23 de junho de 2023

Pipada acontece neste domingo ( 25), na comunidade do Gesso

 

Pipada no gesso. (FOTO | Reprodução).

Por Alexandre Lucas, Colunista

O Coletivo Camaradas realiza décima edição da Pipada no Gesso neste domingo (25), a partir das 8 horas, no Largo do Gesso. A Pipada no Gesso é um encontro que reúne várias gerações para soltar pipas. O encontro reúne mulheres e homens. Mães e pais levam suas filhas e filhos para brincar  na comunidade do Gesso.

A brincadeira é tradicional na localidade e há 10 anos, o Coletivo Camaradas vem dando evidência a essa identidade da cultura popular. O grupo distribuir entre os moradores papel, cola e linha para fabricação dos brinquedos e no dia também serão distribuídas cerca de 90 Pipas.

A Pipada não tem caráter competitivo e é uma ação gratuita realizada pelo Coletivo Camaradas.

As pessoas que queiram contribuir com a brincadeira podem levar no dia:  linhas, rabiolas e pipas para distribuir.

21 de junho de 2023

Negros são 77% dos estudantes da EEMTI Pe. Luís Filgueiras de Nova Olinda

 

Estudantes dos 1º anos da EEMTI Pe. Luís Filgueiras em momento de acolhida no início do ano letivo 2023. (FOTO | Reprodução).


Por Nicolau Neto, editor

A EEMTI Padre Luís Filgueiras, uma das duas instituições da rede pública estadual do Ceará, localizada no município de Nova Olinda, na região do cariri, conta hoje com 12 turmas em regime integral, sendo 5 primeiros anos, 4 segundos e 3 terceiros e mais de 500 estudantes matriculados.

Ex-senador Chiquinho Feitosa se reúne com Salviano Alencar

 

(FOTO | Divulgação).


O ex-senador Chiquinho Feitosa (Republicanos) recebeu o empresário caririense Salviano Alencar nesta terça-feira, dia 20, em Fortaleza. Algumas lideranças políticas também participaram da reunião.

Eles discutiram as preocupações e projeções políticas a serem desenvolvidas em prol do município de Potengi, e a filiação do Salviano a legenda do partido Republicanos.

De acordo com Chiquinho, o empresário será muito bem-vindo ao grupo. "Tem o perfil ideal para fazer parte e representar logo em breve Potengi.”

"Falta um ´novo´ à frente do comando da cidade para fazer o que tem que ser feito de verdade", pontuou Salviano.

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Com informações do blog do Boa.

20 de junho de 2023

Movimento Negro Unificado: 45 anos não são 45 dias

 

Imagem mostra protesto do Movimento Negro Unificado na época de sua fundação.. (FOTO |  Reprodução / Alma Preta).

No dia 18 de junho o Movimento Negro Unificado (MNU) completou 45 anos de uma história de luta contra o racismo, de pioneirismo no enfrentamento a discriminação racial e todas as formas de opressão.

Ao longo dessas mais de quatro décadas, o MNU foi pioneiro na discussão do feminismo negro. Lélia Gonzalez, Neuza Maria Pereira, Vera Mara Teixeira e depois Luiza de Bairros, Angela Gomes e tantas outras colocaram em discussão as especificidades da vida das mulheres negras elaborando sobre a tríplice exploração que sofriam como trabalhadora, mulher e negra. Num tempo que a voz do feminismo era completamente branca.

Ainda no começo da caminhada as lideranças paulistas do Movimento Negro Unificado se juntaram aos componentes do Jornal Lampião e ao Grupo Somos para numa passeata enfrentar o caráter homofóbico e racista das incursões policiais sob o comando do delegado Wilson Richetti na boca do lixo, zona boemia de São Paulo à época.

O MNU também deu origem a várias outras organizações negras nos anos 1980, levou a discussão racial para os partidos de esquerda, lutou pela criação nos diferentes governos estaduais e municipais pela criação das secretarias de combate ao racismo e promoção deaigualdade racial. Levou aos sindicatos pelo Brasil afora, como petroleiros na Bahia e no Rio de Janeiro, metroviários em São Paulo e no Rio de Janeiro, professores em várias regiões do Brasil e outras, a discussão racial.

O MNU, ainda em 1978, soltou um manifesto, no dia 4 de novembro, propondo que o 20 de novembro, que até então era comemorado desde 1971 no Rio Grande do Sul, pelo grupo Palmares, por sugestão do poeta Oliveira Silveira como um dia em memória de Zumbi, se transformasse no Dia Nacional da Consciência Negra. O que só vai virar lei em 2003 com a Lei 10639/03, que também colocou na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) a obrigatoriedade do ensino da História da África e dos afro brasileiros, que também era uma luta do Movimento Negro Unificado desde sua fundação.

No Movimento Negro Unificado nasceu a discussão da necessidade da conjugação das lutas raciais, as lutas da classe trabalhadora, surgiu também a discussão da necessidade de estudo sobre os territórios negros. E também nos idos dos anos 1990 num congresso em Salvador, na Bahia, surgiram discussões sobre o racismo como estruturante do capitalismo.

Foi no MNU também que apareceu, com a enfermeira Margarida Barbosa em Campinas (SP), as primeiras discussões sobre anemia falciforme e as particularidades da saúde da população negra, afetada pelo racismo e as condições de vida delegadas a esta população.

Mas na sua história o MNU não se restringiu só as lutas do negro brasileiro e capitaneou no Brasil as lutas contra o apartheid na África do Sul, a solidariedade ao povo Palestino e pela libertação de Mumia Abu Jamal, ex-liderança dos Panteras Negras e preso político nos EUA.

Esteve na luta pelo ressurgimento do movimento sindical e estudantil brasileiro no pós-ditadura. Lutou e luta contra o encarceramento em massa, contra a tortura e não se furtou e não se furta a nenhuma das lutas necessárias à busca de um Brasil e um mundo menos desigual e mais justo.

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*Texto de Regina Lúcia dos Santos, originalmente no Terra. Regina é coordenadora estadual do Movimento Negro Unificado, em São Paulo.

Afro Memória: 40 anos da candidatura de Milton Barbosa, a primeira do MNU.

18 de junho de 2023

A E.E.M. Dona Antônia Lindalva de Morais e a lei n° 10.639/2003: resistência antirracista no cotidiano da sala de aula em Milagres – CE (2003/2020)

 

Escola Dona Antônia Lindalva de Morais na cidade de Milagres-CE, desde 2021 incluiu no seu PPP o projeto de um currículo antirracista. (FOTO |  prof. Emanuel Issacar).

 

“Se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda...”

(Paulo Freire)

Por César Pereira, Colunista

O acesso da população negra aos bancos escolares se democratizou ao longo da década de 1990 e 2000, mas essa democratização não afetou de forma generalizada a vida dessa maioria de brasileiros. Houve importantes ganhos sociais sem dúvida, pois o número de estudantes negros ingressando nas universidades também cresceu e a renda dos trabalhadores negros melhor qualificados também aumentou, mas o grosso da população preta do país continuou na miséria, sem falar que a violência contra o negro aumentou muito nesses primeiros vinte anos do século XXI.[1]

17 de junho de 2023

Número de brasileiros que se autodeclaram pretos atinge número recorde, mas a maioria se diz parda

 

(FOTO | Reprodução).


Mais preto e menos branco. Essa é a forma que os brasileiros veem a si mesmos, de acordo com os números revelados nesta sexta-feira (16) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), obtidos pelo último censo realizado pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, em 2022. Os dados vêm depois de dois anos em que não foi possível a realização de pesquisas, por conta da pandemia.

O número de brasileiros que se autodeclaram pretos aumentou no Brasil nos últimos 10 anos. Se em 2012 eram 7,4 % da população, em 2022 eles foram 10,6% dos entrevistados, sendo o grupo racial que mais cresceu. Nunca na história do país tantas pessoas se declararam pretas.

Entre os que se declaram pardos não houve variações significativas. Foram 45,3% em 2022 (45,6% em 2012). É o maior grupo racial brasileiro.

Já a população branca diminuiu. De 46,3% em 2012, este grupo agora é 42,8%. Houve uma queda da população branca em todas as regiões do Brasil, sendo mais significativa no Sul, onde em 2012 representava 78,8% da população, para 72,8% em 2022.

Indígenas e quilombolas têm um censo específico. Os dados também foram colhidos em 2023 e devem ser divulgados em breve.

MUDANÇA NO COMPORTAMENTO REFLETE NO CENSO

Os números do censo fazem sentido quando olhamos a História do Brasil, o último a abolir a escravatura. Foram quase 400 anos de escravidão e o reflexo disso, se traduz na cor do seu povo.

Com a chegada da Internet no começo do anos 2000, o se ver e se reconhecer se tornou possível e a força da representatividade foi um fator impulsionador no número de pessoas negras aumentando nas pesquisas do censo. Para o colunista do Mundo Negro, o professor Ivair Augusto Alves dos Santos, Mestre em Ciências Políticas pela Unicamp e Doutor em Sociologia pela UnB, a potência da mídia, cultura e movimento negro, especialmente em espaços de poderm, foi fundamental na influência da autodeclaração.

A força do movimento negro, a mídia, novelas com mais representações negras, espaços de poder com mais negros, ações afirmativas, crescimento do números de parlamentares negras e as plataformas com conteúdo sobre negros é importante. Poderia continuar uma lista grande, mas a existência de uma figura como Vinicius Jr, não é por acaso, é fruto do trabalho de muitos ativistas”, detalha o ex-diretor do Departamento de Direitos Humanos da Secretaria de Direitos da Presidência da República.

Como a pessoa constrói essa identidade racial também é outro aspecto que deve ser considerado. “A tendência geral do censo do IBGE é que as pessoas têm um processo longo de construção da sua autodeclaração. São pessoas que vivem em espaços que não prevalecem os mecanismo identitários não negros. Estão em comunidades onde é mais comum a presença negra e em função deste circuito de vulnerabilidade criado pelo racismo no Brasil, são pessoas deste circuito que vão criando mecanismos de solidariedade, que vão tendo relações familiares dentro deste núcleo e com o passar do tempo vão construindo uma identidade”, comenta o professor e vice-diretor da Unesp, Juarez Xavier.

AUTODECLARAÇÃO E HETEROIDENTIFICAÇÃO

A ditatura removeu dados sobre questões raciais do censo e quando este tema retorna a coleta de dados do IBGE, a atuação do movimento negro é fundamental para o surgimento da autodeclaração.

A autodeclaração se constituiu, sendo parte de um grande processo de debate, de discussão que consumiu parte do final dos anos 70, 80 e a partir dos anos 90, porque a ditadura civil militar tirou os dados relativos à questão racial do censo”, explica o professor Juarez. Ele detalha que quando raça e cor voltam a ser discutidos, mais de 100 denominações surgiram para identificar a cor das pessoas não brancas.

Foi necessário então se criar um mecanismo, muito bom, pautado na autodeclaração e optou-se em trabalhar com os conceitos étnico-raciais.Por exemplo: preto, pardo, branco e amarelo são questões étnicas, e indígenas questões raciais. Isso foi definido depois de várias testagens feitas pela equipe do IBGE”, detalha o acadêmico que destaca a insistência do Movimento Negro para implementação deste método.

Sobre a heteroidentificação, há uma mudança no que se entendia anteriormente como pardo, que basicamente era toda pessoa que não se identificava nem branca e nem preta, como amarelos, cafuzos e mamelucos. “Começou-se a partir de 2012 a evitar este tipo de conceito, passou-se a considerar, para efeitos de políticas públicas de heteroidentificação, que pardo são as pessoas que têm ascendência negra”. A fenotipia das pessoas negras (cabelo, traços e tom de pele) é um dos critérios usados ao se cruzar dados para decidir se uma pessoa é considerada de ascendência negra e portanto, candidata a usufruir de ações afirmativas.

O professor ainda explica que as declarações do censo do IBGE tem um grande fator espontaneidade porque quem responde, não usufrui de nenhum benefício imediato, porém, não é possível saber, se quem se declarou pardo, realmente é uma pessoa de ascendência africana, sem se fazer uma “mineração desses dados”. Já na heteroidentificação, por haver um caráter de interesse, há uma tendência maior da autodeclaração ser duvidosa, e aí os fatores da heteroidentificação são o que determina quem realmente merece entrar, por exemplo, em uma universidade pelo sistema de cotas.

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Com informações do Mundo Negro.

16 de junho de 2023

Mauro Cid tinha no celular plano de golpe de Estado para impedir posse de Lula e manter Bolsonaro

 

(FOTO | PR).


Um roteiro para um golpe contra a eleição de Luís Inácio Lula da Silva (PT) foi encontrado no telefone celular do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Bolsonaro, e revelado em reportagem pela revista Veja. O documento, intitulado “Forças Armadas como poder moderador”, detalha um plano no qual os militares seriam convocados para intervir em uma eventual ruptura democrática no Brasil.

O roteiro inclui medidas como a nomeação de um interventor para restabelecer a ordem constitucional e até mesmo a cogitação do estado de sítio.

(FOTO | Reprodução | Revista Veja).


No telefone de Cid, também foi encontrado um segundo documento que menciona essa hipótese. O relatório revela ainda conversas entre Cid e o coronel Jean Lawand Junior, subchefe do Estado-Maior do Exército, considerado um dos principais apoiadores dessa tentativa de golpe, que teria sido cogitada até dezembro de 2022, pouco antes da viagem do ex-presidente aos Estados Unidos. Em uma dessas conversas, Cid sugere que Bolsonaro deveria “dar a ordem” para que as Forças Armadas agissem.

(FOTO | Reprodução | Revista Veja).


A revista lembra que, em uma entrevista anterior, Bolsonaro se referiu a Cid, que está preso há mais de um mês por envolvimentos em um escândalo de fraudes em cartões de vacinação, como “um filho”.

O primeiro passo que o roteiro prevê é o envio de um relatório das supostas irregularidades praticadas pelo Poder Judiciário aos militares.

Ao todo, o roteiro tem oito etapas. Quando recebessem o relatório, as Forças Armadas nomeariam um interventor, que fixaria um prazo para “restabelecimento da ordem constitucional”, diz o documento. As decisões do Judiciário e as ações dos magistrados seriam imediatamente suspensas. O interventor, que teria sob seu comando a PF, poderia suspender todos os atos normativos que ele considerasse “inconstitucionais”.

(FOTO | Reprodução | Revista Veja).


Um das etapas do documento menciona o afastamento dos ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), com a justificativa de que eles seriam “responsáveis pela prática de atos com violação de prerrogativa de outros Poderes”. Uma das últimas etapas do passo a passo prevê a convocação de novas eleições, diante do reconhecimento, por parte das Forças Armadas e do interventor, de uma “situação em desacordo com a Constituição”.

Dentro do documento “Forças Armadas como poder moderador”, presente no relatório da PF, que destrincha o celular de Cid, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, alvo frequente do bolsonarismo, é nominalmente citado. O texto diz que ele “nunca poderia ter presidido o TSE, uma vez que ele e Geraldo Alckmin possuem vínculos de longa data”. A frase é uma menção ao fato de o ministro ter sido secretário de Estado do ex-tucano duas vezes, quando ele foi governador de São Paulo. Hoje, Alckmin é vice de Lula.

Prerrogativas pede prisão de militares

O Prerrogativas, grupo de advogados que apoiou Lula na eleição presidencial e que tem uma boa interlocução com o atual governo, defendeu nesta sexta-feira (16), que os militares envolvidos na articulação para o golpe devem ser presos.

Os militares têm que responder a processos administrativos disciplinares e, logo após o devido processo legal, respeito ao direito sagrado de defesa, quando não houver dúvida a respeito da participação deles, eles têm que ser mandados embora bem do serviço público”, diz Marco Aurélio de Carvalho, coordenador do grupo.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou na quinta-feira (15) o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, a prestar depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF). Ministro também garantiu o direito constitucional ao silêncio.

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Com informações da Mídia Ninja.

14 de junho de 2023

Nova Olinda sediará I Encontro de Professores de Ciências Humanas do Cariri

 

(FOTO | Reprodução).


Por Valéria Rodrigues, Colunista

O município de Nova Olinda, na interior do Ceará, será sede do I Encontro de Professores e Professoras de Ciências Humanas do Cariri.

Idealizado pelo professor Nicolau Neto, da EEMTI Padre Luís Filgueiras, e apoio da 18ª Coordenadoria Regional de Desenvolvimento da Educação (CREDE 18), o evento reunirá neste primeiro momento todos os professores/as que lecionam História, Sociologia, Filosofia e Geografia em 4 municípios da Rede Estadual de Ensino do Ceará que compõem essa regional: Altaneira, Crato, Nova Olinda e Santana do Cariri.

O encontro será realizado no dia 21 de setembro e terá como temática “Educação Escolar e os Saberes Negros e Indígenas”. Segundo Nicolau, o objetivo é reunir professoras e professores interessados em discutir os caminhos para a construção de uma educação compromissada com as relações étnico-raciais com foco na superação do racismo e ao mesmo tempo na valorização dos saberes negros e indígenas. O que, para ele, passa necessariamente por uma mudança de paradigma educacional focado na descolonização curricular.

Nicolau afirmou a esta coluna que dentre os palestrantes que já confirmaram presença estão Marcos Ramos, professor de História da EEMTI Pe. Luís Filgueiras; Joedson Nacimento, professor indígena do Cariri e Carlos Tolovi, professor do Curso de Ciências Sociais da Universidade Regional do Cariri (URCA). A professora Dayse Vidal, integrante do Grupo de Mulheres Negras Pretas Simoa e que atualmente leciona Sociologia no Estado do Rio Grande Norte ficou de confirmar sua participação.