9 de maio de 2018

Na Câmara de Altaneira, Secretário Deza fala sobre medidas de contenção de gastos e transporte de Universitários


Na Câmara de Altaneira, Secretário Deza fala sobre medidas de contenção de gastos e transporte de universitários.
(Foto: Júnior Carvalho).

Com apenas quatro requerimentos votados e aprovados na ordem do dia, a Sessão Ordinária da Câmara de Altaneira nesta quarta-feira, 09, teve como principal destaque a ida do Secretário Municipal de Governo, o professor Deza Soares.  

Deza afirmou incialmente que sua presença na casa não estava prevista, visto que estava agendada uma viagem a capital do Estado para tratar de assuntos ligados a urbanização e revitalização da Lagoa Santa Tereza, mas que tinha recebido ligação constatando o cancelamento do encontro e remarcando outra data. Por isso, disse ele, encaminhei ofício à casa solicitando o espaço para anunciar algumas medidas de contenção de gastos tomadas e a serem tomadas pelo gestor municipal.

De acordo com o secretário, algumas já estão sendo trabalhadas. “Como a licitação”, pontuou. Afirmou, outrossim, que o governo irá fazer uma análise de redução valores prestados pelas assessorias e que haverá também uma redução de serviços.

Quanto à Reestruturação Administrativa, iniciada em 2017, e que não foi possível sua conclusão, Deza afirmou que ela é necessária e que deve ocorrer o mais rápido possível, inclusive para que se possa avaliar o quadro de servidores do município, visando “a contenção de despesas” no que pese aos cargos comissionados e servidores/as em função temporária.

Deza ainda anunciou que amanhã circulará na mídia um Decreto instituindo uma Comissão de Avaliação e Controle de Gastos com Pessoal formada pelo procurador do município, o secretário de administração e finanças e o controlador geral e chegou a relatar que o município já atingiu o limite do que propõe a Lei de Responsabilidade Fiscal.

Por fim, o secretário ainda mencionou acerca de um dos temas mais comentados dos últimos dias, o transporte de universitários/as. Ele reforçou as palavras do prefeito quando em conversa com a redação do Blog Negro Nicolau (BNN) afirmou que “estava fazendo o possível para não retirar a gratuidade dos veículos". “É intenção do governo fazer todo o possível para que os universitários tenham esse benefício”, frisou Deza. Porém, destacou que a prioridade do município é com a educação infantil, o ensino fundamental e o ensino médio. “Este último temos a parceria do governo do estado”, ponderou.

Ao lembrar que há o compromisso com o ensino superior, ele afirmou que não é o autor da emenda que instituiu essa obrigação, mas que enquanto vereador e secretário de educação defendeu o transporte gratuito e convocou parlamentares e demais interessados no assunto a se fazerem presentes no próximo sábado, às 09h00, no auditório da Escola 18 de Dezembro, para uma reunião com os universitários. “É preciso encontrar uma saída”, finalizou.


Professora Maria Firmino relata ter sofrido racismo religioso em escola de Juazeiro e caso repercute


Professora Maria Firmino relata ter sofrido racismo religioso em Escola de Juazeiro do Norte. Na imagem, Maria Firmino durante palestra em 2015 sobre Intolerância Religiosa Contra as Religiões de Matrizes Africanas na EEEP Welligton Belém de Figueiredo, em Nova Olinda. (Foto: Nicolau Neto).

A professora de história Maria Firmino, 42, foi afastada da sala de aula na Escola de Educação Infantil e Fundamental Tarcila Cruz de Alencar, em Juazeiro do Norte, no Ceará, após ter dado aula sobre "patrimônio material, imaterial e natural de matriz africana", em 20 de abril.

A Secretaria da Educação de Juazeiro do Norte informou, por meio de nota, que não foi procurada pela docente e que a profissional continua no exercício das suas funções. Já a professora e funcionários da escola afirmam que ela está fora da sala de aula desde abril.

Maria registrou um boletim de ocorrência sobre crime contra o sentimento religioso na Delegacia Regional de Juazeiro do Norte. A delegacia da cidade apura o caso.

Durante a aula, três alunos alegaram terem sentido mal-estar com o conteúdo da aula. Conforme Maria, o episódio foi uma "trama" feita por outros servidores da escola por não aceitarem uma professora de religião africana na unidade.

"Com certeza absoluta foi tudo organizado dentro da escola porque não queriam uma professora que fosse ligada a uma religião de matriz africana lá dentro. É racismo religioso", afirma.

"Fiquei assustada, chocada e de coração partido de ter visto aquilo, alunos fazerem parte do que parecia uma trama", completa Maria.

Segundo a professora, os alunos deixaram a sala dizendo sentir mal-estar e forte dor de cabeça. Nenhum atendimento médico foi solicitado pela escola, segundo a professora. O caso gerou uma manifestação dos pais dos estudantes.

"Quando eu ia saindo na calçada comecei a ouvir gritos de 'sai satanás', 'vou pegar essa feiticeira', 'ninguém pode mais do que Deus'. Só via gente descendo de carro, gente olhando, populares vindo", conta a professora.

Maria afirma que não recebeu apoio da direção ou de funcionários durante o ocorrido.

Com o ocorrido, o advogado da professora foi avisado de que a instituição pretendia transferi-la para o setor burocrático. "Eles estão colocando que eu não tenho mais condição de estar em sala de aula, isso é uma forma de punição. Eu posso até ir [para o setor burocrático], desde que a minha função seja fazer com que as escolas coloquem em prática a Lei de Diretrizes e Bases, que diz que a educação tem obrigatoriedade de ensinar a cultura africana", ressalta Maria.

Repercussão

O advogado e presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB de Juazeiro do Norte, Rafael Uchôa, acompanhou a educadora até a delegacia regional para registrar o fato. Ele confirma que o caso ganhou repercussão na cidade.

Ao G1, a Secretaria da Educação de Juazeiro alegou não ter tomado conhecimento do ocorrido até o contato da reportagem. No entanto, no boletim de ocorrência registrado pela professora, ela afirma que a secretária da Educação de Juazeiro do Norte, Maria Loreto, compareceu à escola para reunião com o colegiado.

A agente administrativa da escola, Adriana Ricarter, estava no local no dia do ocorrido e foi quem deu assistência às estudantes. Pelo relato dela, a diretora não estava na instituição quando tudo ocorreu, mas um outro responsável, identificado como Cícero, chegou ao local momentos depois. Segundo Adriana, Cícero repassou os fatos à Secretaria da Educação.

Também de acordo com a agente, na segunda-feira seguinte ao caso, um professor substituto foi enviado pela secretaria passou a dar aulas na escola.

Boletim de ocorrência referente a crime contra o sentimento religioso por professora na Delegacia Regional de Juazeiro do Norte. (Foto: Maria Firmino/ Arquivo Pessoal).

Cultura afro-brasileira

Lembrando a lei federal 11.645, sancionada em 2008, que torna obrigatório o estudo da história e cultura afro-brasileira e indígena em escolas de ensino fundamental e médio, públicas e privadas, Maria faz críticas à escola por não cumprir as diretrizes.

"Na aula anterior eu trabalhei a cultura indígena e marquei pra trabalhar as heranças de matriz africana naquele dia. Eu trabalho dentro da lei 11645/08, porém, as escolas não. Aí quando chega no Dia do Índio e da Consciência Negra fazem três desenhos e pregam na parede."

"Nem professor, nem diretor, nem gestor quer saber da História do negro e do índio, não quer trabalhar a diversidade”, reclama.

Maria segue a religião africana candomblé de Angola e tem 20 anos de magistério.

"Não tenho necessidade de converter ninguém à minha religião. Religião nao é de conversão, muito menos de convencimento."

Ela conta que há quatro anos trabalhou na escola Tarcila Cruz de Alencar e pediu transferência após outros professores levantarem um abaixo-assinado contra a permanência dela na instituição. O retorno à escola se deu pela localização mais favorável. A professora mora em Missão Velha, a cerca de 30 km de Juazeiro do Norte.

"Tive uma 'vibração de santo' dentro da sala de professores. Eles me mandaram procurar um psiquiatra, disseram que eu não tinha capacidade de trabalhar, chamaram o colegiado e assinaram abaixo-assinado pra eu sair de lá", relata.

Segundo ela, a vibração de santo consiste em receber uma energia que causa estremecimento no corpo e deixa a pessoa sem fala, sem consciência de si e do lugar por um determinado tempo. A docente diz também ter explicado previamente aos colegas de trabalho que poderia passar por isso, já que sentia mal-estar naquele dia.

Antes dos dois episódios na escola de Juazeiro, Maria nunca havia passado por situações semelhantes, mas afirma estar acostumada a lidar com o "preconceito velado", já que costuma usar adereços que identificam sua ligação com a religião africana, como colares de conta. "Venho sentindo a rejeição nas escolas por onde passo, as piadinhas, o isolamento..."

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Texto publicado originalmente no G1 Ceará com o título “Professora é substituída após dar aula sobre religião africana em escola no Ceará”.

Diferenças com Ciro são pequenas e união da esquerda é necessária, diz Manuela D'Ávila


Manuela defende a união de toda a esquerda. (Foto: Reprodução/Brasil 247).


A pré-candidata do PC do B à Presidência, Manuela D'Ávila, afirmou ao 247 que o governador do Maranhão, Flávio Dino, faz "um chamado à razão, ao diálogo" ao defender a candidatura de Ciro Gomes como nome de unificação da esquerda. A deputada estadual ponderou que o governador defendeu a unidade da esquerda "depois de uma semana na qual PT e Ciro se atacaram de forma desnecessária". Ela diz que as diferenças entre PC do B, PT, PSOL e o PDT de Ciro Gomes "são pequenas diante dos desafios do nosso país e de nosso campo."

Abaixo, comentário de Manuela D'Ávila:

"O mais importante da declaração do Flávio Dino é o chamado à razão, ao diálogo. Ele falou isso depois de uma semana na qual PT e Ciro se atacaram de forma desnecessária, digo isso fraternalmente. E diria mais: nossas diferenças são pequenas diante dos desafios do nosso país e de nosso campo. Estou aberta - e todos deveriam estar também - para a construção de uma saída que una o conjunto da esquerda. Eu e meu partido pensamos no Brasil em primeiro lugar, a luta pela unidade popular é a marca da nossa história de 96 anos. Eu estou me esforçando muito nesse sentido. Se não der certo, podem ter certeza, não terá sido por falta de iniciativa e boa vontade de nossa parte." (Com informações do Brasil 247).


8 de maio de 2018

Encontro nacional de blogueiros terá presidenciáveis e ativistas pela democracia


Gleisi Hoffmann, Manuela D'Ávila, Guilherme Boulos, José Trajano e Roberto Requião estão confirmados no evento.
(Foto: Divulgação).

Em defesa da democracia e contra os retrocessos promovidos pelo governo Temer, o Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé promove nos dias 25 e 26, em São Paulo, o 6º Encontro Nacional de Blogueiros e Ativistas Digitais.

Na programação de abertura, às 18h da sexta (25), haverá uma análise da situação do país e os desafios de personalidades do cenário político de contribuir, ao lado de comunicadores e ativistas, com a batalha de ideias e de informação em contraponto à imprensa comercial. A mesa tem como convidados três pré-candidatos à Presidência da República – Manuela d´Ávila (PCdoB), Guilherme Boulos (Psol) e Ciro Gomes (PDT) – além da presidenta do PT, senadora Gleisi Hoffmann, e do senador Roberto Requião (MDB-PR)

No sábado (26), haverá debates pela manhã e rodas de conversa no período da tarde mediadas por blogueiros. O objetivo é discutir experiências de alcance local e nacional, métodos e projetos de produção de informação em meio aos retrocesso democráticos sofridos pelo país desde o golpe de 2016.

A coordenadora-geral do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), Renata Mielli, a presidenta da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), Maria José Braga, o deputado federal Jean Wyllys (Psol-RJ) e o jornalista José Trajano comandam a mesa da manhã.

"Mais do que nunca, a mídia contra-hegemônica joga um papel decisivo na disputa de narrativas no país, contrapondo-se ao pensamento único "emburrecedor" e desmobilizador imposto pelas forças do capital que assaltaram o poder da República", diz a convocação do Barão.

O encontro será realizado no Sindicato dos Engenheiros do Estado de São Paulo (Rua Genebra, 25, centro – próximo ao Metrô Anhangabaú e Terminal Praça Bandeira). O valor da adesão é de R$ 100. Para realizar a inscrição basta acessar o site. (Com informações da RBA).

No Roda Viva, Boulos falou sobre desigualdade,segurança pública, racismo e principais pontos do seu programa


A serenidade no olhar de quem emplacou um Roda Viva. (Foto: Reprodução/ Mídia Ninja).

Na noite desta segunda-feira, um líder sem teto sentou no centro do mais tradicional programa de entrevistas políticas do país, o Roda Viva. Guilherme Boulos, pré candidato à presidência pelo PSOL, debateu por duas horas sobre os principais desafios do país, a crise econômica e política, ocupações urbanas, racismo e desigualdade social.

As principais questões giraram em torno das medidas econômicas destacadas pelo programa do líder sem teto, em que ele propõe a taxação de lucros e dividendos e, dessa forma, uma reforma tributária.

Economia

Não acho que um regime econômico em que 1% tem mais 60% pode ser um sistema considerado que deu certo. Temos que fazer uma profunda reforma tributária. Hoje o Brasil trabalha como um Robin Hood ao contrário, que tira dos mais pobres e dá para os super ricos”, afirmou o Boulos.

Sobre a condução econômica, desfiou críticas a Temer, assinalando que sua primeira medida, caso eleito, será um plebiscito para rever as reformas trabalhista e o congelamento dos gastos públicos por 20 anos.

Nos últimos 2 anos, o Brasil recuou 40 ou 50 anos com as medidas. Quando o técnico é o Temer, qualquer esforço é difícil para ganhar. A maior expressão disso é que o governo temer é o mais rejeitado da nossa história republicana”, disse.

A retomada do crescimento econômico, por outro lado, é um tema que esbarra no investimento econômico, travado pelo congelamento de gastos públicos. Reduzir investimentos, para Boulos, é o caminho inverso para o país voltar a crescer e produzir empregos.

Questionado sobre a política econômica no governo Dilma, ele criticou justamente o ajuste fiscal promovido pela petista em 2015, quando colocou Joaquim Levy no posto de Ministro da Fazenda.

Acho que é um debate que precisamos fazer, quando pessoas que vem do mercado financeiro, como Levy do Bradesco, e Henrique Meirelles, com um vasto currículo em instituições financeiras, assumem a economia do país”, questionou o presidencial psolista.

Segurança pública e racismo

O racismo estrutural é uma realidade no Brasil, que se traduz na sub representação de negros e negras no Congresso, nas vagas de lideranças de grandes empresas e, por outro lado, na sobre representação nas penitenciárias e no número de homicídios contra jovens negros.

Combater essa realidade, que se perpetua, é um desafio que, para Boulos, é central. Em sua opinião, o Brasil não superou a escravidão, questão fundamental nas desigualdades raciais.

Para nós, uma questão essencial é combater o genocídio da população negra. As pessoas estão morrendo, e quem morre tem raça, cor, endereço e idade. Precisamos de uma política de segurança pública que começa com a desmilitarização”, apontou o pré candidato.

Reforma agrária, demarcação de terras indígenas e quilombolas

O tema da reforma agrária e de um projeto de desenvolvimento que dialogue com as comunidades indígenas e quilombolas também foi destacado. Essas realidades, aparentemente distantes, se chocam quando olhamos para o agronegócio e sua expansão sobre matas e terras protegidas.

O líder sem teto reafirmou sua posição de que o estado brasileiro deve retomar a demarcação de terras indígenas e quilombolas, processo que caiu gradativamente nos últimos dez anos, chegando a zero no atual governo.

É preciso que haja desapropriação das terras em um país que 1% possui a maior parte da terra. Isso precisa ser enfrentado. Até porque, a maioria do alimento que chega na mesa de quem está nos assistindo, não vem do agronegócio, vem da agricultura familiar”, explicou.

Para tanto, Boulos atrelou a construção da sua chapa presidencial a uma série de movimentos sociais, principalmente à sua vice, Sônia Guajajara, líder da Articulação dos Povos Indígenas (APIB).

Sou o candidato à presidência mais jovem da história, e tenho ao meu lado a primeira indígena em 518 anos a ocupar o espaço de vice em uma chapa presidencial”, pontuou.

Ocupações

Sobre as ocupações, Boulos reforça que o que temos que nos perguntar é porque as pessoas estão ocupando prédios e morando em situações adversas ao invés de criminalizar os movimentos de moradia popular no país “É fácil criminalizar, chamar de vagabundo. O que leva as pessoas a ocupar não é escolha, é a falta de alternativa. É chegar no fim do mês e ter que decidir se paga o aluguel ou se bota comida na mesa. O descaso com a moradia é total. Hoje no Brasil temos 6 milhões e 300 mil famílias sem teto. Ao mesmo tempo existem 7 milhões de imóveis em situação irregular. O Poder público tinha que requalificar esses imóveis e destinar para moradia popular.”

Ainda na luta sobre moradia, Boulos mostra lucidez ao apontar que para esse enfrentamento é preciso solidariedade. Quando confrontado por não viver em uma ocupação e ser liderança de um dos maiores movimentos que buscam moradia digna no país, Guilherme afirma: “Não precisa ter passado fome para se solidarizar e lutar contra a fome no Brasil. Nós não vamos construir um novo Brasil sem esse ingrediente fundamental. O MTST foi a coisa que mais me encantou, foi ver como o movimento dá mais que uma casa, dá esperança para as pessoas.”

Ao ser questionado sobre a linha política de seu partido, o pré candidato afirma que fazer parte do Psol não significa apoiar um modelo de governo mas entender o socialismo como maneira de enxergar além dos privilégios e combatê-los para promover mudanças.

O Brasil precisa do seu próprio caminho. O que nós não acreditamos é que hoje no brasil seja possível governar para as maiorias sem combater privilégios. O que está posto hoje é que para que a gente possa avançar em direitos sociais para as maiorias ou em qualquer área social, temos que enfrentar privilégios. E ninguém abre mão de privilégios de boa vontade”. 
Defesa a Lula

Como ser candidato do PSOL e defender Lula? Se faz tanta defesa a Lula, porque não se filiou ao PT? Você é o herdeiro político de Lula? Questões como essa se somaram e trouxeram ao foco do debate a relação entre Boulos e o líder petista, que completou hoje (8) 30 dias de prisão.

Questões como essa estão colocadas no cenário da esquerda, em que Boulos, um candidato que surgiu dos movimentos sociais, transita sem os mesmos compromissos dos políticos tradicionais.

É nesse sentido que, a defesa de Lula, não se fez, segundo Boulos, através do fisiologismo tradicional da política brasileira, mas em defesa da democracia brasileira, uma vez que para ele a prisão de Lula foi “casuística e injusta”. “Hoje faz um mês da prisão arbitrária do presidente Lula, enquanto Vemos o caso do Temer pedindo dinheiro para Cunha e seu braço direito correndo como mala de dinheiro e O Aécio Neves, que disse que mataria o próprio primo, está fazendo lei no Congresso Nacional”,

Sobre isso, para o líder sem teto a justiça é seletiva e mira pessoas mais pobres, em um processo de punitivismo. “Quem é seletivo na aplicação das leis não somos nós, é o estado brasileiro, que julga diferente branco e preto, gente que mora no centro e quem mora na periferia. Juiz não é Deus, nós podemos sim questionar. A população carcerária dobrou nos últimos 10 anos, a maioria pobres e negros, a metade sem julgamento

Como faz parte de um movimento popular, seria impossível que a candidatura de Guilherme Boulos não fosse pautada nas reformas políticas, devolvendo assim os direitos do povo, massacrados pelo governo Temer. “A sociedade tem que pautar a economia e não a economia pautar a sociedade”. Para isso, o pré candidato defende prioritariamente duas medidas: reforma tributária e reforma política, e na segunda, reafirma que o seu programa é pautado e construído na diversidade. (Com informações da Mídia Ninja).


7 de maio de 2018

Ravi Timóteo, de Altaneira, é primeiro lugar no 9º Circuito de Corridas Farmácias Pague Menos, em Fortaleza


Ravi Timóteo é 1º Lugar no 9º Circuito de Corridas Farmácias Pague Menos. (Foto: Tiago Alves).

Cerca de 12 mil corredores participaram neste domingo, 06, em Fortaleza, do 9º Circuito de Corridas Farmácias Pague Menos. O evento vida promover a saudabilidade e o bem-estar por meio da prática de esportes, além de trazer atividades culturais e sustentáveis.

A competição envolveu percursos de 21, 10, 5 e 2 km com largada às 6h e os participantes encontraram no trajeto bandas de música, muitos postos de hidratação e “coelhos” que serviram para ditar o ritmo da prova.

O atleta de Altneira, Ravi Timóteo, resolveu participar da prova e percorreu os 10 km na categoria de 18 a 29 anos. A redação do Blog Negro Nicolau (BNN), seu treinador, o servidor público Tiago Alves, informou que Ravi tinha “um problema pessoal” para ser resolvido junto a uma equipe da capital cearense, o que teria motivado a competir nessa edição do circuito.

Ainda em conformidade com Tiago, o atleta altaneirense conseguiu ser campeão na sua categoria e de quebra ainda ficou na quinta colocação geral. Ravi traz na bagagem mais uma medalha de ouro e um troféu.

Para participar do evento, o corredor contou com o apoio do governo municipal em que pese a inscrição e também de patrocínios de particulares, como dos professores Nonato Torres e Adeilton, do Frigorífico Frigofrios, dos empresários Dean e Kai Anderson, do servidor público Zé de Izídio, além de Dariomar Rodrigues e Charles Leite.

Esse Circuito de Corridas segue para Belém (PA) em 10 de junho, depois para João Pessoa (PB) em 22 de julho e finaliza em Brasília (DF), no dia 2 de dezembro.



Homem chama fotógrafa de escrava e pergunta qual é o preço dela no mercado


A fotógrafa Mírian Rosa. (Foto: Reprodução/ Pragmatismo Político).

Homem chama fotógrafa de escrava e pergunta qual é o preço dela no mercado. A vítima ainda foi chamada de 'mucama', 'saco de lixo' e 'crioula maldita'. Agressor foi identificado pela polícia

Uma fotógrafa de 32 anos registrou um boletim de ocorrência nesta quarta-feira (2) depois de receber áudios de cunho racista via WhatsApp. A Polícia Civil investiga o caso, que aconteceu no Mato Grosso.

Nas mensagens, Mirian Rosa é chamada de ‘mucama’, ‘saco de lixo’, ‘crioula maldita’ entre outros xingamentos. O agressor teria usado um telefone de uma amiga de Mirian para gravar os áudios.

Desde quando preto é gente? Vou falar uma melhor: quem é você na fila do açougue? Eu vou responder para você: pobre não come carne. Então, nem na fila do açougue você entra, crioula maldita”, diz o homem em um dos áudios.

Mirian disse que conheceu superficialmente o agressor através de amigos em comum, mas que não manteve contato com ele depois disso. O nome dele é Rafael Andrejanini.

Ele saiu com uma amiga em comum e sentamos juntos em um bar. Vi que ele ficou incomodado com a minha presença, mas no dia não passou disso”, contou.

As mensagens racistas chegaram até Mirian depois que ela ignorou um áudio da antiga amiga. No áudio, a mulher criticava o cabelo da fotógrafa.

Em seguida, outros áudios do homem foram encaminhados. Neles, ele chama a fotógrafa de escrava e pergunta qual o preço dela no mercado.

Quero saber se você tem dono ou não. Fui no mercado de escravo no Porto e não vi nenhuma escrava no seu valor. Quero comprar uma escrava, mucama, cozinheira, faxineira ou algo assim para minha casa. Quero ver a crioulada trabalhar para mim”, continuou.

Pode dar tiro em crioulo, tacar fogo ele não sente nada. A única coisa que crioulo sente é ele no tronco e o chicote nas costas”.

Num dos últimos áudios, o homem ironicamente convida Mirian para um churrasco. “É o seguinte: vou queimar uma carne lá em casa. Preciso de você, como a matéria: o carvão e o saco de lixo para recolher o que restar”, diz.

Dona do telefone

Ouvida pela Polícia, a dona do telefone alegou que estava em um restaurante com o acusado e um grupo de amigos dele. Na ocasião, ela disse que foi ao banheiro e deixou o celular desbloqueado sob a mesa. A mulher, no entanto, diz que não sabe afirmar quem enviou os áudios pelo telefone dela.

Na quinta-feira (3), a Justiça concedeu medida protetiva para a fotógrafa. A decisão atende a um pedido formulado pelo Ministério Público Estadual (MPE).

Com a decisão, Rafael Andrejanini deverá manter distância mínima de 500 metros da vítima e da família dela. Ele também fica proibido de manter contato com a vítima por meio telefônico, e-mail, mensagens de texto ou qualquer outro meio direto ou indireto.

Mulheres negras

O Instituto Mulheres Negras de Mato Grosso (Imune) repudiou em carta aberta o ataque racista sofrido pela fotógrafa.

Este senhor violentou não somente uma mulher negra, mas à coletividade destas mulheres que, como Miriam, são trabalhadoras e ganham a vida, compondo, hoje no Brasil, a maioria entre as chefes de família”, diz trecho do documento. (Com informações do Pragmatismo Político).

“Estou fazendo o possível para não retirar” o transporte dos universitários, diz prefeito de Altaneira



Prefeito de Altaneira, Dariomar Rodrigues, diz
que fará o possível para não retirar transporte dos
universitários. (Foto: Divulgação).
Um dos assuntos mais badalados dos últimos dias em Altaneira foi a possibilidade da retirada dos transportes responsáveis por conduzir universitários às universidades localizadas em Crato e Juazeiro do Norte pela administração municipal.

O assunto ganhou corpo tão logo o vereador professor Adeilton (PSD) publicou em seu blog afirmando que havia recebido “mensagens e ligações de universitários preocupados com a situação dos transportes” às universidades. Ao lembrar que a gratuidade dessa oferta pelo município que atende ao que dispõe a Lei Orgânica em seu Art. 189, o parlamentar afirma que de acordo com relatos dos universitários o prefeito “irá cancelar o convênio firmado entre o Município e a Associação”.

Adeilton diz ainda que a situação “deixa evidente o interesse do gestor em desrespeitar mais uma lei e dessa vez a nossa lei maior (Lei Orgânica). Acredito que nessa reunião o mesmo deverá propor uma ajuda de custo mensal num percentual em cima das despesas comprovadas pelos universitários com transporte” e realçou que “pensando nisso”, já solicitou “que os mesmos realizassem um levantamento de quantos veículos de alugueis serão necessários para transportar nossos universitários e os respectivos valores”.

O assunto deixou a classe estudantil apreensiva e segundo o Blog de Altaneira (BA), o presidente da Associação dos Universitários de Altaneira (AUNA), Carlos Renir, destacou que a entidade lutará para assegurar o cumprimento do disposto na Lei Orgânica do Município.

Renir frisou também que a AUNA irá disponibilizar uma planilha com todos os gastos mensais e o orçamento que se poderia ter com transporte particular. “Devemos estar sempre pedindo o que a lei maior do município nos concede” concluiu Renir. O sentimento do presidente foi partilhado ainda pelo universitário André Victor. “O Direito está previsto na Lei maior do Município, e o mínimo que se pode fazer é cumprir. Se assim não for feito, vamos procurar os meios legais de cumprimento”, pontuou este.

A redação do Blog Negro Nicolau (BNN) entrou em contato com o Secretário de Governo, o professor Deza Soares e com o prefeito, Dariomar Rodrigues (PT), visando saber qual o posicionamento da gestão em relação ao caso.

Ao BNN Deza informou que ainda não se tinha informações concretas acerca do tema.

O prefeito argumentou que “está muito difícil adequar a receita a despesa”. Segundo ele, o município perdeu “mais de R$ 200.000,00 (duzentos mil reais) do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), por mês pela queda da educação em 2016”.

Quanto ao corte dos transportes disponíveis aos universitários, Dariomar destacou – “estou fazendo o possível para não retirar”.

Segundo informações veiculadas já há uma reunião marcada para o próximo sábado, 12, para discutir a temática.