Avião atingindo Kiev. (FOTO/ Reprodução). |
“Na guerra, a primeira vítima é a verdade”.
Autoria desconhecida
A
cobertura que a mídia hegemônica faz da crise na Ucrânia é alarmantemente
viciada, além de claramente racista e preconceituosa.
Os
meios de comunicação em todo mundo são meros repetidores dos mantras
russofóbicos fabricados em Washington para instrumentalizar a guerrilha
geopolítica e ideológica das “forças do bem”, a civilização ocidental, contra a
“força do mal” – os russos, caucasianos e eurasiáticos.
Em
geral, a mídia não só é subserviente ao “release único” escrito em Washington,
como também é indigente e desonesta. Além de omitir aspectos étnicos,
históricos e culturais dos povos eslavos, também mente, estigmatiza Putin e
falsifica a história.
Na reprodução do noticiário e através de comentaristas vulgares, despreparados ou mal-intencionados, a mídia hegemônica segue omitindo, por exemplo, os antecedentes históricos da crise atual, que se localizam na farsesca revolução Maidan, que desembocou no golpe financiado pelos EUA para derrubar o governo pró-russo de Viktor Yanukovytch em 2014.
A
mídia continua escondendo, também, que a Ucrânia descumpriu o Protocolo de
Minsk, assinado por representantes reconhecidos das repúblicas independentes de
Donetsk e Luhansk e o governo ucraniano com a fiança institucional da própria
União Europeia.
E os
meios de comunicação a serviço de Washington continuam omitindo o perfil
neonazista do presidente da Ucrânia Volodymyr Zelensky e dos agrupamentos de
ultradireita extremista que apoiam o governo.
É
cada vez mais conhecida a conexão entre a ultradireita neonazista ucraniana e
os grupos fascistas e neonazistas no mundo e, também, com o bolsonarismo – Sara
Winter e “Os 300 do Brasil”. Mas, inclusive isso também é sonegado.
Os
EUA exercem sua primazia e hegemonia informacional e comunicacional no mundo
por meio do pensamento único deste jornalismo de guerra. Um jornalismo sem compromisso
com a verdade factual e histórica.
Nas últimas semanas, houve a escalada desta guerra informacional para criminalizar e demonizar o presidente russo Vladimir Putin e incensar o papel dos EUA e da OTAN.
Neste
jornalismo de guerra, todos os veículos hegemônicos no Brasil – absolutamente
todos, é preciso sublinhar – repetiram como papagaios o viés de análise de
Washington. Não ficou de fora nem mesmo um único veículo de nenhum meio de
transmissão – nas rádios, TVs, redes sociais e portais da internet.
Somente
os portais da mídia independente estão desde o início da crise reportando os
acontecimentos desde uma perspectiva abrangente e aberta. Não fossem estes
veículos contra-hegemônicos de informação e comunicação, a população brasileira
seria totalmente entorpecida com o pensamento único russofóbico.
Em
semanas de crise, pela primeira vez apareceu em um veículo da mídia hegemônica
uma abordagem dissonante do pensamento único. Aconteceu só agora, nesta
sexta-feira, 25/2. O portal UOL publicou entrevista em que o analista político
estadunidense Andrew Korybko afirma que “o Brasil e a Ucrânia foram ambos
vitimados pelas guerras híbridas dirigidas pelos Estados Unidos com o objetivo
de fortalecer a hegemonia unipolar norte-americana”.
Da
mesma maneira que a Ucrânia rapidamente deverá assinar a rendição a Moscou, a
mídia hegemônica se verá obrigada a se render às exigências de um jornalismo
plural e honesto, se quiser sobreviver no mundo multipolar que começa nascer.
Caso
contrário, será enterrada junto com os escombros da ordem unipolar e imperial
que está morrendo.
________
Por Jeferson Miola, em seu Blog.
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