Jaques Wagner, ex-governador da Bahia, fala em 'construir ponte' com Ciro Gomes


O ex-governador da Bahia Jaques Wagner (PT), apontado como possível substituto de Luiz Inácio Lula da Silva na eleição presidencial de 2018 caso o ex-presidente seja impedido de participar da disputa pela Justiça, afirmou ontem que o ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT) é um “bom candidato”.

Ciro, que já se apresenta como pré-candidato à Presidência da República, esteve na terça com Wagner em Salvador. Na conversa, o petista defendeu a criação de uma “Marcha pela Civilização” com o objetivo de “combater o obscurantismo”.

Fiquei contente com a visita e com o nosso encontro. Ciro é um grande quadro da política nacional e um bom candidato, que pensa o Brasil a partir de um projeto nacional. A ele pude dizer isso tudo e mais: que a nossa tarefa principal é construir pontes que possibilitem a maior unidade do campo progressista. Nessa tarefa todos são bem-vindos e igualmente importantes. Não podemos somente assistir ao crescimento do obscurantismo, é preciso reagir e juntar o País em um tipo de Marcha pela Civilização”, disse Wagner.

O encontro, segundo a assessoria de Ciro, ocorreu a pedido do petista na sede da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico, comandada por Wagner. O pré-candidato do PDT está na Bahia desde ontem para uma série de palestras e entrevistas.


Quando soube que Ciro estava na cidade, Wagner o convidou para um almoço “de amigos”. Os dois foram ministros no governo Lula. Além disso, o partido de Ciro integra a gestão do governador Rui Costa (PT). (Com informações do O Povo/ Agência Estado).

Ex-governador da Bahia Jaques Wagner (PT). (Foto: Agência Brasil).

Por que as ideias de Paulo Freire ainda incomodam?


"Evidentemente, eu fui preso e exilado por causa da ditadura. A ditadura militar de 1964 não só considerou, mas disse por escrito e publicou que eu era um perigoso, subversivo internacional, um inimigo do povo brasileiro e um inimigo de Deus", diz Paulo Freire em entrevista dada à TV Cultura em 1989, quando relembra a perseguição sofrida durante o regime militar.

O educador e filósofo foi preso e ficou exilado durante 16 anos por causa de seus métodos inovadores de educação, com foco na transformação social.

"Meu gosto é que nós todos, brasileiros e brasileiras, meninos e meninas, velhos, maduros tomemos um tal gosto pela liberdade, pela presença no mundo, pela pergunta, pela criatividade, pela ação, pela denúncia, pelo anúncio que jamais seja possível no Brasil a gente voltar àquela experiência do pesado silêncio sobre nós", afirma Freire.

Após duas décadas da morte do educador popular, as ideias dele voltaram a ser consideradas perigosas. O título de Patrono da Educação Brasileira de Paulo Freire vai ser colocado em discussão no Congresso Nacional.

Desde 2013, nos protestos liderados por grupos como o Movimento Brasil Livre (MBL), manifestantes vestidos de verde e amarelo ostentavam faixas pedindo fim à “doutrinação marxista” e um basta a pedagogia de Freire nas escolas.

O ódio contra o educador culminou em um abaixo-assinado online pela revogação da lei 12.612, de 2012, sancionada pela presidenta Dilma Rousseff, que concedeu o título a Freire. O documento atingiu as 20 mil assinaturas necessárias para se converter em sugestão legislativa e vai ser debatido no Senado Federal.

Para o professor da USP, Dennis de Oliveira, a rejeição ao legado do educador pernambucano reflete o aumento do conservadorismo no Brasil:

Há toda uma ação de extrema direita conservadora muito forte e o campo da educação, nesta situação em que vivemos hoje, tem sido o campo em que ainda há resistência progressista. Uma parte dos meios de comunicação de massa, infelizmente, aderiu a essa visão golpista e direitista, enquanto na educação a gente ainda tem iniciativa de professores e educadores que tentam formar o pensamento crítico”, opina.

Em 1963, Paulo Freire elaborou um projeto inédito e ousado: alfabetizar jovens e adultos em 40 horas. O novo método aplicado em Angicos, no Rio Grande do Norte, era baseado na experiência de vida e nas distintas realidades das pessoas. Para o educador, aprender sobre o mundo coexiste com a aprendizagem das palavras.

Em vez de cartilhas, ele trabalhava conceitos da realidade. Para um trabalhador rural que pouco cultivou as letras, mais do que juntar as sílabas e compreender que está escrito ‘tijolo’, por exemplo, era necessário entender quem faz o tijolo, quem são os que constroem as casas e quem são os donos delas.

O professor Oliveira trabalhou com Freire em 1989, quando o educador pernambucano foi nomeado secretário de Educação no Município de São Paulo, na gestão de Luiza Erundina.

A frente da pasta, Freire vinculou o EJA, projeto de educação de jovens e adultos, à secretaria da educação. A preocupação do professor era com uma educação emancipadora, libertadora e de consciência crítica.

"Suas obras são reproduzidas em várias línguas, é uma referência internacional no campo da educação, da pedagogia e do pensamento filosófico. Ele propõe você pensar em uma estratégia de ação, junto com os movimentos sociais, em que você respeite a diversidade de saberes e conhecimentos", diz.

Os ensinamentos de Paulo Freire reverberam ainda hoje nos movimentos populares pelo Brasil e pelo mundo. Um deles é o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) que tem a educação popular como uma das bases da militância, segundo a coordenadora do setor de educação, Rubneuza Leandro.

"Paulo freire foi um dos grandes sistematizadores da educação popular, é uma concepção de educação em que ele coloca que a libertação do oprimido está com ele. Não é um iluminado que vem para libertá-lo, é no próprio oprimido que está a chave para a libertação e dentro dessa perspectiva de problematizar o que traz a opressão. E nisso, ele traz o elemento de classe: se tem um oprimido, é porque tem um opressor", expõe.

No Senado, a sugestão legislativa será debatida na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa. A relatoria está a cargo da senadora Fátima Bezerra (PT - RN).

Educadores e entidades de todo o país já se movimentam para manter o nome de Paulo Freire como Patrono da Educação Brasileira. O manifesto de defesa, organizado pelo Instituto Paulo Freire, também angariou mais de 20 mil assinaturas na Internet. (Por Rute Pina, no Brasil de Fato).

Educador ficou exilado durante 16 anos, durante a ditadura militar, devido seus métodos inovadores de educação, com foco na transformação. (Foto: Reprodução Brasil de Fato).

Jair Bolsonaro se estrepa ao responder sobre economia e bomba nas redes



Em entrevista concedida à jornalista Mariana Godoy, na RedeTV!, Bolsonaro é questionado sobre assuntos econômicos, só fala besteiras e bomba nas redes, além de ter suas respostas contestadas pela apresentadora.

No trecho em questão, Godoy entrega a Bolsonaro uma pergunta feita por um telespectador a respeito do “Tripé macroeconômico”. O pré-candidato responde à pergunta indiretamente e desconversa dizendo que quem vai falar por ele sobre economia é o seu possível ministro da Fazenda.

Mariana então pergunta se ele já está montando uma equipe e se já está “pensando em alguns nomes”. Logo em seguida, o deputado responde: “O que o pessoal exige de mim de entendimento em economia, então teria que exigir o conhecimento em medicina: eu vou indicar o ministro da Saúde. Tem que ter um entendimento em questão de Forças Armadas: vou indicar o ministro da Defesa. O entendimento na questão da agropecuária: vou indicar o ministro da Agricultura. Então é um exagero nessa parte aí. Você pode ver, dos cinco presidentes militares, qual deles era formado em economia? Nenhum. E trouxeram o Brasil da 49ª para a 8ª economia do mundo”.

Nesse momento, a apresentadora confronta a resposta de Bolsonaro a respeito dos números que ele dá sobre a economia no período do regime militar: “Oi? Não, eles deixaram o Brasil com muita inflação, fizeram a dívida externa do tamanho que ficou…”.

O deputado então dá uma resposta falando sobre e inflação e emenda com outro assunto, comentando a infraestrutura construída nos anos do regime.

O vídeo com o trecho que possui mais compartilhamentos no Twitter foi divulgado pelo vereador do Rio de Janeiro, David Miranda (PSOL), adversário político de Bolsonaro. (Com informações da Revista Fórum).

Jair Bolsonaro concede entrevista a Mariana Godoy. (Foto: Reprodução/Revista Fórum).

Relatório aponta que apenas cinco famílias controlam 50% dos principais veículos de mídia do país


Cinco famílias controlam metade dos 50 veículos de comunicação com maior audiência no Brasil. A conclusão é da pesquisa Monitoramento da Propriedade da Mídia (Media Ownership Monitor ou MOM), financiada pelo governo da Alemanha e realizada em conjunto pela ONG brasileira Intervozes e a Repórteres Sem Fronteiras (RSF), baseada na França.

A pesquisa MOM sobre o Brasil é a 11ª versão do levantamento, realizado anteriormente em dez outros países em desenvolvimento: Camboja, Colômbia, Filipinas, Mongólia, Gana, Peru, Sérvia, Tunísia, Turquia e Ucrânia. Trata-se de um projeto global do Ministério de Cooperação Econômica e Desenvolvimento da Alemanha que tem como objetivo promover transparência e pluralidade na mídia ao redor do mundo.

A pesquisa acompanha um ranking de Risco à Pluralidade da Mídia, elaborado pela Repórteres Sem Fronteiras, no qual o Brasil ocupa o 11º e último lugar. Nos dez indicadores do ranking, o País apresenta risco "alto" em seis deles, como concentração de audiência e salvaguardas regulatórias.

No caso do Brasil, o levantamento listou os 50 veículos de mídia com maior audiência e constatou que 26 deles são controlados por apenas cinco famílias. O maior é o Grupo Globo, da família Marinho, que detém nove desses 50 maiores veículos.

Além da rede Globo, líder de audiência na tevê aberta, a Globo tem presenças relevantes na tevê a cabo (com a GloboNews e outros 30 canais); no rádio, com a CBN e a Rádio Globo; e na mídia impressa, com títulos como os jornais O Globo, Extra, Valor Econômico e a revista Época.

Segundo a pesquisa, o grupo Globo alcança sozinho uma audiência maior do que as audiências somadas do 2º, 3º, 4º e 5º maiores grupos brasileiros. (Com informações de CartaCapital).


Relatório destaca a concentração econômica na mídia brasileira. (Foto: Bruno Bull/MOM Brasil).

Temer acha que o pessoal do Bolsa Família tá com grana sobrando pra viajar


Nesta terça-feira (31), a página oficial do Ministério do Desenvolvimento Social divulgou uma postagem um tanto quanto desastrosa. “Você pode sim! O benefício pode ser sacado em qualquer agência, lotérica ou caixa eletrônico da Caixa. Agora se você mudou de município, é importante que vá até o setor responsável pelo Bolsa família na cidade de nova residência e atualize o cadastro com o novo endereço para continuar recebendo o benefício”, diz o texto.

Mostrando total desalinhamento com a realidade brasileira, o Governo Temer que agora acha que o povo tem dinheiro sobrando para viajar. O mesmo governo que no último mês de agosto cortou mais de meio milhão de beneficiários do Bolsa Família. (Com informações da Revista Fórum).





“Um filho de Altaneira não dispensa desafios”, diz o presidente da Academia de Letras do Brasil/Seccional Regional Araripe



O município de Araripe, na região do cariri cearense, se tornou no último sábado, 27/10, uma das novas sedes Seccional Regional da Academia de Letras do Brasil.

A Academia de Letras do Brasil se configura como uma entidade nacional e que está presente em 80% do território brasileiro e com atuação fora do país. No Ceará, ela chegou em 02 de julho de 2016 e já conseguiu empossar 55 (cinquenta e cinco) membros fundadores efetivos e vitalício.

No último final de semana, o professor e sindicalista altanreirense José Evantuil entrou para o rol de acadêmicos (as) de forma efetiva ao ser empossado na cadeira Nº 1, se juntando ao também altaneirense Francisco Adriano de Sousa. O primeiro escolheu como matrona Fausta Venâncio David, vista por muitos como a primeira professora do município, enquanto que o segundo, tem como patrono Euclides Nogueira Santana, tendo sido muito conhecido na arena política e também na arte medicinal como “Seu Quido”.

Nesta mesma ocasião, o poeta Adriano que há alguns anos escolheu Araripe para fixar residência, foi designado e empossado como um dos oito presidentes das seccionais municipais e regional, lhe sendo incumbido a de presidir a sede então recentemente instalada. Em contato com a redação do Blog Negro Nicolau, Adriano falou da instalação da nova sede, dos desafios a serem enfrentados e da importância para a cultura na região com este novo trabalho. "Fundamos uma seccional com os municípios de Santana do Cariri, Altaneira, Potengi, Araripe, Campos Sales e Salitre. Não houve tempo para um contato com outros municípios da regional cariri-oeste”, disse ele ao destacar sobre a formação da Seccional Regional. E mencionou que há a intenção em ampliar sua abrangência. “Pretendemos completar as nossas hostes com representantes dos municípios de Tarrafas, Antonina do Norte, Assaré e Nova Olinda”, realçou.

Adriano (Centro) por ocasião da instalação da nova sede da ALB/CE em Araripe. (Foto: Divulgação).

Adriano também comentou sobre como pretende atuar frente a ALB/Araripe-CE. “Sabia que essa não seria uma tarefa fácil. Mas um filho de Altaneira não dispensa desafios. Presidir uma entidade desse porte é gratificante, tanto quanto trabalhoso”.

Ele frisou ainda que ninguém acredita em cultura, o que acaba servindo de estímulo para os acadêmicos e acadêmicas da ALB/Araripe-CE:

Lidar com cultura não é fácil porque ninguém acredita. Contudo farei um trabalho sobrehumano, se for possível, para sermos modelo de trabalho cultural na região do cariri. Temos bastante interesse em ser uma entidade que contribua para o desenvolvimento intelectual da nossa região. Não estamos interessados em pesquisa e ter a pesquisa como moeda de troca de favores políticos, câmbio financeiro ou qualquer outra benesse. O nosso interesse está pautado em desenvolver intelectualmente a nossa região porque acreditamos que a mudança só é possível através do conhecimento”.

Adriano, Fenelon, Dariomar e Evantuil, respectivamente. (Foto: Divulgação).

O poeta ainda arguiu que só dessa forma honrará “os nossos municípios, os nossos patronos e os nossos acadêmicos” e acrescentou que a ideia de trabalho está pautada em difundir um trabalho cultural junto à educação caririense mediante conhecimento histórico. Segundo ele, há muitos escritores, historiadores e professores em diversas áreas, pretendendo, pois, intensificar a pesquisa histórica e o aprimoramento do conhecimento da região. Neste contexto, ele destacou a possibilidade de criar uma disciplina de história regional com material oferecido a partir da Seccional Regional Araripe.

Adriano pediu o apoio da imprensa no apoio e propagação dos ideais e das ações do órgão literário e cultural. “Contamos, sem dúvida, com o apoio da imprensa. É muito importante. Sem esta não há trabalho que seja difundido”, afirmou.

Durante a cerimônia de instalação da seccional regional em Araripe, que contou com a presença do prefeito de Altaneira, Dariomar Soares, o ex-prefeito desta municipalidade, Francisco Fenelon Pereira, foi um dos homenageados.



  

BBC batiza Michel Temer de “presidente Teflon”


A situação do governo de Michel Temer (PMDB), definitivamente, virou piada internacional. A rede britânica BBC chamou Temer de “presidente Teflon”, aquele material que recobre as frigideiras e não deixa colar nada. Isso, depois que a segunda denúncia contra ele na Câmara Federal foi arquivada. A informação foi publicada no blog do Ancelmo Gois, em O Globo.

Para a BBC, as acusações não colaram em Temer, apesar de o excesso de provas. A rede ainda diz que parte dos deputados-votantes enfrenta acusações, o que, sem dúvida, tira a credibilidade do processo. (Com informações da RevistaFórum/Blog do Ancelmo Gois).

Michel Temer. (Foto: EBC/Fotos Públicas.)

Grunec Cariri manifesta repúdio ao Projeto de Lei que proíbe discussão de gênero e sexualidade nas escolas de Crato


O Grupo de Valorização Negra do Cariri (Grunec) tornou pública carta repúdio contra a aprovação pela Câmara de Vereadores (as) do município de Crato na última segunda-feira, 23, do Projeto de Lei que proíbe a discussão de gênero e sexualidade na rede pública e particular de ensino desta municipalidade.

O projeto é de autoria do vereador Roberto Anastácio (Podemos) que antes havia apresentado o texto em forma de emenda, mas para evitar dificuldades na aprovação, já que esta exige 3/5 dos (as) edis, a transformou em PL por meio de articulação política, como salientou a este Blog, o parlamentar Amadeu de Freitas (PT), contrário à ideia.

Na manhã de ontem, 27, a prefeitura foi povoada por movimentos sociais que protocolaram documento solicitando do Prefeito Zé Ailton (PP) a vedação da proposta. Elaborado pela Defensoria Pública, o protocolo contou com assinatura de vinte movimentos sociais.

Com a carta de repúdio, o Grunec se junta ao Centro Acadêmico de História Francisca Fernando Anselmo – CAHFFA/URCA, ao Grupo de Mulheres Negras do Cariri Pretas Simoa, do Laboratório de Pesquisa em História Cultural (LAPEHC), da URCA e do Conselho LGBT (Juazeiro do Norte), que fizeram isto anteriormente.

Até o fechamento desta matéria, Zé Ailton e Otonite Cortez, prefeito e secretária de educação, respectivamente, não haviam se manifestado publicamente sobre o caso.

Confira Carta Repúdio do Grunec na íntegra

O Grupo de Valorização Negra do Cariri – GRUNEC manifesta seu repúdio contra aprovação pela Câmara de Vereadores do Crato/CE de projeto de lei que veda o ensino de ideologia de gênero na rede pública municipal e na rede privada, ocorrida na data de 23 de outubro de 2017.

O GRUNEC entende que a construção de uma sociedade justa e fraterna, passa pelo respeito à dignidade humana de todas as pessoas independentemente de seu credo, cor, etnia, gênero, classe social, grau de instrução e outras características e que o desrespeito à tal dignidade é a fonte de todas as formas de violência que aviltam nossa sociedade.

O enfrentamento de todas as formas de violências trafega pelo caminho da educação, sobretudo, no seio das instituições de ensino. O enfretamento deve ser realizado pelo Município do Crato com coragem e determinação. Escola não deve ter medo, nem mordaça.
Assim, o machismo arraigado na nossa sociedade é a fonte de toda a violência de gênero contra mulheres, gays e transgêneros. A ação dos grupos e indivíduos defensores da supremacia masculina a qualquer custo protagonizam atos diários de violências que ocasionam variadas formas de agressão e culminam com a ocorrência de homicídios. Em razão disso, o Estado brasileiro tem destaque negativo mundial por se acovardar na promoção do respeito entre seus cidadãos conjugado a liberdade de manifestação de sua sexualidade.

O GRUNEC defende a liberdade das famílias e dos credos na orientação moral e na forma de lidar com identidade de gênero de seus membros, nos seus espaços de sua convivência e que tais orientações sejam respeitadas. Contudo, defende que deve existir um caminho bem definido no espaço público que proporcione a construção do RESPEITO à todos os indivíduos e suas formas de manifestação da sexualidade e gênero.

Este caminho deve ser construído coletivamente a partir de debates profundos e bem amadurecidos, reconhecendo e respeitando toda a pluralidade de opiniões e diversidade de ideias existentes na sociedade, de forma a construir-se um aparato legítimo que garanta o desenvolvimento civilizado e não-violento da nossa nação.

Nesse contexto, o GRUNEC considera o pronunciamento da Câmara de Vereadores do Crato, já referido, como ILEGÍTIMO, eis que tramitou de forma açodada, se valendo de subterfúgios jurídicos para inviabilizar debate e colher uma votação vencida por menos da metade dos membros da casa (são 19 vereadores, somente 09 votaram favoráveis), em ambiente nocivo de enfrentamento e intimidação entre os grupos oponentes, que culminou em atos de violência física nas dependências e proximidades da Câmara.

A votação referida é uma manifestação de supremacistas masculinos (entre os 09 favoráveis, há somente um voto feminino) em defesa e perpetuação do machismo como ideologia e pensamento único, que para tanto se valeram da violência e intimidação física em detrimento da argumentação racional, prática que se espera que de uma casa legislativa democrática e séria.

Portanto, o GRUNEC conclama ao Prefeito do Crato, Zé Ailton Brasil, a vetar por inteiro a proposta apresentada, bem como convocar de forma incontinenti debate público com sociedade cratense e grupos divergentes, para construção de um caminho racional e parâmetros para a prática do respeito a todos os indivíduos e suas manifestações de gênero e sexualidade, a ser consolidado em documento legal pertinente.

Reafirmamos, que a uma nação civilizada se constrói com uma Escola sem medo e sem mordaça, voltada para o respeito às diferenças e convívio não-violento entre seus cidadão”.