19 de julho de 2021

Brasil tem 19,4 milhões de casos de covid-19 e variante delta chega a sete estados

 

Reabertura da Paulista será repetida no próximo domingo. Apesar do risco menor ao ar livre, chegada da variante delta preocupa especialistas. (FOTO/ Reprodução).

O Brasil registrou ontem (18) mais 948 mortes em decorrência do coronavírus, superou os 542 mil óbitos na pandemia e, com mais de 34 mil casos em um dia, o total de casos de covid-19 chega a 19,4 milhões. Os números do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) confirmam tendência de queda nos números da pandemia a caminho dos patamares mais baixos do ano. Entretanto, o país se encontra diante de ao menos três fatores que tornam a situação delicada e perigosa: primeiro, a taxa de vacinação completa, em 16% da população, ainda é baixa para garantir uma imunização segura; segundo, a variante delta, decorrente da nova cepa indiana do novo coronavírus, ainda está em processo inicial, porém, crescente de disseminação; e terceiro, apesar das condições ainda desfavoráveis, autoridades estão precipitando medidas de flexibilização de restrições.

Ontem em São Paulo, por exemplo, uma multidão foi à Av. Paulista e a prefeitura da cidade já anuncia nova rodada da “retomada experimental” da abertura da avenida, das 8h às 12h, para o próximo domingo. A administração diz que foi possível reabrir a via – após um ano e quatro meses – por causa do avanço da vacinação da covid19. Mas, apesar de mais de 70% dos moradores da capital já terem tomado a primeira dose, apenas 17,5% tomaram a segunda. E embora eventos ao ar livre sejam considerados mais seguros para evitar o contágio, a chegada da variante delta ao Brasil, mais transmissível, tem colocado especialistas em alerta.

Variante delta

Segundo o Ministério da Saúde, ao menos 97 casos de infecção pela variante delta já foram notificados no país, e desse casos, cinco resultaram em mortes. Os registros foram feitos em sete Estados, mas os óbitos foram concentrados no Paraná e Maranhão. O Rio de Janeiro é o estado com o maior número de contágios pela nova cepa, 74. Porém, exemplo do que vem ocorrendo desde o início da pandemia, a testagem continua sendo feita de maneira precária. Ainda segundo o ministério, há registros de uma contaminação em Minas Gerais, duas em Goiás, três em São Paulo e duas em Pernambuco. No Paraná, foram nove casos de covid-19 pela variante delta, com quatro mortes; e no Maranhão, seis casos e um óbito. 

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Com informações da RBA.

18 de julho de 2021

Semipresidencialismo é a nova tentativa de golpe, diz Lewandowski


 

O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal, publica artigo neste domingo, na Folha de S. Paulo, em que alerta para o novo golpe que circula na praça: o do semipresidencialismo, uma nova versão do parlamentarismo, que já foi rejeitada pelo povo brasileiro em plebiscito. "A adoção do semipresidencialismo poderia reeditar o passado que muitos prefeririam esquecer. É preciso cuidar para que a história não seja reencenada como pantomima", diz Lewandowski, que relembra o parlamentarismo imposto a João Goulart, em 1961.

"Um conhecido filósofo alemão, ao escrever sobre o golpe de Estado que levou Napoleão 3º ao poder na França em 1851, concluiu que todos os fatos e personagens de grande importância na história se repetem, 'a primeira vez como tragédia, a segunda como farsa'”, escreve o ministro, fazendo referência a Karl Marx. "Aqui, a proposta de adoção do semipresidencialismo, ligeira variante do parlamentarismo, que volta a circular às vésperas das eleições de 2022, caso venha a prosperar, possivelmente reeditará um passado que muitos prefeririam esquecer", prossegue, criticando proposta que vem sendo defendida por Gilmar Mendes e Luis Roberto Barroso.

"Com a Proclamação da República em 1889, à semelhança da grande maioria dos países americanos, o Brasil adotou o presidencialismo, o qual perdurou, com altos e baixos, até a renúncia de Jânio Quadros em 25 agosto de 1961, cujo sucessor constitucional era o seu vice-presidente, João Goulart, à época em viagem oficial à China. Diante das resistências à sua posse por parte de setores conservadores da sociedade, que o vinculavam ao sindicalismo e a movimentos de esquerda, instalou-se um impasse institucional. Para superá-lo, o Congresso Nacional aprovou, em 2 de setembro do mesmo ano, uma emenda constitucional instituindo o parlamentarismo. Com isso, permitiu a posse de Goulart, embora destituído de grande parte dos poderes presidenciais, que passaram a ser exercidos por um gabinete de ministros chefiado pelo ex-deputado Tancredo Neves", lembra o ministro.

Coincidentemente, a discussão sobre "semipresidencialismo" ocorre no momento em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva lidera todas as pesquisas e venceria as eleições presidenciais presidenciais em primeiro turno, se a disputa fosse hoje. "Agora ressurgem, aqui e acolá, iniciativas para a introdução do semipresidencialismo no país, a rigor uma versão híbrida dos dois sistemas, em que o poder é partilhado entre um primeiro-ministro forte e um presidente com funções predominantemente protocolares. Embora atraente a discussão, do ponto de vista doutrinário, é preciso cuidar para que a história não seja reencenada como pantomima", diz o ministro.

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Com informações do Brasil 247.

Altaneira já tem 46,4% da população vacinada contra a Covid-19

Integrante da Comunidade Quilombola da Bananeira, em Altaneira, recebendo a 1ª dose do imunizante. (FOTO/ João Alves).

 Por Nicolau Neto, editor

O município de Altaneira chega a metade do segundo semestre com 5.139 pessoas que receberam a primeira ou as duas doses e, ou, dose única da vacina anti-Covid-19.

Desses números, segundo a última atualização da Secretaria da sáude do município, 3.340 pessoas tiveram a 1ªD aplicada no braço, enquanto que com as duas esse número atinge 1.584. Já com a dose única 115 pessoas foram vacinadas.  

Por essa última atualização, é possível constatar que com a primeira e com a dose única, Altaneira já atingiu a marca de 46,4%% da população vacinada de um total de 7.650 habitantes (estimativa do IBGE 2020).  Se se levar em consideração só os dados da 1ª dose aplicada, 43,6% da população já recebeu o imunizante.

Vacinação por público

Ainda de acordo com as informações, 176 profissionais da saúde receberam as duas doses do imunizantes, enquanto que a população idosa acima dos 60 anos esse número fica em 941. Das 520 pessoas da comunidade quilombola da Bananeira, 457 já receberam as duas doses. A vacina aplicada a esse público foi da astrazeneca que tem um intervalo de tempo de três meses entre a primeira e a segunda. 

Veja também: 30,2% da população de Altaneira já recebeu a primeira dose contra Covid-19

A força de segurança que comporta os policias militares e a guarda municipal também já receberam o imunizante. Os primeiros com as duas doses e o segundo só a primeira.  348 pessoas com comorbidades foram vacinadas com a primeira dose;  177 professores/as também com uma dose ; 945 pessoas do público em geral receberam a 1ª dose do imunizante e do grupo das gestantes e pueperas, 45 receberam a primera dose. 

Outro dado importante importante é que não há nenhum caso de internação para tratamento da Covid-19, o que comprova a eficácia do imunizante.


17 de julho de 2021

Divulgada programação do Seminário Nacional de Mulheres Pretas e seus Saberes Periféricos, Acadêmicos e Artísticos

 

(FOTO/ Reprodução).


Por Nicolau Neto, editor

A Rede de Professores Antirracistas promoverá entre os dias 19 e 25 de julho o Seminário Nacional de Mulheres Pretas e seus Saberes Periféricos, Acadêmicos e Artísticos. O evento que ocorrerá no Canal da Rede no YouTube é totalmente gratuito.

Segundo Lavini Castro, idealizadora da Rede, e Marina Gino, do CEAP, o seminário é uma homenagem ao Julho das Pretas, que o reconhece como sendo “uma construção do 25 de julho que tornou a data em Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha enquanto fruto de um movimento secular, do ativismo de nós, mulheres negras, traçado na luta contra as opressões”. 

O evento será estruturado a partir de rodas de conversas virtuais com Mulheres Pretas produtoras e disseminadoras de saberes periféricos, acadêmicos, artísticos, dentre outros. Lavini destaca que são essas mesmas mulheres que cotidianamente “em seus espaços de trabalho, pesquisa e luta auxiliam a transformar a sociedade num lugar mais democrático, inclusivo e humano” e parafraseando a filósofa, escritora e ativista estadunidense Angela Davis frisou “quando uma mulher preta se movimenta toda a estrutura da sociedade se movimenta com ela.”

Para fazer a inscrição clique aqui.

Clique aqui e conheça o Canal da Rede no YouTube

O Seminário irá ao ar remotamente a partir das 19h00. Abaixo a programação:

19 DE JULHO

MESA DE ABERTURA

19:00

Profª. Doutoranda Mariana Gino- CEAP

Profª. Mestra Lavini Castro- Rede de Professores Antirracistas

Graduanda Yamim Lobo Ivanir dos Santos-UERJ/Campos São Gonçalo

Graduanda Ana Gabielle – UFRJ

19 DE JULHO

QUEM TEM MEDO DE MULHER PRETA?

19:00

Giovana de Carvalho Castro- Professora, Doutoranda em História (UFJF), Co-articuladora do Centro Virtual da memória Negra (LABHOI/UFJF). Integrante do Coletivo Cabeça de Nêga.

Selmara de Castro Balbino- filha da Maria Lucia, Sergio Luiz o Sapateiro, moradora do bairro Santa Cândida, militante do movimento negro, mestranda em Serviço Social pela UFJF e integrante da coordenação geral do curso preparatório para PISM e ENEM Luísa Mahin e fundadora do coletivo unidos Por Santa Cândida.

Aline Nascimento Consultora de Diversidade e Inclusão. Mestre em Relações Étnico Raciais. Professora de História.

​Mediadora: Ana Gabriella de Lima - Graduanda de Licenciatura em História na Universidade Federal do Rio de Janeiro. Pesquisadora da escravidão em uma perspectiva afro-religiosa.

20 DE JULHO 

QUEM TEM MEDO DE MULHER PRETA NA EDUCAÇÃO

19:00

Profª. Doutora Helena Theodoro- Coordenadora do LUPA/LHER/UFRJ

Profª. Doutora Iamara Viana- Professora Historiadora

Profª. Mestra Lavini Castro- Rede de Professores Antirracistas

Luane Bento dos Santos- Doutoranda em Ciências Sociais na PUC-RIO. Mestra em Relações Étnico-raciais/CEFET-RJ. Docente de Sociologia na Educação Básica. Iyawo de Iemanjá no Ilê Axé Ialodê Oxum Karé Ade Omi Arô

Mediadora: Yamim Lobo Ivanir dos Santos- Graduanda em Pedagogia UERJ/FFP. Pesquisadora das Desigualdades sociais e Desigualdades escolares com foco nas Unidades Socioeducativas.

21 DE JULHO 

QUEM TEM MEDO DE MULHER PRETA NA SAÚDE?

19:00

Naiara Santos e Silva- Psicóloga (FMS), Analista em Formação (Col. Di Jeje), Formação em Psicologia e Relações Raciais (Instituto Amma Psique e Negritude), Especializanda Relações de Gênero e Sexualidade (UFJF)

Luciana Alleluia- Enfermeira, especialista em saúde mental; doutoranda em Ciências do Cuidado em Saúde/ UFF; Mestre em Ensino na Saude; Coordenação da Saúde do Trabalhador Fiocruz - CE; membro dos núcleos de pesquisa: NERI(UFC) NUPPSAM(UFRJ), COLETIVO NEGRO FIOCRUZ, NUPECCSE(UFF)

Domênica Rodrigues - Professora, negra, feminista pelo auto Cuidado, integrante da coletiva CAIANA e dos GTs de Ancestralidade, Comunicação e cultura e Mulheres da ABA- AGROECOLOGIA, pesquisadora pelo núcleo JUREMA UFRPE. Educadora Griô em formação e mestra em Administração Escolar.

Thatiane- (AGUARANDO A MINI Bio )

Mediadora: Denise Nascimento é integrante do grupo de artes cênicas e políticas As Ruiths, Integrante do Coletivo Cabeça de Nêga. Mestranda em História pela UFJF e especialista em História da África e Literatura e Cultura afro-brasileira ambos pela Universidade Federal de Juiz de Fora.

22 DE JULHO 

QUEM TEM MEDO DE MULHER PRETA NO MERCADO DE TRABALHO?

19:00

Heloise Costa - Palestrante l ESG l Diversidade & Inclusão l Internal Consultant D&I at Nubank.

Waleska Miguel Batista- Doutoranda em Direito Político e Econômico pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, Mestra em Sustentabilidade e Graduada em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas. Integrante do Grupo de Pesquisa Estado e Direito no pensamento social brasileiro, vinculado ao Mackenzie. Advogada e Professora.

Anna Karla da Silva Pereira - Mestranda no Programa de Pós Graduação em História na Universidade Católica de Pernambuco. Especialista em Gestão Pública. Integrante do grupo de pesquisa Estudos transdisciplinares em história social: Relações de Poder, política e instituições, organizou livro e tem artigos publicados nas temáticas movimentos sociais, relações de poder, cultura afro-brasileira e memória. Articuladora social, co-fundadora e membro da Executiva Nacional do Frente Favela Brasil e integrante do Conselho Nacional do Pacto pela democracia.

 Monica Francisco- Deputada Estadual pelo Psol, Presidente da Comissão de Trabalho, Legislação Social e Seguridade Social na Alerj e Vice-Presidente da Comissão de Combate às Discriminações e Preconceitos de Raça, Cor, Etnia, Religião e Procedência Nacional. Mônica também integra a CPI de Intolerância Religiosa.

Mediadora: Stephane Ramos - graduada em História pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Mestra em História Comparada pela mesma universidade (PPGHC-UFRJ) e Doutoranda em História Social pela Universidade de Brasília (PPGHIS-UnB). Atua como educadora popular e suas pesquisas envolvem os temas da História do Pós-Abolição no Brasil e História da Educação.

23 DE JULHO 

QUEM TEM MEDO DE MULHER PRETA NA RELIGIÃO?

19:00

Yalorixa Márcia Marçal

Carolina Rocha é Dandara Suburbana e vice-e-versa. É mulher preta, de Xangô, militante antirracismo e educadora. Também historiadora e socióloga. Doutoranda no IESP/UERJ, pesquisadora das violências sofridas pelas espiritualidades de matriz africana há mais de dez anos. Autora do livro “O Sabá do Sertão: feiticeiras, demônios e jesuítas no Piauí colonial” (Paco Editorial, 2015), que analisa a perseguição às mulheres negras acusadas de bruxaria no Brasil colonial. Também co-autora dos livros “Lâmina” (Arte Sabali, 2018) e “Inovação Ancestral de Mulheres Negras: táticas e políticas do cotidiano" (Oralituras, 2019) e Cadernos Negros volume 43 (Quilombhoje, 2021). Idealizadora do projeto Ataré Palavra Terapia, que trabalha com escrita criativa, literatura negra e autocuidado.

Andressa Oliveira- Integrante do Movimento Negro Evangélico

Mediadora: Mariana Gino- Coordenadora Pedagógica no Centro de Articulação de Populações Marginalizadas (CEAP).  Secrétariat Général du Centre Joseph Ki-Zerbo pour l'Afrique et la Diaspora (CIJKAD). Doutoranda em História Comparada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Mestre em História Comprada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, Pós- Graduada em Ciência da Religião pela Universidade Federal de Juiz de Fora (2012), bacharela em Teologia pelo Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora/ PUC-MINAS (2011), bacharela em História pela Universidade Federal de Juiz de Fora (2013). Coordenadora do Laboratório de História das Experiências Religiosas (LHER/UFRJ) e da Coordenadoria de Experiências Religiosas Tradicionais Africanas, Afro-brasileiras, Racismo e Intolerância Religiosa (ERARIR/LHER/UFRJ). Atua nos seguintes grupos de pesquisa “Modernidade, Religião e Ecologia” vinculada a (PUC-MINAS),"Grupo de estudos Áfrikas" (UFJF). É pesquisadora Associada na Associação Brasileiras de Pesquisadores Negros (ABPN). Professora do Curso de Direito na Universidade Cândido Mendes(RJ). Integrante do grupo de artes cênicas e políticas As Ruiths.

24 DE JULHO 

QUEM TEM MEDO DE MULHER PRETA NA CULTURA?

19:00

Maria Luiza Igino Evaristo- Filha da Nininha, adora bichos e esportes, graduada em História, especialista, mestre e doutora em Ciência da Religião, professora e, atualmente assessora na Funalfa/JF.

Margarete Machado (Aguardando as informações)

Prof.ª Dra Ana Lúcia Professora da Graduação UEM. Mestrado em História. Doutora em Educação. 

Doutoranda em História - Departamento de História - UEM 

Mediação: Lavini Castro. Educadora Antirracista. Mestre em Relações Étnico Raciais pelo PPRE/CEFET-RJ. Historiadora UFRJ. Criadora e Mentora da Rede de Professores Antirracistas. Pesquisadora de LHER/UFRJ e Membro da Coordenadoria ERARIR. Ganhadora do Prêmio Sim À Igualdade Racial do ID_BR

Patrulha Maria da Penha e as mulheres negras e periféricas

 

Por Marina Silva, Colunista

Sabemos que violência doméstica é uma questão de gênero, e que estamos aqui para combate-la, e um dos meios de enfretamento é a Patrulha Maria da Penha. Desde a edição da Lei Maria da Penha em 2006 que a Policia Militar visa buscar formas de enfrentamento mais eficazes, pensando nisso surgiu o que chamamos de Patrulha Maria da Penha.

A Patrulha Maria da Penha é uma iniciativa para proteger os direitos das mulheres. Ela funciona como um policiamento comunitário, dando suporte a mulheres que são monitoradas pelo patrulhamento policial, feito pela Guarda Civil Municipal da cidade, através do telefone 153, que funciona como central de atendimento às vítimas.

Mulheres negras e periféricas, que já ocupavam os rankings de vítimas de violência doméstica, foram as mais afetadas durante a pandemia. A medida é importante e necessária, mas, chama a atenção para o acesso das mulheres periféricas ao patrulhamento.

Já que em grande maioria dos a Policia Militar se mostrou racista e misógina. Precisamos entender e tomar conhecimento de como essas abordagens estão sendo feitas,  porque quando uma patrulha está na comunidade, o preconceito, a discriminação está presente. 

A LUTA NÃO PODE PARAR!

Pesquisadoras de dança nordestinas lançam documentário sobre raízes do maculelê

 

(FOTO/ Divulgação).

Preservar a memória da dança afrodiásporica é uma das motiviações que levou a brincante e contramestra da Escola de Capoeira Angola Ifé, Gabrielle Conde, e a artista de dança, educadora e intérprete, Bruna Mascaro, produzirem um vídeo documentário sobre as origens do Maculelê. Expressão artística que simula uma arte marcial através da dança, faz parte da identidade cultural negra nordestina e será abordada através de representantes históricos das cidades de Salvador e Santo Amaro, ambas na Bahia. A produção audiovisual fica disponível no canal do projeto no YouTube a partir deste sábado (17), às 18h. 

Foi pensando para trazer de volta a prática corporal do maculelê, mas, também, para termos um registro oral, como uma espécie de atualização dessa cultura. Isso, tendo em vista que muitos grupos aderiram à uma prática de 'capoeira gospel’, trazendo elementos do fundamentalismo religioso às práticas de origens africanas e afroameríndias. Por isso, queremos, com o projeto, reacender essa chama da importância da gente salvaguardar as tradições e romper com uma lógica racista”, afirma a realizadora Gabrielle Conde. 

A realização do filme faz parte do projeto "Entre paus, grimas e cacetes: o Maculelê construindo sentidos pedagógicos", pesquisa que reúne como fontes diretas mestres, mestras, pesquisadores e fazedores da cultura da região e as suas relações com a prática artística estudada. O projeto visa mostrar, também, a relevância das cidades para a construção da expressão. 

Nós fomos atrás do maculelê que ainda é feito e ressignificado e atravessado pelas pessoas que mantêm, mas que tem, ali, uma preocupação de preservar os fundamentos dos antepassados, como Mestre Macaco. Com isso, buscamos o enfrentamento de um racismo estrutural, institucional e religioso e que as histórias sobre a expressão sejam contadas de forma oral e por seus fazedores e fazedoras”, finaliza Conde.

Em junho deste mês, as pesquisadoras ainda promoveram, virtualmente, um encontro que apresentou a corporalidade do Maculelê, aprofundando os participantes na mistura de dança. Movimentos do corpo, canto e percussão, estruturados em princípios que se alternam entre jogo, luta, ritual e brincadeira, foram abordados durante oficina por videochamada. 

A direção de fotografia e a montagem do próximo trabalho e pesquisa sobre o tema são realizadas por Rayanne Morais e a produção executiva é de Karuna de Paula, da Equinócio Produções. O projeto ainda conta com incentivo do Microprojeto Cultural, viabilizado pela Secretaria de Cultura de Pernambuco (SECULT-PE). Mais informações e novidades podem ser acompanhadas pelo perfil do coletivo de pesquisa no instagram

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Com informações da Alma Preta.

16 de julho de 2021

A pandemia não acabou

 

Integrante da Comunidade Quilombola da Bananeira, em Altaneira, recebe 1ª dose da vacina anti-Covid-19. (FOTO/ João Alves).

Por Francilene Oliveira, Colunista

Estamos iniciando um momento importante na retomada econômica no país. No Estado do Ceará, contamos com grandes avanços nos diversos setores. Porém, isso não significa acreditar que estamos livres da pandemia.

A pandemia afetou o quadro estrutural que movimenta um país. Diferente da Europa, o Brasil estagnou além da Saúde e Economia. Os aspectos culturais e sociais lidera o ranking dos abalos estruturais. A razão e a emoção tem papel fundamental, enfatizado em primeira instância dos aspectos citados. Uma doença que nos mostrou nossas principais doenças.

O desenrolar das emoções em todos os sentidos, abalou o mundo religioso, o sagrado e profano, o real sentido de espiritualidade e fé, foi exposto em praça pública. Nos tornamos verdadeiros juízes, em diversas bancadas. Anônimo, famoso, pobre, rico. A grande mídia, ou pequena mídia, é palco de grandes mudanças. A bancada do congresso perdeu espaço, e dessa vez, a voz do povo, é a voz de Deus.  Com isso, o momento permite um respirar mais aliviado, a vacina trouxe a esperança que a maioria já havia deixado pelo caminho. A ciência, sendo proporcionadora de grandes feitos.

Acreditar se tornou mais possível com as notícias positivas da vacinação! Líderes políticos tomaram a frente de importantes decisões. Empresários se juntaram a luta pela vacinação e a flexibilização da retomada. E com sua grande influência, as grandes empresas sinalizaram de forma sutil a retomada que vivenciamos.

No entanto, devemos continuar nos cuidando. A batalha ainda não acabou! Vamos trabalhar, e recomeçar juntos. Ajudando a salvar mais vidas. Inclusive a nossa.

Nosso país cultiva fortemente a Cultura do Machismo

 

Josyanne Gomes. (FOTO/ Arquivo Pessoal).
    

Por Josyanne Gomes, Colunista

A violência contra a Mulher não é só uma violência contra um corpo ou contra uma pessoa, outrossim ultrapassa barreiras físicas e limites visíveis. E esse elemento que ultrapassa aquilo que é permitido ser visto é justamente o fator pelo qual se começam as agressões e violência de fato. Muitos homens pensam que não são machistas porque nunca agrediram fisicamente uma mulher. Mas aí é onde começa o engano, a violência segundo a Lei Maria da Penha é caracteriza por cinco tipos, sendo elas: Física, Psicológica, Moral, Sexual e Patrimonial. Capítulo II, artigo 7, Incisos do I ao V.  

Geralmente a violência se inicia de forma sutil, com piadinhas humilhando e menosprezando o valor da mulher, começa em expressões do tipo “lugar de mulher é na cozinha”, “mulher só sabe pilotar fogão”, “mulher nasceu para sofrer mesmo”, “mulher gosta de dinheiro fácil”, “tá nervosinha? Só pode ser tpm”, ser interrompida ao falar, ser questionada sobre seus pensamentos e ações e por aí vai. Todos esses exemplos caracterizam violência, pois machucam e ferem a alma da mulher.

Ser privada de trabalhar fora de casa, ou trabalhar em cargo e função semelhante ao homem e ganhar menos é também violência, além de Moral, Psicológica e Patrimonial. Parecem coisas comuns não é mesmo? Afinal, nosso país cultiva fortemente a Cultura do Machismo. Sendo assim, muitas pessoas acham que a violência é só quando ocorrem agressões físicas graves ou até mesmo letais. Outros tantos beiram o cúmulo da ignorância e mau caráter ao indagar se a culpa é da vítima. Pois, para a maioria dos Brasileiros e Brasileiras é mais fácil julgar sem raciocinar é mais fácil apontar o dedo do que estender a mão.

Rotular uma mulher pela roupa que ela usa, pela forma que ela fala e pelo seu comportamento contribui e muito para que os dados sobre a Violência Contra a Mulher só aumentem e os crimes assumam proporções gigantescas e enredos de filmes de terror. Tudo começa na estrutura invisível que atravessa o pensamento de uma sociedade, quem não se recorda da morte da Jovem Eloá, que aos 15 anos de idade foi sequestrada, torturada e morta pelo ex namorado? O caso da jovem infelizmente representa a narrativa mal sucedida de tantas outras mulheres vítimas do machismo seguido por feminicídio.

Não raro estouram na mídia casos semelhante envolvendo famosos, o que de uma certa forma traz a discussão à tona e nos possibilita refletir e debater sobre os casos anônimos que conhecemos. A visibilidade de casos como o da jovem Eloá, em 2008, e agora da Pâmela, em 2021, possibilitam-nos expor a violência sofrida por Marias, Antônias, Franciscas, Cíceras, Reginas, Brunas, Gabis, Amandas, Eloisas, Márcias e tantas outras mulheres que conhecemos e convivemos, quiçá, nós mesmas.

Não é exagero caracterizar o Brasil como um país machista e que alimenta a cultura do estupro e violência de gênero, além do racismo, homofobia, e outros preconceitos que bem conhecemos no dia a dia. Se por um lado, existe essa cultura horripilante da violência em massa, e aqui chamo atenção para a violência de Gênero. Por outro lado, existe muita resistência e gente disposta a lutar, denunciar e combater os agressores e criminosos.

Não podemos nos calar ou nos diminuir diante da violência, por mais que assuste, iniba e cause medo, não podemos paralisar, desistir ou nos entregar. É preciso que a gente fale cada vez mais sobre esses temas considerados tabu e polêmicos e que a gente exponha esses agressores, criminosos e os denuncie sem medo e sem receio. A luta sempre será a melhor resposta, que a gente uma forças e some cada vez mais em ações que acabem com esse tipo de barbárie. Juntas e unidas somos mais fortes!