Por que é preciso defender os palestinos?

 

(FOTO | Reprodução).

O poder da ideologia sionista-imperialista, vocalizado pela mídia comercial, tem produzido um silêncio constrangedor em setores da “intelligentsia”. Enquanto isso a máquina de guerra sionista-imperialista vai empilhando cadáveres, sobretudo de crianças. Neste artigo, segue um pouco de história, mas, principalmente, uma breve análise de pontos que reclamam uma atitude ativa contra as práticas e as pretensões do Estado sionista.

Um pouco de história

A história de resistência dos palestinos é a de um povo que perdeu sua terra e traz agora em seu corpo as “cicatrizes de feridas humilhantes” do passado, conforme descreveu Edward Said. Aliás, esse passado começou a ser escrito na partilha oficial do território palestino – em novembro de 1947 – e na criação formal do Estado de Israel – em maio de 1948 -, sob a regência da ONU e dos impérios ocidentais.

Mas esses fatos têm uma origem mais recuada. A criação do movimento sionista, no final do século XIX, e a gradual aproximação desse movimento, nas primeiras décadas do século XX, do imperialismo britânico, em última análise, começaram a preparar as condições para que a fraude “de uma terra sem povo para um povo sem terra” pudesse, enfim, adquirir legitimação e funcionalidade.

Durante algum tempo, houve certa convivência entre palestinos, árabes, judeus, cristãos etc. Entretanto, a articulação entre os sionistas e o imperialismo – britânico, estadunidense etc. – e a inserção de sua política nos territórios da Palestina nutriram as tensões entre os povos, produzindo escaramuças que, ao longo do tempo, se intensificaram.

Começava a gradual expropriação do povo palestino.

Em 1947, os judeus eram aproximadamente pouco mais de 600 mil pessoas nos territórios ocupados, menos da metade dos palestinos, e a cada nova fase do conflito essa relação foi sendo alterada. Hoje, calcula-se uma população de 9,3 milhões de habitantes em Israel contra pouco mais de 5 milhões de palestinos, espalhados na Cisjordânia e na faixa de Gaza.

O que é o estado de Israel e qual sua relação com os territórios palestinos?

O Estado de Israel constitui um enclave imperialista-ocidental no Oriente Médio. Esse Estado extrai sua fortaleza do suporte econômico e militar das grandes potências ocidentais. Se no passado, esse papel coube sobretudo à Inglaterra, hoje, sem dúvida, essa tarefa é desempenhada pelos Estados Unidos, que, mal começou o conflito, já trataram de enviar dois porta-aviões para “defesa” de Israel.

Confirma-se aí a hipótese de Edward Said da existência de uma dominação ativa do Ocidente sobre o mundo não ocidental, a ponto de arrancar um povo de seu território para inserir um outro, independentemente das consequências dessa decisão. A relação de Israel com os palestinos é, portanto, de caráter marcadamente imperialista.

Trata-se de uma relação do dominador com o dominado, do colonizador com o colonizado, na qual a limpeza étnica é característica inseparável. A metáfora de uma prisão a céu aberto não é exagero retórico, mas é a expressão objetiva do que se passa nos territórios em que os palestinos sobrevivem (ou não) sob a tutela militar do Estado sionista.

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Artigo de Fábio José de Queiroz, no Esquerda Online. Clique aqui e leia na íntegra.

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