A
Universidade Regional do Cariri (URCA) resiste contra os ataques do governo
ilegítimo de Temer. Ocupamos a primeira universidade no estado do Ceará,
lutamos por uma universidade democrática e autônoma. Em âmbito nacional,
compreendemos a necessidade de pautarmos a luta contra os ajustes do governo
Temer, especificamente contra a PEC 241 (agora PEC 55) e o PLP 257, as quais
congelam os gastos com o serviço público, atacando diretamente a classe
trabalhadora.
Por
Luana Villar e Maria Almeida, no Esquerda Oline
Somamos
a luta com todas as ocupações que estão ocorrendo nas escolas e universidades
do Brasil. Somos contra a alteração da LDB, que exclui as leis 10.639/2003 e
11.645/2008, retirando a obrigatoriedade do ensino da história e cultura
africana, afrobrasileira e indígena do currículo escolar, e também excluem
disciplinas importantes no processo de formação crítica.
Na
última sexta-feira (21), realizamos um ato contra os descasos da universidade
com os discentes. Esta mobilização ocorreu exatamente na Semana Universitária
da URCA, evento acadêmico da instituição, onde agitamos palavras de ordem
contra a Reforma do Ensino Médio e o Projeto Escola Sem Partido. Desse ato foi
tirada uma reunião que ocorreu no dia 24, com intuito de encaminharmos as
próximas manifestações. Decidimos que iríamos ocupar a reitoria para que
fôssemos ouvidos e, acima de tudo, na intenção de passarmos a mensagem de que
resistiríamos contra os ataques do governo Temer.
Dessa
forma, na tarde da terça-feira (25), ocupamos a reitoria da Universidade
Regional do Cariri. Houve reunião com a administração da IES, porém não
apresentaram soluções plausíveis para a pauta que ali apresentamos.
Reivindicamos
que a administração da URCA paute a luta diária de forma efetiva contra o
machismo, racismo, lgbtfobia e a intolerância religiosa, que ocorrem
diariamente na universidade sem a punição dos agressores. Pautamos Eleições
Diretas, sem a intervenção do Governo do Estado. Maiores investimentos na
estrutura dos campi da URCA.
Exigimos
transparência no orçamento estudantil da universidade, somos contra o descaso
da gestão com os residentes. Pela ampliação do restaurante universitário para
outros campi com café da manhã e refeições nos finais de semana. Implementação
da lei de cotas raciais e sociais no processo de seleção. Regulamento
democrático e participativo das políticas de assistência estudantil.
A
URCA foi a 83° instituição que aderiu à luta nacional, juntamente com mais de
mil escolas e 102 Institutos Federais. A ocupação está cada vez mais fortalecida,
com apoio significativo dos estudantes da URCA, movimentos sociais, professores
e servidores. À medida que se fortalece a organização do movimento e o diálogo
com todo o corpo estudantil e outras instâncias, novas pautas surgem, como a
reivindicação por concurso público para professores e técnicos com
regulamentação do PCCV e autonomia universitária.
Lutamos
porque acreditamos que é possível outro modelo de sociedade, em que não sejamos
excluídos, pelo fim da exploração brutal da classe trabalhadora, onde as
mulheres não sejam violentadas e pelo fim do racismo e lgbtfobia. Compreendemos
a necessidade da luta contra esse governo, de lutar contra a PEC 241 e o PLP
257, e também contra a onda conservadora e burguesa. Defendemos o Fora Teme,
‘Ocupar Tudo’ e construir uma greve geral.
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A URCA está ocupada desde dia 25 de outubro. Foto: Divulgação. |