9 de junho de 2022

“Os terreiros estão sendo incendiados como a KKK fazia nos EUA”, diz Kabengele Munanga

 

(FOTO |Pedro Borges).

Autor de obras como “Rediscutindo a Mestiçagem no Brasil” e doutor em antropologia pela Universidade de São Paulo (USP), Kabengele Munanga, aos 81 anos é um dos principais intelectuais do país e acredita que o Brasil vive um momento delicado. Em entrevista para a Alma Preta Jornalismo durante o II Egbé, encontro nacional dos povos de terreiro, o professor destaca a violência sofrida pelas religiões de matriz africana.

“Quantos terreiros de candomblé estão sendo incendiados em alguns lugares clandestinamente? Incendiados de colocar fogo e fugir, como a KKK fazia nos EUA. Quantos são caçados no seu território?”, questiona. Um terreiro foi incendiado em São Luís, capital do Maranhão, nesta semana. Em comunicado, os religiosos da casa atacada afirmam que os “crimes de intolerância religiosa só crescem a cada dia no Estado do Maranhão”.

Para ele, é papel do movimento negro se articular e frear essas violências. “O movimento negro tem de resistir muito, porque os terreiros são territórios étnicos”. O esforço também se deve pela compreensão, na perspectiva de Munanga, de que os terreiros no Brasil são fundamentais para a construção da identidade negra.

“Se os terreiros não tiverem seus territórios, como eles vão construir a sua identidade? Os terreiros de candomblé são símbolos da ancestralidade e da resistência. Estamos aqui para mostrar que precisamos resistir. A gente não vai desistir porque a gente vem de longe e não é de agora que somos atacados”.

Ele lamenta o fato das religiões de matriz africana não terem canais de comunicação de TV ou rádio, como tem os evangélicos, e critica os interesses por trás dos ataques às religiões de matriz africana.

“Eles querem clientela para pagar dízimo, reserva eleitoral para ter representantes no governo para defender os seus interesses. Nós não temos canal de televisão para fazer a propaganda, não temos a rádio, os jornais, então o momento é de se conscientizar para também pensar em novas estratégias de resistência, porque os antepassados resistiram quando chegaram aqui era uma outra situação. Não tinha televisão, jornais, rede social, nada. A gente tem criar novas formas de estratégias para continuar resistindo e não ser destruído”, explica.

O Brasil e o movimento negro

A violência sofrida pelos terreiros é uma das facetas da situação vivida pelo país, na visão de Kabengele Munanga. Ele acredita, contudo, que a delicadeza do atual cenário coloca em risco as conquistas obtidas em tempos recentes.

“A gente está passando por um momento de crise, um momento de ameaça de todas as conquistas que foram conquistados nos governos Lula e Dilma. Tudo o que foi feito de serviço para a sociedade, comunidade, tudo foi destruído e rasgado”.

Um dos exemplos apresentados por Kabengele Munanga, para explicar a sensação sobre a realidade, é a maneira como o governo federal lidou com a pandemia da Covid-19. Até o dia 7 de junho de 2022, 667 mil pessoas perderam as vidas pela pandemia, a maioria delas pessoas pobres e negras. O Mapa da Desigualdade, estudo feito pela Rede Nossa São Paulo, apontou que entre janeiro e julho de 2021, 47,6% das mortes de pessoas negras na cidade foram por conta da Covid-19, contra 28,1% entre os brancos.

Para Kabengele Munanga, os números indicam as desigualdades existentes no país e a responsabilidade do governo federal. “A pandemia matou muitos pobres, entre eles, muitos negros, tudo isso por conta da irresponsabilidade do atual governo”.

Autor da frase de que o “racismo é um crime perfeito” no Brasil, Kabengele Munanga acredita que o racismo continua presente, mas com diferenças no atual cenário. “Quantos somos no Congresso? Para que sejamos os 54% ainda falta muito. Nas assembleias, no Senado, nos judiciários, somos sub representados e isso vai depender de dois caminhos: a educação e as políticas afirmativas”.

Ele acredita que parte das mudanças na realidade brasileira fazem parte dos avanços obtidos pelo movimento negro. “As conquistas que nós tivemos, que são resultado de lutas de gerações, que vem lá de Zumbi dos Palmares, Frente Negra Brasileira, Movimento Negro Unificado, e hoje representadas por várias entidades do movimento negro e feministas organizados. Essas conquistas ainda não representam a população negra”. Os principais avanços apontados por Kabengele Munanga são as aprovações das leis 10.639 e 11.645, que obrigam o ensino da história africana, afro-brasileira e indígena, e a homologação da Lei de Cotas em 2012.

O papel do movimento negro hoje é, para ele, sobretudo o de conscientizar os jovens sobre a necessidade de continuar na luta. “Não é porque entraram alguns negros nas universidades pelas cotas que conseguimos. Nós estamos apenas conseguindo alguns resultados, coisas que para mim ainda são muito poucos”.
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Com informações da Alma Preta.

8 de junho de 2022

Encarcerados pelo privilégio

 

(FOTO |Reprodução |Livros e Fuxicos).

Por Alexandre Lucas, Colunista 

Os livros continuarão na estante. Desistir de presentear. Já não me servem, estão apenas preenchendo os espaços, li algumas páginas e abandonei junto a outras leituras iniciadas. Poderia me desfazer a qualquer momento, ainda posso, mas prefiro deixá-los encalhados, sem nenhuma serventia, são meus. Assim se esboça as cercas que separam a propriedade e a solidariedade.

Livros são para serem lidos.    Maldade encalhar mundos de palavras. Mas às vezes é preciso deixar as leituras encobertas, adormecer os momentos. A subjetividade é um labirinto cheio de textos sem respostas. Existem livros presos, encarcerados pelo privilégio.   

Espalhar livros é um perigo. Eles podem nos deixar com cegueira, além de apagar até mesmo a imaginação. Tem outros que nos fazem sentir o gosto do beijo e enxergar a fábrica de fazer miséria.  Sim, existe fábrica para tudo, inclusive de fazer miséria.

Na estante, os livros vão decompondo as páginas brancas, aglutinando traças e aprisionando as palavras.   Acomodando a privatização dos sonhos e dos questionamentos.

Do outro lado, as folhas   vão amolecendo de mão em mão, as palavras vão sendo grifadas, alguns amassados e remendos. Os livros vão sendo bulidos e o povo vai descobrindo novas formas de remexer o olhar e a estante aos poucos vai sendo nossa.       

 

7 de junho de 2022

Vereadora cobra disponibilização de servidores para Sítio Urbano do Gesso

 

(FOTO |Reprodução |WhatsApp).

Por Naju Sampaio

A vereadora Mariangela Gomes (PDT) entrou com requerimento na Câmara  Municipal do Crato ( Requerimento 3005005/2022), no último dia 30 de maio, solicitando ao presidente da Casa o envio de ofício ao Prefeito José Ailton ( PT), para que seja disponibilizado servidores para desenvolver trabalhos diários de poda, capinação, rega e limpeza do Sítio Urbano do Gesso, reconhecido pela Lei Municipal 3.612/2019. O requerimento foi motivado após solicitação do Coletivo Camaradas à parlamentar. 


De acordo com  informações de dirigentes do Coletivo Camaradas, foram enviados diversos ofícios ao gabinete do Prefeito com demandas do Sítio Urbano do Gesso. Os documentos foram enviados por diversas organizações que atuam na localidade, como é  o caso da ONG Nova Vida, Terreiro do Mestre Roxinha, Ponto de Cultura Paraiso dos Caipiras e o Museu e Escola de Artes Raimunda de Canena.  Os dirigentes do Camaradas denunciam que a gestão municipal, através do gabinete do prefeito não respondeu a nenhuma das solicitações. 


O Sítio Urbano do Gesso foi reconhecido por lei municipal em 2019, através de projeto de autoria do ex-vereador Amadeu de Freitas ( PT) , atual secretário de Cultura do Crato e subscrito pelo ex-vereador Renan Almeida e o atual vereador Pedro Lobo (PT). A lei prevê que o  Município, através da Secretaria de Urbanismo e Meio Ambiente, Desenvolvimento Agrário e a SAAEC apoiará iniciativas e ações para o desenvolvimento da área urbana verde do Município.


5 de junho de 2022

2º Ciclo de Palestras da Chapada Cultural do Araripe debate “Patrimônio da Humanidade”

 

2º Ciclo de Palestras da Chapada Cultural do Araripe debate “Patrimônio da Humanidade”. (FOTO/ TV Casa Grande).

Construir o projeto de uma candidatura a Patrimônio da Humanidade exige que se percorra diversos caminhos. E para se chegar com mais propriedade e fluidez ao projeto de candidatura da Chapada do Araripe, o comitê se debruça sobre este trabalho, buscando observar e aprender com projetos que já alcançaram êxito nessa empreitada.

O segundo dia do Ciclo de Conversas teve como tema “Patrimônio da Humanidade - Caminhos para o reconhecimento a partir de experiências implantadas” e na manhã deste sábado, 04, reuniu pessoas que podem contribuir através do compartilhamento das experiências nos processos realizados em outros territórios.

A Professora Conceição Lopes (POR), Coordenadora do Centro de Estudos em Arqueologia, Artes e Ciência do Patrimônio da Universidade de Coimbra, deu início ao segundo ciclo ressaltando a importância da formação das redes para a construção de uma realidade sustentável e como o Projeto da Candidatura Chapada do Araripe Patrimônio da Humanidade está fortemente ligado às práticas sustentáveis desenvolvidas no território. Conceição lembrou que este projeto nasceu a partir das ações da Fundação Casa Grande neste sentido”.

Ana da Silva (POR), apresentou suas experiências com o projeto da Rede Portuguesa de Economia Solidária (Redpes) que agrega, afirma, apoia e divulga as organizações, grupos informais e pessoas individuais, que se identificam com o conceito e as práticas de Economia Solidária. O manifesto da Redpes, apresentado por Ana da Silva, diz que se entende por Economia Solidária os processos, formais ou informais, de produção, troca, distribuição, consumo, geração de rendimentos e poupança que conjugam a valorização das dinâmicas sociais, econômicas e ambientais de proximidade com solidariedade horizontal, perspectiva ecológica, diversidade cultural, reflexão crítica e participação. Para ela, essas práticas são observáveis nas relações das comunidades presentes no território da Chapada do Araripe e que os produtos e as relações possuem uma base mais ética e solidária.

Nuno Ribeiro Lopes, é arquiteto licenciado pela Escola de Belas Artes do Porto, Diretor Regional de Cultura do Governo dos Açores, Évora, Portugal. Coordenou o projeto da candidatura da Paisagem Protegida da Vinha da Ilha do Pico à Patrimônio Mundial como Paisagem Cultural, Évora, Portugal.

Nuno apresentou os passos dados para a candidatura da Paisagem Protegida da Vinha da Ilha do Pico e como se deu a sua construção a partir de um relacionamento com a comunidade, de fortalecimento da sua identidade e autoestima referente às potencialidades locais. “Fizemos uma candidatura com o apoio e discussão permanente com a população. Foi um projeto que conseguiu unanimidade em todos os níveis institucionais, e foi concretizado em torno de 02 anos”, destacou Nuno.

O Ciclo de Palestras deste segundo dia da Mostra Internacional de Patrimônio e Turismo da Chapada Cultural do Araripe evidenciou o processo formativo dessas redes a partir da Fundação Casa Grande, de onde se amplia os contatos e as relações com Mestres da Cultura Popular, dos Saberes da Natureza e da comunidade do seu entorno.

Como lembrou a professora Conceição Lopes, essas redes fortalecem e se ampliam, dando a possibilidade para a construção de novos saberes desde o início da Fundação Casa Grande.  O Projeto da Candidatura Chapada do Araripe Patrimônio dá Humanidade nasceu a partir de uma coisa que já acontecia há muito tempo na Fundação Casa Grande. A rede como um instrumento fundamental de gestão da memória. Exemplo disso, é a presença de representantes de pontos que fazem do patrimônio, uma forma de qualificar, de construir sociedade, construir cidadania.  É importante conhecermos os processos de outros, porque nesta nossa política de fazer rede é justamente com esses aprendizados que vamos construindo nosso saber”, ressaltou.

O Conteúdo da Palestra pode ser acessado no canal da TV Casa Grande no Youtube. Link: https://www.youtube.com/watch?v=3ZpsaLyXJhU&ab_channel=TVCASAGRANDE

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Com informações do site Chapada Cultural do Araripe.

4 de junho de 2022

Teste-quiz: o que voce sabe sobre a república velha?

 

(FOTO | Reprodução | Ensinar História).

Por Nicolau Neto, editor

O período que se estende de 1889 - quando há a proclamação da República - até a deposição do presidente Washington Luís em 1930 por meio da revolta que permitiu Getúlio Vargas chegar ao poder, é chamado de Primeira República ou República Velha.

Um período tão longo como esse fez a população testemunhar que não basta só trocar de regime para que as coisas mudem. Aliás, a população de fato só percebeu a troca depois, pois não participou do processo. É fato que não houve alterações significativas na vida da população à margem do poder, sobretudo na vida dos "ex-escravizados" e das "ex-escravizadas." Depois de sofrerem arduamente e trabalharem obrigatoriamente sem nada receberem, agora estavam jogados/as a própria sorte. Não tinham para onde ir. As mulheres continuaram sem participar da vida política do país. Não podiam voltar e nem ser votadas.

Mas também é verdade que a República trouxe mudanças que dão bases ao nossa atual forma de organização política, como a democracia representativa, o presidencialismo, a separação entre Estado e Igreja (Estado Laico), etc. Ao lado disso, mecanismos de controle social foram desenvolvidos e aplicados, inclusive se sustentam hoje com novas vestimentas (Coronelismo, Clientelismo, Política dos Governadores e Voto de Cabresto).

Tudo isso e outros assuntos correlatos nós falamos em sala. Foram mais de três semanas de rodas de diálogos sobre.

Pensando em contribuir ainda mais para ampliar seus conhecimentos sobre a temática, disponibilizo abaixo o link de um teste-quiz desenvolvido no e pelo site Ensinar História, da Joelza Ester Domingues. São vinte questões de múltipla escolha e cada uma com três itens.

Vamos lá? Clique aqui para responder.

Amanhã tem trocaria no Gesso

 

(FOTO/ Reprodução/ WhatsApp).

Por Naju Sampaio*

A Trocaria, evento que acontece no Território Criativo do Gesso, vai ser realizado neste domingo, com início às 16hrs da tarde. A Trocaria está dentro da programação de 2022 do Centro Cultural Banco do Nordeste, em parceria com o Coletivo Camaradas. A feira conta também com a presença dos grupos de capoeira da região.

A Trocaria nasceu em 2013, originalmente sendo apenas uma feira de troca, mas com tempo passou a ser um espaço onde os moradores e pessoas ligadas ao Coletivo Camaradas realizam a venda de roupas, alimentos, artesanato e outros itens. A feira acontece sempre no primeiro domingo do mês.

A moradora do Gesso, Thais Leite, começou a vender na feira em dezembro de 2021. Segundo ela, a feira é muito importante porque gera uma renda extra e ajuda na circulação de dinheiro na comunidade. Para além disso, também da visibilidade ao trabalho de quem expõe e trás para o Território cultura e diversão.

Os grupos de capoeira Alforria, Ginga, Gunga Médio Viola, Associação Capoeira Cultura Brasileira e Associação Capoeira de Rua estarão presentes para realizar a roda de capoeira coletiva.

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*Naju Sampaio é estudante de jornalismo e bolsista/integrante do Coletivo Camaradas.

Governo do Ceará promove seminário “Liderança Escolar e Aprendizagem

 

Mais de 700 gestores escolares estiveram presentes no evento. (FOTO | Reprodução | WhatsApp).

Agir no presente para concretizar um futuro de oportunidades aos estudantes cearenses. É com esse propósito que o Seminário “Liderança Escolar e Aprendizagem: Perspectivas para a Escola do Presente e do Futuro” reuniu, nos dias 2 e 3 junho, mais de 700 gestores da rede estadual de ensino, no Centro de Eventos do Ceará, em Fortaleza. A governadora Izolda Cela, acompanhada da secretária da Educação do Ceará, Eliana Estrela, participou da mesa de abertura do evento, na manhã desta quinta-feira (2).

O evento é uma iniciativa do Governo do Ceará, por meio da Seduc, em parceria com o Instituto Unibanco. Os participantes terão a oportunidade de discutir sobre recomposição das aprendizagens, priorização curricular, liderança na gestão escolar e a importância da avaliação.

Izolda Cela destacou a relevância do momento para qualificar a avaliação de resultados e escutar os profissionais que conduzem a força-tarefa em prol da educação pública cearense. “Eu me sinto participante dessa história, destacando sempre a importância da presença de vocês, que dedicam competência a esse trabalho tão nobre de transformar pouco a pouco as escolas do Ceará. Quando a gente fala do futuro, nós falamos ancorados no presente, fazendo as coisas, aqui e agora, que vão nos colocar cada vez mais nessa rota de alcançar o horizonte que nós desejamos”, enfatizou a governadora.

Outro destaque da programação deste ano é a recomposição das aprendizagens que, segundo Eliana Estrela, constitui-se como ação necessária para apoiar professores e estudantes diante dos impactos da pandemia. “Especialmente este ano, vamos trabalhar a recomposição das aprendizagens e a questão do abandono [escolar]. Mesmo com esforço de diretores e professores, do governo estadual com entrega de tablets e chips de internet, sabemos da importância da integração e da construção na escola. Agora, precisamos recompor o que não foi aprendido no momento certo”, afirmou a titular da Seduc.

Desenhando outro futuro possível

No Ceará, o engajamento dos gestores que atuam nas escolas e na rede Seduc tem sido fundamental para que as políticas públicas alcancem os estudantes e suas famílias. Integração que pode ser mensurada em resultados como os conquistados pela Escola Estadual de Educação Profissional Adriano Nobre, em Itapajé. A escola obteve a nota 7,1 no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de 2019, destacando-se como um dos melhores.

É muito motivador observar que o trabalho da gente traz excelentes resultados. Mas os resultados de cognição são apenas a cereja do bolo. O que os meninos conseguem fazer de diferença para o mundo é o que realmente importa. Quando a gente os observa no mercado do trabalho, vemos que o trabalho realizado trouxe frutos muito doces. Isso rejuvenesce”, definiu Silvandira Mesquita, que atua há 13 anos como diretora da Adriano Nobre, e compareceu ao seminário.

Para continuar avançando na educação, o Governo do Ceará desenvolve estratégias por meio do Ceará Educa Mais, programa com 25 ações destinadas à contínua melhoria da qualidade da educação cearense, incluindo a universalização do Tempo Integral nas escolas de Ensino Médio. Atualmente, 60% da rede pública de ensino médio oferta esta modalidade de ensino. Desse total, 392 são escolas funcionando em jornada ampliada. O plano é alcançar os 100% da rede em tempo integral até 2026.

Aliado a isso, o Estado fortalece a cooperação com os municípios e o diálogo com parceiros, dentre eles o Instituto Unibanco. Essa parceria tem o Jovem de Futuro, iniciativa que apoia as redes públicas a oferecer uma educação de qualidade, possibilitando o desenvolvimento integral de todos os estudantes, com equidade, num processo de transformação contínuo.

É uma honra participar do seminário representando o Instituto Unibanco. É um constante aprendizado a parceria com o Ceará nesses dez anos. É muito visível as realizações em relação à educação. Olhando para o Ensino Médio, a primeira coisa que eu destaco é que os professores com ensino superior representam a totalidade dos professores [da rede]. É um investimento naqueles que têm a responsabilidade de educar. O Ceará foi um farol para o Brasil em relação à Aprendizagem na Idade Certa, no regime de colaboração e gestão democrática”, pontuou Maju Azevedo, gerente de implementação de projeto do Instituto Unibanco.

Rosa Veras Souza, diretora da Escola Indígena Potyguara do Jucás, localizada em Monsenhor Tabosa, sente orgulho de fazer parte dessa história escrita com avanços e novos sonhos. Ela ressaltou o que representa o primeiro concurso público para a seleção de professores efetivos de escolas indígenas da rede pública, anunciado pela governadora em maio deste ano. “Essa conquista é de muita importância. É uma luta consistente. Enquanto professora Indígena, uma vez concursado, é reconhecimento da nossa categoria.

No campo da formação, além de ações como o seminário, o Governo do Ceará tem investido na qualificação e no desenvolvimento dos profissionais da educação. Em março deste ano, foi inaugurado, em Fortaleza, o Centro de Formação e Desenvolvimento para os Profissionais da Educação do Oliveira (FormaCE).

Gerir uma escola é um grande desafio e as dificuldades são muitas, mas nesses momentos [de formação] percebemos as infinitas possibilidades que podem fortalecer o contínuo desenvolvimento de uma educação de qualidade”, avaliou a diretora do FormaCE, Fernanda Diniz, que também prestigiou a abertura do seminário.

A trajetória de Rosa da Fonseca, professora e militante que faleceu nessa terça-feira (1°), também foi homenageada.

Presentes

A mesa de abertura também foi composta pela presidente do Conselho Estadual de Educação, Ada Pimentel; presidente do Fórum Estadual de Educação, Siza Viana; coordenadora geral do Centro de Políticas Públicas e Avaliação da Educação (Caed), Lina Kátia; Cientista-Chefe da Educação, Jorge Lira; educador Guilherme Sampaio; e outras autoridades.

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Com informações da Seduc CE.

1º Ciclo de Palestras da Chapada Cultural desenvolve tema sobre estratégias e articulações para a Candidatura a patrimônio

 

1º Ciclo de Palestras da Chapada Cultural desenvolve tema sobre estratégias e articulações para a Candidatura a patrimônio. (FOTO/ TV Casa Grande).

O Primeiro Ciclo de Palestras do Chapada Cultural do Araripe trouxe o tema “Dossiê, Candidatura e Plano de Gestão da Chapada do Araripe Patrimônio da Humanidade: Estratégia e articulação política e institucional".

Mediada pelo professor Patrício Melo e com participação do criador da Fundação Casa Grande, Alemberg Quindins, do Secretário de Cultura do Estado do Ceará, Fabiano Piúba, da Chefe da Divisão de Reconhecimento Internacional de Bens Patrimoniais do IPHAN, Candice Ballester, e de Conceição Lopes, Coordenadora Científica do Centro de Estudos em Arqueologia, Artes e Ciências do Patrimônio da Universidade de Coimbra (POR) o  primeiro Ciclo de Palestras focou nas discussões de estratégias, as articulações políticas e institucionais para a elaboração do Projeto da Candidatura Chapada do Araripe Patrimônio da Humanidade.

Entre os destaques das falas dos participantes, encontramos a ideia germinadora desse projeto, relatada por Alemberg Quindins, em uma conversa com Conceição Lopes durante uma viagem e a substituição da proposição (da) pelo verbo (dá) que, segundo ele, possibilita a humanização do processo.

A Professora Conceição Lopes, citou que a Mostra Internacional é um momento importante, pois reúne diversas autoridades, representantes institucionais e da sociedade civil. “Conseguimos celebrar o que é fundamental para construir um projeto dessa natureza que é unir a sociedade civil e a sociedade que gera o território - Preservação, valorização e sua manutenção autêntica e íntegra e sua transferência para o futuro”.

A criação dos grupos de pesquisa e de trabalho, juntamente com a articulação para as ações em torno desta candidatura, tiveram início já em 2019 a partir da realização do I Seminário Chapada do Araripe Patrimônio da Humanidade.

Como lembrou Candice Ballester, a ideia era, logo na sequência, dar continuidade e consolidar o projeto através da realização de oficinas e da organização de um material já existente, para a construção de uma narrativa que agregue valores dentro do universo de bens já reconhecidos da Chapada do Araripe. Ela destacou que, já naquela época, foi feita uma aposta na articulação da sociedade civil, com as instituições governamentais, parceiros das universidades e instituições de pesquisa, da iniciativa privada e outras organizações e que este é o grande diferencial para a candidatura da Chapada do Araripe. Diferente de outras candidaturas, "isso nasce espontaneamente aqui, inclusive [por parte] de quem é detentor de todo esse patrimônio, que são os mestres da cultura”, ressaltou.

Fabiano Piúba, que já na solenidade de abertura, havia citado a profícua e permanente relação acadêmica entre Rosiane Limaverde e Conceição Lopes, externou ainda o reconhecimento pelo trabalho de pesquisa desenvolvido pelas duas e que se configura a base de todo esse movimento, através da Tese de Doutoramento Arqueologia Social Inclusiva: A Fundação Casa Grande e a Gestão do Patrimônio Cultural da Chapada do Araripe. “Nós do Ceará temos uma gratidão, reconhecimento, uma cumplicidade, parceria e compartilhamento por sua capacidade técnica e acadêmica nesse projeto, desde que você assumiu estar conosco institucionalmente, isso, a mim, como gestor cultural, me deu tranquilidade e confiança”, disse Fabiano à Conceição Lopes. E mais à frente compartilhou o seguinte pensamento: “A Chapada do Araripe tem uma responsabilidade para adiar o fim do mundo com sua riqueza natural e cultural, porque ela reúne cultura e natureza”.

Para concluir, Alemberg Quindins fez uma apresentação musical e puxou a música “O Trem”, de sua autoria, composta na época em que ele, juntamente com Rosiane Limaverde, circulavam o Brasil se apresentando nos festivais de música.

Antes disso, o criador da Fundação Casa Grande reforçou que esta Casa é um espaço de amigos. “Se a gente não construir amizades, nós fracassamos e a base disso é a infância. É o momento onde a criança tem a maior quantidade de pureza, e isso se resplandece através da inocência. É por isso que brincar é o maior atributo da infância.  A maior criança que existe aqui no entorno e o primeiro habitante é Chapada do Araripe”, concluiu Alemberg Quindins.

Esse primeiro Ciclo de Palestra está disponivel para ser assistido no canal da TV Casa Grande no Youtube através do link https://youtu.be/rAKlbIvDcA4?t=9370

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Com informações da site da Chapada Cultural do Araripe.