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Lula em encontro na Casa Palmeira de Babaçu Dada e Dijé, sede do Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu no centro histórico de São Luís. (FOTO | Ricardo Stuckert). |
O
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reafirmou hoje (3) seu
compromisso de recriar o Ministério das Mulheres, criar uma pasta
assuntos indígenas e de pesca, atualmente no Ministério da
Agricultura, e de retomar políticas voltadas à segurança alimentar
que beneficiam pequenos produtores, extrativistas e pescadores
artesanais. É o caso do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA),
extinto pelo governo de Jair Bolsonaro (PL) em meio ao retorno do
Brasil ao Mapa da Fome.
“Vamos
recriar o Ministério das Mulheres, criar ministério para cuidar dos
povos originários, para cuidar da pesca. Não tem sentido Ministério
da Agricultura cuidar da pesca. Vamos também retomar as conferências
nacionais e estreitar a participação popular, a democracia”,
disse Lula.
O
candidato à Presidência da República atendeu assim reivindicação
de lideranças de quebradeiras de coco de babaçu, com quem se reuniu
na manhã deste sábado na Casa Palmeira de Babaçu Dada e Dijé,
sede do Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu
(MIQCB), no centro histórico de São Luís.
Mulheres
do Maranhão, Pará, Piauí e Tocantins, que começam a coletar e
quebrar coco já aos cinco anos, expuseram a Lula os avanços que
alcançaram a partir de seu governo. Entre eles o fomento a formação
de cooperativas e abertura de minifábricas para o beneficiamento das
amêndos, produzindo azeite, sabão, sabonetes e outros. Falaram da
melhoria nas condições de vida, inclusive de entrada de filhos na
universidade. E da volta à situação de fome durante o atual
governo.
Lula
aproveitou para cobrar mais respeito às mulheres
Além
da recriação do Ministério das Mulheres, as quebradeiras querem
medidas para conter a perseguição e criminalização por
fazendeiros, que impedem a entrada das extrativistas. E leis que
obrigem um mínimo de 60 palmeiras de babaçu por hectare de pastos e
monocultivo de soja que avançam na região. Outro aspecto ambiental
envolvido nas reivindicações, diretamente associado ao trabalho das
quebradeiras, é a proibição das pulverizações aéreas de
agrotóxicos, que contaminam os cocos e toda a roça dos
agricultores.
Durante
o encontro, Lula e Janja fizeram diversas perguntas sobre a lida para
entender mais sobre as dificuldades enfrentadas pelas mulheres no dia
a dia de um trabalho perigoso, que envolve uso de ferramentas de
corte. E que na melhor das hipóteses, por ser executado no chão,
causa dores em diversas partes do corpo.
“Nosso
governo não quer tirar nada de ninguém. Mas queremos que todos
tenham o mínimo que é de direito. Nenhuma mulher tem de ser
quebradeira de coco a vida inteira. Quem de ter oportunidade de
outras coisas e vamos incentivar as cooperativas”, disse o
ex-presidente.
Em
nome das quebradeiras de coco, Lula aproveitou para valorizar todas
as mulheres enquanto puxava a orelha dos homens, inclusive
“progressistas de boteco”, que não dividem as tarefas
domésticas.
Não
há números atualizados sobre quebradeiras de coco. Dados de 2010
apontavam mais de 300 mil distribuídas pelo Maranhão, Para, Piauí
e Tocantins.
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Com
informações da RBA.