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(Boulos alerta para riscos que candidatura de Bolsonaro representa e dá uma aula de História. (Foto: Reprodução). |
O
candidato à presidência Guilherme Boulos (Psol), questionado por Fernando
Haddad (PT) no debate na noite desta quinta-feira (4), da Rede Globo sobre a
proposta de Jair Bolsonaro (PSL), de cortar direitos trabalhistas como o 13º
salário, aproveitou o tempo de sua fala e fez um discurso emocionado sobre os
riscos à democracia representado pelo candidato da extrema-direita. “Faz 30
anos que saímos de uma ditadura. Muita gente morreu, foi torturada. Tem mãe que
não pôde enterrar seu filho até hoje. Faz 30 anos, mas acho que nunca estivemos
tão próximos disso”, afirmou.
Haddad
iniciou sua fala para Boulos, no modelo de embates diretos que orienta o
debate, afirmando que o escolheu para responder, pois ele é "um candidato
sério". “Há três que apoiam o
governo de Michel Temer (MDB). Henrique Meirelles (MDB), Geraldo Alckmin (PSDB)
e Jair Bolsonaro. Só falam em cortar direitos. Bolsonaro tem a ideia de acabar
com o 13º salário, com o abono de férias, cobrar Imposto de Renda dos mais
pobres, cortar Bolsa Família e introduzir a CPMF”, afirmou.
Boulos
disse que a questão é séria e introduziu pontos extremamente graves presentes
no discurso de Bolsonaro, que apoia abertamente torturadores reconhecidos pela
Justiça como tais e nega as atrocidades da ditadura civil-militar (1964-1985).
“Se estamos aqui hoje é porque teve gente
que derramou sangue pela democracia. Se você vai votar domingo, pessoas deram
suas vidas por isso. Quando nasci, o Brasil estava em uma ditadura. Não quero
que minhas filhas cresçam em uma”, completou Boulos.
“Começa assim: arma, resolver na porrada, a
vida que não vale nada. Temos que dar um grito e dizer: ditadura nunca mais”,
finalizou.
Na
réplica, Haddad agradeceu o alerta de Boulos. “Chamo atenção para os riscos. Se
foi possível construir direitos, gerar empregos, fazer o jovem trabalhador,
filho do pedreiro entrar na universidade, isso tudo é da democracia. É a
liberdade que te permite reivindicar, votar, exigir compromisso. O que está
acontecendo é um descalabro. Todo dia uma notícia ruim”.
Boulos,
em sua tréplica, reforçou que a “turma do
ódio do Bolsonaro também é a turma da destruição”. “O ódio que eles propagam nasce da indiferença. Estou há 16 anos lutando
do lado do povo que não tem casa. De pessoas que sempre foram acostumadas a
entrar pelo elevador de serviço. A baixar a cabeça. Fomos perdendo a capacidade
de se indignar, de sentir a dor do outro. Precisamos trazer para a política a
solidariedade”.
Bolsonaro
não compareceu ao debate, alegando motivos médicos. Em vez disso, gravou uma
entrevista exclusiva para a TV Record, que foi ao ar no mesmo horário do debate
da Globo e teve duração de meia hora. (Com informações da RBA).
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