e com compras de supermercado.

Não é a primeira vez que Barros comete esse tipo de gafe. Em agosto, o ministro afirmou que homens vão menos ao médico porque trabalham mais. Na época, as declarações arrancaram críticas até de sua filha, Maria Victoria Barros. “Trabalhamos 5 horas a mais na semana que os homens”, reagiu a filha.

Ricardo Barros, ministro da saúde do governo Temer.



16 de março de 2017

Reformas da previdência e trabalhista motivam manifestações na Região do Cariri


Durante todo o dia de ontem, 15, movimentos sociais, estudantes, professores, centrais sindicais e demais membros da sociedade civil da região do cariri, realizaram discussões, paralisações e diversas manifestações para se posicionarem contra as medidas consideradas contrárias ao interesse da população brasileira.

Manifestantes pelas ruas de Juazeiro. Foto: Célia Rodrigues.

Dentre as medidas denunciadas e já em tramitação no Congresso Nacional, estão as reformas da previdência e trabalhista. As manifestações atingiram várias cidades do cariri cearense durante grande parte desta quarta-feira.

Os principais focos foram registrados no triângulo que liga Missão Velha a Brejo Santo. Segundo Maria Eliana, ativista pelo Grupo de Valorização Negra do Cariri (Grunec), A BR foi interditada pelos manifestantes por quase três horas, tendo a concentração iniciado às 09h00. Em Juazeiro do Norte, também houve atos. Ao compartilhar fotos do momento, Célia Rodrigues deixou entrever o que motivou as andanças do grupo Frente de Mulheres de Movimentos do Cariri pelas principais ruas da cidade. “Somos Frente! Somos todas! Juntamo-nos com quem luta por direitos!".

Em Campos Sales, Tarrafas e no trecho que liga Mauriti, Milagres e Barro se levantaram contra as medidas já elencadas.  Neste último, a organização ficou a cargo da Frente Brasil Popular no Cariri contra a Reforma da Previdência. Segundo os organizadores, cerca de duas mil pessoas bloquearam a BR 116 por mais de duas horas, agregando estudantes, professores, comerciantes e demais grupos sociais que chegaram a ecoar o grito de “Fora Temer.

Abaixo fotos das manifestações em Juazeiro e no triângulo que liga Missão Velha a Brejo Santo:












A "delação" que não interessa - lista suja do trabalho escravo


Quando em meados de 2013, eu discursava no Alto Comissariado de Direitos Humanos da ONU, em Genebra, na Suíça, sobre o combate ao trabalho escravo no Brasil, o País completava dez anos de criação do Cadastro de Empregadores – a chamada lista suja –, que tinha como objetivo dar transparência às ações do poder público no combate ao trabalho escravo, e também completava dez anos de existência do Plano Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo.

CartaCapital - O Brasil era visto como modelo mundial em ações sobre o tema e na ocasião, fui convidado, porque havia acabado de aprovar a lei paulista, que a própria ONU reconhecia como referência internacional em termos de legislação antiescravagista, que cassa o ICMS das empresas flagradas na exploração da mão de obra análoga à de escravo no Estado de São Paulo. Com muito entusiasmo, estávamos assistindo o valor da vida se sobrepor ao valor do lucro a qualquer custo.

Como se fosse hoje, me lembro de poder afirmar ao Alto Comissariado que “meu país contribuía para a busca da igualdade e pela dignidade do trabalhador, garantindo que a ganância pelo lucro não seria maior que valor da vida de um ser humano”. Bom, isso foi em 2013. De lá para cá, um bom volume de água já rolou por baixo da ponte.

Apesar de todo o reconhecimento internacional pelos esforços engendrados no combate à chamada escravidão moderna, o governo brasileiro vem dando largos e céleres passos para trás.

Há mais de dois anos, a lista do trabalho escravo não é divulgada. Primeiro houve decisão de ministro do STF que barrou a divulgação da lista, em dezembro de 2014, depois a decisão foi derrubada no próprio STF em 2016, porque as regras que embasaram o questionamento da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), criadas em 2011, haviam sido reformuladas por normas administrativas publicadas em 2015 e 2016 e portanto, os questionamentos não tinham consistência.

Para se ter uma ideia, uma portaria do Ministério do Trabalho permitiu que deixem a “lista suja” as empresas que assinarem acordos de ajustamento de conduta mediados pela Advocacia-Geral da União.

A título de curiosidade, vale registrar que entre as construtoras que fazem parte da Abrainc estão Andrade Gutierrez, Moura Dubeux e Odebrecht que já foram citadas em noticiário pelo Ministério Público do Trabalho por uso de trabalho escravo.

A lista suja, importante enfatizar, é considerada um dos principais instrumentos de combate ao trabalho escravo e para diversos especialistas é uma ferramenta que deveria servir de modelo para outros países. Aqui no Brasil, a lista suja serve para que empresas e bancos públicos neguem créditos, empréstimos e contratos a fazendeiros e empresários que usem trabalho análogo ao de escravo. Sair desse tipo de radar interessa a muitos que visam o lucro a qualquer preço. É ou não é?

O que estamos assistindo em nosso país é a transparência cedendo lugar à omissão. É o direito do cidadão dando lugar aos interesses de poderosos. A lista suja virou tema de embate judicial. Em um dia, por recurso impetrado pelo Ministério Público do Trabalho, sua divulgação é garantida por liminar e menos de 24 horas depois, a ordem judicial é cassada.
Interessante observar que enquanto um desses movimentos acontecia, o Estado brasileiro era condenado pela Corte Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) a indenizar um grupo de 128 trabalhadores rurais submetidos a condições de escravidão no Pará, sendo este o primeiro caso de escravidão moderna julgado pelo tribunal internacional.

O Brasil foi considerado conivente com o trabalho escravo na fazenda de criação de gado Brasil Verde.

Estamos falando, portanto, de um cenário em que o trabalho escravo nem de longe caminha para erradicação e no que depender das discussões que avançam no país, ficará ainda mais distante disso.

É só acompanhar com maior atenção o que parcela dos legisladores de Brasília quer. Segundo o Código Penal Brasileiro, o trabalho análogo ao escravo é caracterizado por quatro elementos: condições degradantes de trabalho, incompatíveis com a dignidade humana; jornada exaustiva, na qual o trabalhador é submetido a esforço excessivo ou sobrecarga de trabalho que acarreta a danos à sua saúde ou risco de vida; trabalho forçado, em que a pessoa é mantida no serviço através de fraudes, isolamento geográfico, ameaças e violências físicas e psicológicas, e servidão por dívida, fazendo o trabalhador contrair ilegalmente um débito. Os elementos podem vir juntos ou isoladamente.

Vale ressaltar que a Organização Internacional do Trabalho (OIT) e a Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas apoiam o conceito utilizado no Brasil. Mas eu desconfio que nossos congressistas, ou pelo menos a bancada ruralista e aqueles ligados ao empresariado, estão dando de ombros para o que pensam as organizações internacionais.

Pelo menos três projetos de lei, em tramitação na Câmara dos Deputados e no Senado, querem retirar os termos "jornada exaustiva" e "condições degradantes de trabalho" desta definição.

A eles, reproduzo o que disse William Wilberforce em debate sobre o tráfico negreiro na Câmara dos Comuns, em 1789: “Esta Câmara terá de decidir, e justificar diante de todo o mundo, e de suas próprias consciências… sua decisão.”

Como escrito no início deste artigo, há menos de quatro anos nós celebrávamos a visão que o mundo tinha do Brasil, por todas as demonstrações contundentes e vigorosas que o país vinha dando no combate a uma das piores violações dos direitos humanos, o trabalho escravo.

Mas hoje em dia, estamos privados da divulgação da lista suja; a erradicação da escravidão moderna no Brasil corre sérios riscos se o conceito de trabalho escravo for subvertido e a lei de minha autoria, que me levou a discursar na ONU em 2013, foi questionada no STF por meio de uma Ação Direita de Inconstitucionalidade, em 2016, pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

Coincidência ou não, no mesmo ano, pela primeira vez, uma ação judicial do Ministério Público do Trabalho pleiteia a aplicação da lei Bezerra, como é conhecida a lei, para cassar o ICMS da M.Officer, condenada em primeira instância, por danos morais e dumping social pela prática de trabalho escravo em São Paulo.

Rogo para que o que estava em sólida construção em nosso país não se torne, em breve, ruínas, porque será a evidência de que alguma coisa está fora da ordem em relação a valores e à vida.


Trabalhador resgatado em condições de escravidão em carvoaria no Pará, em 2014. Foto: MPT/Pará.