Justiça ignora violação aos direitos humanos e derruba regra que dá nota zero para redações do ENEM


Nesta quarta-feira (25), a Justiça Federal suspendeu uma das regras contidas na Cartilha do Participante – Redação no Enem 2017, divulgada, no último dia 16, pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep). Este item determinava que o participante que defendesse a violação dos direitos humanos em sua redação, teria a nota do seu texto zerada.

(Foto: Suami Dias/ GOVBA).
Em sua decisão, o desembargador federal Carlos Moreira Alves, do Tribunal Regional Federal, determinou a suspensão do item 14.9.4 do edital do exame. Ao analisar o caso, informa a Justiça Federal, o magistrado afirmou seu “ofensa à garantia constitucional de liberdade de manifestação de pensamento e opinião, também vertente dos direitos humanos propriamente ditos; e ausência de um referencial objetivo no edital dos certames, resultando na privação do direito de ingresso em instituições de ensino superior de acordo com a capacidade intelectual demonstrada, caso a opinião manifestada pelo participante venha a ser considerada radical, não civilizada, preconceituosa, racista, desrespeitosa, polêmica, intolerante ou politicamente incorreta”.

O movimento Escola Sem Partido comemorou a decisão em sua página no Facebook, o que gerou a reação em cadeia em vários bolsominions. “Acho bom. O aluno deve ser avaliado pela sua habilidade em se expressar na norma culta do português escrito e não pelo fato de sua opinião ser ou não a “correta”. Ademais, o que são os “direitos humanos”?. Essa é um conceito problemático e em disputa. Não pode ser usado como critério”, escreveu um deles.

Sem contar os critérios bem “dois pesos e duas medidas”, por ex, no tema “combate contra a intolerância religiosa”, era liberado criticar a “bancada evangélica” e evangélicos em geral, mas criticar alguma religião de matiz africana…”, vociferou outro. “Parabéns!!! Do jeito que a coisas estão, já nem sei se chega a ser surpreendente ter sido por 2×1 e não por unanimidade. Mas o que mais importa é o resultado”, comemorou um terceiro usuário.


Decisão

O desembargador subscreveu ainda que o conteúdo ideológico do desenvolvimento do tema da redação. “não deveria ser fundamento sumário para sua desconsideração, com atribuição de nota zero ao texto produzido, sem avaliação alguma em relação ao conteúdo intelectual desenvolvido pelo redator”.

Decisão da 5ª turma do Tribunal do Regional Federal da 1ª região, em Brasília, atendeu a um pedido do movimento Escola Sem Partido. Entretanto, o desembargador Carlos Moreira Alves, não considerou o argumento do reclamante que alegava divergência ideológica.

O que pode violar os direitos humanos no Enem

No guia de 2017, o Inep detalha ideias ou ações que violam os direitos humanos. “Pode-se dizer que determinadas ideias e ações serão sempre avaliadas como contrárias aos direitos humanos, tais como: defesa de tortura, mutilação, execução sumária e qualquer forma de “justiça com as próprias mãos”, isto é, sem a intervenção de instituições sociais devidamente autorizadas (o governo, as autoridades, as leis, por exemplo); incitação a qualquer tipo de violência motivada por questões de raça, etnia, gênero, credo, condição física, origem geográfica ou socioeconômica; explicitação de qualquer forma de discurso de ódio (voltado contra grupos sociais específicos)”

Ao Globo, a assessoria do Inep informou que ainda não foi notificada sobre a decisão e que, caso isso ocorra, recorrerá Supremo Tribunal Federal. Porém, até uma nova decisão da Justiça, a regra do Enem continua suspensa. As provas do Enem estão marcadas para os próximos dias 5 e 12 de novembro. (Com informações da Revista Fórum/ O Globo).

Quem é Carlos Marun, o deputado que dançou para celebrar salvação de Temer


Definida a votação em que a Câmara salvou o presidente Michel Temer de uma denúncia por formação de quadrilha e obstrução da Justiça, o deputado Carlos Marun (PMDB-MS) não conseguiu esconder sua alegria na noite de quarta-feira 25. Em frente a jornalistas, dançou e cantou. "Tudo está no seu lugar. Graças a Deus, graças a Deus. Surramos mais uma vez essa oposição, que não consegue nenhuma ganhar". A música, com sua rima improvisada, foi flagrada pela Folha de S.Paulo.

Marun na CPI da JBS: essencial para o governo no Congresso. (Foto: Alex Ferreira/ Câmara).
A alegria de Marun não é de se espantar. O deputado, atualmente vice-líder do PMDB na Câmara, é um dos mais ferrenhos defensores de Temer e esteve em posições estratégicas. Foi vice-líder do governo e também presidente da comissão especial de reforma da Previdência, onde se discutiu um dos carros-chefe do Planalto no Legislativo.

Após a votação de quarta-feira, Marun foi o porta-voz da linha-dura que o governo deve adotar com quem votou contra Temer. "Os deputados que votaram contra o presidente devem ser excluídos da base e serem tratados como oposição. Não devem ser nem recebidos pelos ministros", afirmou.

A postura de escudeiro não é estranha a Marun. Só que antes de proteger Temer, quem estava na posição de soberano era Eduardo Cunha. Ao longo de 2015, quando o então presidente da Câmara, hoje preso, atuou para inviabilizar o mandato de Dilma Rousseff, Marun esteve ao seu lado. Defendeu o desembarque do PMDB do governo, o impeachment e participou de manifestações de rua contra a petista em Campo Grande, capital de seu estado. No ocaso de Cunha, alvo de pedido cassação por mentir à Câmara, Marun não o abandonou. No Conselho de Ética, trabalhou para anistiar o colega e, na sessão que culminou com o expurgo de Cunha, foi um dos nove deputados que votou contra a cassação, sendo o único a defender o correligionário em plenário.

A prisão de Cunha afastou os dois. Na véspera do Natal de 2016, o deputado sul-mato-grossense usou verba da Câmara para visitar o colega cassado no Paraná, onde está preso por ordem de Sérgio Moro. Após a revelação do escândalo, Marun prometeu devolver os 1,2 mil reais que usou na visita natalina.

Com a saída de Cunha de cena, Marun se tornou automaticamente um defensor do governo e de Temer. Hoje, o deputado é relator de um colegiado que o governo observa com atenção, a CPI da JBS. O fato de Marun ter recebido, nas eleições de 2014, 103 mil reais em doações do frigorífico (50 mil por intermédio da senadora Simone Tebet e 53 mil via Nelson Trad Filho, ex-prefeito de Campo Grande), não foi empecilho para ele obter a posição. A CPI da JBS é vista nos bastidores como foro ideal para que a delação de Joesley Batista e outros executivos da gigante fabricante de proteínas seja anulada. Seria um alívio para Temer e Cunha.

Na denúncia que foi barrada na quarta-feira 25 pela Câmara, Temer era o protagonista, mas Cunha tinha um papel relevante. Segundo o ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot, Temer lidera uma organização criminosa formada pelos ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral), além de Cunha e dos também ex-deputados Geddel Vieira Lima (BA) e Henrique Alves (AL), ambos também presos.

Das investigações da Polícia Federal e do Ministério Público Federal, depreende-se que Cunha e Temer eram (são?) aliados e tinham em seu entorno uma série de deputados escudeiros, que em troca receberiam ajuda antes, durante e depois das eleições. Temer e Cunha tinham hierarquia semelhante no grupo, escreveu a PF em um relatório, mas o presidente tinha "a função de conferir oficialidade aos atos que viabilizam as tratativas acertadas por Eduardo Cunha, dando aparente legalidade e legitimidade em atos que interessam ao grupo."

Marun e Cunha: aliado até o fim. (Foto: J. Batista/ Câmara).
A conclusão dos investigadores vai ao encontro de acusações feitas abertamente por alguns políticos, como o ex-ministro Ciro Gomes, segundo quem a aliança teria uma natureza ilegal. "Na verdade, Temer é o homem do Cunha, e não o inverso. Parte importante das loucuras que faz é por estar completamente comprometido", disse Ciro ainda em dezembro de 2015 a CartaCapital.

Contra Marun, nada pesa nas investigações da Lava Jato. O deputado tem, entretanto, seu próprios rolos. Nascido em Porto Alegre, Marun fez sua carreira política no Mato Grosso do Sul. Foi vereador de Campo Grande e deputado estadual. Depois, foi secretário estadual de Habitação e presidente da Agência de Habitação Popular de Mato Grosso do Sul (Agehab), cargos que exerceu no mandato do governador André Puccinelli, que hoje usa uma tornozeleira eletrônica por ser investigado por fraudes em licitações e desvios de dinheiro público.

Por conta de sua atuação no último cargo, Marun é alvo de um processo por improbidade administrativa. Desde 2013, é acusado de beneficiar a DigithoBrasil Soluções em Software Ltda, que prestava serviços à Agehab, em contratos de 16,6 milhões de reais. "Estou me defendendo, e tenho certeza de que o processo resultará na minha absolvição”, afirmou Marun recentemente ao jornal O Estado de S.Paulo. A empresa também alega inocência.

O fato de ambos, deputado e empresa, serem acusados de desvio de dinheiro público não provoca constrangimento. Nas eleições de 2014, a DigithoBrasil foi a principal financiadora da campanha de Marun – bancou 300 mil reais do 1,6 milhão de reais arrecadados.

Outras empresas com problemas judiciais também doaram ao escudeiro de Cunha e Temer. A H2L Equipamentos, cujo dono, Rodolfo Pinheiro Holsback, foi investigado na Operação Lama Asfáltica, investiu 145 mil reais no deputado; a Guizardi Júnior Construtora, cujo dono, Giovani Guizardi, é réu e delator da Operação Rêmora, banco outros 20 mil reais. (Com informações de CartaCapital).

Aluna de ensino médio em Nova Olinda diz que PL aprovado em Crato é um insulto à memória das pessoas


A emenda que depois se transformou em projeto de lei de autoria do vereador Roberto Anastácio, conhecido por Bebeto, com assento na Câmara de Crato pelo Podemos, que proíbe a discussão de gênero e sexualidade na rede pública e particular continua a merecer duras críticas.

Kézia Adjane quer ser professora de História.
(Foto: Reprodução/Facebook).
Depois de notas do Centro Acadêmico de História Francisca Fernando Anselmo – CAHFFA/URCA, do Grupo de Mulheres Negras do Cariri Pretas Simoa e do Laboratório de Pesquisa em História Cultural (LAPEHC), da Universidade Regional do Cariri, Kézia Adjane, estudante do terceiro ano do ensino médio integrado a educação profissional da Escola Educação Profissional Wellington Belém de Figueiredo, em Nova Olinda, na região do cariri, teceu fortes críticas ao ator e apoiadores (as) do texto aprovado na última segunda-feira, 23.

Conforme já publicado aqui neste Blog, sete parlamentares foram contrários (as) e nove aprovaram. Professores (as), alunos (as) e outras pessoas foram, segundo informações publicadas em grupos de Whatsapp agredidas durante a sessão. Os agressores gritavam o nome de Bolsonaro e o autor da matéria disse que ela é de todos aqueles que acreditam em Cristo e ajoelhou-se tão logo houve a aprovação da emenda.

Ao usar seu perfil na rede social facebook, Kézia foi taxativa ao repudiar o texto aprovado:

Minha nota de repúdio as pessoas que aprovaram a emenda que proíbe a discussão sobre gênero em sala de aula em Crato. Isso é um retrocesso tremendo. Além disso, é um insulto a todas as pessoas que morreram e morrem diariamente justamente pela falta desse diálogo. É uma pena que uma cidade tão grande ainda tenha pessoas com mente tão pequena”.

A aluna é conhecida por seu posicionamento firme e contundente acerca dos principais temas que afetam o país. Líder estudantil, Kézia atualmente ocupa a presidência do Grêmio Escolar e deseja ser professora de História. 


Município do Ceará barra 'Escola Sem Partido' nos ensinos fundamental e médio


A Câmara Municipal de Baturité decidiu pela não aprovação do projeto de lei intitulado "Escola Sem Partido". A votação aconteceu na noite desta segunda-feira (23) e teve nove votos contra o projeto e três favoráveis.

O projeto é de autoria dos vereadores Vagné Nogueira Nascimento e Josivan dos Santos Pereira. Caso aprovada, a proposta colocaria como obrigatória a exposição de cartazes em todas as salas de aula dos ensinos fundamental e médio do município com indicações para que os professores não se manifestassem os próprios interesses, opiniões ou preferências ideológicas, religiosas e políticas na presença dos alunos.

Além dos dois vereadores que propuseram o projeto de lei, a vereadora Irmã Edileuza também foi favorável a proposta. O presidente da Câmara, Renaldo Braga, não votou. Os demais vereadores foram contrários.

Antes da votação foi lido o parecer da relatora do projeto, vereadora Socorro do Açudinho, que se mostrou desfavorável à admissibilidade da proposta. O documento se valeu do capítulo III, artigo 206, da Constituição Federal para colocar os princípios da pluralidade e democracia quanto às ideias e concepções pedagógicas dentro da sala de aula.

Colocou-se ainda a competência concorrente à União e aos estados nos temas pertinentes à educação, e não aos municípios. "Assim, opinamos pela inadmissibilidade da matéria, em razão da inconstitucionalidade manifesta pela usurpação de competência privativa da União, em sede de controle constitucional preventivo", apontou o parecer. (Com informações do G1/CE).

Foto: Divulgação.

CA de História cobra posicionamento púbico da secretária de educação de Crato sobre vedação de discussão de gênero


O Centro Acadêmico de História Francisca Fernando Anselmo – CAHFFA/URCA tornou pública carta aberta endereçada a professora Antânia Otonite de Oliveira Cortez, professora do Departamento de História da Universidade Regional do Cariri (URCA) e que está como Secretária de Educação do município de Crato para que esta se posicione publicamente acerca da emenda a Lei Orgânica que proíbe a discussão de gênero e sexualidade (sob o nome de disciplina “ideologia de gênero") na rede pública e particular de ensino.

Para obter facilmente sua aprovação (o que se verificou na manhã de desta segunda, 23), já que a emenda exige que se tenha 3/5 dos votos dos (as) vereadores (as), houve uma articulação política entre seus apoiadores para transformá-la em Projeto de Lei, necessitando, pois, de maioria simples.  

O Projeto é de autoria do vereador Roberto Anastácio, conhecido por Bebeto, com assento na casa pelo Podemos e foi aprovado por nove parlamentares. Sete foram contrários (as). Professores (as), alunos (as) e outras pessoas foram, segundo informações publicadas em grupos de Whatsapp agredidas durante a sessão. Os agressores gritavam o nome de Bolsonaro e o autor da matéria disse que ela é de todos aqueles que acreditam em Cristo e ajoelhou-se tão logo houve a aprovação da emenda.

Votaram a favor do texto, os vereadores Gilson (PTdoB), Tico da Serrinha (PSC), Nando Bezerra (PTB), Jales Velloso (PSB), Adil (PSC), Vicência (PMN), Fernando Brasil (PP), Lunga (PSD), além do Bebeto (Podemos). Contra, estiveram Antonio de Mano (PPL), Ticiane Guer (PSDB), Guri (PV), Júnior Matos (PDT) e Pedro Lobo e Amadeu de Freitas, ambos do PT. Pedro Alagoano (PSD) se absteve da votação e Thiago Esmeraldo (PP) não compareceu.

Abaixo você confere a Carta Aberta

CARTA ABERTA À PROFESSORA ANTÔNIA OTONITE DE OLIVEIRA CORTEZ, PROFESSORA DO DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA DA UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI E ATUAL SECRETÁRIA DE EDUCAÇÃO DO MUNICIPIO DE CRATO (CE)

Crato (CE), 23 de Outubro de 2017

Cara professora,

Como a senhora deve saber, hoje, no dia 23 de Outubro de 2017 foi aprovada, na câmara de vereadores do município de Crato (CE), a absurda proposta de emenda à lei orgânica nº 1610001, de autoria do vereador Roberto Anastácio (Podemos), que pretende proibir o ensino de “ideologia de gênero” nas escolas públicas do município. Durante a votação, muitos estudantes apanharam e foram desrespeitados pela casa e pelos eleitores de Jair Bolsonaro.

Em tempos como o que estamos passando hoje, em que os mais diversos atos de violência e discriminação são legitimados e em que o exercício da docência está sendo censurado e sucateado, é inconcebível que um profissional de História, formador de professores, deixe uma situação como essa passar despercebida. A violência contra mulheres, negros e LGBTT’s ainda é, no Brasil, um fator alarmante, e precisa ser debatida e desconstruída em todos os âmbitos que circulam a vida social do ser humano.

A falta/garantia de assistência e de políticas públicas que amparem a população LGBTT em qualquer instituição da sociedade é muito forte e o debate sobre gênero é extremamente necessário para amenizar os índices de violência, bullying e evasão nas escolas. Se a senhora olhar para os lados, verá, sem dificuldade, o porquê de o Brasil liderar o ranking dos países que mais matam LGBTTs no mundo. Não muito distante de sua realidade, poderá ver que, na academia, ainda há um vazio epistemológico gigantesco, tanto na História como em outras ciências, que reconheça a dimensão da alteridade, que dê alternativas aos indivíduos marginalizados de exercer sua liberdade de expressão e que os garanta o direito de ocupar os espaços que tanto a senhora quanto nós ocupamos, combatendo, sempre, as tentativas fascistas de associar essas questões a uma roupagem de “ideologia” alienadora.

É de se reconhecer o quanto o curso de Licenciatura em História da Universidade Regional do Cariri evoluiu. Estamos, mesmo que aos poucos, conseguindo inserir as questões de gênero e ensino de história e cultura afro-brasileira e africana na nossa grade curricular, trazendo conosco problematizações e debates ricos e frutíferos acerca desses assuntos. Tivemos espaços para essas discussões na Semana de História realizada em agosto desse ano e receberemos, por exemplo, eventos que discutirão questões em torno do autoritarismo, cultura política, os direitos humanos e do papel da História na compreensão do Brasil profundo. E, claramente, estamos esperançosos que a senhora, como sujeito público e importante na constituição desses espaços, os aproxime da comunidade.

Por fim, observando o quão absurdos foram os acontecimentos recentes em torno da questão, esperamos que, como professora do Departamento de História da Universidade Regional do Cariri e como Secretária de Educação do Crato, a senhora se pronuncie publicamente sobre o caso. Infelizmente, na situação atual da sociedade brasileira, nunca a expressão “quem cala, consente” teve tanta serventia.

Agradecemos a atenção.

Atenciosamente,

Centro Acadêmico de História Francisca Fernando Anselmo – CAHFFA/URCA”.

Sob protestos, Câmara de Crato aprova PL que proíbe discussão de gênero e sexualidade nas escolas.
(Foto: Reprodução/ Whatsapp).

PCdoB do Ceará quer oposição a Michel Temer unida nas eleições de 2018


A defesa da união de partidos de oposição ao governo de Michel Temer foi um dos assuntos defendidos na 23ª Conferência Estadual do Partido Comunista do Brasil (PCdoB). O encontro, que durou todo fim de semana, encerrou-se na tarde de ontem. O encontro ocorreu no auditório da Assembleia Legislativa do Ceará.

Nosso partido está convencido de que para barrar e inverter esse caminho ruinoso do governo de Michel Temer precisamos de uma união. Fragmentadas, as forças de esquerda não vão a lugar nenhum”, defendeu o secretário nacional de Política e Relações Internacionais do partido, José Reinaldo Carvalho.

O representante nacional do PCdoB reforça a necessidade de um nome que centralize os partidos de oposição nas eleições de 2018. “Todas as candidaturas são legítimas, mas vamos ter que encontrar um denominador comum, que seja expressa em uma candidatura única e um programa comum que contemple o resgate da questão social, democrática e nacional”, disse.

No encerramento do encontro, foram eleitos os 65 membros do Comitê Estadual, dos quais será escolhida a diretoria da sigla pelos próximos dois anos.

A equipe só será definida em nova eleição marcada para o dia 9 de dezembro. (Com informações de Rômulo Costa, no O Povo).

PCdoB encerrou ontem à tarde sua Conferência Estadual. (Foto: Divulgação).



Somália para além da guerra civil. Fotógrafo arrebata o mundo com imagens de um local que quer se manter vivo


Yasin Osman é um premiado fotógrafo canadense, filho de Somalis criado em Toronto, no Canadá. Se especializou em fotografia humanitária e viaja pelo mundo em busca de histórias de marginalização, cultura e religião.

Na última semana, logo após o atentado de Mogadíscio, ocorrido no último sábado (14), que já deixou mais de 300 mortos, várias fotos suas da capital da Somália viralizaram na internet e correm o mundo.

Não pense, no entanto, que se tratam de imagens de fome, miséria, ataques terroristas ou coisa que o valha. Ao desembarcar na terra dos pais, Yasin foi atrás da vida noturna e da cultura de praia, na cidade que tem a costa mais longa da África.

Eu não voltava para a Somália desde que era criança; foi minha primeira viagem para lá”, disse Osman. “A única coisa que eu conseguia pensar no avião era na praia Lido, e nas histórias que minha mãe contava sobre o lugar.”

Osman diz que a mãe costumava passar as noites de sexta depois da escola conversando com amigos, bebendo chá e fazendo piadas na praia em Mogadixo — algo que ele não conseguia imaginar até ver por si mesmo. “Logo nos primeiros minutos, eu não conseguia deixar de sorrir. Ao redor eu via garotos jogando futebol, crianças dançando e mães ensinando as filhas a nadar”, ele diz. “Era muito mais lindo do que eu podia pensar.”

As fotos viralizaram nas redes sociais, algo que Osman credita ao contraste entre suas imagens e a cobertura da mídia ao longo de mais de duas décadas de guerra civil. “Acho que os somalis querem ver somalis retratados sob uma luz positiva. Queremos ver o amor, e as pessoas tentando mudar a narrativa se identificam com isso.”

A alegria dos temas de Osman é tão irresistível que, quem sabe, um dia esses rostos podem acabar na busca por imagens do Google. Veja mais fotos da praia Lido na Somália abaixo. (Com informações da Revista Fórum/ Vice Canadá).