O
presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB), disse ontem que a reforma da
Previdência não será aprovada, no próximo ano, retirando direitos de
trabalhadores e aposentados. Polêmica, a matéria precisou ser adiada para
fevereiro do ano que vem após o governo do presidente Michel Temer (MDB) não
conseguir os votos suficientes para aprovar a pauta na Câmara dos Deputados.
“O que eu tenho dito é que a reforma da
Previdência não terá condição de ser aprovada retirando direitos de
trabalhadores, direitos de aposentados”, declarou ao O POVO. O senador
emedebista, no entanto, afirmou que a matéria ainda está sendo discutida em
comissão especial e ainda vai ser pautada na Câmara.
“(A Proposta de Emenda à Constituição) ainda está na comissão da Câmara. Ninguém sabe o que a comissão vai propor. Não sabemos o que a comissão vai apoiar. Aquilo que for proposto depois vai para o plenário da Câmara. Se aprovado, o texto vai para o Senado, que vai ter um amplo debate”, continuou o senador cearense.
Questionado
se ainda haveria espaço para recuo do governo em pontos específicos da
proposta, Eunício declarou que “não é
matéria fácil nem pacífica” e que, “quanto
mais próximo da eleição, mais difícil é a aprovação”. O senador disse ainda
que é esse “o sentimento” que tem colhido entre os parlamentares nas casas
legislativas.
Em
Brasília, interlocutores próximos do presidente têm defendido que a matéria
retira privilégios e que não atinge a população mais pobre.
Na
semana passada, por exemplo, o vice-líder do governo, deputado Darcísio Perondi
(MDB-RS), alegou que o adiamento da votação da reforma da Previdência foi
“estratégico” para o governo Temer. Com campanhas publicitárias, o Palácio do Planalto
espera convencer a opinião pública e conseguir cerca de 40 votos para obter
maioria qualificada.
Discurso
Na
segunda semana de dezembro, Eunício, irritado com a impossibilidade de abrir
sessão no Congresso Nacional — em razão da demora de votação na Câmara —,
chegou a declarar que não votaria Previdência “porra nenhuma”. “Não convoco
(sessão do Congresso). Brincadeira, isso. Também não vota mais Tá fazendo
graça?”, questionou.
Eunício
Oliveira tem cada vez mais tentado se afastar da imagem desgastada do
presidente Michel Temer, rejeitado por 88% dos eleitores, conforme pesquisa
CNI/Ibope divulgada no dia 20 de dezembro.
Em
ato ao lado do governador Camilo Santana (PT) para entrega de unidades do
programa Minha Casa, Minha Vida, em Canindé, o presidente do Senado não
economizou elogios ao ex-presidente Lula. É no petista que o senador tem
anunciado voto para o ano que vem. (Com
informações do O Povo).
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Presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB), fala sobre dificuldades de aprovar reforma. (Foto: Agência Brasil). |
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