(FOTO/ Erasmo Salomão/MS). |
O
primeiro lote de vacinas contra a covid-19 específica para crianças chegou ao
Brasil na madrugada desta quinta-feira (13). A Pfizer entregou um lote de 1,2
milhões de doses do imunizante, desembarcado no Aeroporto de Viracopos, em
Campinas (SP). O país tem uma população de cerca de 20 milhões de crianças na
faixa etária de 5 a 11 anos. Portanto, o lote recebido alcançará pouco mais de
5% do público alvo. A Agência Nacional de Vigilância sanitária aprovou o
imunizante e recomendou sua aplicação em 16 dezembro.
Assim,
com um mês de atraso se inicia a distribuição – de forma proporcional à
população de cada estado, que se encarregará do calendário da vacinação.
Crianças com comorbidades, com deficiência, indígenas e quilombolas serão as
primeiras a receber as vacinas contra a covid-19 a partir desta sexta (14). Em
seguida, a ordem de aplicação será decrescente, ou seja, das mais velhas para
as mais novas. Porém, o Ministério da Saúde recomenda prioridade para a
vacinação de crianças que convivem com pessoas dos grupos de maior risco.
Crime contra a infância
Porém,
os pais não serão obrigados a dar as vacinas nas crianças, o que pode
dificultar o alcance do programa de imunização, apesar dos alertas de
especialistas para essa necessidade. Além disso, próprio presidente Jair
Bolsonaro estimula seus apoiadores a fazer campanha contra as vacinas,
inclusive para crianças.
O
pastor evangélico Silas Malafaia, ferrenho militante bolsonarista, chegou a
postar em seu Twitter que vacinar crianças é um “verdadeiro infanticídio” e que
os “números provam” que não haveria necessidade. Por essa prática, o Twitter
excluiu 11 posts de Malafaia. O próprio presidente chegou a dizer que não
vacinará a filha de 11 anos.
Desse
modo, o presidente e seu ministro cometem mais um crime, desta vez contra o
Estatuto da Criança e do Adolescente. Quem observa é o advogado Ariel de Castro
Alves, em entrevista à Rádio Brasil Atual.
Cientistas
e pesquisadores têm alertado que a variante ômicron, que se propaga em
velocidade acelerada, não pode ser tratada como “branda”. Isso porque existe o
risco de problemas físicos, respiratórios e até cognitivos que podem acompanhar
no futuro uma criança infectada hoje pela covid-19 hoje. “É mais importante os pais se preocuparem com possíveis efeitos de longo
prazo em crianças infectadas do que com qualquer suposto risco de tomar uma
vacina”, alertou na semana passada o médico Stanley Spinner, diretor de
Pediatria Infantil do estado do Texas, nos Estados Unidos.
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Com informações da RBA. Clique aqui e leia o texto completo.