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SUSANE RODRIGUES É PESQUISADORA E PROFESSORA DE HISTÓRIA DA UNB |
Estudo inédito de Susane Rodrigues,
professora da História da UnB, revela poder das mulheres incas no período
pré-colombiano. Pesquisa resultou no livro Por uma história do possível:
representações das mulheres incas nas crônicas e na historiografia.
Mais
que recompor um hiato na história, pesquisa inédita revela uma rica e
importante matriz política do império inca no século 16: o poder exercido por
bravas e guerreiras mulheres indígenas de Tawantinsuyu – o maior território da
América pré-colombiana, existente até a ocupação dos europeus. Com o livro Por
uma história do possível: representações das mulheres incas nas crônicas e na
historiografia (Paco Editorial, 2012), Susane Rodrigues de Oliveira, professora
do Departamento de História da Universidade de Brasília (UnB), não apenas rompe
com o silenciamento em torno das figuras femininas na sociedade como também
questiona e rechaça a tradicional representação patriarcal, estereotipada e
eurocêntrica que os relatos historiográficos vêm sustentando até hoje.
A
partir da análise das crônicas dos europeus – escritas nos séculos 16 e 17 –
Susane Rodrigues empreendeu a sua própria sondagem, indagando sobre esse
obscuro passado e as suas relações com o presente, “especialmente sobre a
história que praticamente nada nos informa acerca do lugar social do feminino
anterior à colonização espanhola”. De acordo com a leitura crítica dos
discursos consolidados, “é flagrante a visão androcêntrica e colonizadora que
imperava em relatos orientados por um modo europeu de ver e representar o
outro", principalmente no que diz respeito ao lugar e ao papel que as
mulheres assumiam na sociedade Tawantinsuyu.
Conforme
conta, sua pesquisa – resultado de seu doutoramento na UnB – foi motivada pela
busca de “uma história possível e plural” de mulheres que já exerceram um
domínio político importante conjugado, em contraste, ao que pode atestar, em
1997, quando flagrou a situação de extrema pobreza e discriminação social,
ilustrada por seus altos índices de desnutrição, graves taxas de mortalidade e
falta de acesso a serviços básicos. “Esse quadro de violência e exclusão social
se impôs desde o século 16, a partir da presença hispânica no Peru, que vem
negando a igualdade de oportunidades em uma situação de tripla discriminação,
afinal são mulheres, pobres e indígenas”.
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