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Bolsonaro. (Foto: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo). |
Peço,
de forma antecipada, desculpas aos/as que se sentirem atingidos/as. Mas eu fiz
e faço um esforço diário para entender e compreender quem não teve a
oportunidade de estudar ou prosseguir nos estudos queira votar em Bolsonaro.
Muitas das vezes as únicas informações que lhes chegam vêm do rádio e da
televisão que são veículos tradicionais e que na grande maioria das vezes não
primam pela pluralidade das informações, demonizando partidos e pessoas e
omitindo e sonegando informações que seriam fundamentais para essa parcela do
eleitorado.
Agora,
não consigo entender e muito menos compreender que pessoas que tiveram a
oportunidade de estudarem, de terem diplomas de nível superior e outros/as
tantos/as tendo inclusive assumido a missão de lecionar votarem no candidato do
PSL. Não dá para compreender porque simplesmente foge a tudo que aprendi sobre
o que seja educação. Foge, portanto, de tudo o que durante anos e anos aprendi
na escola, em casa e em outras espaços como sendo a forma mais saudável de se
viver/conviver. Não dá para compreender também porque a imagem de professor e
de professora que sempre idealizei e ainda idealizo é a daquela figura que
sempre pauta em suas conversas que devemos respeitar o outro e não incitar o
ódio; que dialoga e não impõe; que prima nos seus discursos pela valorização da
diversidade, da pluralidade e, isso, significa que ninguém é igual a ninguém,
mas nem por isso (e até mesmo por isso) há pessoas superiores ou inferiores;
que mesmo não sendo da área de ciências humanas, de História especialmente,
nunca negou fatos históricos.
Formadores/as
de opinião era para estarem ajudando a combater o conservadorismo e o
retrocesso representando pelo candidato já citado. Era para estarem, de igual
modo, nos ajudando a afirmar e refirmar que a homofobia, o machismo, a misoginia
e o racismo são critérios mais que suficientes para não conduzir alguém a
qualquer cargo eletivo, pois fere brutalmente os princípios democráticos e
atinge essencialmente a dignidade humana. Ademais, professores/as que votam
nele aceitam tudo isso e ainda concordam que são doutrinadores/as.
Em
uma país realmente politizado e cidadão, candidatos como o #EleNão não era para
estar pontuando nas pesquisas, quiçá liderando as intenções de voto.
Quanto
a nossa juventude, desacreditada da forma de se fazer política, saiba que não
só vocês estão assim. Nós também. Porém, o caminho que muitos da juventude
estão seguindo pode levar a destino que vocês não presenciaram, mas estudaram -
a ditadura. E o candidato que alguns pretendem votar já foi explícito: "o erro da ditadura foi torturar e não matar".
Por
fim, mas não menos importante, faço um apelo para aquelas e aqueles
colecionadores/as de currículo. Se posicionem. A vida é política. Isenção nunca
foi o melhor caminho para resolver os problemas do país.
Opção
nesse terreno polarizado que se tornou o processo eleitoral temos. Basta que
saiamos da caixa que a mídia nos colocou ao apresentar e divulgar sempre as
mesmas pessoas. Ousemos a pensar por nós mesmos e a caminhar com nossas
próprias pernas.
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