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Menino 23: A história de como o nazismo afetou meninos negros no Brasil

 

 (FOTO | Reprodução/Acervo Pessoal/Sidney Aguilar).

Quem pensa que o nazismo alemão nunca chegou ao território brasileiro está muito enganado. O sistema instaurado dia 30 de janeiro de 1933, com resultado da nomeação de Adolf Hitler como chanceler, alcançou o Brasil e deixou marcas em pessoas negras que jamais imaginariam estar associadas a tal regime, como é o caso de Aloysio Silva, sobrevivente do nazismo, que ficou conhecido como Menino 23.

Alvos durante e após o Reich: a saga dos gays perseguidos pelos nazistas

 

Prisioneiros homossexuais em Buchenwald - Museu Estadunidense Memorial do Holocausto (USHMM).

Durante a Segunda Guerra Mundial, o regime nazista perseguiu e aniquilou cerca de 6 milhões de judeus. Entretanto, o grupo não foi o único a ser caçado incessantemente: negros, ciganos, Tersemunhas de Jeová, deficientes e homossexuais também se tornaram alvos do Terceiro Reich.

A perseguição contra o último grupo citado, aliás, começou a ocorrer bem antes do início do conflito — em 1º de setembro de 1939. Desde quando o Partido Nazistas ascendeu ao poder, em 1933, os homossexuais passaram a ser repreendidos.

Sob as leis do parágrafo 175 do estatuto do código penal alemão, os nazistas prenderam cerca de 100.000 homossexuais, sendo que pouco mais da metade desse número acabou sendo condenado. Em casos mais extremos, muitos foram levados aos campos de concentração.

Embora, segundo artigo publicado pelo Museu Memorial do Holocausto dos Estados Unidos (United States Holocaust Memorial Museum), nem todos os presos que foram enquadrados no parágrafo 175 fossem identificados como gays, qualquer homem que tivesse relações com outro homem poderia ser preso na Alemanha nazista — independentemente de como ele entendesse sua própria sexualidade.

O parágrafo 175

De acordo com o parágrafo 175 do estatuto do código penal alemão, era proibido que qualquer ato sexual fosse praticado entre homens, o mesmo não se aplicava às mulheres, conforme aponta o USHMM.

O estatuto fazia parte da Seção Treze do Código Penal Alemão, que regulamentava os chamados “Crimes e Ofensas contra a Moralidade”. Bigamia, incesto, agressão sexual e bestialidade também se enquadravam no artigo.

Embora o parágrafo 175 fizesse parte do código penal alemão desde o período imperial alemão (1871-1918), e também se fez presente durante a República de Weimar (1918-1933), ele se tornou ainda mais rígido quando o Terceiro Reich assumiu o poder. Importante ressaltar que o artigo foi aplicado de forma diferente de acordo com os governos e regimes citados.

Para se ter ideia disso, apesar do parágrafo 175 criminalizar os atos sexuais entre homens, se identificar como gay nunca foi considerado um crime na Alemanha. Entretanto, com o nazismo, a perseguição ao grupo se tornou mais brutal e constante.

A consolidação de comunidades gays pré-Guerra

Na parte final do século 19, as comunidades gays floresciam pela Alemanha. Com o crescimento, também se tornava mais frequente o debate sobre a natureza da sexualidade humana, não só na Europa como também nos Estados Unidos.

A Alemanha encabeçava essa discussão, principalmente por conta do parágrafo 175, que foi promulgado em 1871. As condições políticas e sociais da época permitiu com que grupos fizessem campanhas públicas em prol da descriminalização das relações homossexuais entre homens e pela revogação do parágrafo 175. Assim, iniciou-se a organização de grupos com esses ideais.

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Por Fabio Previdelli, no Aventuras na História. Leia o texto completo aqui.

Caso Monark: por que Alemanha e outros países proíbem o nazismo?

 

Em podcast, apresentador Monark disse que deveria haver um 'partido nazista reconhecido pela lei'. (FOTO/ Divulgação).

Ao argumentar que foi um "erro" a criminalização do nazismo pela Alemanha após a Segunda Guerra Mundial, o deputado federal Kim Kataguiri (DEM-SP) tocou em um dos maiores desafios para as democracias liberais contemporâneas: qual a linha que separa a liberdade de expressão e a apologia ao crime? Quando a garantia à liberdade de expressão de um grupo representa dar-lhes os instrumentos democráticos para destruir a própria democracia? Por que, afinal, a Alemanha, um dos países mais democráticos do mundo, criminaliza até hoje o discurso nazista?

A fala de Kim Kataguiri - que em janeiro anunciou que se filiará ao Podemos - aconteceu na última segunda-feira (7/2), durante a participação do integrante do Movimento Brasil Livre (MBL) no programa de podcast Flow, conduzido pelo apresentador Bruno Aiub, conhecido como Monark.

"O que eu defendo, e acredito que o Monark também defenda, é que por mais absurdo, idiota, antidemocrático, bizarro, tosco o que o sujeito defenda, isso não deve ser crime porque a melhor maneira de você reprimir uma ideia antidemocrática, tosca, bizarra, discriminatória é você dando luz àquela ideia, pra que aquela ideia seja rechaçada socialmente", disse Kataguiri no podcast.

No mesmo programa, Monark afirmou que "deveria existir um partido nazista legalizado no Brasil" e que "se o cara for anti-judeu ele tem direito de ser anti-judeu".

O 'falso' paradoxo da liberdade

Nesta terça (8/1), o apresentador disse que estava "muito bêbado" durante o podcast e se desculpou pelas palavras. Afirmou que foi "insensível" e que pareceu defender "coisas abomináveis" quando na verdade queria argumentar a favor da liberdade de expressão. O podcast Flow anunciou que Monark havia sido retirado da apresentação da atração e deixado a sociedade que gerencia o produto.

Alguns anunciantes do programa, que tem quase 4 milhões de inscritos no Youtube, divulgaram que romperiam seus contratos com o Flow. A Confederação Israelita do Brasil (Conib) condenou, em nota, "a defesa da existência de um partido nazista" e até a Embaixada da Alemanha no Brasil soltou nota em que afirmou que "defender o nazismo não é liberdade de expressão".

Um dia após o episódio, a Procuradoria Geral da República abriu investigação contra Kataguiri e Monark por eventual crime de apologia ao nazismo. No Brasil, divulgar o nazismo pode resultar em pena de 2 a 5 anos de cadeia e pagamento de multa.

O deputado federal foi às redes sociais argumentar que sua defesa era da liberdade de expressão e não do nazismo. Em nota, afirmou que vai "colaborar com as investigações pois meu discurso foi absolutamente anti-nazista, não há nada de criminoso em defender que o nazismo seja repudiado com veemência no campo ideológico para que as atrocidades que conhecemos nunca sejam cometidas novamente".

Especialistas em democracia e fascismo ouvidos pela BBC News Brasil, no entanto, veem no argumento pró-liberdade de expressão absoluta de Kataguiri e Monark um falso - e perigoso - paradoxo.

"Uma ideia que tem circulado cada vez mais é a de que numa democracia as pessoas devem ter o direito a expressar e fazer coisas que destruam a própria democracia", afirma o historiador Federico Finchelstein, especialista em fascismo da New School, em Nova York.

Finchelstein apela para uma metáfora futebolística para explicar por que a lógica de Kataguiri e Monark é incorreta.

"Imagine que a democracia é um jogo de futebol, com todas as regras do jogo, como só jogar com os pés. Todos podem jogar, desde que sigam as regras. Ao defender que alguns têm o direito de expressar e aplicar ideias que destroem a democracia, essas pessoas estão dizendo que parte dos jogadores vai jogar futebol com a mão, o que destrói o jogo. É algo perigoso e típico do fascismo, uma manipulação para causar confusão com a noção de liberdade, como se a liberdade na democracia incluísse ser livre para contaminar os outros, para eliminar grupos sociais, para cassar vozes alheias", diz Finchelstein.

O suposto paradoxo da democracia - de garantir liberdades que podem destruir a própria democracia - não é uma ideia nova na filosofia e na política. Em 1945, o filósofo liberal Karl Popper publicava o seu "A Sociedade Aberta e os Seus Inimigos", escrito ainda durante a Segunda Guerra Mundial. Na obra, ele afirma que "a tolerância ilimitada leva ao desaparecimento da tolerância. Se estendermos a tolerância ilimitada mesmo aos intolerantes, e se não estivermos preparados para defender a sociedade tolerante do assalto da intolerância, então, os tolerantes serão destruídos e a tolerância com eles".

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Clique aqui e confira a integra do texto na BBC News Brasil.

5 Razões para entender por que a defesa da legalização de um partido nazista é crime no Brasil

(FOTO /Reprodução/ Brasil de Fato).

 

Urge enfrentar o tempo como ele nos procura.”

Shakespeare, Cimbelino

Muitas pessoas ficaram estarrecidas com a fala do “influencer” Monark, apresentador do Flow Podcast, no último dia 8, ao afirmar que: “Deveria existir um partido Nazista legalizado no Brasil”, que “as pessoas têm o direito de ser idiotas” e, ainda, “se o cara for anti-judeu ele tem o direito de ser anti-judeu”. As falas resultaram na perda de patrocinadores e, finalmente, em seu próprio desligamento. Em sua defesa, o apresentador alegou que “estava bêbado”.

Se você está entre aqueles que não se escandalizaram com a afirmação de Monark e não entende o motivo de tanta repercussão, esse texto é para você. Vamos explicar, em cinco tópicos, porque afirmações desta natureza são criminosas e não podem ser toleradas.

1) Não é liberdade de expressão

Inicialmente, é conveniente lembrar que o regime nazista, instaurado a partir da ascensão ao poder do Partido Nacional Socialista alemão, na década de 30, conduziu a Alemanha a uma guerra que resultou em “mais de 6 milhões e meio de alemães mortos, (...) a divisão e a repartição do país, o fim de sua existência como Estado”. Todavia, o que caracteriza o nacional-socialismo alemão é o fato de se tratar, inicialmente de um movimento e, posteriormente, um regime político assumidamente racista, xenófobo, misógino e homofóbico. Ou seja, o nazismo elevou a ideologia da supremacia racial, já presente nas guerras coloniais do século XIX, ao “status” de verdadeiro “paradigma” para todos os ramos do conhecimento: a ciência, a educação, a política, a organização administrativa e militar do Estado Alemão e o próprio direito alemão da época, todos se fundaram no “mito da raça ária, adotado como central na concepção nazista do mundo”.

A execução de leis destinadas esterilizar e, depois, simplesmente eliminar pessoas com deficiência; proibir o casamento entre judeus e não judeus, desapossá-los de seus bens, de suas casas, de suas profissões, de suas nacionalidades, encerrá-los em guetos e posteriormente, exterminar mais de 6 milhões de pessoas, entre judeus - a população mais atingida -, poloneses, ciganos, negros, homossexuais e adversários políticos nos campos de concentração são parte do legado macabro que o nazismo deixou para a história.

Esse brevíssimo e, ainda assim, atroz retrospecto tem a finalidade de demonstrar que o regime nazista é intrinsecamente criminoso, pois se assenta na ideia de desumanização e extermínio de grupos populacionais inteiros. Não se trata da defesa de um movimento, regime político ou de um partido político como qualquer outro, mas da defesa de crimes em massa, praticados em escala industrial, numa organização fria e calculada de “massacres administrativos”, como qualificou a filósofa Hannah Arendt.

Não há uma “parte boa” no nazismo.

A defesa de um partido nazista incorpora, necessariamente, o endosso a práticas resultantes de decisões políticas voluntárias e conscientes de implementação de programa radicado nos paradigmas da inexistente divisão da humanidade em raças e da supremacia de uma suposta raça, em detrimento das demais.

Ora, se os direitos fundamentais consistem em projeções do princípio fundante da dignidade humana, não é possível conceber exercício do direito fundamental à liberdade de expressão que inclua, em seu âmbito normativo, a defesa do extermínio de seres humanos em razão de critérios de identidade ou opções fundamentais. Não há direito fundamental à defesa da aniquilação da dignidade humana ou do extermínio de fração da humanidade.

2) Não se trata do mero “direito de ser idiota”

Uma das frases utilizadas por Monark em sua defesa foi a existência de um suposto “direito de ser idiota”.

Sem deixar de registrar que a expressão “idiota” já traz em si uma carga pejorativa, preconceituosa e discriminatória, não é preciso grande esforço para entender que qualquer direito, seja ele qual for, tem como limite a esfera jurídica de terceiros.

Se o alegado “direito de ser idiota” resultar em dano unicamente a si próprio, não há nada a responder, do ponto de vista criminal. Quebrar ovos sobre si mesmo, jogar tortas na própria face, dizer coisas tolas e sem sentido, sem consequências que desbordem sua própria esfera de disponibilidade de direitos são condutas que, a princípio, são indiferentes para o direito penal.

Entretanto, se o suposto “direito de ser idiota” atingir direitos de outras pessoas, não se está diante de um direito, mas sim de uma conduta ilícita e que, a depender de sua gravidade, pode ser considerada crime.

A defesa pública do nazismo, nesse sentido, atinge de maneira frontal o direito de outras pessoas, não apenas daquelas comunidades diretamente atingidas pelos horrores do Holocausto, mas de toda a sociedade que se assenta no primado da dignidade humana.

3) Não se trata de mera opinião pela “descriminalização de uma conduta”

Há quem defenda, ainda, que as afirmações de Monark consistiram em mera defesa da descriminalização de condutas, de forma similar ao discurso de descriminalização das drogas, por exemplo.

O argumento é claramente inaceitável.

Ora, apenas um conhecimento rudimentar da história contemporânea já permite identificar que a fala do apresentador consistiu na defesa da “legalização” de um partido com plataforma reconhecidamente genocida. Não há nenhuma base de comparação entre as duas situações. A criminalização do uso de drogas envolve outra ordem de argumentação, notadamente, o direito à autonomia e à autodeterminação, entre outros.

Já a defesa da “legalização” de um partido nazista parte da ideia de que o genocídio é uma prática tolerável e que poderia, dentro de um quadro institucional democrático, ter alguma aceitação, o que é, evidentemente, um grande absurdo.

4) Não é brincadeira

Qualquer pessoa com o mínimo conhecimento histórico tem condições de discernir que o legado de horror do nazismo não pode ser defendido sob hipótese alguma, nem por brincadeira. Não se trata de intolerância ou de uma postura de rigidez “politicamente correta”, mas sim de não permitir que determinadas ideias desumanizadoras e que naturalizam extermínios circulem em nossa sociedade, mesmo sob a dissimulada forma de humor.

Ademais, como bem afirmou Adilson Moreira em sua obra “Racismo Recreativo”, o suposto “dolo de brincar” é um recurso largamente utilizado para que os responsáveis por delitos de racismo sejam isentos de qualquer consequência no campo penal. A ampla aceitação desta tese defensiva pelos tribunais brasileiros é mais um sintoma do racismo estrutural e institucional que constituem o sistema de justiça.

5) Partidos políticos devem defender, e não destruir, direitos fundamentais

A ordem constitucional brasileira somente admite partidos políticos que se comprometam a resguardar os direitos fundamentais da pessoa humana (art. 17 da Constituição Federal). A Lei nº 9.096/95 – Lei Orgânica dos Partidos Políticos – prevê que os partidos políticos se destinam a defender os direitos fundamentais (art. 1º).

Essas normas jurídicas inviabilizam por completo, no direito brasileiro, a possibilidade de “legalizar” um partido cuja ideia central é a defesa da supremacia racial e a prática do genocídio.

Ademais, a partir da ideia de que os partidos políticos integram o quadro institucional das democracias, é no mínimo paradoxal que, após a experiência da 2ª Guerra Mundial ainda se conceba a possibilidade de defesa de partidos nazistas ou fascistas, já que a própria ideia de institucionalidade, no período pós-1945, se assenta no valor da dignidade humana. Ou seja, existência e o funcionamento das instituições, dentre as quais os partidos políticos, somente se justificam no interesse de defender e concretizar a dignidade das pessoas, sem discriminações.

Todas essas 5 razões podem parecer óbvias.

Mas, se o melhor argumento em debate é o suposto “direito de ser idiota”, o óbvio precisa ser dito.

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Com informações do Brasil de Fato.

Encontro de Bolsonaro com neta de ministro nazista mostra ‘compromisso com o fracasso’, diz professor

Foto do encontro de Bolsonaro e Beatrix von Storch foi compartilhada pela alemã nas redes sociais. (FOTO/ Arquivo Pessoal/ Reprodução).

A aparição do presidente Jair Bolsonaro com a deputada alemã Beatrix von Storch, vice-líder do partido AfD (Alternativa para Alemanha), de extrema direita, causou indignação. “Esse encontro é muito simbólico, mas também mostra o compromisso de Bolsonaro com o fracasso”, diz Thomas Heye, professor do Instituto de Estudos Estratégicos da Universidade Federal Fluminense (UFF). A realidade tem mostrado que líderes ultradireitistas não têm conseguido dar sequência a seus projetos de continuidade, mas o “líder” brasileiro parece acreditar na companhia desses personagens em queda.  A parlamentar alemã é neta de Johann Ludwig Schwerin von Krosigk, que foi ministro das Finanças de Adolf Hitler no regime nazista.

Da mesma maneira que Donald Trump perdeu, Viktor Orbán vai perder na Hungria, a Polônia cada vez mais esvaziada, Marine Le Pen em queda na França…”, continua Heye. Além disso, Bolsonaro mais uma vez manifesta sua preferência político-partidária, e ideológica, em uma eleição importante no mundo. No ano passado, contra o bom senso e a diplomacia, ele apoiou o republicano Donald Trump à reeleição, derrotado pelo democrata Joe Biden. O presidente brasileiro foi o último chefe de Estado da América Latina a reconhecer a vitória de Biden. A poderosa Angela Merkel não disputará a eleição, mas certamente a continuidade de sua política não passa pela extrema direita que Bolsonaro abraça.

No final do mês passado, o partido da líder da extrema direita da França, Marine Le Pen, era considerado como tendo boas chances nas eleições regionais, mas fracassou. O húngaro Orbán está sendo muito pressionado pela União Europeia depois de anunciar referendo sobre uma lei contra a comunidade LGBT, que a Comissão Europeia considera contrária aos direitos humanos.

Atrocidades

Já Bolsonaro provocou protestos de entidades no Brasil ao posar com Beatrix. “A Conib lamenta a recepção dada à representante do partido Alternativa para a Alemanha (AfD) em Brasília. Trata-se de partido extremista, xenófobo, cujos líderes minimizam as atrocidades nazistas e o Holocausto”, diz nota da Confederação Israelita do Brasil (Conib), uma das que se manifestaram. “O Brasil é um país diverso, pluralista, que tem tradição de acolhimento a imigrantes”, acrescenta a Conib, para a qual tolerância, a diversidade e a pluralidade são “valores estranhos” ao AfD de Beatrix von Storch.

“Recepção amistosa“        

Em post publicado em redes sociais, a deputada extremista agradeceu a Bolsonaro “pela amistosa recepção” e disse que o brasileiro tem “clara compreensão dos problemas da Europa e dos desafios políticos do nosso tempo” (sic). A ultradireitista alemã Beatrix também se encontrou com os deputados federais Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e Bia Kicis (PSL-DF).

O Alternativa para Alemanha, nome do partido fascista deles de agora, é um movimento à extrema-direita que essa deputada representa, e ressuscita fantasmas do passado que a sociedade alemã como um todo queria apagar”, diz Thomas Heye.

Na semana passada, o Museu do Holocausto, em Curitiba, declarou que a AfD é “um partido de extrema-direita com tendências racistas, sexistas, islamofóbicas, antissemitas, xenófobas e com um forte discurso anti-imigração”.

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Com informações da RBA.

O casamento do nazismo com a escravidão no Brasil



A história do país é cheia de episódios indigestos, que não viram enredo de escolas de samba ou pretexto para as aventuras da Glória Maria no Globo repórter.

Mas uma vez ou outra surge um documentário para invocar fantasmas do passado, como “Menino 23 – Infâncias Perdidas no Brasil”, de Belisario Franca, lançado no mês passado e em exibição em Florianópolis, Niterói, Rio de Janeiro, Santos e Vitória.

Publicado originalmente no DCM


Baseado na tese de doutorado do historiador Sidney Aguilar Filho pela Unicamp, o trabalho conta a história de 50 crianças órfãs levadas do Educandário Romão de Mattos Duarte, no Rio de Janeiro, para uma propriedade rural no interior de São Paulo, onde foram submetidas a trabalho escravo.

Google Imagem.

O traslado sinistro ocorreu nos primeiros anos da década de 1930. Iludidos com a promessa de que iriam viver em um lugar onde poderiam brincar e estudar livremente, os meninos, a maioria negros, foram levados de trem para a fazenda Cruzeiro do Sul, em Campina do Monte Alegre, pertencente à rica e influente família Rocha Miranda.

Alguns membros dessa família, segundo o documentário, nutriam simpatia pelas ideias de Adolf Hitler e participavam da Ação Integralista Brasileira (AIB), movimento de extrema-direita liderado por Plínio Salgado com fortes influências do fascismo italiano.

Apesar de soar absurdo hoje, tal alinhamento não era uma degenerescência entre as elites brasileiras numa época em que as teorias de eugenia estavam entranhadas na sociedade.

Eram os primeiros anos do governo Vargas, com inspirações fascistas e laços estreitos com a Alemanha nazista. A seção do partido Nacional Socialista mantida no país era considerada a maior fora da Europa.

Foram justamente os laços dos Rocha Miranda com o nazismo que levaram Aguilar aos meninos escravizados. Em 1998, ao dar uma aula de História para uma turma de ensino médio, o professor foi interpelado por uma aluna que falou de uns tijolos com desenhos de suásticas encontrados em um casarão abandonado na fazenda da família.

Aguilar ficou intrigado com a história e foi a campo em busca de mais informações até que descobriu a história dos meninos retirados do orfanato. Para a maioria deles, a liberdade só chegou em 1942, quando o Brasil cortou relações com a Alemanha e os símbolos nazistas passaram a ser proibidos.

Bandeiras e documentos foram destruídos. O gado de raça, marcado com suásticas, foi desprezado pelo mercado e deixado no pasto até envelhecer.

O senhor Aloysio da Silva, o “Menino 23”, é um dos dois únicos órfãos entrevistados no documentário. Segundo lembra, certo dia eles foram reunidos sem explicações e em seguida liberados da fazenda. Deixados à própria sorte, seguiram sem rumo pela linha do trem.

Houve quem se perdesse pelas ruas ou sucumbisse ao alcoolismo. Os mais sortudos conseguiram subempregos. Era a repetição em menor escala do que acontecera 50 anos antes, quando os negros saíram da escravidão sem receber a mínima assistência do Estado.

A família Rocha Miranda nega que tenha existido trabalho escravo e se defende com um blog, onde dá as suas versões dos fatos. Há um vídeo no Youtube onde um dos descendentes, Maurício Rocha Miranda, coleta depoimentos de antigos moradores da cidade refutando qualquer indício de abusos na fazenda Cruzeiro do Sul.

Por outro lado, a tese de Aguilar foi aprovada “incondicionalmente e por unanimidade” e premiada pela Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior).

De acordo com o documentário, Maurício Rocha Miranda foi procurado para dar o seu depoimento, porém teria se recusado a participar.

          

História de Vida de Anne Frank, durante o regime nazista, será recontada a partir filme animístico



A história da adolescente alemã Anne Frank, cujo diário é considerado um dos mais importantes registros do período nazista, será recontada a partir de uma animação dirigida pelo cineasta israelense Ari Folman. O projeto acontece a partir de uma combinação entre a tradicional técnica dos desenhos criados à mão com a animação em stop-motion.

O filme começou a ser produzido no ano passado, em Londres, e conta com a colaboração do artista plástico Andry Gent para criar as miniaturas utilizadas no stop-motion. O ilustrador David Polansky, conhecido por seu trabalho em Valsa com Bashir, ficará responsável pelo desenho 2D. Ainda sem um título definido, a obra contará a história de Anne a partir da perspectiva de Kitty, sua amiga imaginária. O objetivo, segundo o diretor, é criar “novo material artístico para manter a memória [de Anne Frank] viva para as novas gerações".

O interesse do diretor em produzir a animação pode ter sido motivado também por experiências pessoais: seus pais são sobreviventes do Holocausto e ficaram detidos em Auschwitz. A história de Anne Frank, contada em seu diário, traz detalhes sobre a vida durante o regime nazista e a privação e perseguição sofrida por muitos judeus.


Veja as primeiras imagens divulgadas da animação:










Confira lista dos 10 maiores assassinos em massa da História


Tema sugerido pela professora Valéria Rodrigues

Elaboramos abaixo uma lista com os 10 (dez) maiores massacres cometidos por pessoas ou por regimes políticos na história. As fontes, como todas, são questionáveis, geram controvérsias. Para tanto, elencamos três sites que trazem nomes diferentes. Alguns se repetem, mas não obedecem a mesma posição, seja, em números abosutos, seja de forma relativa.

O maior matador foi o ditador chinês Mao Tsé-tung, que eliminou nada menos que 77 milhões de compatriotas, conforme pontua o portal “forumouterspace”.

De forma relativa, o mesmo portal apregoa que o líder mais sanguinário foi o general Pol Pot, que exterminou “apenas” 2 milhões de pessoas – um terço da população do Camboja, país em que ele foi primeiro-ministro durante a segunda metade do século passado (1976 e 1979). 

No quadro montado por este professor/blogueiro aparece o extermínio de 15 milhões de indígenas, o Ditador Nazista Hitler,
o Papa Urbano II, Mao Tsé-Tung e Josep Stalin. 
È digno de registro que essa relação tem como critério básico o total de mortes causadas pela ação ou omissão de líderes com poderes ditatoriais. Isso inclui desde fuzilamentos no paredão até grandes fomes causadas por uma guerra civil, por exemplo.

Esse dados foram coletados pelo cientista político e historiador americano Rudolph J. Rummel, que escreveu quase duas dúzias de livros com informações sobre casos de “democídio” – o nome que Rummel dá ao assassinato de uma pessoa por um governo. Foram muitos, sobretudo nos últimos 100 anos. “Se enfileirarmos os cadáveres das vítimas de democídio no século 20, eles dariam 6 voltas em torno da Terra”, arguiu o historiador.

Passemos, então, a lista de acordo com o site mencionado acima.

Mao Tsé-tung: 77.000.000

Joseph Stalin: 43.000.000

Adolf Hitler: 21.000.000

Kublai Khan: 19.000.000

Imperatriz Cixi: 12.000.000

Leopoldo II: 10.000.000

Chiang Kai-shek: 10.000.000

Genghis Khan: 4.000.000 

Hideki Tojo: 4.000.000

Pol Pot: 2.000.000

Caminha no mesmo sentido e com os mesmos autores/assassinos, o site sobrenatural que trata da temática a partir do título “Os Ditadores mais Assassinos da História”. Não há nenhuma alteração, nesse espaço de informação, com o levantamento anterior.

Fomos ainda nos referenciar em sites que julgamos, pela série de publicações feitas, de cunho conservador, elitista e, em certo sentido retrógrado. O site da “vejaabril” enumerou nomes distintos dos já exposto.

No levantamento há o aparecimento em primeiro lugar o massacre de índios cometidos pelos “invasores/conquistadores” europeus da América. Aqui, estima-se que 15 milhões de índios tenham morrido nas mãos dos conquistadores europeus pós 1492. De norte a sul do continente americano, centenas de tribos - como a dos apalachees (EUA), dos araucanos (Argentina) e dos caetés (Brasil) - simplesmente desapareceram. Em quase todos os casos, as mortes começaram com a transmissão pelos brancos de doenças contra as quais os índios não tinham imunidade.

Na sequência, há o holocausto com cerca de 5,5 milhões de mortos. A palavra genocídio remete automaticamente ao Holocausto dos judeus durante a II Guerra Mundial. Foi para descrever o massacre conduzido pelo regime nazista de Adolf Hitler que o termo foi amplamente utilizado pela primeira vez. Durante a perseguição nazista, dois terços dos judeus que viviam na Europa foram mortos, principalmente em campos de concentração, como resultado do antissemitismo e da ideologia segundo a qual os judeus eram biologicamente inferiores e representavam uma ameaça aos arianos da Alemanha nazista.

Na terceira posição aparece o regime comunista da União Soviética comandada por Joseph Stalin. Estima-se que na Ucrania houve nada mais, nada menos do que 4,2 milhões de mortos. Entre 1932 e 1933, o regime comunista da União Soviética, comandado pelo ditador Joseph Stalin, promoveu uma reestruturação na agricultura, criando fazendas coletivas pouco eficientes e modificando os ciclos produtivos. As medidas tiveram consequências trágicas na Ucrânia, onde milhões de pessoas morreram de fome. Conhecido como Holodomor, o massacre foi considerado não intencional por Stalin, mas os ucranianos afirmam que resultou de um ato deliberado do ditador. Cada vez mais, países consideram a fome ucraniana um crime contra a humanidade -  para 24 nações, entre elas Brasil, Estados Unidos, Espanha e Itália, o Holodomor foi um genocídio.

Em quarto aparece Bengalis - 1,5 milhão de mortos. Durante a guerra de independência de Bangladesh (na época Paquistão Oriental), o Exército do Paquistão Ocidental (atual Paquistão) cometeu, com apoio de políticos locais e milícias religiosas, o assassinato indiscriminado de civis e combatentes das forças rebeldes do leste.  Mais de 972.000 de armenianos foram mortos pelos turcos durante a I Guerra Mundial ( 5º lugar). Em abril de 1994, em Ruanda, o governo extremista controlado pela etnia hutu orquestrou um dos episódios mais sangrentos da história africana ao massacrar centenas de milhares de pessoas da minoria tutsi. Segundo cáuculos, cerca de 937.000 tutsis foram mortos, entrando, portanto, na 6º colocação. Mais uma vez Hitler entra em cena e propõe a morte de mais pessoas. Dessa vez os Ciganos. Cerca de meio milhão de ciganos, segundo uma média de cálculos existentes, foram mortos pela Alemanha durante a II Guerra Mundial. Os nazistas os consideravam criminosos congênitos e uma raça subumana, o que os levou a exterminá-los sistematicamente entre 1940 e 1945, em todo o território europeu dominado por Adolf Hitler, entrando na lista da “veja.abril” na 7ª colocação. Seguindo os traços aparece a morte de 350.000 tibetanos pelo governo chinês a partir dos anos 50 do século XX (8º lugar). 300.00 mil sérvios foram exterminados durante a invasão e conquista da antiga Iuguslávia durante a II Guera pela Alemanha Nazista. Este ocupa o 9º lugar. Fechando essa lista aparece a morte de 275.00 Assírios. Por influência alemã os turcos decidiram eliminar todos os grupos étnicos minoritários do seu território e iniciaram uma série de ataques a povoados assírios, do interior da Turquia às províncias otomanas no Oriente Médio.

Esses dados permite afirmar que Hitler e o regime nazista foi o maior propagador do ódio e da ideologia de uma raça superior e, que por assim se intitularem, levaram a morte de várias pessoas somente por serem diferentes, por pensarem e agirem diferente.

Fez parte ainda dessa análise a Revista “Aventuras na História – para viajar no tempo”. Nessa, em ordem descrecente, há uma lista intitulada “Os 10 maiores assassinos em massa”. 

Confira a abaixo.

Papa Urbano II (C. 1035-1099). Na conquista de Jerussalem, em 1099, 70 mil judeus e islâmicos foram massacrados. (3 milhões).

Pol Pot (1925-1998).  Quase um terço dos cambojanos pereceram. (3 milhões).

Horohito (1901-1989). Para permanecer no poder os imperadores japoneses eliminaram 11 milhões de compatriotas.

Hernan Cortés (1485-1597). Cerca de 19 milhões da população Asteca foram eliminadas.

Tamerlão (1336-1405). Durante o império Timúrida cerca de 20 milhões foram mortos.

Joseph Stalin (1878-1953). Estima-se que durante seu governo cerca de 20 milhões de soviéticos foram executados.

Nurhaci (1559-1626). No período da dinastia Ming os chineses foram perseguidos e segundo cáuculos 25 milhões tiveram suas vidas ceifadas.

Gêngis Khan (1162-1227). Aqui, cerca de 40 milhões de habitantes de Bagdá foram destruidos.

Mao Tsé-Tung (1893-1976).  Dos 40 milhões, estima-se que 30 vieram a morrer de fome. Os outros morreram durante a Revolução Cultural.

Adolf Hitler (1889-1945).  O ditador carrega nas costas a morte de 5 milhões de judeus, ciganos, homossexuais. Durante a II Guerra cerca de 42 milhões tiveram suas vidas ceifadas. Ao todo, 50 milhões de mortos são atribuidas a ele e ao nazismo. 

Hitler, ideias, ideologia e a arte do convencimento


Você sem dúvida já deve ter se perguntado como Hitler mudou o mundo dos alemães. Como ele conseguiu injetar um ânimo em um aglomerado de pessoas assoladas pelas tragédias que, eram resquícios dos assombros da primeira guerra mundial. Deve ter se perguntado em algum momento, como ele fez de um povo totalmente humilhado a praticar a humilhação.

Hitler em discurso no início do Nazismo.
Convencer pessoas não é, nem longe uma tarefa fácil. E Hitler soube se utilizar disso como ninguém. Uma rápida passagem pelo conceito de ideologia e perceberemos que o vocábulo “Convencer” é essencial para entendê-la. Partindo dessa premissa, podemos afirmar que ideologia é um aglomerado de ideias que provoca adesão e convencimento e é determinada pelas relações de dominação entre as classes sociais. Mas há dois tipos de ideologias. A positiva e a negativa.

Sabendo que Hitler conseguiu ultrapassar as barreiras das ideias, pois trouxe para si milhares de alemães, grande parte deles jovens, através de discursos em palco, resta-nos agora, analisar as condições que contribuíram para a formação dessa ideologia negativa. Ele transformou as adversidades alemães para injetar uma "falsa consciência" e produzir uma crença mistificante. Esse “falsa consciência” foi rapidamente reproduzida e, aos poucos, a situação se tornou insustentável. Baseados em falsas ideias de uma raça superior, ariana, os alemães passaram, a partir das ordens do idealizador - a torturar, perseguir e matar, simplesmente quando sentisse vontade – os judeus, ciganos, prisioneiro de guerras, civis e homossexuais. Hitler convenceu, Hitler manipulou. Hitler alienou uma legião de alemães e ainda inspirou, com essa política nazista, o nascimento de outras nos mesmos moldes. Cita-se aqui, o Fascismo na Itália.

Para tanto, se utilizou de diversos meios e métodos. Como que tentado entender as angústias e os sofrimentos dos jovens, batia em cheio nessa “ferida”. Fazia e discursava afirmado que essa classe jovem poderia ter boas expectativas de vida e que tudo começa exatamente ali, naquele momento. O Nacionalismo, o patriotismo e o medo também são fortes instrumentos ideológicos e ele soube usá-los muito bem.  Era prática comum em seus discursos os elogios pomposos para os alemães ao afirmar que eles eram os melhores, que possuíam um sangue puro e que podiam transformar o mundo de ruínas em paz.

Para a ideologia negativa o que interessa é o fim e este justifica os meios, não importando a forma como eles serão empregados. O resultado dessa política foi à perseguição e o genocídio realizado em várias etapas. Por ele cerca de seis milhões de pessoas foi exterminadas. Entre elas, crianças e mulheres.

No fim, o que podemos afirmar é que Hitler foi, sem dúvida, um líder que implantou uma ideologia e mudou o destino dos alemães a partir da desgraça de outros povos, outras nações. A Alemanha não se libertou das ruinas, foi libertada. E um povo que não consegue a liberdade, mas alguém lhe dá, fará com o outro o que lhe fizeram. Os alemães saíram da condição de oprimidos e viraram opressores.

Acompanhe o discurso que Adolf Hitler fez para cerca de 200 mil jovens