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Alexandre Lucas. (FOTO/ Arquivo Pessoal). |
O
homem não disse nada. Ficou em silêncio enquanto a vida passava. Escutou as
histórias que atravessaram os seus caminhos como um figurante, sem fala e nome.
A porta da sua vida era trancada com fechadura enferrujada, a chave apartada em
pedaços irreconciliáveis.
O
homem parado seguia. Se segue parado. Sentou na praça, ergueu um chiclete,
mascou até perder a sensibilidade. Enquanto mascava, a banda tocou. As crianças
brincaram com milhos e pombos. A polícia bateu nos estudantes, tingiu a praça
de sangue. A chuva veio repentinamente
forte e estralando os céus. O homem
continuava mascando chiclete. O homem não disse nada.
Quando perguntaram sobre o seu silêncio, o homem não disse nada. Já era tarde, assim como os livros que são queimados antes de serem lidos.
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