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Livro é o primeiro com protagonismo de pesquisadores e autores quilombolas e aquilombados do Vale do Ribeira (Crédito: Roberto Almeida/ ISA). |
“Queremos
com este livro ressaltar nosso compromisso com gentes comum, essas gentes que
vivem o coletivo e realizam seu trabalho de forma coletiva”. Dessa forma, é
introduzido o livro ‘Roça é Vida’,
obra infantojuvenil de valorização do modo de viver ancestral das comunidades
quilombolas do Vale do Ribeira e que também registra o, constantemente
ameaçado, Sistema Agrícola Tradicional Quilombola (SATQ).
Lançado
em 2020, o livro foi idealizado, escrito e ilustrado por pesquisadores e
educadores quilombolas e aquilombados da região do sudoeste do estado de São
Paulo. É considerado o primeiro em que há esse protagonismo de pessoas das
comunidades do Vale do Ribeira.
Segundo
Laudessandro Marinho da Silva, educador social, morador do Quilombo
Ivaporunduva e um dos autores do livro, o projeto é fruto de um trabalho
coletivo. Ele foi proposto pelo GT da Roça, um grupo de trabalho formado por
representantes de 19 associações quilombolas que tiveram o seu sistema de
plantio, o SATQ, reconhecido como patrimônio imaterial brasileiro em 2018 pelo
IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional).
A
obra infantojuvenil é uma ação de salvaguarda do SATQ para garantir que o
modelo de vida e de trabalho na roça não seja esquecido e para que as pessoas
saibam que esse não é um modelo predatório.
“O modelo de roça aqui é a vida, que nos
sustenta e que nos norteia. Não é um modelo de destruição da natureza e, sim,
um modelo de preservação. Quando a gente pensou no livro 'Roça é Vida', não é
só na vida humana, mas na vida geral. Estar na roça é o maior orgulho, por isso
a gente coloca no livro esse nome”, explica Laudessandro.
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