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“O Brasil vive em situação de guerra”, afirma Coalizão em audiência federal sobre a fome

 

(FOTO/Sheila Carvalho/Coalizão Negra por Direitos).

A Frente Parlamentar Mista de Combate à Fome realizou uma audiência pública federal para debater o assunto e construir um comitê emergencial para desenvolver estratégias de superação do problema no país. A Coalizão Negra por Direitos fará parte do comitê.

Durante a sessão, Douglas Belchior (Uneafro-Brasil) sinalizou para a situação de insegurança alimentar vivida pelo país e agravada pela pandemia. “O racismo impõe situação de calamidade à vida do povo negro, e naturalmente quando uma situação dessa [pandemia] acontece, há um aprofundamento da tragédia. O Brasil vive em situação de guerra, pelas mortes da Covid e a fome generalizada”.

Dados divulgados em 2021 pela Rede Pessan sinalizam que 20 milhões de brasileiros dizem passar 24h ou mais sem comer e 55% da população, cerca de 116 milhões de pessoas, sofrem algum tipo de insegurança alimentar.

O vice-presidente da câmara federal, Marcelo Ramos, destacou o papel articulador da câmara federal e o desejo da instituição de potencializar as ações já existentes por parte da sociedade civil. “Nós queremos fazer links para potencializar as ações de vocês”, disse.

Ele propôs, durante a audiência, a criação de uma emenda à Constituição (PEC) que viabilize a destinação de um percentual mínimo de todas as emendas parlamentares para o combate à fome. Marcelo Ramos afirmou ter coletado assinaturas de colegas da casa para apresentar a PEC.

A fome como um problema histórico do Brasil foi apontada por Iêda Leal, presidenta do Movimento Negro Unificado (MNU). Para ela, é preciso “chamar o povo agora, neste momento, para acabar com todas as injustiças deste país. Chama o povo que ele sabe o que deve ser feito”

Realizada na câmara, no dia 16 de março, a audiência foi coordenada pelo vice-presidente da câmara, Marcelo Ramos (PSD-AM). Estavam presentes também o deputado Célio Moura (PT-TO), Coordenador da Frente de Combate à Fome, e o deputado Padre João (PT-MG), Coordenador da Frente Parlamentar de Segurança Alimentar e Nutricional.

A Coalizão Negra por Direitos participou da audiência, representada por Iêda Leal (MNU), Biko Rodrigues (CONAQ), Douglas Belchior (Uneafro), Sheila Carvalho (Instituto de Referência Negra Peregum), e Mariana Andrade (Frente de Mulheres Negras do DF).

Durante a pandemia, a Coalizão Negra por Direitos arrecadou cerca de R$ 25 milhões, convertidos em cestas básicas e alimentos, entregues em quilombos e bairros de periferia. De acordo com a organização, foram mais de 50 mil pessoas que doaram para a campanha “Tem gente com fome”.

Entre as organizações da sociedade civil presentes, estavam o Instituto de Defesa do Direito de Defesa (IDDD), a FAO, Organização das Nações Unidas para Alimentação e a Agricultura, a Confederação Nacional dos Trabalhadores da Agricultura (Contag), entre outras. O Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (IPEA) também participou da audiência.

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Com informações da Alma Preta.

Não haverá cortes no Bolsa Família, diz Tereza Campello


A ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), Tereza Campello, foi reconduzida nesta quarta-feira (7) ao cargo. No fim da cerimônia, em entrevista aos jornalistas ela disse que o Programa Bolsa Família não sofrerá cortes e que o MDS, com outros ministérios, fará parte de um esforço para redução de gastos.

Existe um esforço conjunto de reduzir custos da máquina administrativa. Sempre é possível melhorar o gasto público. Faremos parte do esforço, sem reduzir direitos. Esta é a orientação da presidenta”, salientou.

Ministra afirmou que existe um esforço conjunto de reduzir
custos na máquina administrativa.
Sobre as conquistas dos últimos anos, Tereza Campello enfatizou o investimento na área social. Para este ano, estão previstos cerca de R$ 70 bilhões. A ministra também chamou atenção para áreas onde os recursos são gastos, como acesso à água, qualificação profissional e educação. “Acho que o grande legado dessa ação conjunta é o trabalho intersetorial com as áreas de saúde e educação”, ressaltou a ministra

Entre os desafios da pasta para os próximos quatro anos de governo, ela destacou a geração de oportunidades. “Temos um desafio grande com a qualificação profissional, porque nos interessa aproximar cada vez mais o público da qualificação profissional com as vagas de emprego no Brasil.”

Outro destaque foi a luta contra o preconceito à população mais pobre. “Há um esforço para reduzir o preconceito contra a população pobre, que é trabalhadora e quer oportunidades. Este esforço é de todo Brasil”.

Tereza Campello registrou as ações realizadas pelo ministério. Lembrou, por exemplo, a antecipação do cumprimento de metas do Programa Brasil sem Miséria. “Fizemos tudo o que nos comprometemos a fazer. Aliás, fizemos mais do que prometemos. Batemos todas as metas antes do prazo”, concluiu.