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Embora derrubado pelo Supremo, marco temporal foi aprovado no Congresso e pode virar lei - @kamikiakisedje / APIB. |
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem até sexta-feira (20) para vetar, sancionar ou vetar parcialmente o marco temporal das terras indígenas, que restringe radicalmente os direitos territoriais dos povos originários. A mudança no critério de demarcações foi aprovada pelo Congresso em 28 de setembro. Desde então, Lula tem 15 dias úteis para definir se transformará o projeto em lei.
Pelo
marco temporal, só podem ser demarcadas terras que estivessem ocupadas por
indígenas na data exata da promulgação da Constituição, 5 de outubro de 1988. O
critério de tempo, que contraria a Carta Magna, já foi declarado
inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Se
Lula vetar o projeto integralmente, reafirmará o compromisso de campanha com o
movimento indígena, setor que apoiou sua candidatura e indicou integrantes do
governo, como a ministra Sonia Guajajara dos Povos Indígenas.
Marco temporal divide ministros
Qualquer
coisa que não o veto integral ao marco temporal estremeceria a relação entre
Lula e ministros alinhados com a causa indígena, especialmente Guajajara e
Marina Silva, que se reconciliou com o petista durante a última campanha após
anos de rompimento com o PT.
Ao
mesmo tempo, o veto integral criaria desgastes para o governo no Congresso,
cuja bancada mais poderosa é financiada por latifundiários que disputam terras
com indígenas. Especialmente no Senado, onde a maioria dos votos favoráveis ao
marco temporal veio de partidos com cargos no governo.
Por
isso, a situação opõe integrantes do alto escalão do governo.
Entre
os ministros favoráveis ao veto integral do marco temporal, estão Marina Silva,
do Meio Ambiente, Sonia Guajajara, dos Povos Indígenas e Silvio Almeida, dos
Direitos Humanos. Outro setor do governo - composto por Jaques Wagner, líder do
Executivo no Senado, e Rui Costa, ministro da Casa Civil - defende o veto
parcial.
Veto de Lula poderá ser derrubado pelo
Congresso
O
ministro Carlos Fávaro, da Agricultura, chegou a declarar apoio ao marco
temporal no início do ano, mas mudou de ideia após o STF derrubar a tese
ruralista, quando passou a defender um "meio termo" entre os direitos
indígenas e de latifundiários.
A
ala que defende o veto parcial, também composta por Alexandre Padilha, chefe da
pasta de Relações Institucionais, quer que o governo mantenha o marco temporal
e derrube os "penduricalhos" aprovados junto com ele, como a
autorização de plantio de transgênicos em terras indígenas e o contato forçado
com povos isolados.
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Com informações do Brasil de Fato.
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