18 de abril de 2018

Prestes a ser denunciado, Temer cede a pressão de ruralistas e exonera presidente da Funai


(Foto: Reprodução/ Brasil 247).

Após voltar a ser pressionado pela bancada ruralista, Michel Temer exonerou o presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Franklimberg Ribeiro de Freitas, que deverá deixar o cargo até a próxima segunda-feira. Demissão veio após um grupo de 40 senadores e deputados ligados ao setor apresentar uma carta ao emedebista alegando que o presidente da Funai estaria desconsiderando projetos de interesse da bancada ruralista.

A bancada ruralista vem sendo um dos principais pontos de apoio de Temer no Poder. O custo deste apoio já teria custado cerca de R$ 30 bilhões aos cofres públicos, seja por meio de perdão de dívidas ou na liberação de emendas parlamentares. A bancada também pressionou Temer para obter vantagens na compensação de crimes ambientais e aprovou a chamada "portaria do trabalho escravo", que mudou as regras previdenciárias para os agricultores e que foi alvo de críticas em nível mundial.

Por meio de nota, a Frente Parlamentar Agropecuária diz que o pedido de "exoneração imediata" aconteceu devido a "demanda trazida por populações indígenas insatisfeitas com o desempenho" de Franklimberg. Ainda segundo a nota, 170 lideranças indígenas teriam assinado a carta que foi entregue a Temer.

O Ministério da Justiça ainda tentou segurar Franklimberg no cargos em sucesso. "É uma semana difícil, pelas celebrações do Dia do Índio. E, na semana que vem, são esperados 5 mil índios", disse o ministro da Justiça Torquato Jardim, em referência ao Acampamento Terra Livre, principal evento de encontro indígena do Brasil que acontece em Brasília entre os dias 23 e 27 deste mês.

Franklimberg, que é general de brigada, assumiu a presidência da Funai em janeiro do não passado sob críticas em função da chegada de militares à instituição no governo Michel Temer. (Com informações do Brasil 247).

17 de abril de 2018

Prefeita de Santana do Cariri tem mandato cassado por abuso de poder econômico durante as eleições de 2016


Danieli Machado (PDT) tem mandato cassado pelo TRE. (Foto: Divulgação).


Por seis votos a zero, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) cassou na tarde desta terça-feira (17), o mandato da prefeita e do vice-prrefeito de Santana do Cariri - Danieli Machado (PDT) e Juracildo Fernandes (PCdoB) -, respectivamente, por transgressões eleitorais e abuso de poder político e econômico durante o último processo eleitoral por meio de compra de votos

A pedetista já havia sido condenada em primeira instância e a decisão do TRE veio a ratificar a posição do juiz Herick Bezerra da 53º Zona Eleitoral. A cassação pode ainda ser revertida caso ela resolva recorrer junto ao TSE e este optar por tomar posição distinta da do TRE. 

Danieli que havia se licenciado do cargo em março para tratamento de saúde ainda não se manifestou se vai ou não recorrer da decisão. Os munícipes podem ter novas eleições ainda este ano caso não haja recurso ou se tendo seja confirmado sua cassação.

Quem assume a prefeitura é o presidente da Câmara Gildo Lopes com assento na casa pelo Partido Socialista Liberal (PSL).

As acusações partiram da chapa derrotada nas eleições de 2016 que tinha como concorrente Jesus Garcia (PSD) da “coligação respeito e compromisso com o povo” que veio a apresentar vasta documentações que comprovam as transgressões eleitorais e os abusos de poder político e econômico por parte dos gestores para se elegerem.

As informações da cassação da prefeita e do vice-prefeito já ganhou destaque em alguns sites e blogs, inclusive no portal do TRE.

“Fui ingênuo”: Aécio pede R$ 2 mi para JBS e, depois, se finge de mané


(Foto: Lula Marques).


'Fui ingênuo, cometi erros e me penitencio diariamente por eles. Mas não cometi nenhuma ilegalidade.'' Em artigo publicado na Folha de S.Paulo, nesta segunda (16), o senador Aécio Neves (PSDB-MG) recorreu novamente ao artifício da imaculada inocência para justificar sua relação incestuosa com o dono da JBS.

A 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal decidiu, nesta terça, receber a denúncia da Procuradoria-Geral da República contra ele, tornando-o réu por corrupção passiva (uma gravação expôs o senador pedindo R$ 2 milhões a Joesley Batista) e obstrução de Justiça. Votam cinco ministros em cada turma. Foram 5 a 0, para o primeiro crime, e 4 a 1, com relação ao segundo – com Marco Aurélio acatando parcialmente e Alexandre de Moraes rejeitando a acusação.

Não é a primeira vez que Aécio apela ao expediente. Por exemplo, em maio do ano passado, em outro artigo-depoimento na mesma Folha, afirmou a mesma coisa. ''Ingenuidade. Fui ingênuo ao receber uma pessoa [o dono do JBS] naquele momento.'' Pela insistência, deve estar convencido que a tática do ''vai que cola'', que funcionou longamente para uma parte do tucanato acusado de malfeitos, continuará positiva e operante.

Mas não é o único. ''Lamento sinceramente minha ingenuidade – a que ponto chegamos, ter de lamentar a boa-fé! Não sabia que na minha frente estava um criminoso sem escrúpulos, sem interesse na verdade, querendo apenas forjar citações que o ajudassem nos benefícios de sua delação.'' A frase, que poderia ser de Aécio, foi dita por Michel Temer também em maio.

Só alguém muito desesperado é capaz de declarar-se ''café-com-leite'' como artifício de defesa diante de um escândalo de corrupção. Pois ambos sabem que demandaria uma imensa dose de ignorância da população para acreditar nessa desculpa. Ou uma vontade grande de ser enganada.

Aécio talvez queira surfar nas icônicas palavras de Sérgio Machado, no não menos icônico grampo com Romero Jucá (''o primeiro a ser comido vai ser o Aécio''), para mostrar que se autointitular ingênuo pode dar certo. Afinal, nas palavras de Machado, ''0 Aécio não tem condição, a gente sabe disso, porra. Quem que não sabe?''

Utilizar a ingenuidade é uma espécie de recurso arriscado porque parte do país pode até cair no conto de políticos ''mal informados'', mas a maioria não aceita aqueles que se declaram fracos e passíveis de serem levados por conversas moles durante os exercícios de seus mandatos.

Ou seja, não querem um ''mané'' os representando.

A justificativa pode ter seu valor junto a processos judiciais ou políticos que Temer e Aécio estão sofrendo por conta do que foi revelado. É uma versão piorada do ''eu não sabia'', muito em uso nos governos do PSDB, do PT e do PMDB.

Mas como tem sempre um chinelo velho para um pé cansado, há grandes chances dele se eleger pelo menos deputado federal. Se bem que caso o foro privilegiado seja restrito em análise do STF marcada para maio, o downgrade do Senado para a Câmara terá sido inútil.

O cinismo adotado por Aécio constrange. E pior do que termos que engolir a questão ética, sua representação canastrã da ''ingenuidade'' é algo esteticamente imperdoável. (Por Leonardo Sakamoto, em seu Blog).

Como os presidenciáveis reagiram ao novo Datafolha


(Foto: Reprodução/Pragmatismo Político).


Na manhã deste domingo (15), o Datafolha divulgou a sua mais nova pesquisa para a eleição presidencial de 2018. De acordo com levantamento, apesar da prisão, Lula ainda lidera os cenários em que seu nome aparece na disputa.

O ex-presidente aparece com 31% das intenções de voto na pesquisa estimulada. Em segundo lugar está o deputado federal Jair Bolsonaro (PSL) com 15%.

Depois aparecem, nesta ordem, Marina Silva (10%), Joaquim Barbosa (8%), Geraldo Alckmin (6%), Ciro Gomes (5%), Alvaro Dias (3%), Manuela D’Ávila (2%), Guilherme Boulos (1%), Fernando Collor de Mello (1%), Rodrigo Maia (1%), Henrique Meirelles (1%) e Flávio Rocha (1%). Os demais pré-candidatos não pontuaram.

Neste cenário, brancos e nulos somam 13% e os indecisos são 3%. Nas redes sociais e no meio jornalístico, a pesquisa teve forte repercussão. Os presidenciáveis também comentaram o levantamento. Veja o que eles disseram:

Manuela d’Ávila. A pré-candidata à presidência pelo PC do B comemorou o resultado da pesquisa. Em uma transmissão vivo pelo Facebook, afirmou que os 3% de intenção de votos que ela alcança em um dos cenários foi motivo de “muita felicidade”.

O partido não lançava 1 candidato desde 1946, são mais de 70 anos. Somos 1 partido de ideias e causas que não são adaptáveis e negociáveis para que as candidaturas fiquem mais fofinhas, palatáveis”, disse.

Jair Bolsonaro. O deputado criticou o Datafolha e afirmou que aparece bem colocado nas pesquisas de intenção de voto apesar das “pancadas” que recebe.

O Datafolha não goza de credibilidade no Brasil. Inclusive meu filho, no Rio de Janeiro, deu 7% [no Datafolha] no sábado e no domingo ele teve 14% [dos votos]. Acreditamos que se não tivesse tido essa pesquisa na véspera, meu filho teria ido para o segundo turno”, disse.

Marina Silva diz estar preocupada com o “risco de extrema polarização”. Por meio de nota, Marina destaca que possui interesse pelo debate e não com embate, numa referência a Bolsonaro.

Geraldo Alckmin declarou por meio de um comunicado que está otimista com o início de sua pré-campanha, mas considera os cenários ainda incipientes. Na sua opinião, o eleitor começará a definir seu voto apenas a partir de agosto. “Pesquisas são retratos do momento e o momento é de completa indefinição”.

Ciro Gomes. O presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, disse estar satisfeito com o desempenho do ex-ministro Ciro Gomes, pré-candidato da legenda. No cenário em que Lula não participaria da disputa, Ciro conta com 9% das intenções de voto, empatado com Geraldo Alckmin e com o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa (PSB). “O resultado está bom. Está dentro do que a gente havia previsto. Agora é avançar”, resumiu.

Joaquim Barbosa. Para o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, Joaquim Barbosa teve um desempenho abaixo do potencial esperado pelo partido. Recém-filiado ao PSB, Barbosa oscilou entre 9% e 10% das intenções de voto nos cenários sem Lula. “Acho que o resultado foi aquém do potencial que de fato ele (Barbosa) tem. O que acontece com o ministro Joaquim é que muitas pessoas não lembram o nome. Quando você mostra a fotografia, a pessoa lembra”, afirma Siqueira.

Guilherme Boulos. Para o líder do PSOL, o alto patamar de indecisão entre os eleitores indicam que o pleito deste ano “será o mais imprevisível desde as eleições gerais de 1989”. Em nota, Boulos afirmou que “o alto índice de pessoas que se declaram indecisas ou que votarão em branco, ou anularão seu voto, não permite qualquer prognóstico seguro”.

Gleisi Hoffmann. A presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann, fez duras críticas à Folha de São Paulo. Afirmou que o jornal manipulou o resultado na manchete ao dizer que a prisão de Lula enfraqueceu em intenção de votos. “[Lula] continua imbatível, mesmo depois da prisão política. A mídia tenta apagar Lula das notícias e das pesquisas, mas o povo não esquece quem é seu maior líder.”

Fernando Haddad. O ex-prefeito de São Paulo afirmou que as pesquisas indicam 1 desejo para que Lula seja solto. Haddad não comentou os cenários onde sua possível candidatura ao cargo mais alto do Executivo foi testada. (Com informações do Pragmatismo Político).

16 de abril de 2018

Uma enciclopédia para entender o golpe de 2016


As marchas carolas de 1964 foram reeditadas em 2015 como parte da estratégia do golpe.
(Foto: Paulo Pinto/Fotos Públicas).


Uma dezena de universidades públicas mobilizou-se para criar disciplinas sobre o golpe de 2016, seguindo a iniciativa do professor da Universidade de Brasília Luis Felipe Miguel. Na primeira aula, na segunda-feira 5, o cientista político explicou por que essa palavra é tão repelida justamente por aqueles que a puseram em circulação no Brasil.

Não foi só uma mudança em quem ocupa a Presidência. É uma mudança profunda, que se pretende definitiva, imposta unilateralmente e em desrespeito à lei por grupos de dentro do Estado, nas regras do jogo político. Em uma palavra: é mesmo um golpe”, escreveu o professor.
A academia começa a cumprir o seu papel, e é preciso dar nome aos bois, ainda que estes tenham o infortúnio de ser chamados de Temer, Cunha, Aécio ou Geddel. A esta altura do campeonato, só mesmo golpistas não admitem que Michel Temer é um presidente ilegítimo e o mandato popular de Dilma Rousseff foi roubado por eles.

Porém, a jornalista Maria Inês Nassif alerta no prefácio da Enciclopédia do Golpe - O papel da mídia que, se as futuras gerações se dedicarem a estudar esse período da história brasileira por meio do noticiário da imprensa comercial, certamente considerarão que tudo transcorreu dentro da normalidade institucional.
O que aconteceu é o que aconteceu: não existem duas versões para um Congresso que se reúne e depõe uma presidente legitimamente eleita e entrega o poder a um vice de passado nebuloso; não há duas interpretações para um Judiciário que condena inocentes inventando interpretações sobre textos legais que variam conforme o réu; não há duas visões sobre uma mídia que omite, esconde e manipula”, resume Maria Inês.

A obra de 251 páginas contém 28 verbetes escritos por profissionais e estudiosos da comunicação, cientistas políticos, filósofos e historiadores. Os capítulos tratam de temas variados, que vão desde uma radiografia do conluio entre jornalistas e o Judiciário, passando pela falta de democratização da mídia, o protagonismo político da TV Globo, a tomada das redes sociais por movimentos reacionários e a ainda influente agenda imposta pelos veículos tradicionais. O foco é a centralidade da mídia hegemônica, tida pelos organizadores da obra como a principal responsável pela narrativa dos acontecimentos.

“Indispensável a contribuição da propaganda inutilmente disfarçada de jornalismo para demonizar Lula, alvo maior da manobra golpista, reconhecido como principal entrave ao projeto de um Brasil-satélite no quintal dos EUA, país em demolição atado a instituições medievais, insignificante no plano internacional, exportador ainda e sempre de commodities”, defende Mino Carta, diretor de redação de CartaCapital, na introdução da enciclopédia.
“De fato, uma mídia empresarial totalitária, com força e decisão para capturar e ditar o rumo dos acontecimentos parece ter sido a principal engrenagem motora da ruptura da normalidade democrática”, anota o filósofo Bajonas Teixeira de Brito Junior, da Universidade Federal do Espírito Santo.
Para ele, é possível traçar paralelos entre a Marcha da Família com Deus pela Liberdade, que defendeu o golpe de 1964, com o que define como “pseudo ‘movimentos de protesto’”, como o MBL, Vem pra Rua e Revoltados Online, reeditando a estratégia golpista em 2015.

No conjunto, a enciclopédia presta-se a iluminar sombras de uma cobertura visivelmente negativa praticada pelos maiores e mais privilegiados veículos midiáticos. Ela é classista, por estar em defesa dos interesses empresariais das elites, e não surgiu com o impeach-ment. Mais de um autor defende que o golpe já vinha sendo fermentado desde que o PT assumiu o poder.

A Globo, com seus obedientes mervais, já vinha trabalhando desde o ‘Mensalão’, em 2005, para construir a ideia de que o PT inventou a corrupção no Brasil”, afirma o jornalista Rodrigo Vianna.

Autores dos verbetes descrevem a onipresença da emissora global para a “construção e disseminação de propaganda antipetista e antiesquerda”, segundo Maria Inês. “O processo de impeachment foi um jogo de futebol. A Globo passava a bola para a Folha, que deixava a Veja perto do gol, que tocava para o Sergio Moro completar de cabeça”, explica o jornalista Miguel do Rosário.

Essa triangulação só foi possível por haver um sistema midiático altamente concentrado no Brasil e cujo antídoto, a democratização dos meios de comunicação, jamais chegou a representar uma ameaça real às empresas.

Ora a imprensa atacava ferozmente o governo federal por aventar colocar em pauta esse assunto, ora Lula e Dilma não só recuavam como continuavam a favorecer as grandes corporações destinando generosos recursos por meio da propaganda oficial. Entram nessa combinação as revistas semanais Veja, Época e IstoÉ, como anota o professor Frederico de Mello Brandão Tavares, da Universidade Federal de Ouro Preto. “Em ‘tempos de golpe’, estas revistas (...) funcionam como gatilho para a pauta noticiosa. Vendem opinião como notícia.”
Outro verbete essencial é o caráter misógino do golpe. Para a socióloga Eleonora Menicucci, ex-ministra de Políticas para as Mulheres do governo Dilma, e a jornalista Júlia Martim, a mídia “estimulou em todas as oportunidades as críticas pautadas em questões comportamentais e não políticas”.

Esse conteúdo machista alimentou e fortaleceu um discurso de ódio, que acabou invadindo as redes sociais manipuladas por robôs, perfis anônimos e favorecendo a explosão das fake news, que também virou um verbete. “A imprensa brasileira faz parte da articulação de um golpe protagonizado por uma elite de homens brancos, declarados como heterossexuais e defensores de uma sociedade estruturada no patriarcado.”

Este é o segundo volume da Enci-clopédia do Golpe. O primeiro foi lançado em novembro e procurou explicar como cada um dos golpistas atuou em 2016. Escreveram verbetes, entre outros, os historiadores Luiz Alberto Moniz Bandeira e Fernando Horta, o ex-ministro da Justiça Eugênio Aragão, o economista Luiz Gonzaga Belluzzo (consultor editorial da CartaCapital) e o sociólogo Jessé Souza. (Com informações de CartaCapital).

Lula segue com o dobro da intenção de votos do segundo colocado, diz Datafolha


50% dos eleitores acreditam que Lula deveria poder disputar as eleições. (Foto: Mídia Ninja).


Pesquisa do Instituto Datafolha divulgada no início deste domingo (15) mostra que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mesmo cumprindo mandado de prisão expedido pelo juiz Sérgio Moro em Curitiba, segue na liderança das intenções de voto. Nos cenários em que o petista aparece como candidato, seus índices são em torno do dobro do segundo colocado.

Com o candidato do MDB sendo Henrique Meirelles, Lula aparece com 31%, seguido por Jair Bolsonaro (PSL), 15%, e Marina Silva (Rede), que tem 10%. Em seguida, vem Joaquim Barbosa (PSB), 8%; Geraldo Alckmin (PSDB), 6%; Ciro Gomes (PDT), 5%; Alvaro Dias (Podemos), 3%, e Manuela D'Ávila (PC do B), 2%. Fernando Collor de Mello (PTC), Rodrigo Maia (DEM) e Henrique Meirelles (MDB) aparecem com 1% cada. Os demais não pontuaram neste cenário.

Em outras duas simulações, Lula aparece com 30% e 31%.

O ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, não aparece em nenhum dos cenários com chances de chegar ao segundo turno. Em nenhuma das simulações ele supera os 8%, seu melhor índice, tendo sempre em torno da metade das intenções de voto do segundo colocado.

Entre os eleitores paulistas, o Datafolha aponta que Alckmin deixou o governo com 36% dos pesquisados qualificando sua gestão como boa ou ótima. Bem abaixo dos 66% de quando deixou o Palácio dos Bandeirantes para disputar o pleito presidencial de 2006, quando foi derrotado por Lula.

O ex-presidente Lula pode ser candidato à presidência da República mesmo condenado em segunda instância. Segundo a legislação eleitoral, os partidos têm até o dia 15 de agosto para registrar as suas candidaturas. A partir daí, começa a correr um prazo de cinco dias para que algum interessado possa fazer um pedido de impugnação da candidatura. A decisão fica a cargo do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Uma das questões feitas aos eleitores era se Lula deveria ou não ser impedido de concorrer às eleições. Para 50%, o ex-presidente deveria disputar as eleições, já para 48%, não.

A pesquisa foi feita com mais de 4 mil eleitores de 227 municípios, entre os dias 11 e 13 de abril. (Com informações da RBA e Brasil de Fato).

15 de abril de 2018

Impunidade: Relembre 15 escândalos envolvendo tucanos que não deram em nada


(Foto: Valter Campanato/ Agência Brasil).


A diferença entre políticos do PSDB e de outros partidos não é a quantidade de escândalos em estão envolvidos, mas a quantidade de vezes que a justiça ou o MP garantiram que filiados à legenda tivessem seus casos prescritos ou suas investigações retardadas. Ou seja, o que difere os tucanos dos outros é exatamente aquilo que procuradores e juízes dizem querer acabar no Brasil, a impunidade.

Furnas Centrais Elétricas, Caso Sivam, Caso da Pasta Rosa, Cartel dos metrôs e trens de São Paulo e Distrito Federal, Mensalão tucano, Máfia do Carlinhos Cachoeira, Aeroporto de Cláudio, JBS e muitos outros.

Em todos estes casos, há, ao menos, um figurão do PSDB envolvido: Aécio Neves, Geraldo Alckmin, José Serra, Fernando Henrique Cardoso, Eduardo Azeredo, Beto Richa, Marconi Perillo e Aloysio Nunes entre outros. Se ações e processos contra o PT e partidos aliados evoluem em ritmo supersônico, em contrapartida, quando os protagonistas são tucanos os inquéritos paralisam, juízes arquivam denúncias inexplicavelmente e penas prescrevem sem justificativa.

A Fórum relembra 15 desses casos. Veja a seguir:

1) Alckmin e a Odebrecht – O ex-governador paulista e pré-candidato do PSDB à presidência, Geraldo Alckmin, apesar de ter sido delatado por três funcionários da Odebrecht, foi beneficiado e será investigado na Justiça eleitoral de São Paulo. Nesta quarta-feira (11), o Superior Tribunal de Justiça autorizou o envio para o Tribunal Regional Eleitoral de um processo em que o tucano é investigado. Até esta data, seu caso corria na corte de Brasília, pois ele tinha foro privilegiado. Ao renunciar para disputar a eleição perdeu a prerrogativa e terá o caso apurado por instâncias inferiores.

2) Serra e a prescrição – Na mesma época em que Lula tinha sua condenação mantida pelo TRF-4, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, solicitou ao Supremo Tribunal Federal, o arquivamento de um inquérito que investigava o senador José Serra (PSDB) por suposto recebimento de caixa dois na campanha presidencial de 2010. O inquérito havia sido aberto em agosto de 2017, por conta de delações premiadas de executivos da JBS. Raquel Dodge diz que o caso prescreveu em 2016, um ano antes do início das investigações.

3) Aloysio Nunes beneficiado – A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, mandou ao STF um pedido para que a Polícia Federal encerre, dentro de 60 dias, as pesquisas de informações junto à Odebrecht, na apuração de supostas vantagens indevidas obtidas pelo ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes (PSDB), quando era senador. O esquema teria servido para financiar sua campanha eleitoral de 2010. No entanto, apesar disso, Dodge diz que os crimes foram cometidos antes de 2010 e, portanto, estariam prescritos.

4) Cartel tucano no Rodoanel – No final de 2017, a Odebrecht disponibilizou à Superintendência Geral do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) vários documentos que revelam a formação de um cartel no Rodoanel e no Programa de Desenvolvimento do Sistema Viário Estratégico Metropolitano de São Paulo. No período do cartel, apontado pela Odebrecht, o estado de São Paulo foi comandado pelo PSDB, com os governadores Geraldo Alckmin (2004-06), José Serra (2007-2010) e Alberto Goldman (2010). Por enquanto, ninguém foi punido.

5) Máfia das merendas – Em 2016, mais um escândalo com a participação dos tucanos vaio à tona: o superfaturamento em contratos para o fornecimento de merenda escolar à Secretaria de Educação e mais 22 prefeituras do estado de São Paulo. Durante apuração da Operação Alba Branca, dirigentes da Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar (COAF), em delação, denunciaram o deputado Fernando Capez (PSDB) e o ex-chefe de gabinete da Casa Civil do governo de Geraldo Alckmin (PSDB), Luiz Roberto dos Santos, o Moita, como integrantes do esquema. Ninguém foi punido.

6)  Aeroporto de Cláudio – Na época em que era governador de Minas Gerais, entre 2003 e 2010, Aécio Neves (PSDB) mandou construir cinco aeroportos em cidades de pequeno porte, todos próximos a terras de seus familiares. O caso mais notório foi o de Cláudio, município com cerca de 30 mil habitantes. A pista, construída a 6 km de sua fazenda, se localiza nas terras do tio de Aécio, desapropriadas e pagas com dinheiro público. Preço: R$ 14 milhões.

7) Mensalão Tucano – Foi o esquema de desvio de verbas de empresas públicas em Minas Gerais, no ano de 1998, que visou favorecer a reeleição do então governador Eduardo Azeredo (PSDB). O caso envolveu R$ 4,4 milhões. Apesar de ter sido condenado em 2015 a mais de 20 anos de prisão, em função dos recursos, a pena pode prescrever, caso o julgamento não transite em julgado até setembro de 2018, quando Azeredo completa 70 anos.

8) Máfia do Cachoeira – O Congresso instalou, em 2012, uma CPI para investigar as relações entre a máfia do bicheiro Carlinhos Cachoeira e agentes públicos e privados. Entre os envolvidos, o ex-senador Demóstenes Torres (à época no DEM) e o então governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB). O mandato de Demóstenes foi cassado. No entanto, nada ocorreu com o tucano Perillo, que, inclusive, hoje é novamente governador de Goiás.

9) Cartel dos Metrôs de São Paulo e Distrito Federal – Este escândalo teve origem há muitos anos e, até agora, nenhum político tucano foi punido. Na verdade, são duas situações que se relacionam: o Caso Alston, multinacional francesa, que teria subornado políticos ligados ao governo de Geraldo Alckmin (PSDB) para conseguir o contrato de expansão do metrô de São Paulo, e o Caso Simiens, empresa que reconheceu ter formado cartel para fraudar licitações do metrô de São Paulo e do Distrito Federal. Prejuízo estimado: R$ 425 milhões.

10) Privataria Tucana – Denunciados com vasta documentação no livro de mesmo nome, de Amaury Ribeiro Junior, os descaminhos do dinheiro público desviado por tucanos na época áurea das privatizações, no governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e do então ministro da Fazenda, José Serra (PSDB). Levantamento realizado pelo então deputado Protógenes Queiroz (PCdoB), delegado da Polícia Federal no caso, indica que o total de desvio atingiu incríveis R$ 124 bilhões.

11) Emenda da Reeleição de FHC – Durante o governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), em 1997, a Câmara Federal aprovou uma emenda que liberou a reeleição presidencial. Meses após, surgiram denúncias de compra de votos pelo Poder Executivo para a aprovação. Apesar de grampos em gravações, ninguém foi investigado pelo Congresso e, tampouco, punido. Em 1998, FHC se reelegeu para mais um mandato. O valor da fraude não pôde ser estimado.

12) Caso da Pasta Rosa – Funcionários Públicos do Banco Central, que atuavam em uma auditoria no Banco Econômico, em 1995, acharam um dossiê com documentos que indicavam a existência de um esquema ilegal de doação eleitoral, envolvendo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e Antônio Calmon de Sá, dono do Econômico. O esquema indicava a distribuição ilegal de US$ 2,4 milhões dos bancos a 45 políticos que se candidataram as eleições de 1990, entre eles José Serra (PSDB). Nenhum político foi punido.

13) Caso Sivam – Este pode ser considerado o primeiro grande escândalo de corrupção do governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Surgiu em 1995 e envolvia denúncias de corrupção e tráfico de influência na implantação do Sistema de Vigilância da Amazônia. O caso respingou no embaixador Júlio César Gomes dos Santos, então chefe do cerimonial de FHC, além de ministros e outros assessores do presidente tucano. Em 1996, o então deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) pediu a instalação de uma CPI, que só saiu em 2001. Com maioria na Câmara, FHC abafou o caso e ninguém foi punido. Prejuízo estimado: US$ 1,4 bilhão.

14) Caso Furnas – O escândalo já passou de dez anos e nada aconteceu a respeito do esquema de corrupção semelhante ao mensalão, que foi montado dentro da companhia estatal Furnas Centrais Elétricas, com sede no Rio de Janeiro, para beneficiar políticos e partidos. A fraude foi citada nas delações premiadas do doleiro Alberto Youssef e do lobista Fernando Moura, durante a Operação Lava Jato. Ambos apontaram o senador Aécio Neves (PSDB) como beneficiário dos desvios.

15) O grampo da JBS – Em 2017, Joesley Batista, proprietário do frigorífico JBS, entregou à Procuradoria-Geral da República uma gravação do senador Aécio Neves (PSDB) solicitando ao empresário R$ 2 milhões. No áudio, o então presidente nacional dos tucanos justifica, afirmando que precisava da doação para pagar sua defesa na Operação Lava Jato. Aécio indicou um primo para receber o dinheiro e a entrega foi gravada pela Polícia Federal, que descobriu, ainda, que a quantia foi depositada em uma em presa do senador Zezé Perrella (PMDB-MG). (Com informações da Revista Fórum).

Prefeito de Altaneira anuncia controle e contenção de gastos em virtude de crise e ex-prefeito discorda


Prefeito Dariomar Rodrigues em reunião com secretários, diretores escolares, procurador geral e vereadores para discutir situação financeira do município de Altaneira. (Foto: Reprodução/ Facebook).

Em reunião que contou com a participação de diretores e diretoras de escolas, coordenadores escolares, da secretária de educação, Leocádia Soares, dos secretários de governo e de Administração e Finanças, Deza Soares e Humberto Batista, respectivamente, do procurador geral do município, Milton Ferreira e de vereadores - tanto da base quanto da oposição -, o prefeito Dariomar Rodrigues (PT) anunciou na manhã da última quinta-feira, 12, que o município passa por graves problemas em fase da crise financeira que vem rondando e assustando diversos gestores, principalmente os de pequeno e médio porte.

Segundo informações que foram publicizadas no início na tarde de sexta-feira, 13, na página do município no facebook, as principais medidas apresentadas foram “a redução de serviços de assessorias, cargos comissionados, uso de transportes e consequentemente de combustíveis”. Outras ações podem ser feitas que, de acordo com a mesma página, “embora necessárias, são menos prioritárias”.

O líder da oposição na câmara, o vereador professor Adeilton (PSD) afirmou em rede social que teceu críticas e realçou que ficou “abismado com diversas questões levantadas”. “Entre elas”, pontuou, “critiquei o gasto com mais de 700 mil reais com compra de livro. Se a crise foi gerado pela perca dos resultados na educação, não justifica gastar desse tanto, nesse momento”. Ainda segundo o edil, as críticas foram feitas também por parlamentares da base, mas não escreveu o teor destas. Na página do município não consta essas informações, tão pouco no portal oficial.

Delvamberto Soares (PDT).
(Foto: João Alves).
A reunião para apontar sugestões visando superar as dificuldades financeiras do município foi destaque no Blog de Altaneira (BA) e em algumas emissoras de rádio do interior. Ao tomar conhecimento do fato via publicação do BA no facebook, o ex-prefeito Delvamberto Soares (PDT) teceu duras críticas ao atual gestor.

Não acredito em crise, e mesmo se existisse tal teria que ter tomado ações no início da gestão para não ter chegado ao caos que chegamos”, frisou Delvamberto. O ex-prefeito ainda destacou que não se pode aceitar “que as pessoas que necessitam dos serviços básicos do município sejam penalizadas”.

Delvamberto foi além e ressaltou que “seria mais prudente o Prefeito assumir que vez gastos desnecessários fora da realidade do Município e deixar de colocar culpa nas gestões passadas”. E continuou ao propor que seja cortado 30% dos salários tanto do chefe do poder executivo quanto do secretariado. “Já que chegou a essa situação que tal contar 30% dos salários do Prefeito e Secretários”, propôs ele.

Essa é primeira vez que o aliado político nas eleições passadas faz críticas ao prefeito. Até o fechamento desta matéria nenhum membro da administração municipal havia se manifestado sobre.

A reunião ocorreu no auditório do Centro de Referência de Assistência Social (Cras) da sede.

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A redação do Blog Negro Nicolau (BNN) comunica que está aberto caso alguém ligado à administração municipal queira utilizar esta espaço para se manifestar.