Cabelo é poder! ancestralidade, memória e revolução político-estética

 

(FOTO | Reprodução | YouTube | Canal Preto).

Considerado por muitos e muitas apenas um instrumento estético, o cabelo vai muito além disso. A simples opção por um corte ou penteado diz bastante sobre a personalidade de uma pessoa. Para os negros e negras que, especialmente desde a década de 1950, desfilam com seus Black Power imponentes, o cabelo transcende o campo da beleza e significa um encontro com a identidade, além de uma ferramenta de afirmação. A trajetória do black power tem início ainda nos anos 1920, quando Marcus Garvey (1887-1940), tido como precursor do ativismo negro pan-africanista na Jamaica, insistia na necessidade de romper com padrões de beleza eurocêntricos para, a partir disso, promover o encontro de negros e negras em diáspora com suas raízes africanas.

Décadas depois, nos Estados Unidos, o afro também começou a ganhar espaço e se tornou outra das bandeiras protagonistas da luta preta por direitos civis nos anos 1960. No entanto, foram as mulheres negras as mais propulsoras desta história. Condicionadas desde o tempo da escravização a alisarem o cabelo, elas "bateram o pé" e decidiram andar pelas ruas ao natural, causando o espanto, o horror e a reação da comunidade branca.

Há quase 70 anos, a luta da (auto)valorização estética como identidade na diáspora, em que o cabelo e sua naturalidade sobressaem-se aos padrões de beleza ocidentais, consolida-se como instrumento de resistência e cultura. Neste contexto, seja na política ou nas artes, o black power foi e é símbolo que transcende as fronteiras da beleza e significa para o negro e negra o resultado da luta de seus, suas ancestrais pela determinação em manter viva a identidade de quem lutou por direitos. Nesta busca, cabelo é identidade e também símbolo de respeito e autoafirmação.

Nossa convidada Amanda Coelho (Diva Green), mulher preta, mãe, artista capilar, trançadeira, peruqueira e mayakeira, fala sobre suas vivências, beleza e estética negras.

Carolina Pinto, advogada, empresária, gerente jurídica em uma empresa de tecnologia e fundadora do RAS, primeiro salão de luxo especializado em tranças do Brasil, fala sobre o crescimento das transições capilares e o resgaste das tranças.

Vitor Gomes, hair sytle afro, criador e fundador do Príncipe das Tranças, espaço com foco de atuação em cortes e cuidados em cabelos afro, trancista e cabeleireiro afro especialista em cabelos crespos e cacheados, afirma: "Cabelos são resultados de hábitos e culturas. É sobre falar de autocuidado e reafirmar: 'você é bonita sim!'. Trabalhar com estética preta é empoderar".

Nossa convidada Gabriela Isaias, fotógrafa documental, escritora e pesquisadora, doutoranda e mestra em Comunicação e Cultura pela UFRJ, pesquisadora das identidades culturais e estéticas da diáspora africana e autora da reportagem digital "Nesse canto do mundo: a ressignificação das tranças africanas no Rio de Janeiro" (2018) e da dissertação "O comprimento do desejo: cabelos longos e as performances negras do feminino" (2022), fala sobre saberes geracionais e a revolução estética negra capilar.

Fontes de pesquisa: Afreaka, Alma Preta, Fashion Bubbles, Mercadizar, Salão Virtual e Purebreak.

AGRADECIMENTO: O Canal Preto gostaria de agradecer a participação de nossas convidadas e convidado.

Carolina Pinto - Advogada, empresária, gerente jurídica em uma empresa de tecnologia e fundadora do RAS, primeiro salão de luxo especializado em tranças do Brasil.

Amanda Coelho (Diva Green) - Mulher preta, mãe, artista capilar, trançadeira, peruqueira e mayakeira.

Vitor Gomes - Hair sytle afro, criador e fundador do Príncipe das Tranças, espaço com foco de atuação em cortes e cuidados em cabelos afro, trancista e cabeleireiro afro especialista em cabelos crespos e cacheados.

Gabriela Isaias - Fotógrafa documental, escritora e pesquisadora, doutoranda e mestra em comunicação e cultura pela UFRJ, pesquisadora das identidades culturais e estéticas da diáspora africana e autora da reportagem digital "Nesse canto do mundo: a ressignificação das tranças africanas no Rio de Janeiro" (2018) e da dissertação "O comprimento do desejo: cabelos longos e as performances negras do feminino" (2022).

Racismo. Ou você combate, ou você faz parte. Qual dos dois é você?

            

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Texto e vídeo publicados no Canal Preto.

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