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Professor Henrique Cunha Junior. (FOTO/ Danny Abensur). |
Por Henrique Cunha Junior*
Racismo
existe pode ser visto e revisto de diversos ângulos e nas suas diversas facetas
pelas quais vemos a sociedade brasileira.
Não
importa de qual ângulo ou sob qual perspectiva que se aborde a sociedade
brasileira e aí temos uma visão do racismo contra a população negra. São visões
de todos os ângulos porque é um racismo estrutural a sociedade brasileira. No
entanto existem pessoas que não veem e não sentem o racismo.
Portanto,
são portadores de uma cegueira mental. Fazem parte da parte da sociedade que
não enxerga a realidade e produz uma alienação mental em não ver a realidade.
Produz uma doença mental de alienação a realidade.
Trata-se
uma forma do racismo antinegro para não se sentir culpada das condições sociais
e das injustiças em que nós população negra vivemos. São parcelas da sociedade
que desfrutam dos benefícios da existência do racismo antinegro e, portanto
para não se sentirem culpadas e nem injustas desenvolveram uma alienação
mental, ficam fora da realidade e negam tudo que veem na realidade.
Principalmente o racismo antinegro que elas próprias praticam.
A
cegueira mental diante ao racismo antinegro também é uma forma de racismo pela
alienação da realidade, não se importam com realidade e não tem ética nenhuma
para pensarem em mudar a realidade. Elas estão bem, não importa o restante. São
pessoas imbuídas de um profundo individualismo coletivo. Individualismo compartilhado
e executado com todo setor da sociedade que comunga da cegueira mental sobre a
realidade e a visão do racismo antinegro.
São
pessoas que ficam nervosas e agressivas quando alguém afirma diante delas que
existe racismo, porque elas não veem, mas
também não poderiam se dizer também surdas. Seria demasiado serem cegas e
surdas com relação ao racismo, então investem em silenciar que fala da existência
do racismo antinegro.
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* Pesquisador e professor titular da Universidade Federal do Ceará (UFC).