(FOTO/ Reprodução/ Instituto Búzios). |
Você
sabia que a Constituição Federal do Brasil completou 33 anos no último 5 de
outubro? A Constituição é o documento mais importante do Brasil, considerada a
lei máxima e obrigatória entre todos os cidadãos, serve como garantia dos seus
direitos e deveres.
Muitas
vezes nomeada como Constituição Cidadã, a carta magna de 1988 foi um dos
primeiros processos em que a sociedade brasileira realmente participou. Isso se
deu logo após a redemocratização e fim da Ditadura Civil-Militar no país.
Para
os movimentos progressistas do período, não existia a menor condição de
transitar para uma nova sociedade com um documento dos tempos ditatoriais. Esta
é a primeira constituição do Brasil a reconhecer o racismo como crime, por
exemplo.
Antes
dela, as leis eram criadas sem ouvir a população. O processo constituinte que
levou até a promulgação da Constituição de 1988 contou com uma participação
massiva das pessoas. Durante 583 dias, pelo menos 10 mil pessoas passaram
diariamente pelo parlamento. Estima-se que 9 milhões passaram pelo Congresso
Nacional, sem contar as caravanas, cartas e demais sugestões que foram
enviadas.
Para
entender melhor a história da Constituição pelo olhar dos militantes negros e
quão importante foi essa participação para a garantia de direitos básicos, o
Nós, mulheres da periferia ouviu a pesquisadora Natália Neris, mestra em
Direito pela FGV e doutoranda em Direitos Humanos. Em 2018, Natalia lançou o
livro “A voz e a palavra do movimento
negro na Constituinte de 1988”, pela editora Letramento.
Segundo
a pesquisadora, é nítido que os militantes negros tinham um projeto de país
mais democrático para todos e todas. “Fico
pensando que havia um projeto de país desse movimento de um jeito muito
profundo, e que foi pensado e idealizado por homens e mulheres negros nesses
movimentos de base mesmo”.
Para
Natália Neris, se a tarefa daquela geração foi desmontar a ideia de uma
democracia racial, a atual geração tem como papel honrar a memória de quem
lutou para ter os direitos garantidos. “A
gente consegue ver com clareza que a tarefa da geração anterior à nossa era
desmantelar o ideário de democracia racial, e falar claramente sobre
desigualdades raciais”.
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Com informações do Instituto Búzios. Confira a entrevista na íntegra aqui.
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