14 de outubro de 2014

Em abaixo assinado, artistas e intelectuais declaram apoio a Dilma Rousseff


Não há como lavar as mãos e terceirizar os próximos quatro anos da nação brasileira ao acaso. Ou pior, aos impulsos irracionais dos mercados. É vital a participação de todas as forças da sociedade na definição das linhas de passagem que devem ordenar o curso seguinte da história brasileira. As urnas de outubro são um pedaço da caminhada. Conscientes do peso histórico do que será decidido no próximo dia 26, um grupo de intelectuais e artistas brasileiros decidiu emprestar o seu nome, a sua voz e a sua coerência histórica para amplificar o alerta ao risco condensado no júbilo dos mercados com o credenciamento da agenda conservadora na disputa deste segundo turno.

Esse alerta tomou a forma de um abaixo assinado de apoio à reeleição da Presidenta Dilma Rousseff, que começou a circular nas últimas horas em todo o país. O que o impulsionava é evidência de que, em nome da mudança, articula-se na verdade a restauração do projeto que vigorou no país nos anos 90, com as sabidas consequências econômicas e sociais. Vulgarizadores do credo neoliberal celebram as multidões de junho de 2013 com um endosso à qualquer mudança. Tomam a nuvem por Juno e por isso trombam no essencial: o que anda para frente não se confunde com o cortejo empenhado em ir para trás. O que o Brasil reclama não cabe no programa regressivo que se apresenta às urnas como modernizante. O Brasil quer mudar porque o país que emergiu na última década de governos progressistas não cabe mais nos limites do atual sistema político. A resposta é mais democracia. Mas os que apregoam a mudança demonizam a simples menção a uma Constituinte para tratar da mãe de todas as mudanças: a reforma política. Milhões de homens e mulheres que ascenderam na pirâmide de renda desde 2003 querem mais, porque ainda não encontram acolhida bastante na infraestrutura secularmente planejada para 30% da população. A resposta é mais investimento público; melhor planejamento urbano; maior presença do Estado na coordenação do esforço de inversões público e privadas. Mas o conservadorismo quer dobrar a aposta no arrocho fiscal, na lata dos juros, no desmonte do regime de partilha do pré-sal, no fim da exigência industrializante de conteúdo nacional nas compras da Petrobrás. Os brasileiros querem mais mudanças porque não tem expressão no esquizofrênico ambiente de um sistema de comunicação que exacerba e distorce a natureza dos desafios brasileiros, ao mesmo tempo em que interdita o debate e veta as respostas progressistas a eles. A opção é a regulação democrática do sistema de comunicação, para que se torne mais ecumênico e plural. Tudo o que eles qualificam como autoritário e intervencionista’. Não por acaso se desdenha do voto dos que precisam de fato o Brasil mude. Quem? Os 14 milhões de lares beneficiados pelo Bolsa Família, por exemplo. O expurgo dos pobres da cabine eleitoral, é uma velha aspiração conservadora. Foi só em 1988, com a Constituinte Cidadã, que o Brasil universalizou o direito ao voto. Um fundamento democrático e republicano ainda hoje mal digerido por aqueles que sonegam ao voto do nordestino ‘mal informado’ a mesma qualidade e peso que tem o voto do eleitor do Sudeste do país. O Brasil tem razões adicionais para não aceitar que a regressão fale em seu nome. A desigualdade entre nós ainda frita alto em qualquer competição  mundial. Mas entre 2003 e 2001, o crescimento da renda dos 2-5 mais pobres superou o  dos BRICs, exceto a China. (Fonte: IPEA) O Brasil foi o país que melhor utilizou o crescimento econômico dos últimos cinco anos para elevar o padrão de vida e o bem-estar da população, graças às políticas públicas deliberadamente voltadas aos mais pobres. (Fonte: consultoria Boston Consulting Group, que comparou indicadores de 150 países). A narrativa conservadora sempre desdenhou da dinâmica estruturante embutida nesse degelo social. Ou isso, ou aquilo. Ou se reconhece os novos aceleradores do desenvolvimento ou o alarde dos seus gargalos é descabido. A verdade é que ambos são reais. O malabarismo rebaixa e infantiliza o debate das escolhas que devem aprofundar a mutação em curso no país. Contra isso se levanta o abaixo assinado lançado nas últimas horas ao qual já aderiram nomes como os de Marilena Chauí, Luiz Gonzaga Belluzzo, Raduan Nassar, Luiz Carlos Bresser-Pereira, Antônio Cândido, João Manuel Cardoso de Mello, entre dezenas de artistas, professores e intelectuais de diferentes áreas. Une-os um mesmo propósito: o de liberar o debate eleitoral de 2014 do sequestro conservador. E o futuro do país também. Por isso declaram seu apoio à reeleição de Dilma Rousseff. 


Com Carta Maior e Entrefatos

Educadores que Mudaram a Educação: Darcy Ribeiro


Já sabendo que sua doença era terminal, Darcy Ribeiro confessou no livro de memórias: "Termino esta minha vida já exausto de viver, mas querendo mais vida, mais amor, mais saber, mais travessuras". Tudo muito coerente com quem sempre se declarou um "fazedor".

Filho de farmacêutico e professora, Darcy Ribeiro mudou-se para o Rio de Janeiro com o objetivo de estudar medicina. Até ingressou na faculdade, mas abandonou o curso depois de três anos.

Transferiu-se para São Paulo, indo estudar ciências sociais na Escola de Sociologia e Política e ali graduando-se em 1946. Depois, em 1949, entrou para o Serviço de Proteção aos Índios (antecessor da Funai), onde trabalharia até 1951. Passou várias temporadas com os indígenas do Mato Grosso (então um só estado) e da Amazônia, publicando as anotações feitas durante essas viagens. Colaborou ainda para a fundação do Museu do Índio (que dirigiu) e a criação do parque indígena do Xingu.

Na época, Darcy Ribeiro escreveu diversas obras de etnografia e defesa da causa indigenista, contribuindo com estudos para a Unesco e a Organização Internacional do Trabalho. Em 1955, organizou o primeiro curso de pós-graduação em antropologia, na Universidade do Brasil (Rio de Janeiro), onde lecionou etnologia até 1956.

No ano seguinte, passou a trabalhar no Ministério da Educação e Cultura. Lutou em defesa da escola pública e (junto com Anísio Teixeira) fundou a Universidade de Brasília (da qual seria reitor em 1962-3).

Em 1961, foi ministro da Educação no governo Jânio Quadros. Mais tarde, como chefe da Casa Civil no governo João Goulart, desempenhou papel relevante na elaboração das chamadas reformas de base. Com o golpe militar de 1964, Darcy Ribeiro teve os direitos políticos cassados e foi exilado.

Viveu então em vários países da América Latina, defendendo a reforma universitária. Foi professor na Universidade Oriental do Uruguai e assessorou os presidentes Allende (Chile) e Velasco Alvarado (Peru). Naquele período, Darcy Ribeiro redigiu grande parte de sua obra de maior fôlego: os estudos antropológicos da "Antropologia da Civilização", em seis volumes (o último, "O Povo Brasileiro", ele publicaria em 1995).

Em 1976, retornou para o Brasil, dedicando-se à educação pública. Quatro anos depois, foi anistiado, iniciando uma bem-sucedida carreira política. Em 1982, elegeu-se vice-governador do Rio de Janeiro. Nesse cargo, trabalhou junto ao governador Leonel Brizola na criação dos Centros Integrados de Educação Pública (Ciep). Em 1990, foi eleito senador, posto em que teve destacada atuação.

Em 1992, passou a integrar a Academia Brasileira de Letras. Além da obra antropológica, Darcy Ribeiro publicou os romances "Maíra", "O Mulo", "Utopia Selvagem" e "Migo".

No último ano de vida, Darcy Ribeiro dedicou-se a organizar a Fundação Darcy Ribeiro, com sede na antiga residência em Copacabana (no Rio de Janeiro).

Vítima de câncer, Darcy Ribeiro morreu aos 74 anos.


13 de outubro de 2014

EEEP Wellington Belém promove I Mostra de Ciência e Cultura


A Escola Estadual de Educação Profissional Wellington Belém de Figueiredo, situada no município de Nova Olinda e que atende além de alunos deste espaço social mais dois municípios, a saber, Altaneira e Santana do Cariri, de forma consorciada, realizará nesta sexta-feira, 17 de outubro, a I Mostra de Ciência e Cultura.

A mostra tem como temática “Desenvolvimento Sustentável, Científico, socioeconômico e cultural”, conforme convite que ilustra este artigo divulgado no perfil da instituição de ensino na rede social facebook na tarde desta segunda, 13. O evento é parte integrante da VII Feira Regional de Ciências e Cultura: Do Senso Comum à Ciência: Desenvolvimento Sustentável e Solidário, edição 2014, organizada pela 18º Coordenadoria Regional de Desenvolvimento da Educação – CREDE 18, em parceria com as Secretarias Municipais de Educação – SMEs.

Está incluída entre as finalidades da mostra estimular a investigação e a busca de conhecimento de forma cotidiana e integrada com toda a comunidade escolar, conduzida e desenvolvida pelos estudantes; Estabelecer relações dinâmicas dos conhecimentos específicos das disciplinas da base comum do Ensino Fundamental e Médio, com problemáticas sociais, culturais, econômicas e ambientais, de caráter local, regional, nacional e/ou global; Promover o intercâmbio artístico, cultural e científico entre os visitantes e participantes do evento; Incentivar a participação dos alunos e professores em eventos científicos através de projetos, dentre outras.

Quanto aos critérios de elaboração, participação e orientação dos projetos, este serão aceitos se formados por duplas de alunos (as) ou por um único aluno (a). Todos os projetos deverão ter a participação de 1 (um) Professor Orientador e devem obedecer a seis categorias, a saber: Linguagem, Ciências da Natureza e Matemática, Ciências Humanas, Ciências Ambientais, Robótica Educacional e Iniciação Científica – Ensino Fundamental.

A Mostra está marcada para ocorrer a partir das 13:00h, se estendendo até as 16:30. Constam da programação a visita e avaliação dos projetos e exposições das produções empreendedoras do alunado.



Educadores que Mudaram a Educação: Anísio Teixeira


Democracia, essencialmente, é o modo de vida social em que cada indivíduo conta como uma pessoa

Anísio Spínola Teixeira nasceu em 12 de julho de 1900 em Caetité (BA). Filho de fazendeiro, estudou em colégios de jesuítas na Bahia e cursou direito no Rio de Janeiro. Diplomou-se em 1922 e em 1924 já era inspetor-geral do Ensino na Bahia. Viajando pela Europa em 1925, observou os sistemas de ensino da Espanha, Bélgica, Itália e França e com o mesmo objetivo fez duas viagens aos Estados Unidos entre1927 e 1929. De volta ao Brasil, foi nomeado diretor de Instrução Pública do Rio de Janeiro, onde criou entre 1931 e 1935 uma rede municipal de ensino que ia da escola primária à universidade. Perseguido pela ditadura Vargas, demitiu-se do cargo em 1936 e regressou à Bahia – onde assumiu a pasta da Educação em 1947. Sua atuação à frente do Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos a partir de 1952, valorizando a pesquisa educacional no país, chegou a ser considerada tão significativa quanto a Semana da Arte Moderna ou a fundação da Universidade de São Paulo. Com a instauração do governo militar em 1964, deixou o instituto – que hoje leva seu nome – e foi lecionar em universidades americanas, de onde voltou em 1965 para continuar atuando como membro do Conselho Federal de Educação. Morreu no Rio de Janeiro em março de 1971. 

Considerado o principal idealizador das grandes mudanças que marcaram a educação brasileira no século 20, Anísio Teixeira foi pioneiro na implantação de escolas públicas de todos os níveis, que refletiam seu objetivo de oferecer educação gratuita para todos. Como teórico da educação, Anísio não se preocupava em defender apenas suas idéias. Muitas delas eram inspiradas na filosofia de John Dewey (1852-1952), de quem foi aluno ao fazer um curso de pós-graduação nos Estados Unidos.

Dewey considerava a educação uma constante reconstrução da experiência. Foi esse pragmatismo, observa a professora Maria Cristina Leal, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, que impulsionou Anísio a se projetar para além do papel de gestor das reformas educacionais e atuar também como filósofo da educação. A marca do pensador Anísio era uma atitude de inquietação permanente diante dos fatos, considerando a verdade não como algo definitivo, mas que se busca continuamente. Para o pragmatismo, o mundo em transformação requer um novo tipo de homem consciente e bem preparado para resolver seus próprios problemas acompanhando a tríplice revolução da vida atual: intelectual, pelo incremento das ciências; industrial, pela tecnologia; e social, pela democracia. Essa concepção exige, segundo Anísio, “uma educação em mudança permanente, em permanente reconstrução”.

Educação como meta política

Nos anos 1920, com a crescente industrialização e a urbanização em todo o mundo, a necessidade de preparar o país para o desenvolvimento levou um grupo de intelectuais brasileiros a se interessar pela educação – vista como elemento central para remodelar o país. Os novos teóricos viam num sistema estatal de ensino livre e aberto o único meio efetivo de combate às desigualdades sociais. Esse movimento chamado de Escola Nova ganhou força nos anos 1930, principalmente após a divulgação, em 1932, do Manifesto da Escola Nova. O documento pregava a universalização da escola pública, laica e gratuita. Entre os nomes de vanguarda que o assinaram estavam, além de Anísio Teixeira, Fernando de Azevedo (1894-1974), que aplicou a sociologia à educação e reformou o ensino em São Paulo nos anos 1930, o professor Lourenço Filho (1897-1970) e a poetisa Cecília Meireles (1901-1964). A atuação desses pioneiros se estendeu por décadas, muitas vezes criticada pelos defensores da escola particular e religiosa. Mas eles ampliaram sua atuação e influenciaram uma nova geração de educadores como Darcy Ribeiro (1922-1997) e Florestan Fernandes (1920-1995). Anísio foi mentor de duas universidades: a do Distrito Federal, no Rio de Janeiro, desmembrada pela ditadura de Getúlio Vargas, e a de Brasília, da qual era reitor quando do golpe militar de 1964.

Didática da ação

As novas responsabilidades da escola eram, portanto, educar em vez de instruir; formar homens livres em vez de homens dóceis; preparar para um futuro incerto em vez de transmitir um passado claro; e ensinar a viver com mais inteligência, mais tolerância e mais felicidade. Para isso, seria preciso reformar a escola, começando por dar a ela uma nova visão da psicologia infantil.

O próprio ato de aprender, dizia Anísio, durante muito tempo significou simples memorização; depois seu sentido passou a incluir a compreensão e a expressão do que fora ensinado; por último, envolveu algo mais: ganhar um modo de agir. Só aprendemos quando assimilamos uma coisa de tal jeito que, chegado o momento oportuno, sabemos agir de acordo com o aprendido.

Para o pensador, não se aprendem apenas idéias ou fatos mas também atitudes, ideais e senso crítico – desde que a escola disponha de condições para exercitá-los. Assim, uma criança só pode praticar a bondade em uma escola onde haja condições reais para desenvolver o sentimento. A nova psicologia da aprendizagem obriga a escola a se transformar num local onde se vive e não em um centro preparatório para a vida. Como não aprendemos tudo o que praticamos, e sim aquilo que nos dá satisfação, o interesse do aluno deve orientar o que ele vai aprender. Portanto, é preciso que ele escolha suas atividades.

Por tudo isso, na escola progressiva as matérias escolares – Matemática, Ciências, Artes etc. – são trabalhadas dentro de uma atividade escolhida e projetada pelos alunos, fornecendo a eles formas de desenvolver sua personalidade no meio em que vivem. Nesse tipo de escola, estudo é o esforço para resolver um problema ou executar um projeto, e ensinar é guiar o aluno em uma atividade.

Para pensar

As escolas comunitárias americanas inspiraram a concepção de ensino de tempo integral de Anísio Teixeira. Lá, no entanto, a jornada dificilmente tem mais do que seis horas diárias. O conceito entre nós ampliou-se consideravelmente: escola de pelo menos oito horas e, no caso dos Cieps, uma instituição que deveria dar conta de todas as necessidades das crianças, até mesmo de cuidados maternos moradia. Numa realidade na qual os recursos são limitados, o problema é de prioridades e decisões difíceis: manter uma escola com esse modelo para uma minoria ou manter um modelo menos ambicioso para a maioria? Afinal, Anísio também propunha uma escola para todos.

Livros de Anísio Teixeira:

• Educação Não É Privilégio, Ed. UFRJ
• Pequena Introdução à Filosofia da Educação, Ed. DP&A



12 de outubro de 2014

ACONTRIAL e Secult de Altaneira promovem I Seminário de Turismo


Grupo de Pífano da ARCA durante apresentação no I Seminário de Turismo e Desenvolvimento Sustentável e Solidário, em
Altaneira na manhã de sábado, 11.
A Associação dos Condutores de Trilha de Altaneira (ACONTRIAL) e a Secretaria Municipal de Cultura, Esporte e Turismo com o apoio da Rede de Educação Cidadã (RECID) promoveram na manhã deste sábado, 11 de outubro, o I Seminário de Turismo e Desenvolvimento Sustentável e Solidário.

O evento foi desenhado em virtude do Curso de Condutores de Trilha de iniciativa da RECID a partir do educador Cícero Chagas e que se desenvolveu em oito módulos. Noções como condução, planejamento de trilhas, atividades práticas de arvorismo, rapel, dentre outros fizeram a grade do curso. Segundo Cícero era intenção inserir nas atividades algumas noções de primeiros socorros, mas o tempo não foi generoso, mas que ainda pretende realiza-las.

Antonio de Kaci, Secretário
Municipal de Cultura.
O Seminário teve, dentre outros objetivos, externar ao público as ações desenvolvidas durante o curso. Almejava-se ainda discutir e implementar o turismo no município. Para Antonio de Kaci, secretário da cultura, esse é um momento chave na história de Altaneira, haja vista que está se caminhando rumo a uma nova forma de perceber a cultura. Ele teceu críticas a gestão anterior ao frisar que esta pasta sempre foi relegada, a ela não lhe foi dada a devida atenção. O titular da pasta supracitada foi taxativo ao dizer que está dando, com o apoio do governo municipal, nova cara a cultura ao trazer para a discussão tema como o turismo.

Antes, porém das palestras, o jurista e blogueiro Raimundo Soares Filho se utilizou da palavra e arguiu sobre a força que a prática do turismo vem tendo para o desenvolvimento dos espaços sociais. Soares endossou o discurso do secretário e ressaltou que não há mais desculpas para não se investir nessa área. Usaram ainda da oratória o gestor municipal, Delvamberto Soares (Pros), Deza e Dariomar, secretários da educação e de governo, respectivamente. Além do concluinte do curso Evertom Amorim. 

Professoras Germana e Luzia (da esquerda para a direita)
Passados as formalidades iniciais, o evento seguiu com duas palestras. A primeira ministrada pela professora da Universidade Regional do Cariri (URCA) e pesquisadora do Grupo de Estudo sobre Trabalhos e Transformações Capitalistas (GET – UFC), Germana Lima de Almeida que discutiu a “Contextualização sobre a Origem e Crescimento da Atividade Turística no Mundo e no Brasil”. Germana chamou a atenção para a importância de se pensar formas de investir no turismo que leve ao desenvolvimento social e utilizou como exemplo o município de Guaramiranga, no Ceará, em que se foi investido muito nesse setor, mas que não conseguiu envolver os munícipes, inclusive tendo ainda redução em número de habitantes.

O tema “Ócio, Lazer, Turismo Convencional e Comunitário” foi desenvolvido pela professora do Programa de Pós Graduação em Geografia (PROPGEO/UECE) e Coordenadora do Laboratório de Estudos do Turismo e do Território  (NETTUR), Luzia Neide Coriolano. No ensejo, a palestrante associou o turismo ao lazer e forma de viagem, além de arguir sobre a importância da comunidade se envolver na promoção turística. Luzia ainda se utilizou de símbolos turísticos de outros municípios que dão forma e cor a eles, como “O Pau do Santo” em Barbalha e o “Padre Cícero” em Juazeiro do Norte, ambos associados ao turismo religioso. De acordo com a professora, Altaneira precisa se perguntar “o que me representa enquanto fator turístico”?

Tão logo as palestras findaram, abriu-se espaços para indagações. O Projeto de Urbanização e Revitalização da Lagoa Santa Tereza voltou ao centro do debate. Por este intento, há a inserção de Altaneira na rota turística, além de gerar emprego e renda aos munícipes, mas por ora, encontra-se paralisado. De acordo com o Secretário da Educação, Deza Soares, o ensaio já está caminhando rumo a concretização, haja vista o empenho do Secretário de Agricultura e Meio Ambiente, Ceza Cristovão. Deza citou como exemplo, a realização de estudos topográficos e as reuniões com o Ministério Público.

A luta em prol da Urbanização e Revitalização da Lagoa Santa Tereza vem sendo travada de forma constante pelo terceiro setor, representada pela Associação e Fundação ARCA, mas há a urgência de um envolvimento de todos os altaneirenses para que de fato seja concretizado.

Os concluintes do curso de condutores de trilha receberam, de forma simbólica, certificações. Apresentações da Banda de Música Padre Davi Moreira, do grupo de pífano da ARCA, além do grupo “Fulô do Sertão” marcaram o início e término do evento que se desenvolveu no auditório da Secretaria Municipal de Assistência Social.

Confira outras fotos do evento que teve a cobertura de João Alves.
















Personalidades Negras que Mudaram o Mundo: Zózimo Bulbul


Ele é um dos ícones negro dos anos 60 por suas interpretações na tevê e no cinema. Na telinha, foi o primeiro protagonista negro de uma novela brasileira, fazendo par romântico com Leila Diniz em Vidas em Conflito. Além disso, foi também o primeiro manequim negro masculino de uma grife de alta costura. Além de todo o pioneirismo que envolve seu nome, Zózimo foi um dos principais atores dos filmes produzidos no movimento do Cinema Novo. Como ator, iniciou a carreira em produções teatrais do Centro Popular de Cultura (CPC) da UNE, passando por participações importantes em clássicos do Cinema Novo de diretores como Glauber Rocha, Cacá Diegues e Leon Hirzman. Um dos destaques na carreira cinematográfica foi em Compasso de Espera. Ele fazia par romântico com uma branca rica, interpretada pela atriz Renèe de Vielmond. O personagem era um poeta negro que convivia com problemas existenciais por causa do preconceito do qual era constante vítima. Além de ator, Zózimo já realizou trabalhos como diretor e roteirista. Seu mais famoso filme como diretor, Abolição, marcou o centenário da Abolição da Escravatura no Brasil, descrevendo várias situações enfrentadas pelos afrodescedentes brasileiros até hoje.

' Ele foi pioneiro ao registrar no cinema a temática de seu povo
JOEL ZITO '

Aos 70 anos, Zózimo Bulbul é, infelizmente, mais conhecido no exterior do que dentro de seu país. Em dezembro passado, o cineasta lançou Obras Raras do Cinema Negro na Década de 70. As raridades são cinco obras com a a temática afrodescendente, abordada por diretores negros e não negros. Como ator, não se deixou levar pela vaidade, ao ser eleito, nos idos de 70, “o negro mais bonito no Brasil”. Preferiu se pautar pela coerência e pela valorização do negro na nossa sociedade. Rejeitou tanto o estereótipo da marginalidade, como o do escravo preguiçoso ou do negro bandido. Foi assim no cinema, na tevê e no teatro. Como realizador cinematográfico, não foi diferente. Já com a câmera nas mãos, começou com o emblemático e censurado Alma no Olho, seguido de Aniceto do Império e do longa Abolição. Retomou o olhar de diretor na virada do século fazendo Pequena África, Samba no Trem e República Tiradentes. Seu mais recente trabalho, o média-metragem Zona Carioca do Porto foca a importância da zona portuária na história do Rio de Janeiro, onde a cidade começou a surgir. Com a participação da Cia dos Comuns e recheado de entrevistas e projetos que estão revitalizando a área, o filme mostra a importância do negro na formação do povo carioca. A câmera sobe o Morro da Providência, focaliza imensas áreas onde o abandono é voz comum, visita os barracões das escolas de samba e evoca a ancestralidade e resistência do lugar. Com oito filmes lançados, Bulbul passa a ocupar a posição de cineasta negro que mais realizou. “Ele foi pioneiro ao registrar no cinema a temática de seu povo”, diz o cineasta Joel Zito.


11 de outubro de 2014

Na semana do professor, Informações em Foco lança a série “Educadores que Mudaram a Educação”


Não resta dúvida de que a Educação é a mola propulsora de desenvolvimento de toda sociedade. Claro que não devemos jogar o avanço econômico, social, político e cultural de um país somente nas mãos do processo educativo. Essa visão é vazia e não corresponde a realidade. Por outro lado, nenhum espaço social se desenvolve, nenhuma nação extirpa do seu meio a desigualdade social sem a educação, sem o processo ensino-aprendizagem. 

No quadro montado por este blogueiro aparecem nomes como o de  Paulo Freire, Jean Piaget, Lev Vygotsky, Darci Ribeiro e Anísio Teixeira. (Da esquerda para a direita). 
Como já nos alertava Paulo Freire “Se a educação sozinha não pode transformar a sociedade, tampouco sem ela a sociedade muda”. E exatamente por entender a importância dessa área como o alicerce para a construção de uma sociedade sem as amarras do dogmatismo, do eurocentrismo e das diversas formas de preconceitos, sendo o caminho mais curto para o desenvolvimento humano que o Blog Informações em Foco estará lançando entre os dias 13 e 17, na Semana do Professor, a Série “Educadores que Mudaram a Educação”.  

Nesse espaço, você encontrará informações sobre alguns dos grandes educadores  que marcaram a história da educação no Brasil e no Mundo. É digno de registro que os nomes que aqui passarão foram, claro, fruto de escolha e afinidades ideológicas, sem falar da luta histórica que travaram pela mudança de paradigma nesse setor. É, portanto, um espaço inacabado e que estará em contínua construção, porque a luta em favor da educação produziu e irá produzir, por tempo indeterminado, um grande número de lideranças que precisarão ser resgatadas.  

Você também pode participar nos enviando sugestões de nomes.

Veja, abaixo, a listagem de alguns (mas) deles/as

Álvaro Vieira Pinto
Anísio Teixeira
Darcy Ribeiro
Jean Piaget
Lev Vygotsky
Paulo Freire