15 de março de 2015

Em Nota, ex-presidente da AUNA fala sobre sua gestão e polêmicas envolvendo o processo eleitoral


A redação do Informações em Foco recebeu via correio eletrônico na noite deste domingo, 15, nota do ex-presidente da Associação Universitária de Altaneira – AUNA, Cláudio Gonçalves, em que relata com detalhes traços de ações realizadas durante o seu mandato frente a entidade representativa dos estudantes de nível superior, das mudanças na diretoria, assim como também das recentes polêmicas concernentes ao processo eleitoral de renovação com a saída em conjunto dos membros da diretoria empossados a menos de dois meses e que envolvem direta e indiretamente o seu nome.

O assunto de renovação da diretoria executiva da AUNA, tão logo se verificou a saída da maior parte dos que as compunha, entre eles o até então presidente, Fernando Henrique e o vice, Cláudio Gonçalves, foi abordado nos principais portais de comunicação do município, o Blog de Altaneira e a Rádio Comunitária Altaneira FM. Também foi destaque no Blog “A Pedreira” que tratou a temática com afirmações do universitário André Victor Paiva que taxou a decisão do ex-presidente de fraudulenta, pois propôs que mesmo com a ausência dos candidatos a presidente e vice, Evaldo Amorim e Adelaiton Silva, respectivamente, houvesse a eleição. 

Confira a integra da Nota

Em agosto de 2013 fui procurado e convidado, por um pequeno grupo de universitários, para me candidatar a presidente da Associação Universitária de Altaneira – AUNA, e de imediato recusei o convite pois sabia de todas as dificuldades do grupo e que não seria fácil conduzir os trabalhos, mesmo assim continuaram a insistir e pedi um tempo para pensar, passado um tempo procurei o pessoal e comuniquei que me candidataria em caso de a responsabilidade não ficar restrita aos meus ombros e assim ficou acordado, fui eleito junto ao/as companheiro/as Dantas, Vice-presidente, Virleide, Secretária Geral e Flavia Regina, Secretária de Finanças. No nosso mandato enfrentamos diversas dificuldades, mas destaco como mais difícil a de reunir mensalmente os universitários e colocar em prática a metodologia de decisões que atingissem a maioria serem tomadas pela maioria, mas com muito esforço conseguimos, sempre que possível, realizar estas reuniões e decidir os interesses comuns em grupo. Sempre antes de qualquer palavra orada a nossa competente Secretária de Finanças realizava a prestação de contas mensal com balancete de entradas e saídas. Mas enfrentamos muita dificuldade mesmo foi quando estávamos no processo de legalização da associação, pois eram muitos os tramites burocráticos e tínhamos que conciliar trabalho, faculdade e diretoria da AUNA, neste processo fomos informados que o nosso estatuto nunca tinha sido registrado em cartório, fato que nos deixou abismados, e no mesmo instante procuramos alguns advogados que foram indicados a nós para assinarem este, mas os custos do serviço inviabilizou o registro do estatuto naquele momento devido a precária situação financeira da associação, mas tentamos procurar outros caminhos e graças a laços familiares e amizades de Assaré conseguimos resolver a situação de forma favorável à AUNA. Logo após ainda tivemos que realizar viagens, mesmo com todos os afazeres do dia-a-dia, às cidades de Crato e Juazeiro do Norte para darmos continuidade aos tramites de legalização da nossa associação, passado todo o processo levamos todos os papeis comprobatórios dos pagamentos e consequentemente da tão sonhada legalização à reunião mensal. Ainda cabe aqui mais dois registros, primeiro é a questão do transporte no ano de 2014, quando tínhamos um ônibus andando pela manhã, um pela noite e mais uma van pela noite, benefício que sofreu diminuição no ano seguinte, o segundo registro é a realização do projeto xadrez na escola que foi realizado por 10 voluntários na escola 18 de dezembro em todas as turmas da manhã e da tarde, primeiro projeto pedagógico, sem fins lucrativos, realizado pela AUNA. Antes de entrar no escopo principal desta nota, elucido que não gosto de tratar assuntos da entidade fora desta, mas como este assunto já extrapolou os limites da AUNA, não vejo motivos para restringir-me as reuniões e ao impossível diálogo com os senhores citados posteriormente, já que estes já afirmaram que “Não querem debate com este rapaz”, se referindo a mim. Mesmo tendo realizado todas estas ações (optei por não citar todas por tentar ser objetivo e evitar delongas) na assembleia do último sábado, 14 de março de 2015, o ex-secretário da comissão eleitoral da associação citada anteriormente, afirmou que em nossa gestão “só fazíamos coisa errada”, ele pode depois vir e dizer que não disse isso, mas tenho vídeo gravado onde é claro o pronunciamento do rapaz. Fico triste com o ultimo pronunciamento do secretário quando este afirma que “[...]infelizmente quem manda é a assemb.../povo[...]”, pois mostra que para este é uma infelicidade as decisões serem tomadas pela maioria, aí vem uma indagação, quem realmente é ditador? Esclarecendo ainda acusações infundadas que estão ocorrendo nas redes sociais e que ocorreram na mesma assembleia, quando dizem que o nosso intuito era “tumultuar as coisas”, o nosso pedido, direcionado ao presidente da comissão, era que este colocasse em votação a possibilidade de alteração da chapa, assim como desejava os integrantes desta e a maioria dos presentes. Sabemos que em toda e qualquer associação a assembleia é soberana, sendo assim poderia, em um ato democrático e sábio, por parte da comissão eleitoral, ter sido colocado em votação a possibilidade da alteração da chapa e o pleito ocorrer no mesmo dia sem mais delongas. Ainda aqui cabe registro a afirmação do senhor presidente da comissão, na ocasião, quando este diz que “as decisões referentes ao pleito são tomadas pela comissão eleitoral, assim como reza o estatuto”, neste momento pedi a palavra mais uma vez para esclarecer o equívoco do futuro, quem sabe, jurista, pois nós sabemos que no nosso estatuto se quer é mencionada a comissão eleitoral e que a existência desta foi decisão da assembleia por esta proporcionar assim uma maior organização da eleição. Deixamos claro que, nós, o “grupinho”, os “coxinhas”, os “que não sabem de nada”, assim como foi afirmado pelo nobre secretário da comissão, na ocasião, queríamos apenas que a maioria decidisse sobre uma ocasião que na nossa visão não poderia ser decidida pela minoria.”

Segundo o filósofo Vladimir Safatle, a Nova República morreu




Centenas de milhares de pessoas são esperadas em protestos contra a corrupção e o governo Dilma por todo o país neste domingo. Dois dias antes, milhares de manifestantes foram às ruas de várias cidades defender o governo democraticamente eleito. Entre defensores da situação e da oposição há uma disputa pelo poder, e o país parece enfrentar um teste de estresse político inédito, como avaliou o cientista político André Singer. Para o filósofo Vladimir Safatle, entretanto, o momento é muito pior de que as pessoas querem admitir, mas não estamos passando por uma simples disputa entre PT e PSDB, pois o problema é mais amplo e atinge todo o sistema político nacional. "Nesse momento da história, é necessário ter claro o fato de que a Nova República acabou, morreu", disse, em entrevista ao UOL Notícias.

Safatle é professor livre-docente do Departamento de filosofia da USP (Universidade de São Paulo) e colunista da "Folha de S.Paulo". Segundo ele, nem mesmo durante a ditadura houve uma depressão sociocultural como a atual, e as manifestações populares são um sinal do esgotamento nunca antes visto do modelo político - um problema que vai além da corrupção e a crise de representatividade. "Trocar o PT por outro partido não muda nada. É como trazer Dunga de volta à seleção brasileira após a derrota na Copa. Continuamos aprisionados ao processo", disse. "Se é verdade que os partidos políticos fazem parte dos protestos, é piada achar que as passeatas podem fazer diferença."

Safatle acredita que o governo Dilma já naufragou. Segundo ele, entretanto, a solução passa não por impeachment, mas por uma reforma ampla do modelo democrático que aumente a participação da sociedade nas decisões políticas. "O país está em ebulição, procurando novas formas desesperadamente", disse.



X Campeonato de Futsal de Altaneira pode ter início em abril


Em 05 (cinco) de julho de 2014 completou dois anos do último campeonato de futsal, categoria adulto masculino. Em 2013 a X edição do torneio não foi realizada e ofuscada pelo bem organizado XV Campeonato Municipal de Futebol Amador que envolveu oito equipes distribuídos em jogos na sede, nos sítios e no distrito do São Romão.

O Blog Informações em Foco chegou a questionar em conversas no ano passado com o então presidente da Associação Esportiva Altaneirense – AEA, Humberto Batista, sobre a não mais realização dessa modalidade. Naquela oportunidade, o presidente arguiu que a intenção era a de que o torneio tivesse início em julho, inclusive chamando a atenção para algumas dificuldades, como por exemplo, a formação das equipes.  A Secretaria de Cultura, Desporto e Turismo fez reuniões com a participação de Humberto para tratar dessa temática, mas não passaram disso. O fato é que a competição não foi realizada.


Em 2012, 12 (doze) equipes estiveram participando da IX edição do torneio iniciado em 15 de abril e que contou, pela primeira vez, com um time fora do ciclo dos que sempre chegavam na final a conquistar o título. A moçada do Altacity se sagrou campeão ao bater a Juventus que brigava pelo bicampeonato.

Representantes das equipes de futsal em reunião na Secult
de Altaneira. Foto: Assessoria de Comunicação do Município
.
Segundo informações da Assessoria de Comunicação do Município, em postagem no grupo “Altaneira-Ceará”, da rede social facebook, a Secretaria de Cultura, Desporto e Turismo, em reunião na manhã deste sábado, 14, coordenada pelo titular da pasta, Antonio Pereira da Silva, popularmente conhecido por Antonio de Kaci, junto aos representantes das equipes, decidiram que a fase adulta do campeonato terá início no próximo dia 11 (onze) de abril e se estende até o dia 23 ( vinte e três).  Ficou acordado ainda que a abertura se dará com um desfile  das equipes até o ginásio poliesportivo, tendo como ponto de saída a sede da Secretaria, situada  a rua Padre Agamenon Coelho, S/N.

Até o fechamento deste artigo, não havia nenhuma menção do presidente da AEA e do Secretário sobre a promoção desta edição. Pelas informações da assessoria, não ficou definido a quantidade de equipes que irão participar deste campeonato.



14 de março de 2015

Na capital cearense, protestos viram atos contra impeachment de Dilma




Apesar das críticas a ações do atual governo, a maioria dos participantes da manifestação da Central Única dos Trabalhadores (CUT) em Fortaleza, ontem, rebateu os pedidos de impeachment e saiu em defesa da presidente Dilma Rousseff (PT). Os discursos cobraram ainda a reforma política e defenderam o fortalecimento da Petrobras. Amanhã, outro grupo de manifestantes ocupará as ruas de Fortaleza, pedindo a saída da presidente.

Manifestantes caminharam pela avenida Desembargador Moreira.
Houve protestos em 23 capitais brasileiras. De acordo com a CUT-CE, cerca de três mil pessoas estiveram no ato na Avenida Desembargador Moreira. Para a Polícia Militar, o número foi de 400 participantes.

Protesto

O tom das manifestações foi a defesa da Petrobras e a crítica a ajustes fiscais, que alteram direitos trabalhistas e previdenciários. Dezenas de movimentos e sindicatos aderiram à caminhada com bandeiras que iam desde a defesa da presidente ao pedido de redução no custo da energia.

A presidente da CUT-CE, Joana D’arc Barbosa, negou que a intenção do movimento fosse fazer defesa do atual governo. Mesmo assim, muitas pessoas vestiram camisetas com o nome da presidente e levaram cartazes com frases como “Xô, golpistas”, “Impeachment é meuzovo” e “o voto é legítimo, fica Dilma”. Houve vaia a quem fará protesto pelo impeachment no domingo.

O estudante de Direito, Anderson Campelo, 21, participou da manifestação. Criado em família com trajetória de militância política, Anderson defendeu que é necessário reconhecer os avanços para as classes mais pobres nos últimos anos e respeitar o que diz a Constituição sobre a soberania do voto.

Para a presidente da CUT-CE, o movimento em Fortaleza superou as expectativas. “Automaticamente esse movimento ganhou muito força pelas iniciativas de pedir a volta da ditadura militar e tentar encerrar um processo de democracia que está sendo construído”, completou a secretária de relações do trabalho da CUT, Graça Costa.

A manifestação foi pacífica e contou com o apoio da Autarquia Municipal de Trânsito (AMC) para orientar os desvios na avenida. Um grupo de jovens chegou a pichar o muro de um estabelecimento e o Batalhão de Choque foi acionado, mas não houve conflito. Amanhã, o protesto “Impeachment Já!” acontece às 10 horas, na Praça Portugal.

13 de março de 2015

Vereadores de Altaneira aprovam projeto de resolução que muda dia das sessões ordinárias


O Poder Legislativo de Altaneira se reunião de forma extraordinária na manhã desta sexta-feira, 13, com o propósito de discutir e votar o projeto de resolução que altera o dia das sessões ordinárias da terça-feira para a sexta.

Segundo informações constantes no Blog “A Pedreira” o encontro marcado não partiu de um consenso entre os parlamentares, mas um ato da presidenta, Lélia de Oliveira (PCdoB), em comum acordo com o grupo oposicionista a administração municipal formado por Zuleide Ferreira (PSDB), Genival Ponciano (PTB), Professor Adeilton (PP) e Alice Gonçalves (PSB). O blog não informa, porém, de quem é a autoria da matéria, mas adverte sobre alguns posicionamentos dos edis que fazem parte da bancada situacionista.

Vereadores aprovam Projeto de Resolução que altera dia das
sessões ordinárias da terça para a sexta-feira. Foto: João Alves.
Para Edezzyo Jalled (Solidariedade), a posição da presidente se configura como um ato politiqueiro, uma vez que não permitiu que eles, enquanto grupo na casa participasse do assunto, com poder decisão. Mesmo assim, votou a favor do texto. Lélia também foi criticada por outros dois vereadores do Solidariedade, Flávio Correia e Deza Soares.

O primeiro destacou que iria votar contra o Projeto de Resolução pois entendia que a mudança iria ter um impacto negativo na educação, permitindo que se altere o calendário escolar já que grande parte do parlamento municipal é composto por professores. Mais incisivo nas críticas foi Deza. Segundo ele, essa sessão convocada as pressas significa um ato ditatorial da presidenta e que a ação de Lélia e do grupo oposicionista atende unicamente a interesses próprios e lembrou que a mesma postura não foi seguida quando de atender aos interesses dos servidores com contrato temporário.

No blog supracitado não consta os argumentos de Lélia de Oliveira, tão pouco dos vereadores que formam a base de oposição. Na rede social facebook não há nenhum registro do líder do grupo da maioria na casa sobre o assunto. Mas o Jornal “Notícias em Destaque”, da Rádio Comunitária Altaneira FM, exibiu na tarde desta sexta-feira entrevistas colhida junto aos líderes da maioria e minoria na Câmara, Adeiton e Edezyo Jalled, respectivamente, mas o Informações em Foco ainda não teve acesso aos áudios.

O projeto de resolução foi aprovado por seis votos a dois. Posicionaram-se a favor do PR Alice Gonçalves, prof. Adeilton, Edezyo Jalled, Genival Ponciano, Gilson Cruz e Zuleide Ferreira. Contrário ao texto apenas Deza Soares e Flávio Correia. 



Movimentos sociais realizam ato em defesa da Petrobras, da Democracia e da Reforma Política




A manifestação de movimentos sociais em defesa da Petrobras, da reforma política, da democracia, contra a retirada de direitos e contra o golpe acontece pacificamente na Avenida Paulista.

Ato pela Reforma Política, em defesa da Petrobras, contra o financiamento empresarial de campanha e contra o golpe
saiu de frente da Petrobras e chegou ao Masp debaixo de chuva. Imagem: Pragmatismo Político.
 O ato é pelo direito dos trabalhadores e defesa da Petrobras e de democracia e contra o retrocesso. Nós esperamos que a presidenta Dilma pense uma política econômica voltada ao desenvolvimento, para que tenhamos condições de crescer, e não só o corta, corta, corta que vem sendo proposto”, afirmou o presidente da CUT, Vagner Freitas.

O discurso comedido de Vagner contrastou com o de outros oradores, que foram mais incisivos. “Tem gente que só descobriu o que é panela no último dia 8 [referindo-se ao panelaço de domingo]. Muita coisa incomoda essa gente, principalmente o fato de o povo finalmente ter sido empoderado. Pobre passou a viajar de avião, a madame tem de sentar na mesma poltrona de avião que a doméstica senta e tem que sentir o mesmo cheiro de perfume que ela usa”.

A questão da educação também foi lembrada. “O povo ocupou as universidades. Não podemos virar as costas para o Prouni e para o Pronatec”, disse um manifestante.

A questão do monopólio das comunicações esteve em discussão no ato. Manifestantes mencionaram o repúdio à Rede Globo com a hashtag #GloboGolpista, que ficou quase 48 horas como o assunto mais comentado do Twitter. “A Globo está dizendo [em sua cobertura] que aqui tem menos de 10 mil pessoas. Vou chamar o Ali Kamel para aprender a contar”, afirmou um sindicalista.

12 de março de 2015

Arqueólogos acreditam ter encontrato restos mortais de autor de D. Quixote de la Mancha



Os arqueólogos e cientistas forenses que há um ano procuram o túmulo de Miguel de Cervantes no Convento das Trinitárias Descalças, em Madrid, terão mesmo achado os restos mortais do autor de D. Quixote de la Mancha, segundo a Efe, a agência de notícias espanhola, citada por vários jornais.

A informação baseada nos primeiros dados laboratoriais terá sido avançada por uma “fonte próxima do projecto”, mas não tem ainda confirmação oficial por parte da autarquia madrilena, impulsionadora deste estudo que visa identificar um corpo sepultado há 400 anos.

Cientistas com fragmentos do caixão com as iniciais "MC"
Explicam os cientistas que as ossadas “compatíveis” com as de Cervantes (1547-1616), encontradas junto às da sua mulher, Catalina Salazar, não estavam no local da sua sepultura primitiva e sim na cripta para onde terão sido transladadas a partir de 1673, ano em que começaram as obras de renovação da igreja deste convento do Bairro das Letras, em pleno centro da cidade (terminaram em 1690).

Para afirmar com absoluta certeza que identificaram os restos mortais do escritor, os especialistas precisam ainda de aprofundar os estudos. Mas, depois de os ter submetido a um espectómetro de massa (aparelho que permite identificar as diferentes moléculas que compõem uma substância), a equipa dirigida pelo antropólogo forense Francisco Etxeberría chegou à conclusão preliminar de que, pela composição óssea e a datação dos fragmentos, é plausível que pertençam a Cervantes.

Segundo o jornal ABC, os cientistas, que têm concentrado atenções num fragmento de mandíbula, fazem questão de sublinhar, no entanto, que os ossos estão em muito mau estado, o que pode dificultar futuras análises.

Ferido em batalha

No final de Janeiro, a equipa de Etxeberría anunciou com grande entusiasmo que tinha encontrado na cripta desta casa religiosa – um espaço de 70 metros quadrados que fica quase cinco metros abaixo do solo da igreja, com 36 nichos ocupados por ossadas – um caixão de madeira em avançado estado de decomposição com as iniciais “MC” gravadas em ferro. Iniciou-se, então, um complexo processo de análise dos vestígios, apostado em identificar provas de lesões nos ossos do escritor e dramaturgo.

Cervantes foi ferido no peito e na mão esquerda na Batalha de Lepanto, a que em 1571 apôs a República de Veneza e os reinos partidários do Papa ao império otomano, o que levou os especialistas a procurarem, por exemplo, marcas do impacto de balas no esterno e traços de atrofia óssea.

A mandíbula e outros ossos que agora dizem ser “compatíveis” com os de Cervantes foram retirados deste caixão, onde estavam misturados com ossadas infantis. Na cripta das trinitárias, precisa o jornal El País, foram identificados vestígios de mais de 200 crianças. Os cientistas, lembra ainda este diário espanhol, sempre disseram que não esperavam encontrar um esqueleto completo.

De acordo com as fontes históricas, Cervantes foi sepultado neste convento a seu pedido, já que era um grande devoto da ordem trinitária, que o terá salvado do cativeiro em Argel, onde esteve cinco anos.

Os resultados desta fase de trabalhos, que coincide com os 400 anos da publicação da segunda parte de D. Quixote de la Mancha e que antecede o quarto centenário da morte do escritor universal, deverão ser apresentados à imprensa nos próximos dias.

Por quem as panelas dobram?




Impossível não comentar o famoso panelaço realizado por setores de classe média e alta de algumas cidades do sul, sudeste e centro-oeste do país, durante o pronunciamento da presidenta da república, realizado domingo último em rede nacional.

Porém, para quem testemunhou — felizmente não de corpo presente, com receio de ser com eles confundido — a Presidenta Dilma ser mandada tomar no c… e vaiada por um público maciçamente de classe média e alta durante a abertura dos jogos da Copa de 2014, deixando o mundo inteiro boquiaberto, para dizer o mínimo — sim, aquela Copa que não iria acontecer, onde haveria quebra-quebra, os ônibus, metrôs e trens não funcionariam, os aeroportos não ficariam prontos, etc. —, depois o hino chileno ser vaiado durante a solenidade que precedeu ao jogo disputado pelo Chile com o Brasil (que vergonha!), confesso que não vi nada demais no panelaço ou nas vaias. Claro que o som das vaias e panelas não lhes satisfazem, e o xingamento machista execrável haveria de vir: vaca!, bradaram os covardes.

Mas como dizia, o panelaço e as vaias são próprios da democracia. O que me deixa intrigado, tentando considerá-los resultantes de uma construção mental racional, é contra o quê, exatamente, batiam.

Seria porque em apenas dois meses de governo Dilma há maior transferência de renda do que a soma dos oito anos de mandado do governo FHC? Seria porque a empregada doméstica de alguns teria passado no ENEM e a filha dos patrões, não? Seria, ainda, porque mais de quarenta milhões de brasileiros teriam ingressado na classe média, a viajar de avião até para o estrangeiro, sentados na poltrona ao lado da irresignada paneleira? Ou simplesmente seria porque a corrupção, ao ser combatida como jamais o foi antes do governo Lula, ao atingir servidores subalternos e altas autoridades do país atingem, também, os que lhes fornecem o combustível à sua existência, a propina milionária, o financiamento empresarial de campanha?

Há alguns anos atrás tentaram mudar o nome da Petrobras para Petrobrax, reduziram o seu papel e pretendiam entregá-la, completamente, ao capital privado. As denúncias de corrupção não iam à frente. Veio o governo Lula e a Petrobras tornou-se umas das maiores empresas petrolíferas do mundo.

Agora, o maior vício de que padece boa parte dos brasileiros, a corrupção, está sendo de lá extirpada, espera-se com a amplitude necessária.