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Celebração da Kwanzaa acontece entre os dias 26 de dezembro e 1º de janeiro. (FOTO/ Nydia Blas/The New York Time). |
O
final de ano chegou e com ele o Natal e Ano Novo são comemorado no Brasil e no
mundo, principalmente em países com o cristianismo como base social e
religiosa. No entanto, a Kwanzaa tem se tornado uma comemoração frequente na
sociedade afro-americana, entre os dias 26 de dezembro e 1º de janeiro. Ela foi
criada pelo professor americano de estudos africanos, ativista e escritor,
Maulana Karenga, e que ganhou espaço nas Américas.
A
pedagoga Taísa Ferreira comemora a Kwanzaa desde de 2009 e, para ela, “é uma
celebração que tem a intenção de aproximar as pessoas pretas das suas raízes
africanas“. Taísa, que é professora da rede municipal de Salvador e doutoranda
em educação, diz que é importante todas as pessoas participarem, independente
da faixa etária, e o papel das crianças para dar continuidade. “Elas precisam
conhecer o sentido da celebração para o povo preto, conhecer a história e
entender sua importância, de forma mais lúdica ou mais didática, a depender da
idade”, informa a professora.
A
festa foi inspirada em celebrações de povos africanos como os Ashanti e Zulu,
segundo o historiador Henrique Bedetti, e tem o propósito de exaltar a herança
africana, sendo a cultura mais antiga do planeta “bem como a reafirmação e valorização do senso de união, família, das
crianças e de vida próspera”, informa. O historiador continua explicando
que a ligação da data comemorativa com a terra, “celebra-se a fartura ao final de um árduo ano de plantio e trabalho, e
inicia-se o ano seguinte na esperança de fortalecimento e bons frutos”,
afirma Bedetti.
O
nome “Kwanzaa” significa “primeiros
frutos”, foi retirado da frase “Kwanzaa
do ya matunda” (os primeiros frutos da terra) e tem origem suailí, maior
idioma Bantu e língua oficial de 12 países da
África Central, usadas por mais de 50 milhões de pessoas no mundo.
Criada nos Estados Unidos, em 1966, após as Revoltas de Watts, se tornou uma
festividade intercultural, com todas as diversidades dos povos afro-americanos.
De
acordo com o historiador, a festa vai contra o significado capitalista que foi
colocado sobre o Natal, e que direta ou indiretamente exclui e oprime pessoas
negras mundo afora. “A ideia do professor é inserir no calendário do povo negro
uma festa que possa celebrar a milenar cultura africana, bem como valores
importantes (e porquê não de sobrevivência) para os nossos, que passam pela
união, autovalorização e autodeterminação”, informa o Bedetti.
A
festa conta com 6 símbolos e 7 princípios, para Henrique Bedetti as simbologias
oferecem uma representação visual e estética, e o que é ofertado e
compartilhado entre os participantes.
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Com
informações do Notícia Preta. Clique aqui e confira o texto completo.