Tranças nagô ou mandraka: racismo e privilégio branco

(FOTO |Reprodução | Internet).

“Imagine encontrar algo que te faça sentir especial e conectado com sua identidade e de repente esse mesmo símbolo seja utilizado justamente por quem historicamente lhe fez sentir inferior? É como sobrepor camadas que nos distanciam daquilo que nascemos para ser”, pontua a artista visual Íldima Lima.

As tranças, penteados usados principalmente pelas mulheres há centenas de anos carregam a identificação – além da estética – de tribos, estados civis, religiões e posições sociais. No Egito Antigo, por exemplo, quem possuía muitas tranças passava mensagens de riqueza material e também de abundância. Dentre os penteados, o mais antigo registrado é a trança nagô, de origem africana, que consiste numa trança rasteira, rente ao couro cabeludo.

Durante o período da escravidão no Brasil, as tranças eram utilizadas para identificar as tribos de origem dos escravizados, e até mesmo serviam como mapas e rotas para as fugas planejadas. É o que diz o artigo “Longa História de Penteados com Tranças”, do pesquisador e tricologista Evandro Carvalho.

No entanto, a trança nagô recebeu outro nome nos últimos tempos: a trança madraka. Para Íldima Lima, detentora da marca Illi (como também é conhecida) e idealizadora da exposição “Negras Cabeças”, essa ressignificação das tranças gera um certo apagamento da cultura e estética negra. Illi salienta que é contra qualquer tipo de linchamento, mas também ressalta que as pessoas têm lidado com a importância da trança nagô de maneira superficial.

“Está acontecendo o apagamento do termo Nagô em decorrência do uso da palavra Mandraka. Para além de toda polêmica que envolveu a origem do termo, o que mais importa é o resultado disso, ou seja, intencional ou não, criou-se esse novo termo para definir um estilo de trançado ancestral que sempre foi usado pela cultura negra – e, consequentemente, marginalizado –, de maneira a torná-lo aceitável”, enfatiza.


De acordo com a artista visual, que elaborou a exposição “Negras Cabeças” a partir de uma vasta pesquisa a respeito dos penteados e adornos de cabeça utilizados pelas mulheres negras da África, a trança mandraka simboliza uma violência da expressão cultural negra, “não apenas pela banalização do uso, mas principalmente pela reclassificação do termo, como se essa nova roupagem na grafia viesse acompanhada de uma validação social, naturalizando o uso como algo estiloso, moderno e jovial”, pondera.

Apagamento cultural

“Ao usarmos essas tranças [nagô], devemos honrar e respeitar a sua origem, perpetuando o sentido. As associações e reformulações de nomenclatura são graves porque, historicamente, são formas de apagamento cultural e se posicionam como uma forma contemporânea de apropriação e transplantação cultural através da ressignificação e aceitação social do uso validado pela incorporação da branquitude”, avalia Illi.

Para a pesquisadora e trancista Amanda Coelho, conhecida como Diva Green, a modificação de “nagô” para “mandraka” é uma das facetas do racismo estrutural no Brasil. Ela pontua que a estética negra serve para além do visual, sendo uma ferramenta de demarcação de território em uma sociedade racista que mantém vivo o apagamento histórico negro.

“Por meio dos nossos cabelos, adornos e vestimentas, contamos histórias e ativamos memórias as quais se conectam com a autoestima de nossa população negra, nos trazendo pertencimento e fundamentos de nossas matrizes africanas. Mudar o nome significa nos afastar desses lugares que nos potencializam. É estratégia do racismo”, afirma.

Illi, por sua vez, pondera que esse apagamento, que começa com a discreta associação das tranças, é algo que já aconteceu repetidamente com outros signos e símbolos identitários esvaziados de significado após serem engolidos, remodelados e incorporados pela cultura branca dominante.

“Em toda minha vida, a primeira pergunta que me faziam ao me ver de trança era se e como eu lavava meu cabelo. Duvido fortemente que se faça esse ou outro questionamento similar a uma mulher branca de tranças, o que certamente é substituído por um elogio exaltando a personalidade e estilo dessa mulher, coisa que nunca nos foi destinada”, diz.

“Em resumo, a pergunta que sempre devemos fazer é: o que faz com que um tipo de trançado passe de algo sujo ou feio a estiloso e bonito? A resposta seguramente estará associada ao momento em que a cor da pele que ostenta o penteado passou de preta para branca, um reflexo inegável do nosso racismo estrutural”, completa a artista visual.

Branco pode usar tranças?

Diva Green salienta que além de se apropriar dos símbolos negros, o racismo estrutural faz a população negra adotar outras culturas, a fim de promover uma falsa aceitação que, na opinião dela, faz parte de um processo de dominação. Porém, quando o povo preto retoma o uso de sua estética, como os penteados de origem africana, ocorre o retorno à ancestralidade, que cria novos imaginários e entende a beleza como parte de outros olhares, vivências e histórias.
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Com informações do Alma Preta. Clique aqui para ler o texto completo.

Procura-se a padaria    

 

Imagem puramente ilustrativa | Divulgação 

 

Por Alexandre Lucas, Colunista

Manhã de sol escondido, dois dedos de café quente, feito com muito pó e pouco açúcar. Algumas linhas escritas no bloco de rascunho que carecia de folhas em branco, no horizonte uma carga imensa de perguntas depositadas.  As rosas se espreguiçavam, era o tempo delas.  

Enquanto tomava os dois dedos de café, visitava cada incômodo da casa de sua cabeça. Olhou demoradamente para o quarto, a cama bagunçada com histórias incompletas e a luz apagada, que faziam os pensamentos tropeçarem.

Xícara com café tomada até a última partícula do grão. Mais dois dedos para tomar, antes de sair para comprar o pão. Olhou os espinhos da roseira, apertou forte, sangrou, limpou com as pétalas de rosa, tão macias. Saiu, deixou, um dedo de café, talvez esperando, o pão.   

O pão já estava pronto, há horas. A padaria da esquina abre cedo para alimentar parte da classe trabalhadora. Seguiu como era de costume, mas os costumes não duram a vida toda. O café continua no mesmo lugar, um dedo, frio, forte e amargo, talvez tenha mudado um pouco, ou qualquer outra coisa tenha acontecido. O pão não chegou. Dizem que até hoje o caminho da padaria continua mudando. 

Da Aldeia Mãe para a sala de aula: Conheça Felipe Tuxá, primeiro professor indígena da Ufba

 

Felipe Tuxá, o primeiro professor autodeclarado indígena da Ufba (Acervo Pessoal/Felipe Tuxá).

Foi entre gente ávida por futuro que Felipe Tuxá, 31 anos, cresceu, de modo que até o cachorro da família dele ganhou o nome de “Projeto”, palavra que fazia sonhar. Era um território imerso em possibilidades aquele onde o antropólogo aprendeu a mergulhar no horizonte, enquanto os anciões indígenas planejavam: “Quando a terra sair...”. Nessas reticências, cabiam planos que nem erros históricos sufocaram.

Cada um da Aldeia Mãe da comunidade Tuxá traçou seu projeto de futuro, depois de terem suas terras inundadas por uma barragem. Felipe acaba de realizar parte do dele: aprovado no concurso para professor do Departamento Antropologia na Universidade Federal da Bahia (Ufba), será o primeiro docente autodeclarado indígena da instituição que tem 75 anos - 200 alunos se autodeclaram indígenas.

Em todo o departamento onde Felipe atuará, pelo menos oficialmente, não há alunos da graduação ou pós-graduação que tenham se autodeclarado indígena na matrícula.

Até de responder, fico emocionado. É um sonho, não vou mentir. É um projeto ancestral, que vem de longe e significa muita coisa. Significa que é possível, as coisas estão mudando, conta o Doutor em Antropologia pela Universidade de Brasília (UNB).

De linhagem tradicional, Felipe é  um projeto vivo da Aldeia Mãe, no Norte baiano, onde há 60 casas. Lá, ele não ocupa uma posição solitária: é um dos três professores de universidades públicas nascidos no território, transformado em referência indígena na educação formal.

Hoje, por exemplo, cinco jovens crescidos na aldeia estudam Medicina em universidades públicas baianas. O irmão de Felipe também é médico e trabalha no distrito indígena de Kalankó, em Alagoas, a 48 quilômetros de distância de Paulo Afonso, onde ele mora.

O cenário educacional era diferente na infância de Felipe e do irmão, Pedro, quando os pais deles decidiram pela mudança para Paulo Afonso, onde os filhos pudessem estudar. Em meados da década de 90, a comunidade não tinha uma escola, instalada apenas em 2001 e que modificaria a realidade sociopolítica local.

A busca pela educação como resistência

O avô de Felipe, Antônio, era conselheiro da Aldeia Mãe e incentivava os mais jovens a estudarem - formalmente.

Ele falava muito que precisávamos estudar, sermos também os ‘doutores’. A gente percebia que as pessoas que encabeçavam a luta [indígena] eram importantes, mas todas eram não indígenas. Não tínhamos o resultado que esperávamos, conta Felipe, pesquisador em violação de terras indígenas baianas.

A necessidade de pensar o futuro, uma semente semeada em conjunto, surgiu de uma ferida aberta do passado. Em 1987, a construção da Usina de Itaparica inundou as terras originárias do povo Tuxá, ilhas margeadas pelo Rio São Francisco, e obrigou as famílias a se mudarem para outros territórios.

Os mais velhos viviam a dizer "quando a terra sair" porque a Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf), responsável pela barragem, tinha prometido uma terra para eles. A frase cheia de expectativa, que Felipe tanto ouviu na infância, inspirou parte do título da dissertação de mestrado dele.

Sem destino certo, o povo Tuxá estabeleceu aldeamentos nos limites de três municípios: Ibotirama, Inajá (Pernambuco) e Rodelas, onde Felipe nasceu.

A mudança para Paulo Afonso não anulou o contato dele com a Aldeia Mãe. Aos finais de semana e em datas festivas, eles viajavam até a comunidade, a 110 quilômetros de distância. O endereço dele, na cidade, já era repleto de vizinhos vindos da aldeia.

Essa migração era fundamental para quem não conseguia subsistir devido às limitações agrárias da nova morada. A Aldeia Mãe é uma aldeia urbana, termo sem significado unânime, mas que pode ser entendido como aquele território integrado ao espaço urbano ou o núcleo de indígenas que vivem na cidade.

Foi na aldeia que Felipe teve o os primeiros contatos com antropólogos. O pai dele, motorista da Fundação Nacional do índio (Funai), constantemente ia a Brasília. “Vou ali buscar um antropólogo”, ele dizia.

Esses antropólogos vinham e resolviam as coisas. Eu via como mágica, recorda.

Aos 17 anos, o jovem tinha certeza de que queria seguir esse caminho de “resolver as coisas” e aproximar a vida profissional à luta do povo Tuxá. Três anos depois, partiu para Belo Horizonte, aprovado no vestibular para Ciências Sociais da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). O futuro batia à porta.

A terra prometida e a criação da escola indígena

Quando Felipe chegou em Minas Gerais, não existiam, formalmente, políticas afirmativas consolidadas para a entrada de pessoas indígenas em universidades públicas. Eram as instituições que criavam mecanismos para isso, como a criação de vestibulares específicos para estudantes indígenas, que se juntavam em grupos para resistir ao racismo que os agredida e estigmatizava.

As universidades federais de Minas Gerais e de Brasília, onde Felipe fez mestrado e doutorado em Antropologia, eram duas das instituições que investiam na inclusão. Somente em 2012, a lei de Cotas obriga as universidades públicas a reservarem vagas para indígenas - também para negros e egressos da rede pública de ensino.

A política teve efeito: de 2010 a 2019, o número de estudantes indígenas no ensino superior, em Salvador, saiu de 310 para 1.455, segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

Felipe faz parte desse movimento de inclusão no ambiente acadêmico e ser professor da Ufba era um dos principais projetos dele, que passou por uma semana de provas até a aprovação no concurso, anunciada na noite de 8 de abril.

Para mim, é simbólico. A Bahia é onde a colonização começou. Estar na Ufba significava onde eu deveria estar para pensar nossa existência nesse espaço que também é indígena, comemora.

Desde 2018, ele já era professor universitário: era substituto no curso de Licenciatura Intercultural em Educação Escolar Indígena, voltada para a formação de professores da rede básica indígena, da Universidade do Estado da Bahia (Uneb).

Enquanto aguarda a nomeação na Ufba, que deve ocorrer nos próximos três meses, Felipe conclui o ciclo como professor substituto da Uneb. Como nunca morou em Salvador, Felipe deve vir à cidade em maio para resolver a mudança. Aqui, ele tem outros parentes, como a artista indígena Yacunã Tuxá, vinda da mesma aldeia de Felipe.

Um dos colegas de trabalho que o antropólogo se despedirá, em Paulo Afonso, é Dorival Júnior Jurum Tuxá, 32, historiador e primo dele. Desde jovem, como Felipe, ele viu na educação a chance de fortalecer as lutas indígenas e ter possibilidades. Ele é outro professor da licenciatura voltada a docentes indígenas.

É necessário fornecer uma educação de qualidade que fortaleça o vínculo do indígena com seu território, mostrando que ele tem o direito de escolha por uma profissão, mas que possa favorecer também a comunidade”, acredita o pesquisador.

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Com informações do Correio 24h. Clique aqui e acesse o texto completo.

CEERT lança prêmio de equidade racial e de gênero

 

(FOTO |Pixabay).

O Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (CEERT) lança a 8ª edição Prêmio Educar com Equidade Racial e de Gênero: experiências de gestão e práticas pedagógicas antirracistas em ambiente escolar e as inscrições estão abertas até o próximo dia 21 de maio.

Segundo a organização do Prêmio, o Educar tem como objetivos identificar, apoiar e difundir boas práticas pedagógicas e de gestão escolar que promovam a equidade racial e de gênero, concretizando com qualidade o direito ao pleno desenvolvimento escolar de crianças, adolescentes e jovens.

O Prêmio é dividido em duas categorias: Professor e Escola. A categoria Professor é dividida em duas modalidades: práticas pedagógicas executadas – realizadas entre 2019 e 2021 e projetos de práticas pedagógicas ainda não executadas. Já a categoria Escola conta apenas com a modalidade Gestão com Equidade e Antirracista (GEA).

Serão eleitas oito propostas na categoria Professor, sendo que cada uma levará o prêmio de 7 mil reais, além de um kit de livros na temática de equidade racial e de gênero na educação básica. Será ofertado também um curso virtual de formação continuada no mesmo tema.

Na categoria Gestão de Escola, os vencedores também receberão o curso e o kit. Além disso, cada uma das oito propostas eleitas na etapa final do processo de seleção receberá equipamentos para a escola, elegíveis numa listagem fornecida pelo CEERT, dentro do valor de 10 mil reais. Para mais informações e realizar as inscrições, acesse o site do CEERT.

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Com informações do Noticia Preta.

Professor Alyson Santos desenvolve projeto “nossas ruas, nossas histórias”, em Nova Olinda

 

Professor Alyson Santos e estudantes do projeto "Nossas Ruas, nossas história". (FOTO/ Reprodução/ Facebook).

Por José Nicolau, editor

Com a finalidade de estimular alunos e alunas da Escola de Ensino Fundamental Avelino Feitosa, do município de Nova Olinda, a conhecer as histórias dos nomes das ruas e promover a sinalização destas com o intuito de organizar a cidade, o professor de Geografia Alyson Santos está desenvolvendo o projeto “Nossas ruas, nossas histórias”.

Segundo Alyson, o projeto se justifica pelo fato da precária sinalização das ruas do município, mesmo se tratando de um espaço que é reconhecido pela sua grande capacidade turística. Nova Olinda é tida como a cidade “indutora do turismo”. Ainda assim, pontua o professor, há diversos logradouros sem a devida nomenclatura, o que dificulta “a circulação dos nativos e visitantes”.

A nomenclatura dos logradouros da urbe está comprometida, tanto pela ausência de leis, como pela precariedade das informações que as leis existentes carregam. Nova Olinda é destaque no setor turístico, carrega o título nacional de Destino Indutor do Turismo, acomoda monumentos naturais como a Ponte de Pedra e Pedra da Coruja, estimula o fazer cultura com seus artesanatos, com destaque o artesanato de couro, de Sr. Espedito Seleiro, com “s” mesmo. Nova Olinda é agraciada com a Casa Grande, que recebe uma quantidade de visitantes significativa ao longo do ano, sem falar dos pequenos museus que estão sendo criados em torno desse embaralhado cultural. Assim, Nova Olinda peca em não ter uma sinalização e nomenclaturas de suas ruas, para que os visitantes possam se orientar de forma correta na cidade, pontua Alyson.

Para tanto, alguns caminhos foram apontados no projeto para atender os objetivos juntos a alunos e alunas do 9º ano, entre eles está a realização de visitas aos domicílios dos logradouros; desenvolvimento de pesquisa quanto a origem do nome de cada rua, avenida e travessa; marcação de pontos do Sistema de Posicionamento Global, conhecido por sua sigla em inglês “GPS”; Visitas técnicas e pontuais a pessoas que tem o notório saber da história do município com o intuito de validar os dados históricos armazenados durante a pesquisa de campo, além de ter como marco os dados de latitude e longitude que serão o de início da rua e do seu fim. Alyson destaca que “com essas informação será possível verificar no google maps o comprimento de cada logradouro”.

Estudantes do 9º ano da Escola Avelino Feitosa durante execução do projeto "Nossas ruas, nossas histórias". (FOTO/ Reprodução/ Facebook).

O próximo passo será a compilação dos dados históricos e os dados geográficos. Os levantamentos de todos as leis que tratam dessa matéria será de grande importância para a construção da reorganização das nomenclaturas”, disse e complementa destacando que “no final de tudo será editado um projeto de lei, reorganizando as nomenclaturas e eternizado o histórico de cada nome dos logradouros, bem como serão depositados no sítio oficial da prefeitura municipal de Nova Olinda para deleite de todos os interessados”.

A pesquisa tem previsão para ser concluída em dezembro do ano em curso com a fixação das placas nas ruas. O projeto está orçado em R$ 1.750, 00 (hum mil e setecentos e cinquenta reais).

Roda de Poesia será realizada no Gesso esse domingo

 

(FOTO | Reprodução | WhatsApp).

Por Naju Sampaio*

A Roda de Poesia que ocorre mensalmente no Território Criativo do Gesso será realizada neste domingo, dia 24. O evento acontecerá no terreiro do Coletivo Camaradas, ao lado da quadra do Gesso. Contando com a participação de poetas da região, a roda inicia às 17 horas e está aberta ao público.

Neste mês a roda receberá os poetas Havi Garcia e Regina Souza. Havi Garcia é poeta e acadêmico de Artes Visuais pela URCA (Universidade Regional do Cariri) e Regina Souza é poeta e integrante do Grupo de Leitura "Falação" do Colégio Municipal Pedro Felício Cavalcante. Em toda edição um jovem que integra o grupo participa do evento trazendo suas poesias e fortalecendo o protagonismo juvenil.

Sendo realizada desde 2013, a Roda de Poesia é protagonizada principalmente por crianças e adolescentes. De acordo com Bruna Edwirges, vice-coordenadora do Coletivo Camaradas, o momento faz parte da mobilização e organização do Território Criativo do Gesso, com o intuito de democratizar a palavra e a escrita. Com o apoio de parcerias, como a Rádio Cafundó e o Colégio Municipal Pedro Felício, a roda de poesia contribui para a construção de uma sociedade leitora.

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* Naju Sampaio é estudante de jornalismo e bolsista/integrante do Coletivo Camaradas.

TSE aponta crescimento de 45% no número de jovens com título de eleitor

 

(FOTO |Reprodução|TV TEM).

O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) anunciou que após as mobilizações e campanhas direcionadas, o número de jovens de 15 a 17 anos com título de eleitor subiu de 199.667 em fevereiro, para 290.783, em março – um aumento de 45%.

Recentemente, artistas como Anitta, Pablo Vittar, Luisa Sonza, entre outros, além de plataformas de música como o Spotify e até mesmo partidos políticos, têm tentado convencer esse eleitorado a se cadastrarem e estarem aptos para votar em outubro.

No entanto, o Brasil registra o menor número de adolescentes eleitores desde março de 2004. Proporcionalmente, 37,09% dos jovens da época estavam regularizados para votar, hoje o número gira em torno de 18%.

O TSE afirma que eleições municipais costumam atrair mais a participação dos jovens, por se tratar de um pleito local e no qual há uma proximidade maior dos eleitores com os candidatos. Além disso, a pandemia fez com que diversas campanhas para mobilização e participação política, que seriam feitas em escolas, tiveram de ser adiadas ou até canceladas.

Apesar da baixa histórica, o Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) fez uma enquete que revelou a crença dos jovens no processo eleitoral: 9 em cada 10 afirmaram que o voto tem poder para transformar a realidade. 64% – número bem maior do que os 17% com título de eleitor – disseram que votariam nas eleições deste ano, outros 21% estão na dúvida.

Entre aqueles 15% que disseram que não votariam, nem todos o fariam por não desejarem participar da escolha dos representantes. 17% não conseguirão tirar o título a tempo e outros 69% não terão idade suficiente. No Brasil, jovens a partir de 16 anos podem votar, apesar de não serem obrigados. O voto é obrigatório a partir dos 18 anos.

Como tirar o título de eleitor?

O título de eleitor pode ser feito de forma online, pelo site de autoatendimento ao eleitor do TSE. Pelo mesmo link, qualquer pessoa a partir de 16 anos pode regularizar o título para ficar apta ao voto.

Os procedimentos podem ser feitos também de forma presencial nos cartórios de cada município.

Vale lembrar que jovens que têm hoje 15 anos, mas que já terão completado 16 até o dia 2 de outubro, data do primeiro turno, podem tirar o título.

O prazo vai até o dia 4 de maio, exatamente daqui 2 semanas.

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Com informações do Geledés.

Secult torna público o XXII Edital Ceará Junino para os Festivais Regionais

 

(FOTO | Reprodução | Seduc CE).

A Secretaria da Cultura do Estado do Ceará (Secult Ceará) torna público o processo de inscrição e seleção pública para o XXII Edital Ceará Junino para os Festivais Regionais e o XVII Campeonato Estadual Festejo Ceará Junino – 2022. O edital, que busca contribuir com a  ampliação e o fortalecimento das políticas de patrimônio imaterial no Ceará, vai apoiar 21 projetos para Festivais Regional de Quadrilhas Juninas e um Campeonato Estadual Festejo Ceará Junino, a ser realizado em Fortaleza ou em outro município no Estado do Ceará. Os Festivais Regionais de Quadrilhas Juninas ocorrerão no mês de agosto e o Campeonato Estadual será no período de 01 a 04 de setembro de 2022, de forma presencial, respeitando os protocolos de segurança vigentes.

O Edital está disponível no site https://editais.cultura.ce.gov.br para conhecimento dos interessados e de toda a sociedade de 08 de abril a 08 de maio de 2022. Após o período de divulgação, serão abertas as inscrições no período de 09 a 23 de maio de 2022. As inscrições são gratuitas e exclusivamente online pelo site https://editais.cultura.ce.gov.br e https://mapacultural.secult.ce.gov.br/.

Com o aporte financeiro de R$ 3.373.920,00, o edital contribui para a manutenção da dinâmica da produção e sustentabilidade econômica e social dos grupos e festivais regionais de quadrilha junina do Ceará, tendo uma função social e econômica no fomento à economia artística, criativa e cultural.

Com isso, o edital vai incentivar e difundir os processos da produção, difusão, formação e fruição das manifestações culturais populares dos festejos juninos, fortalecendo as manifestações do ciclo junino no circuito cultural e turístico do Ceará. Além disso, o edital busca garantir à população cearense o acesso aos direitos culturais e assegurar a participação dos grupos étnicos-raciais do Ceará que promovam trabalhos artísticos e culturais nas comunidades e nos territórios onde são desenvolvidos.

Os proponentes poderão apresentar uma proposta na categoria de Festival Regional de Quadrilhas Juninas, que terá 21 projetos apoiados, ou na categoria do XVII Campeonato Estadual Festejo Ceará Junino, que irá contemplar um projeto. O edital visa selecionar Instituições Jurídicas de Direito Privado Sem Fins Lucrativos para formalizar parceria com a Administração Pública, em regime de mútua cooperação, para realização dos Festivais, sendo a legislação aplicável a Lei 13.019/14 e suas alterações, que dispõe sobre o Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil (MROSC) e determina as condições desse tipo de parceria.

ACESSIBILIDADE

Com a finalidade de efetivação dos direitos das pessoas com deficiência e das pessoas com mobilidade reduzida, o proponente deve oferecer serviços que garantam o acesso, a utilização e compreensão por qualquer pessoa, independente de sua condição física, comunicacional e intelectual, sendo o critério de acessibilidade parte integrante dos aspectos norteadores de pontuação das propostas submetidas.

PROTOCOLOS DE SEGURANÇA

Os Festivais e o Campeonato estão previstos para acontecer de agosto a setembro de 2022 em formato presencial. No entanto, se durante o período da realização houver alguma determinação do Governo do Estado do Ceará que inviabilize as ações previstas no formato presencial, a Secult irá convocar os selecionados para ajustar a execução do projeto para o meio virtual ou um formato híbrido.

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Com informações da Secult Ceará.