Douglas Belchior anuncia saída do PSOL

 

Douglas Belchior. (FOTO/ Reprodução).

Por Nicolau Neto, editor

Uma das principais lideranças do Movimento Negro e um dos idealizadores da Coalizão Negra por Direitos, o professor e ativista Douglas Belchior, anunciou na manhã desta quinta-feira (30), a sua saída do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) depois de mais de uma década.

Belchior ajudou a colher assinaturas para o registro do PSOL e por ele foi candidato a vereador e a deputado Federal não logrando êxito em face de coeficiente eleitoral.

Na nota que foi divulgada em suas redes e publicizada no site da Uneafro, Belchior critica o racismo institucional presente também no partido e defende o apoio desde já a candidatura de Lula a presidência da república. "acredito e defendo a necessidade de fortalecer desde já a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva como contraponto a Bolsonaro. Titubear à esta altura é um erro", disse.

"É evidente que pesa também na decisão pela saída do partido, toda a violência política, a prática do boicote, do apagamento, do silenciamento, da desqualificação e do racismo institucional que sofri nesses anos de embate, sobretudo quando passei a questionar, a partir de 2016, em documentos e diálogos internos, até chegar à esfera pública em 2018, a conduta racista das direções de São Paulo, de correntes internas e da direção nacional do Psol. Foram justas as disputas que travei e sinto que surtiram algum efeito, constrangeram posturas e abriram caminhos para avanços que, quero crer, um dia virão", destacou.

Abaixo a íntegra da nota:

NOTA DE SAÍDA DO PSOL

Por Douglas Belchior

Quinta feira, 30 de Setembro de 2021

Laroye!

Informo às amigas e aos amigos de luta e de vida que acompanham a caminhada desses anos todos a minha desfiliação do PSOL - Partido Socialismo e Liberdade. Nos últimos 16 anos, busquei contribuir com o que pude. Que se abram os caminhos!

Acompanho o Psol desde que era ainda uma ideia. Me dediquei à coleta de assinaturas para o registro do partido entre 2003 e 2005. Filiado ao núcleo da PUC-SP, onde cursei História, vivi intensamente a campanha de Heloísa Helena para presidente em 2006. Em 2010, com o velho Plínio de Arruda Sampaio à frente, acompanhei de perto nosso candidato a vice-presidente, militante do movimento negro baiano, Hamilton Assis. Em 2012, fui candidato a vereador em Poá-SP, sendo o mais votado, mas que, sem coeficiente eleitoral, não acessamos a cadeira. Em 2014, fui candidato a deputado federal, sendo o terceiro mais votado da lista. Em 2016, fui candidato a vereador da capital de SP, novamente ficando na suplência.

Em 2018, candidato mais uma vez a deputado federal, alcançamos quase 50 mil votos, mesmo sem apoio do partido. Figuramos entre os eleitos, mas perdemos a vaga ao final da apuração. Em 2020, optamos por fortalecer novas lideranças do movimento negro e elegemos, com muito custo e mais uma vez apesar do Psol, Elaine Mineiro co-vereadora da capital paulista, em uma candidatura coletiva - o Quilombo Periférico, ao lado de Débora Dias, Julio Cesar, Samara Sosthenes, Erick Ovelha e Alex Barcellos, todas lideranças de movimentos de base das periferias de SP.

Minha atuação sempre foi dirigida pelo movimento negro e periférico, em especial pela Uneafro Brasil, que ajudei a fundar, e por diversos coletivos que constroem a luta cotidiana nas periferias do Estado de São Paulo há mais de 20 anos. Nos últimos três anos me dediquei à construção da Coalizão Negra por Direitos, aliança nacional de movimentos negros que tem uma agenda política sintetizada em sua carta programa. Sempre acreditei em partido-movimento. Sempre defendi que o partido faça parte da vida ordinária, cotidiana das pessoas. Sempre critiquei partidos-mandatos, partidos-correntes, partidos de vida eleitoral apenas. Me dediquei a essa forma de atuação e todas as candidaturas que vivi foram expressão do trabalho dos movimentos que ajudo a construir. E sempre lamentei o fato de o Psol não reconhecer essa nossa atuação em São Paulo.

Os resultados do 7º Congresso Nacional do partido, realizado neste último final de semana, confirmam que, embora o discurso carregue elementos de mudanças, a estrutura não muda, a direção é a mesma, a mesma lógica de partilha interna de poder, a mesma cara, a mesma tez.

Nestes 16 anos a sociedade como um todo sofreu importantes mudanças na forma de fazer política e de tratar o tema do racismo. Em todos esses anos de vínculo travei debates internos e públicos sobre o papel do partido frente ao desafio do enfrentamento ao racismo como elemento fundamental do momento histórico que vivemos. Bem como da necessidade de o partido se abrir às demandas organizativas dos movimentos de periferia e do movimento negro. Infelizmente o partido jovem e depositário da confiança de uma base social também jovem e sedenta de novas experiências, sempre foi preso à velha lógica das correntes internas, proprietárias reais da máquina partidária, hegemonizadas pelo pensamento e pela forma branco-eurocêntrica da esquerda tradicional de se fazer política.

Este 7o. Congresso também evidencia dificuldade em lidar com experiências que não aquelas acorrentadas à dinâmica das tendências internas, explicitado na necessidade de regulação (controle e limitação) de candidaturas coletivas, na proibição de candidaturas apoiadas por iniciativas da sociedade civil e na limitação da possibilidade de busca de recursos fora dos "padrões partidários". E avança pouco na produção de mecanismos de efetivação do fortalecimento de lideranças negras orgânicamente ligadas aos movimentos negros. Quanto à conjuntura, acredito e defendo a necessidade de fortalecer desde já a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva como contraponto a Bolsonaro. Titubear à esta altura é um erro. Mais um tema tergiversado neste Congresso.

É evidente que pesa também na decisão pela saída do partido, toda a violência política, a prática do boicote, do apagamento, do silenciamento, da desqualificação e do racismo institucional que sofri nesses anos de embate, sobretudo quando passei a questionar, a partir de 2016, em documentos e diálogos internos, até chegar à esfera pública em 2018, a conduta racista das direções de São Paulo, de correntes internas e da direção nacional do Psol. Foram justas as disputas que travei e sinto que surtiram algum efeito, constrangeram posturas e abriram caminhos para avanços que, quero crer, um dia virão.

Meu afastamento das instâncias internas do partido se deve à óbvia conclusão de que a única possibilidade de a agenda negra incidir e produzir efeitos sobre a dinâmica social é o fortalecimento das experiências organizativas do Movimento Negro e, sobretudo, da imposição do Movimento Negro como instância legítima e indispensável para a formulação de um projeto de país que nos leve a superar a desgraça em que estamos mergulhados. O sucesso por essa opção é evidente. O Movimento Negro se fortalece a cada dia e hoje qualquer formulação, iniciativa ou atuação política que se queira honestamente comprometida com o povo brasileiro, deve por obrigação observar, respeitar e considerar a elaboração e o acúmulo histórico da resistência negra organizada. É só o começo.

Sou entusiasta do trabalho de tantos e tantas militantes do Psol, que tem tensionado a branquitude que hegemoniza direta ou indiretamente as direções partidárias, bem como do compromisso com a construção do movimento negro para além dos muros partidários. Registro meu respeito a essas lideranças e reconheço a importância de diversos mandatos legislativos, alguns deles comprometidos com a agenda do movimento negro.

Temos um governo racista e genocida para derrotar e um país para construir. Precisamos estar fortes para enfrentar os horrores do fascismo que nos atormenta. Para isso, é preciso construir a unidade possível, nos marcos da defesa dos direitos humanos, cuja missão seja o fortalecimento de agendas fundamentais em nossos dias, a saber: a defesa da vida de pessoas negras, mulheres, quilombolas e indígenas, comunidade LGBTQIA+, atenção às questões climáticas, enfrentamento à fome e as violências do Estado. Comprometidos desde sempre com esta agenda, construímos muito até aqui. E daqui pra frente, faremos muito mais! Saudações aos que têm coragem!

Okê arô!

Latadas

 

Alexandre Lucas, Colunista. (FOTO/ Reprodução).

Por Alexandre Lucas, Colunista

Óleo, terra, besouros, mijo e muita raiva! Sabia exatamente o horário que a professora passava para dar aula durante à noite. Duas latas prontas para o ataque surpresa.

Era jogar e sair correndo! Isso foi feito, muito bem feito. Suja e fedorenta, fez o percurso de um quarteirão até chegar na escola. A aula estava perdida. Seria impossível entrar na sala naquele estado.  

Deve ter tremido de ira, medo e dúvida. Quem poderia atacar uma professora, logo uma professora?

A situação estava fedida e sem respostas, mas bastou um banho de duas horas e uma roupa limpa para seguir entrando nas salas de aula, durante anos, cheirosa e seguindo os padrões da moda. 

Óleo, terra, besouros e mijo nunca mais encontraram o caminho da professora. Enquanto isso, ela nunca deixou de jogar latadas de palavras nas suas aulas, mais sujas e fedorentas, do que aquelas que marcaram apenas um dia de sua vida.

 


Nos 150 anos da Lei do Ventre Livre, Brasil ainda não é uma democracia racial

Retrato de mulher negra com criança às costas e cesto de bananas na cabeça. (FOTO Marc Ferrez/Coleção Gilberto Ferrez/Acervo Instituto Moreira Salles).

Neste 28 de setembro estaremos completando 150 anos de uma das leis abolicionistas, a Lei do Ventre Livre, também conhecida como “Lei Rio Branco”.

Criada em 1871, por José Maria da Silva Paranhos, o Barão do Rio Branco, trazia a proposta de abolir gradualmente a escravidão no país, determinando que os filhos de escravizadas nascidos a partir daquela data seriam considerados livres. Essa lei criou dois cenários para dar a liberdade, pois previa que a mãe ficasse com os filhos até os 8 anos. Após esta idade, até 21 anos, poderia ser entregue a uma instituição do Estado, com direito a uma indenização pelos anos trabalhados, ou ficar com a mãe sob cuidados do senhor. Essas propostas desagradaram tanto aos senhores como a vários ativistas do movimento abolicionista.

É importante assinalar que na segunda metade do século 19, o Brasil era um dos últimos países no mundo que mantinham o uso do trabalho escravo. Por conta disto este período ficou marcado pelo debate sobre escravidão. A partir de 1860 tal discussão ganhou força, com José Bonifácio de Andrada e Silva defendendo o fim da escravidão —não por motivos humanitários, mas porque acreditava que o desenvolvimento do país passava pelo crescimento da mão de obra livre e pelo branqueamento da população brasileira.

Posturas racistas como a de José Bonifácio eram comuns na década de 1860 e continuam até hoje.

As desigualdades sociais da população brasileira continuam presentes em nossos dias. O movimento das mulheres negras com a participação eficaz da juventude negra, além das organizações quilombolas e das denúncias contra os ataques às religiões de matriz africana, mostram como neste país insistem em negar cidadania e respeito à população negra, jovem e periférica que representa oficialmente 56% da população.

O debate contra a escravidão com contornos humanitários esteve ligado a muitas formas de resistência desde o tempo dos escravizados, tais como fugas coletivas ou individuais, revoltas contra feitores e senhores, recusa em trabalhar, criação de quilombos e mocambos.

A revolta começava nos navios negreiros, sendo mocambos lugares de esconderijo e quilombos os acampamentos militarizados, como o Quilombo dos Palmares que chegou a ter 20 mil habitantes, tendo resistido ao longo de todo o século 17. Suicídios e abortos também foram usados como formas de resistência.

Constatamos assim, que nossos passos vêm de longe e que na atualidade sabemos não existir um caminho fácil para mudar concepções que há séculos desumanizam a existência e a experiência de vida da comunidade preta. No entanto, para benefício de todos, é um caminho que precisa ser feito com honestidade, escrita, solidariedade e respeito. É preciso romper os silêncios impostos pela escravidão e pelos açoites à caminhada negra brasileira.

Os abolicionistas sofriam a pressão dos grupos econômicos mais poderosos, como os grandes fazendeiros do Sudeste, e para evitar rupturas drásticas, passaram a defender uma transição lenta e gradual que evitasse prejuízos imediatos aos fazendeiros e impedisse a desordem e os levantes dos escravizados.

A pressão dos grupos econômicos mais poderosos continua existindo, apresentando uma lógica política de que a riqueza do país deve beneficiar quem investe e não as pessoas do povo. Assim, os mais ricos são beneficiados em detrimento da população menos favorecida, basicamente a comunidade negra.

O Brasil não é uma democracia racial. Deveria ser porque quase 4 milhões de africanos —homens, mulheres e crianças— foram brutalmente traficados para cá como escravos e, ao longo de mais de 350 anos, foram responsáveis por criar este país e, portanto, deveriam ter seus direitos como cidadãos e cidadãs plenamente assegurados. Isso, definitivamente, não tem sido o caso.

O Brasil não é uma democracia racial porque a discriminação racial e o racismo são, ao mesmo tempo, uma prática e uma ideologia que assolam, insidiosa e brutalmente, o cotidiano das pessoas negras, suas famílias e suas comunidades. Na atualidade, devemos reconhecer, esses assuntos avançaram como debate necessário à formação da opinião pública contra o racismo e, até mesmo, à construção de uma opinião pública antirracista.

A questão racial quando é tocada no país conta com a reação violenta das elites. As políticas de afirmação social feitas até aqui — como as cotas, o Bolsa Família, o atendimento a descendentes de escravos— mexeram com as elites, que resistiram a ver suas regalias perdidas.

A questão racial não se esgota pela questão social. As elites e os brancos pobres não foram preparados para aceitar a mudança racial. Permanece intocada a questão da raça, da relação entre patrões e empregadas/os.

A educação brasileira não dará um passo adiante sem a transformação da mídia, que precisará encarar seriamente a questão racial. A educação é visceralmente política. O modelo de educação tem que se estruturar em uma educação descolonizada, sem pensar na Europa. Um país como o Brasil tem como desafio reinventar uma forma própria de educação.

Podemos pensar que após 150 anos, de uma Lei do Ventre Livre, que não libertava, hoje as mulheres pretas continuam sem ter liberdade para seus filhos, pois ela só é assegurada numa sociedade democrática e equânime, que aceite a diversidade e possibilite oportunidade igual para todos, o que ainda não ocorre em nosso país.

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Por Helena Theodoro, publicado originalmente no Geledés.

Porta errada

Alexandre Lucas. (FOTO/ Reprodução).

Por Alexandre Lucas, Colunista

A geladeira estava em dia raro, quase sua porta não fecha, entupida. Frutas, doces, uma jarra com suco de limão com leite, água em abundância e um pote de sorvete, tinha também leite condensado, arroz para requentar, carne congelada e um chá de maracujá numa garrafa de vinho.

Enquanto olhava para geladeira aberta, a conta de energia fazia cambalhotas. Os olhos vasculharam aquele retângulo gelado, tentando despistar os pensamentos que nada tinham a ver com a geladeira. 

Uma cadeira foi posta diante da geladeira, a qual ficou aberta por horas, parecia que tudo tinha desaparecido e um filme passava ali por dentro. Descompunha naquele instante a palavra geladeira: gel, gela, ela, ladeira, eira, ira.   

Porta fechada. Afinal, amor não se tira da geladeira.

 

Organizações de esquerda marcam ato em Juazeiro do Norte para 02 de Outubro

(FOTO/ Reprodução/ UP - CE).

As frentes Povo na Rua, Frente pela Democracia, Brasil Popular e Frente Cearense em Defesa do SUS decidiram convocar, em Juazeiro do Norte, um ato de rua para o dia 02 de outubro. As manifestações ocorrerão nacionalmente e, no Cariri, tem como ponto de concentração a Praça da Prefeitura, às 08 da manhã do referido dia na cidade citada.

As frentes, formadas por Unidade Popular pelo Socialismo (UP), Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), Partido Comunista do Brasil (PCdoB), Partido Comunista Brasileiro (PCB), Partido dos Trabalhadores (PT), Levante Popular da Juventude, União Juventude Rebelião, Movimento de Mulheres Olga Benário, Frente de Mulheres do Cariri, Movimento Passe Livre Já, entre outros, pretendem puxar palavras de ordem contra o governo Bolsonaro, tendo foco nas seguintes pautas:

Aceleração do processo de vacinação

Revogação das reformas neoliberais

Defesa do SUS

Diminuição do desemprego e melhoria das condições de vida da população

Instauração do passe livre e criação do Conselho Municipal de Transportes em Juazeiro do Norte.


9 trabalhadores são resgatados de condições análogas à escravidão em Granja, no Ceará

 

Trabalhadores dormiam na parte externa do imóvel e conviviam com porcos e fezes de animais(FOTO/Divulgação/Ministério Público do Trabalho (MPT))

Uma operação de combate ao trabalho escravo, do Ministério Público do Trabalho no Ceará (MPT-CE), resultou no resgate de nove trabalhadores que estavam expostos a condições análogas à escravidão no município de Granja, a 332 quilômetros de Fortaleza. Os trabalhadores foram encontrados em uma residência destinada ao processo de extração da palha da carnaúba. A operação contou com apoio da Auditoria Fiscal do Trabalho e da Polícia Rodoviária Federal (PRF).

No local, conforme o MPT, os trabalhadores estavam alojados em uma casa abandonada, sem energia elétrica, água encanada e instalações sanitárias. Além disso, a fiscalização constatou que os empregados conviviam com porcos e fezes de animais, cozinhavam em fogareiro improvisado no chão e recebiam água acondicionada em vasilhames inadequados e com reutilização proibida, além de dormirem na parte externa do imóvel ou embaixo de um cajueiro.

De acordo com o procurador do MPT-CE, Leonardo Holanda, a situação gera uma grande preocupação, visto que o setor [extração da palha da carnaúba] estava em acessão para regularizar as relações de trabalho. “O que encontramos, não somente neste ponto de fiscalização, mas nos demais, foi que o setor recuou no cumprimento da legislação trabalhista e na regularização das relações de trabalho”, disse.

A equipe do MPT também constatou uma série de irregularidades trabalhistas, como ausência de contrato de trabalho e falta de equipamento de proteção. Além disso, os trabalhadores não tinham acesso a banheiros ou materiais de primeiros socorros nas frentes de trabalho. O local onde buscavam água para consumo era distante, cerca de mais de dois quilômetros da residência em que trabalhavam.

Após a inspeção no local e da gravidade do caso, foi realizado o resgate do grupo de trabalhadores e feita a rescisão indireta dos contratos de trabalho, com a retirada imediata do local. Foram realizados os pagamentos das verbas rescisórias e de todos os direitos trabalhistas devidos. O MPT destacou que os trabalhadores resgatados também receberão seguro-desemprego por três meses.

O POVO procurou o Ministério Público do Trabalho (MPT), por e-mail, questionando se, além do pagamento da rescisão de contratos de trabalho, houve atendimento pela assistência social para as vítimas. Bem como se alguma empresa ou responsáveis foram responsabilizados pela situação dos trabalhadores, e aguarda resposta.

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Com informações do O Povo.


“Bolsonaro atualizou o afeto racista”, diz Jessé Souza em entrevista à Carta Capital

 

(FOTO/ Ruy Baron/Valor).

O sociólogo, pesquisador e escritor, Jessé Souza, concedeu uma entrevista à Revista Carta Capital e falou sobre seu novo livro “Como o racismo criou o Brasil”. Na conversa, ele contou como vê a situação atual do Brasil. Para Souza, “Bolsonaro atualizou o afeto racista e incorporou o racismo que já existe há mais de cem anos”.

Jessé, que é Professor convidado da Universidade de Sorbonne, na França, e pesquisador sênior da Universidade Humboldt, em Berlim, falou da imagem do brasil no exterior e como Bolsonaro está diretamente ligado a isto: “a imagem do Brasil no exterior é a pior possível, pois ela está ligada a Bolsonaro. É aquela pergunta: que país atrasado pode eleger Bolsonaro à Presidência da República? O que não se percebe é que isso vai se associar a cada brasileiro, assim como Hitler se associava aos alemães e Trump se associava aos norte-americanos”, disse o Professor.

O escritor tem em sua carreira os best-sellers “A guerra contra o Brasil” e “A elite do atraso: Da Escravidão a Bolsonaro”, livro no qual ele faz uma crítica aos grandes empresários, que mantém a economia brasileira e contribuem para a desigualdade, corrupção e estrutura racista. Em 2021, Jessé Souza publicou a obra “Como o racismo criou o Brasil”, nela desdobra as atualizações que o racismo sofreu dentro da sociedade brasileira em 40 anos.

Ele finalizou a entrevista deixando alguns questionamentos sobre a sociedade brasileira e a Operação Lava-Jato: “O que são aqueles jovens que passam 14 horas pedalando numa bicicleta para entregar a pizza quentinha, se não os novos escravos de ganho? A classe média branca e racista nunca se importou com a corrupção. A classe média sai às ruas quando? Quando Getúlio Vargas, João Goulart, Lula e Dilma queriam integrar negros e pobres. É só aí que essas pessoas se incomodam. Quando começam a entrar negros nas universidades. Não tem nada a ver com moralismo. Tem a ver com racismo” concluiu Jessé Souza.

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Com informações do Notícia Preta.

PSOL decide não lançar candidatura à presidência em 2022

 

Juliano Medeiros. (FOTO/ Reprodução).

Neste sábado, 25, o PSOL realizou o seu 7° Congresso Nacional e decidiu que o partido não vai lançar candidatura própria a presidência da República em prol da unidade do campo progressista.

A decisão foi tomada pela maioria dos 402 delegados e delegadas do partido que em comunicado afirmou que “as eleições de 2022 são parte decisiva do processo de superação da extrema-direita. É preciso reunir forças sociais e políticas para, em primeiro lugar derrotar Bolsonaro, e a partir de 2023 lutar pela superação da profunda crise social, política, econômica, sanitária e ambiental que vivemos”.

Com isso, uma clara sinalização de que o PSOL vai apoiar a candidatura do ex-presidente Lula (PT) no próximo ano. É a primeira vez na sua história que o partido abriu mão publicamente de lançar candidatura própria ao Palácio do Planalto.

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Com informações do O Cafezinho.