Silvio Almeida. (FOTO/ Reproduçã/ DW). |
O
filósofo e PhD em Direito Silvio Almeida deu uma resposta ao artigo de ‘racismo
inverso’ do antropólogo Antonio Risério na Folha de S.Paulo deste domingo (16).
O que Silvio Almeida disse?
Ele
escreveu no Twitter:
“Espero
que sejam compartilhados e comentados os textos de Thiago Amparo, Celso Rocha
de Barros e Ronilso Pacheco – apenas para ficar nestes exemplos -, com o mesmo
entusiasmo com que isso é feito com artigos de arruaceiros, nulidades e
oportunistas que têm assento na grande imprensa.
Esses
especialistas em gerar o caos são incapazes de exercer o pensamento crítico,
pois para isso precisariam estudar os temas sobre os quais falam. Mas, isso
está fora de cogitação porque o único objetivo é causar indignação nos
leitores.
E as
empresas jornalísticas que abrigam esta baderna mental tentam parecer aos olhos
do público como ‘ágoras’, espaços ‘democráticos’, que abrigam a ‘pluralidade’.
Mas, na melhor das hipóteses se assemelham a arenas, e na pior, becos de lutas
clandestina e sem regras.
Há
centenas de articulistas sérios e talentosos, mas quem recebe atenção e tem
texto compartilhado é o baderneiro, o mal-educado, o ignorante. E o mais
interessante é que quase sempre o artigo do fanfarrão ataca alguma minoria.
Não
fazem um debate político sério; não se posicionam sobre questões econômicas com
profundidade; não conseguem falar de história, de direito ou de filosofia. Não
entram em nenhum tema que divirja de seus patrões. Só tem coragem de falar
contra minorias. São covardes.
Deveriam
ser ignorados, mas a dinâmica de confusão própria das redes sociais fará com
que esses vampiros continuem vivos porque já se alimentaram da frustração – e
do compartilhamento – de quem leu o artigo.
E
assim, esta postura de capanga faz com que algumas figuras tenham sempre um
emprego/espaço garantido, ao passo que pessoas sérias têm seus textos
pouquíssimo divulgados e se tornam, portanto, dispensáveis.
Particularmente,
não vou gastar meu tempo e nem minha coluna para lidar com esse tipo de
gangsterismo intelectual. Há polêmicas sérias sobre racismo, há uma situação
geopolítica que demanda nossa atenção; há um disputa sobre a identidade
nacional que vai se intensificar com o bicentenário da Independência, os 100
anos da semana de arte moderna; pandemia, copa do mundo e eleições cruciais
para o destino do país. Muitos livros básicos dementem tudo o que estes
articulistas têm escrito, de tal sorte que com eles não se deve gastar energia
que possamos compartilhar, divulgar e comentar textos de gente realmente
disposta a pensar. Para o resto é ‘Oi Rodrigo’. (No caso específico ‘Oi
Antonio’).
Adendo:
vejo aqui também os ‘progressistas’ que gastam mais tempo cobrando colunistas
negros quando um branco escreve um absurdo do que comentando e compartilhando
os artigos destes mesmos colunistas negros. Estamos de olho…”
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Com informações do DCM.