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(FOTO | Freire dedicou seus 75 anos de vida à construção de métodos inovadores de educação, com foco na transformação social - Foto: Escola de Gestão Socioeducativa Paulo Freire -RJ). |
Há exatos 27 anos, em 2 de maio de 1997, o filósofo e educador Paulo Freire falecia vítima de infarto no miocárdio. Foram 75 anos dedicados à criação de métodos inovadores de educação com foco na transformação social que se consolidaram como referência mundial.
O
pensamento freiriano parte do princípio da humanização do ensino e do
reconhecimento da história e da cultura do aluno que, junto com o professor,
passa a construir o processo de aprendizagem. Um ensino horizontal, onde todos
ensinam e aprendem.
Em
2018, foram celebrados os 50 anos do livro Pedagogia do Oprimido, obra que
revolucionou o sistema de ensino de adultos em todo o planeta, criando um
modelo pedagógico que segue sendo pilar de formação em muitas salas de aula no
campo e nas cidades brasileiras.
Brasileiro
mais homenageado da história, o pernambuco autor de quase 40 obras ganhou
dezenas de títulos de doutor honoris causa de universidades da Europa e
América. Em 1986, recebeu o prêmio da Unesco de Educação para a Paz.
Um
levantamento do Google Scholar permite compreender a dimensão do legado: Freire
é o terceiro cientista brasileiro mais citado em trabalhos acadêmicos da área
de humanas no mundo.
Durante
a ditadura civil-militar brasileira, o método de alfabetização do pedagogo foi
considerado uma ameaça à ordem, obrigando Freire a deixar o país e permanecer
exilado durante 16 anos.
Mesmo
passadas mais de duas décadas de sua morte, as ideias do educador incomodam
profundamente os setores mais conservadores do país. A começar pelo presidente
Jair Bolsonaro e outros deputados da extrema direita que já encamparam
ofensivas para revogar o título de patrono da educação brasileira concedido ao
educador em 2012.
Em
2017, o Movimento Brasil Livre (MBL) também organizou um abaixo-assinado que angariou
mais de 20 mil assinaturas pela revogação da honraria sancionada pela
ex-presidente Dilma Rousseff.
Sofia
Freire Dowbor, neta de Paulo Freire, já criticou publicamente os ataques do
atual governo brasileiro e outros grupos contra a imagem de seu avô.
A
também educadora afirmou em 2019 que “Bolsonaro propôs entrar com um
lança-chamas no Ministério da Educação para destruir até o último vestígio do
que meu avô nos deixou. Quer anular o pensamento crítico e o trabalho em
grupo”.
“Hoje, mais do que nunca, a educação popular é
fundamental para gerar um ser coletivo, porque como bem dizia meu avô, ‘quando
a educação não é libertadora, o sonho do oprimido é ser o opressor’”, afirmou,
exaltando o legado do pedagogo.
Apesar
das tentativas de apagar seu legado, os ensinamentos de Paulo Freire vivem no
seio dos movimentos populares pelo Brasil e pelo mundo. O Movimento dos
Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), por exemplo, tem a educação popular
inspirada no pensamento freiriano como um pilar fundamental na militância.
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Com informações do Brasil de Fato.
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