Fotógrafo cearense Samuel Macedo é um dos finalistas do Prêmio PIPA Online 2024

 

Samuel Macedo tem reconhecido trabalho no registro da cultura popular do Cariri cearense. (FOTO | Samuel Macedo)

O fotógrafo cearense Samuel Macedo é um dos 20 finalistas do Prêmio PIPA Online 2024, um dos mais importantes sobre arte contemporânea brasileira. Ao todo, este ano, foram indicados 62 artistas de todo o país, sendo que 50 participaram do 1º turno e, desses, 20 foram escolhidos pelo público para o 2º turno. A votação acontece até o próximo domingo (21), de forma virtual, no site do Prêmio PIPA.

O PIPA Online é a categoria do Prêmio que acontece inteiramente na internet, e cuja participação é opcional para todos os artistas da edição vigente. Os vencedores serão os dois artistas que receberem o maior número de votos em sua página ao final do segundo turno e cada um receberá uma doação de R$ 5 mil.

Nascido em Crato, Samuel foi selecionado pelo grupo de curadores do Prêmio PIPA, criado em 2010 para ser o de maior destaque nas Artes Visuais brasileiras. Nesta 15ª edição, já foram premiados, a partir da escolha de um conselho, os artistas Aislan Pankararu, Aline Motta, enorê e Nara Guichon, que irão expor no Paço Imperial, no Rio de Janeiro, a partir de agosto.

Contudo, todos os artistas indicados tiveram o direito a ter uma página no site, inclusão no catálogo bilingue, vídeo-entrevista e divulgação em sites e mídias sociais. No caso do fotógrafo cearense, ele optou por destacar seus registros da cultura popular do Cariri.

Até agora, Samuel Macedo recebeu mais de 1.200 votos. A expectativa é que o anúncio dos vencedores do Prêmio PIPA Online 2024 saia até o dia 22 de julho. Em agosto, será lançado um catálogo com o trabalho de todos os concorrentes. “Só a visibilidade é muito grande. Nesse meio é a primeira vez que estou aparecendo. Eu sei que tem muita gente que merece, mas isso faz meu trabalho repercutir mais, chegar em mais locais”, reconhece o fotógrafo.

Trajetória

O primeiro contato de Samuel Macêdo com uma câmera foi ainda criança, na oficina do seu avô Assis. Lá, entre outras bugigangas, o pequeno se apaixonou por uma caixa escura com espelho, que reproduzia a câmara escura, um princípio que serviu de base para a invenção da fotografia. Sem perceber, a imagem já estava o fascinava.

Profissionalmente, sua trajetória inicia-se na Fundação Casa Grande – Memorial do Homem Kariri, organização não-governamental, cultural e filantrópica criada em 1992, em Nova Olinda. Ali, Samuel e outras crianças puderam desenvolver talentos que vão desde a música à produção audiovisual.

A grande oportunidade para Samuel aconteceu com a criação da TV Casa Grande, desenvolvida com programação própria pelas crianças e adolescentes, que se dividiam entre edição, iluminação, produção e reportagem. Aos aos 13 anos, ele era o cinegrafista.

Após mudar-se para o Crato, onde trabalhou cinco anos com produção cultural, Samuel voltou a se dedicar diuturnamente à fotografia. Seu primeiro grande trabalho foi o livro de 20 anos da Fundação Casa Grande, onde ilustra a publicação ao lado do paraibano Augusto Pessoa.

Depois de algum tempo, recebeu o convite para participar do trainee do jornal Folha de S. Paulo. Foi lá que surgiu a ideia do Projeto Infâncias, criado pelas jornalistas Gabriela Romeu e Marlene Peret, que percorreu distintas realidades socioculturais brasileiras, registrando a vida de meninos e meninas do Brasil. Outros trabalhos importantes foram as turnês, dentre elas o projeto Mestre Navegantes, idealizado pelo músico, produtor e diretor Betão Aguiar, que registra manifestações musicais da cultura popular do Brasil na produção de discos, filmes, fotografias e textos.

Em 2023, inaugurou sua primeira exposição individual, Encantarias Cariri. Com retratos de mestres e mestras do Cariri cearense, a mostra teve curadoria de Bitú Cassundé e Fabiana Barbosa. Também integrou a mostra Terra em Transe, com curadoria de Diógenes Moura. As produções, ambas expostas no Centro Cultural do Cariri Sérvulo Esmeraldo, apresentaram, respectivamente, o ofício e a vida de detentores de saberes da região e a manifestação do reisado de caretas, tema no qual tem se aprofundado em sua obra.

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Com informações do Opinião CE