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Um dos principais desafios para alcançar a aposentadoria integral é manter o emprego formal após os 55 anos. (Foto: Agência Brasil). |
Para
a maioria dos trabalhadores da iniciativa privada, sujeitos a volatilidades do
mercado como desemprego, informalidade ou o trabalho temporário e intermitente
– modalidades consolidadas pela reforma trabalhista –, o principal desafio será
garantir contribuição de 40 anos para ter direito a uma aposentadoria
minimamente digna, caso a proposta de reforma da Previdência do governo
Bolsonaro seja aprovada.
Esse
é o tempo previsto no projeto do governo para que o trabalhador tenha direito a
aposentadoria correspondente a 100% da sua média salarial. Com 20 anos de
contribuição, o valor do benefício vai corresponder a 60% da média dos salários
recebidos.
Segundo
o economista Eduardo Fagnani, a tendência é que, daqui a 20 ou 30 anos, a
maioria da população, em especial os mais pobres, fiquem restritos à
Assistência Social, e não à Previdência. Em entrevista aos jornalistas Marilu
Cabañas e Glauco Faria na Rádio Brasil Atual nesta sexta-feira (22), ele
destaca que o desafio de manter um emprego formal é maior ainda a partir dos 55
anos.
Não
só os mais pobres, mas também a classe média deve sofrer para arcar com esse
desafio, com possibilidades "remotas" de ser vencido. "A classe
média está na iniciativa privada, sujeita às tensões e inseguranças do mercado
de trabalho, como alta rotatividade, desemprego, informalidade, trabalho
parcial e intermitente, modalidades de empregos que não são contínuas",
diz Fagnani, que também é professor do Instituto de Economia da Universidade
Estadual de Campinas (Unicamp).
Para
o economista, o funcionário público tem mais chances de cumprir esses critérios
de tempo de contribuição devido à estabilidade do emprego, mas afirma que as
alíquotas de contribuição previstas no projeto de reforma, que chegam a até 22%
para os maiores salários, configuram praticamente um "confisco", o
que acarreta resistência dos servidores.
Já a
contribuição dos maiores salários, se transferidas para um modelo de
capitalização – já anunciado, mas ainda não apresentado pelo governo – causará
um processo de "desfinanciamento" do regime geral das aposentadorias,
podendo, aí sim, criar um déficit na casa do "trilhão", aponta o
economista. (Com informações da RBA).
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