Em
jantar com parlamentares na quarta-feira 22, Michel Temer apresentou uma versão
mais enxuta da reforma da Previdência na tentativa de convencer sua base a
debruçar-se sobre o tema antes do fim do ano.
O
quórum do encontro foi abaixo do esperado: estiveram presentes 170
congressistas, segundo a assessoria de imprensa da Presidência. O peemedebista
aguardava 300 parlamentares, número próximo dos 308 votos necessários para se
aprovar mudanças nas aposentadorias.
O
novo texto acena para alterações menos drásticas, mas o desgaste do Congresso
com a votação do congelamento de gastos, da reforma trabalhista e das duas
denúncias contra Temer pode inviabilizar a votação neste ano.
Apresentada
pelo deputado Arthur Maia, do PPS, relator da reforma da Previdência na Câmara,
a proposta traz regras mais rígidas para o funcionalismo na comparação com os
trabalhadores da iniciativa privada. O tempo de contribuição mínimo dos
servidores foi mantido em 25 anos, enquanto a dos empregados do setor privado
ficou em 15 anos, o mesmo prazo exigido hoje.
Apesar
da distinção, todos terão de acumular 40 anos de contribuições previdenciárias
para receber o valor completo do benefício. O novo texto mantém, ainda, a idade
mínima de aposentadoria em 65 anos, para os homens, e 62 anos, para as
mulheres. A aposentadoria rural o Benefício de Prestação Continuada (BPC), pago
a idosos e pessoas com deficiência de baixa renda, não sofrerão mudanças.
Entenda
os principais pontos da nova proposta de Temer:
Tempo de contribuição
Na
primeira proposta de reforma, o governo sugeriu 25 anos como tempo mínimo de
contribuição à Previdência. Para obter o benefício integral, o período previsto
era de 49 anos.
Ao
longo deste ano, Arthur Maia buscou suavizar as regras. Em maio deste ano,
apresentou uma nova versão em que reduzia o tempo de contribuição para a
obtenção do valor máximo da aposentadoria para 40 anos, proposta que foi
preservada no atual texto.
A
principal mudança nessa nova versão está relacionada à redução do tempo mínimo
de contribuição. O texto atual prevê um piso de 15 anos de contribuição para
trabalhadores da iniciativa privada. O projeto original previa 25 anos.
Nas
regras atuais, o trabalhador também precisa contribuir por 15 anos para se
aposentar pela idade mínima, definada em 60 anos para homens e 55 para
mulheres. Trabalhadores que contribuam por mais tempo podem, porém, se
aposentar antes do limite etário.
No
projeto proposto por Temer, os trabalhadores são obrigados a contribuir por 15
anos para ter o benefício mínimo, mas terão de atingir a idade de 65 anos para
homens e 62 para mulheres independentemente do tempo de contribuição.
Servidores
A
proposta de Arthur Maia prevê regras mais rígidas para a aposentadoria de
servidores, baseadas na maior estabilidade de emprego no funcionalismo público.
Eles terão de contribuir por pelo menos 25 anos, além de atingirem a mesma
idade mínima prevista para o setor privado.
Apesar
da exigência maior de tempo de contribuição, os servidores terão direito a um
benefício mínimo mais generoso. No regime geral, quem contribuir pelo período
mínimo receberá 60% da média de contribuição. Já os servidores receberiam 70%
da média.
Regras de transição
O
texto atual estipula ainda regras de transição para a fixação das novas idades
mínimas. A transição prevê que, em 2018, homens e mulheres do setor privado
terão de ter 53 e 55 anos, respectivamente, para obter a aposentadoria. No caso
dos servidores, o limite etário é 55/60.
As
idades sobem um ano a cada dois anos. Por exemplo: em 2020, trabalhadores da
iniciativa privada terão de de ter 54 anos para se aposentar, no caso das
mulheres, e 56, no caso dos homens.
Com
essas regras, a idade mínima de 65 anos para homens no setor privado valeria
apenas a partir de 2038.
Aposentadoria rural, BPC e pensões
A
aposentadoria rural e o Benefício de Prestação Continuada, pago a idosos e
cidadãos com deficiência, não sofrerão mudança. Trata-se de um recuo em relação
à proposta apresentada pelo relator em maio deste ano.
Para
a concessão do BPC, o projeto anterior previa uma idade mínima de 68 anos. Já
em relação à aposentadoria rural, previa-se uma idade mínima de 60 anos para
homens e 57 para mulheres.
O
projeto mantém as regras sobre pensões previstas anteriormente. Cidadãos
poderão acumular aposentadoria e pensão apenas se os benefícios forem limitados
a dois salários mínimos. (Com informações
de CartaCapital).
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Temer debate Previdência com sua equipe e o relator Arthur Maia. (Foto: Marcos Corrêa/PR). |
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