Alexandre Lucas. (FOTO/ Reprodução). |
Por Alexandre Lucas, Colunista
A
casa estava vazia, algo corriqueiro para quem mora só. A rede balançava no
quarto, luzes apagadas, ainda era dia, o quarto tinha que ter o aconchego do
escuro e uma bandeja imensa de pipoca. Quando inventaram a pipoca, a televisão
era improvável de existir. Tantas coisas são improváveis, até que existam.
Pipoca
por exemplo, só existe, porque inventaram uma forma de pipocar o milho. É com a
quentura que o milho se avessa e o amarelo se torna branco. Isso parece óbvio, quem disse o óbvio era
desnecessário? Só temos o óbvio, a partir da descoberta, obviamente.
Na
tela do computador procurava descobrir algo novo, quase tudo era desconhecido.
Era como o milho, antes da descoberta da sua junção com a quentura.
Filme
escolhido, depois uma série de dúvidas. Entre risos, lágrimas e duas bandejas
com pipocas, aquele filme não parecia ser real, era do tipo mentiroso. Tem
mentiras que só vivem por desconhecer a verdade.
Era
muito estranho, cada cena e sem intervalos, do início ao fim, apareciam
multidões desmascaradas, abraços apertados, distribuição de beijos e conversas
ao pé do ouvido. Sem nenhuma máscara, não era o sinal dos novos tempos. Já não
se sabia de que tempo era aquele filme, muito menos qual era o filme do futuro.
O filme acaba. A única coisa que sobrou foi a descoberta da pipoca.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Ao comentar, você exerce seu papel de cidadão e contribui de forma efetiva na sua autodefinição enquanto ser pensante. Agradecemos a sua participação. Forte Abraço!!!