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Por que muitos jovens se apaixonam pelas ideias violentas de Bolsonaro?


Políticos misóginos, comediantes homofóbicos, religiosos fundamentalistas e celebridades violentas têm se tornado exemplos para grupos de rapazes que, acreditando serem revolucionários e contestadores, na verdade agem de forma conservadora e reacionária.

Acreditam que estão sendo subversivos lutando contra a “ditadura do politicamente correto” – que se tornou uma forma pejorativa de se referir aos direitos humanos.

Essa ditadura, claro, é uma ficção. Qualquer ostra saudável sabe que se os direitos humanos fossem minimamente respeitados por aqui não haveria fome, crianças trabalhando, idosos deixados para morrer à própria sorte, pessoas vivendo sem um teto. Não teríamos essa taxa pornográfica de homicídios, nem exploração sexual de crianças e adolescentes, muito menos trabalho escravo. Aos migrantes pobres seria garantida a mesma dignidade conferida a migrantes ricos. Todas as crenças seriam respeitadas, tendo Jeová como deus ou não. A liberdade de expressão seria defendida, mas não a custo da dignidade e da vida humanas. Se direitos humanos fossem efetivados, não teríamos mulheres sendo estupradas, negros ganhando menos do que brancos e pessoas morrendo por amar alguém do mesmo sexo. O que temos, em verdade, é um statuo quo sendo contestado, o que provoca pânico em muita gente.
Parte desses jovens também abraça discursos ultraconservadores como reação às tentativas de inclusão de grupos historicamente excluídos. Como já escrevi aqui antes, ela viu que a luta por direitos iguais por parte de suas colegas de classe ou de coletivos feministas em suas escolas significará, para eles, uma perda de privilégios que hoje os homens têm. Nesse contexto, influenciadores digitais, formadores de opinião e guias religiosos ajudam a fomentar, com seus discursos violentos e irresponsáveis, uma resposta negativa dos rapazes à luta das moças pelo direito básico a não sofrerem violência.

E não apenas jovens. Há políticos, como Jair Bolsonaro, que ocupam um espaço de porta-voz de um público insatisfeito que se vê acuado diante do discurso de que muito do que lhes foi ensinado no que diz respeito aos seus direitos, deveres e limites agora precisa ser revisto para incorporar mudanças. Pessoas comuns que veem seus preconceitos serem atacados, chamados de coisa do passado. Imagine uma pessoa, que sente que seu mundo está mudando mais rápido do que pode compreender, quando aparece uma liderança dizendo que não precisa se sentir dessa forma, nem se adaptar. Apenas lutar para manter tudo como está. Não admira, portanto, que Bolsonaro esteja bem colocado entre os mais ricos nas pesquisas de opinião.

Independentemente do que aconteça daqui em diante na política brasileira, temos visto o resgate de uma narrativa (que imaginávamos morta e enterrada) que justifica o ataque aos direitos humanos sob o argumento insano de que são ”coisa de comunista”. Ou seja, o pacote de direitos, que em sua formulação contemporânea se deu sob clara inspiração liberal, ganha outra conotação na mente de gente mal informada ou mal intencionada. A efetivação de direitos civis, políticos, sociais, econômicos e culturais vem sendo julgada em praça pública com o argumento de que ”criam discórdia onde antes havia paz” ou ”geram divisões onde tudo funcionava bem”. Funcionava bem para quem?

Como os principais partidos políticos não se esforçaram para garantir mais participação popular, o governo e a oposição derrapam em dar respostas para a retomada do crescimento econômico e a vida do brasileiro (principalmente o mais pobre) vai piorando a olhos vistos, além de um esgarçamento institucional para salvar envolvidos em corrupção, vamos assistindo ao crescimento de discursos que bradam que a política é desnecessária. E que a própria democracia é questionável.

Políticos como Donald Trump e Jair Bolsonaro não são idiotas, pelo contrário. Falam o que falam porque sabem que muita gente irá aplaudi-los por isso. Embrulham sua narrativa em uma falso frescor de novidade que cativa muitos jovens quando, na verdade, ela é a mesma que está no poder desde que os primeiros brancos chegaram ao continente americano.

Sabem conversar com um público que quer saídas rápidas para a falta de emprego e para a segurança pública e que precisam de alguém que lhes entregue uma narrativa consistente para poderem tocar suas vidas – narrativa que os partidos tradicionais solapam em oferecer. A esquerda, com louváveis exceções, parece não querer fazer isso na área da segurança pública. Jovens estão morrendo na periferia aos milhares e policiais honestos, às dezenas. Portanto, são necessárias soluções de curto prazo, que passem por garantir qualidade de vida dessas populações de ”matáveis”, e não apenas ações estruturais que levam anos.

Mas, como já disse aqui, a mesma insatisfação com a política tradicional e a mesma crise das narrativas que elegeram Donald Trump, também produziram Bernie Sanders. Mesmo que não tenha sido escolhido por conta de intensa campanha do establishment do próprio Partido Democrata, sua disputa nas primárias provocou debate sobre um projeto mais progressista para os Estados Unidos. Papel semelhante desempenha Jeremy Corbyn, líder do Partido Trabalhista, no Reino Unido – que perdeu a eleição para Theresa May. Ele cresce em popularidade, com seu discurso mais à esquerda, em uma nação que tenta entender o que significa sua saída da União Europeia. Os dois são chamados de populistas e irresponsáveis por quem acredita na divindade do mercado. Mas ajudam a arejar o debate com novas propostas, cativando os mais jovens.

A esquerda no Brasil conseguirá se organizar e disputar um novo projeto de país? Um que não tenha vergonha de reconhecer seus erros e atuar em campos que lhe são espinhentos, como a violência urbana? Poderá construir uma nova narrativa que desperte o sonho e o engajamento dos mais novos?

Muitos desses jovens estão descontentes, mas não sabem o que querem. Sabem o que não querem. Neste momento, por mais agressivos que sejam, boa parte deles está em êxtase, alucinada com a rua e com o poder que acreditam ter nas mãos. Mas ao mesmo tempo com medo. Pois cobrados de uma resposta sobre sua insatisfação, no fundo, no fundo, conseguem perceber apenas um grande vazio. Pode-se continuar dando às costas a eles, chamando-os de fascistas, ou abrir o diálogo – muitas vezes difícil, mas necessário.

Há um déficit de democracia participativa que vai ter que ser resolvido. Só votar e esperar quatro anos não adianta mais para esse grupo, pois muitos jovens reivindicam participar ativamente da política. Querem mais formas de interferir diretamente nos rumos da ação política de sua cidade, estado ou país. Não da mesma forma que as gerações de seus pais e avós, claro. Porque, naquela época, ninguém em sã consciência poderia supor que criaríamos outra camada de relacionamento social, que ignorasse distância e catalisasse processos.

Precisamos, urgentemente, ouvir os mais novos e construir com eles um projeto para a sociedade em que vivemos. Negar isso e buscar, novamente, saídas de cima para baixo, seja através da esquerda democrática ou da direita liberal, não dará certo. Não admira que quem sugere adotar as soluções de sempre são as mesmas pessoas que não entenderam o significado das manifestações de junho de 2013. Ou que nada aprenderam com elas.

Se não abrirmos esse debate, teremos uma década de um sombrio macarthismo, repaginado e adaptado, que se desenha adiante. Década puxada por velhos políticos fantasiados com o novo e suas milícias digitais. (Por Leonardo Sakamoto, em seu Blog).

Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/ Agência Brasil.

Jair Bolsonaro é condenado por comentário racista contra a população negra e indígena


O deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ), presidenciável que está em segundo lugar nas pesquisas de opinião para as eleições de 2018, foi condenado pela juíza Frana Elizabeth Mendes, da 26ª Vara Federal do Rio de Janeiro, a pagar 50 mil reais de indenização por danos morais coletivos a comunidades quilombolas e à população negra em geral.

O Ministério Público Federal no Rio de Janeiro (MPF-RJ), responsável pela ação, havia pedido indenização de 300 mil reais. O dinheiro será revertido para o Fundo Federal de Defesa dos Direitos Difusos. Ainda cabe recurso.

A condenação se deu por conta de comentários racistas feitos por Bolsonaro em palestra no Clube Hebraica, no Rio de Janeiro, em 3 de abril. A convite da instituição judaica, Bolsonaro foi falar sobre questões políticas e ofendeu os quilombolas.

Além de afirmar que quilombolas e indígenas atrapalham a economia, o deputado disse que visitou um quilombo e que constatou que o "afrodescendente mais leve lá pesava sete arrobas". 

"Eu fui num quilombo. O afrodescendente mais leve lá pesava sete arrobas. Não fazem nada! Eu acho que nem pra procriador ele serve mais", disse.

Na decisão, a juíza considerou que as declarações de Bolsonaro não estavam protegidas pela imunidade parlamentar. "A aludida prerrogativa de imunidade parlamentar não se estende a palavras, nem a manifestações do congressista, que se revelem estranhas ao exercício do mandato legislativo e que, além disso, ofendam, ridicularizem ou constranjam pessoas, grupos ou comunidades, como se verificou nas manifestações proferidas pelo réu, não só contra os grupos quilombolas, mas a outros, os quais, no entanto, não foram objeto de discussão nestes autos", afirmou a magistrada na sentença.

Frana Elizabeth Mendes acrescentou que Bolsonaro deveria "assumir uma postura mais respeitosa". "O réu não expôs simplesmente que discorda da política pública que prevê gastos com o aludido grupo, mas inegavelmente proferiu palavras ofensivas e desrespeitosas, passíveis de causar danos morais coletivos", escreveu a juíza. "Impende ressaltar que, como parlamentar, membro do Poder Legislativo, e sendo uma pessoa de altíssimo conhecimento público em âmbito nacional, o réu tem o dever de assumir uma postura mais respeitosa com relação aos cidadãos e grupos que representa, ou seja, a todos, haja vista que suas atitudes influenciam pessoas, podendo incitar reações exageradas e prejudiciais à coletividade", acrescentou.

Na sequência, a magistrada fez uma crítica ao comportamento dos políticos. "Ao alcançarem a tal almejada eleição ou nomeação, deveriam agir como representantes de Poder, albergando os anseios gerais da coletividade e, mesmo que suas escolhas pessoais recaiam em interpretações mais restritivas ou específicas, jamais devem agir de modo ofensivo, desrespeitoso ou, sequer, jocoso", afirmou. "Política não é piada, não é brincadeira. Deve ser tratada e conduzida de forma séria e respeitosa por qualquer exercente de Poder", afirmou.

Diante disso, decidiu a juíza, ficou evidente a "total inadequação da postura e conduta praticada" por Bolsonaro, que é "usual" e "ataca toda a coletividade e não só o grupo dos quilombolas e população negra em geral", o que a fez determinar que indenização deve ser revertida em favor do Fundo Federal de Defesa dos Direitos Difusos.

No dia 6 de abril, integrantes do movimento negro, quilombolas e deputados federais protocolaram na na Procuradoria-Geral da República (PGR) representação contra Bolsonaro por "prática de racismo e violação da dignidade indígena e quilombola". Em entrevista coletiva, a deputada Benedita da Silva (PT-RJ), uma das signatárias do documento, ressaltou que o deputado do PSC utilizou a expressão "arroba", atualmente aplicada para a pesagem de gado e outros animais. Durante a escravatura, era também utilizada para negros e negras escravizados.

Em 10 de abril, os procuradores da República no Rio de Janeiro Ana Padilha e Renato Machado ajuizaram ação civil pública contra o deputado por danos morais coletivos. “Com base nas humilhantes ofensas, é evidente que não podemos entender que o réu está acobertado pela liberdade de expressão, quando claramente ultrapassa qualquer limite constitucional, ofendendo a honra, a imagem e a dignidade das pessoas citadas, com base em atitudes inquestionavelmente preconceituosas e discriminatórias, consubstanciadas nas afirmações proferidas pelo réu na ocasião em comento”, afirmavam os procuradores na ação. (Com informações de CartaCapital).


Bolsonaro: mais uma condenação. Foto: Alex Ferreira/ Câmara dos Deputados.

Jair Bolsonaro é hostilizado e leva ovada publicamente


O deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) foi hostilizado e levou uma ovada de uma manifestante durante visita a Ribeirão Preto (SP) na tarde desta quinta-feira (17). Em caminhada no centro de Ribeirão, o parlamentar resolve entrar em uma cafeteria no cruzamento das ruas São Sebastião e Álvares Cabral.

Do 247 - O parlamentar fazia fotos e vídeos com simpatizantes, quando uma mulher se aproximou, tocou no ombro dele e, quando Bolsonaro se virou para ela, a mulher apertou um ovo contra o peito do deputado e fez críticas à sua postura política. Na sequência, a manifestante é detida.

Bolsonaro deixou o local e foi registrar boletim de ocorrência na delegacia da Polícia Civil e prestou depoimento. Um vídeo publicado nas redes sociais registrou a ação da manifestante.


Imagem capturada do vídeo/ Reprodução - 247.

STJ condena Jair Bolsaro por incitação ao estupro



O Supremo Tribunal de Justiça (STJ) decidiu, nesta terça-feira (15), por unanimidade, manter as condenações de 1ª e 2ª instância do deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) por danos morais contra a deputada federal Maria do Rosário (PT-RS).

Do Portal Fórum - Em 2014, o parlamentar cometeu incitação ao estupro ao afirmar e reafirmar a possibilidade de estuprar a deputada petista. “Ela não merece ser estuprada porque ela é muito ruim, porque ela é muito feia, não faz meu gênero, jamais a estupraria. Eu não sou estuprador, mas, se fosse, não iria estuprar, porque não merece”, disse em entrevista a um jornal um dia após fazer a primeira incitação, em plena Câmara dos Deputados.

A expressão não merece ser estuprada constitui uma expressão vil que menospreza a dignidade de qualquer mulher. Como se uma violência brutal pudesse ser considerado uma benesse, algo bom para acontecer com uma mulher”, afirmou a relatora do caso, ministra Nancy Andrighi.

A decisão mantém a condenação de Bolsonaro em 1ª e 2ª instância. O deputado foi condenado pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal a pagar indenização de R$ 10 mil por danos morais à petista. Ainda segundo a decisão, Bolsonaro deveria se retratar publicamente em jornais, em sua página no Facebook e no Youtube.

Após a decisão, a deputada Maria do Rosário, acompanhada de outras parlamentares mulheres, comemorou.

Nós temos uma vitória muito grande. Mas é uma jornada que foi feita entre todas nós mulheres brasileiras. Tivemos coragem de enfrentar um parlamentar, uma autoridade pública, que usa o espaço público para incitar a violência. Então essa é uma vitória não de uma ou de outra, mas de todas”, afirmou.


OAB se manifesta sobre vídeo de escola da PM com tributo a Jair Bolsonaro


O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) do Amazonas, Marco Aurélio de Lima Choy, criticou duramente o video em que dezenas de alunos do terceiro ano do ensino médio do Colégio Estadual Professor Waldocke Fricke de Lyra, em Manaus, aparecem chamando o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) de "salvação da nação", sob comando de dois policiais, num ginásio da escola.

         

Do O Globo - O colégio integra a rede estadual, mas é administrado pela Polícia Militar (PM) por meio de um acordo com a Secretaria de Educação do Amazonas (Seduc). O GLOBO entrou em contato com a secretaria, que comunicou estar "apurando a situação". Já a PM do Amazonas informou que abriu um procedimento administrativo que será conduzido pela Diretoria de Justiça e Disciplina da corporação.

O vídeo mostra nove filas de alunos, comandados por dois policiais militares, fazendo coro com as mãos para trás, como se fossem soldados. Os estudantes repetem em uníssono os gritos de ordem dos PMs como "Convidamos Bolsonaro, salvação dessa nação/ Nos quatro cantos ouvirão completa nossa canção". As imagens foram compartilhadas nas redes sociais do próprio Bolsonaro, que não poupou elogios.

— Repudiamos qualquer forma de ingerência sobre a liberdade de expressão, seja para homenagear ou deixar de homenagear alguém. Esse vídeo é lamentável. Não se coloca palavras na boca de adolescentes sobre decisões de outros, ainda mais sendo uma homenagem — comenta o presidente da OAB. — Trata-se de um ambiente acadêmico, onde se formam cidadãos. Não podemos permitir isso. O conselho da OAB do estado vai se reunir para liberar uma nota de repudio sobre o ocorrido.

PROFESSOR CONSIDERA DIVULGAÇÃO DE VÍDEO UMA CONTRADIÇÃO

Para o professor Fernando Penna, da Faculdade de Educação da Universidade Federal Fluminense (UFF), a divulgação do vídeo por parte de Bolsonaro é uma enorme contradição.

— Se fosse um político de esquerda sendo chamado de salvador por alunos, o próprio Bolsonaro iria criticar. Quem começou o movimento “escola sem partido” foi o deputado estadual Flávio Bolsonaro, que apresentou o primeiro projeto em maio de 2014. É um projeto para acabar com a dimensão educacional da escola, mas que tem como um dos seus pretensos objetivos impedir a propaganda partidária nas salas de aula. É uma contradição grande que alguém que defenda isso compartilhe um vídeo como esse — disse Penna, que integra o movimento "Educação Democrática".


O professor também criticou a iniciativa da escola.

— Se esse vídeo foi feito pela escola, é muito grave — concluiu Penna.

LEIA, NA ÍNTEGRA, A NOTA DA PM DO AMAZONAS

"A Diretoria de Comunicação Social da Polícia Militar do Amazonas informa que o colégio Waldocke Fricke de Lyra é subordinado a administração do Comando Geral da Instituição, e que ao tomar conhecimento da divulgação do vídeo, o Comandante Geral determinou a abertura de um procedimento administrativo, que será apurado por meio da Diretoria de Justiça e Disciplina (DJD) da Polícia Militar." 
Imagem capturada do vídeo acima.




A caminho de sua sétima filiação partidária, Bolsonaro é recordista de denúncias na Câmara


A caminho de sua sétima filiação partidária, o Partido Ecológico Nacional (PEN), pelo qual pretende se candidatar à Presidência da República, o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) é recordista em representações no Conselho de Ética da Câmara. Com quatro processos, ele é o único que alcançou esse número desde que o conselho foi instalado, em 2001. O filho Eduardo Bolsonaro (PSC-SP), em seu primeiro mandato, foi alvo de outros dois.

Do Congresso em Foco - A lista de acusações contra o pré-candidato à Presidência também é extensa na Corregedoria da Câmara, outra instância que apura a conduta dos parlamentares. O deputado fluminense já foi denunciado, entre outras coisas, por chamar Lula de “homossexual” e Dilma Rousseff de “especialista em assalto e furto”.

Já recebeu seis punições por causa de pronunciamentos agressivos e entrevistas polêmicas. Foram três censuras verbais e duas por escrito. Em todos os casos, escapou da abertura de processo de cassação do mandato. Em 2000, chegou a dizer que o então presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) deveria ter sido fuzilado durante a ditadura.

O perfil do político e do homem Jair Bolsonaro é reportagem de capa da nova edição da Revista Congresso em Foco. Em 11 páginas, retratamos a produção parlamentar e as polêmicas do deputado ultraconservador em ascensão nas pesquisas presidenciais. 

Bolsonaro é conhecido por moldar discurso e ações ao gosto da plateia que o aplaude. “Católico fervoroso”, como se definiu, foi batizado no rio Jordão, em Israel, pelo pastor da Assembleia de Deus Everaldo Pereira, presidente do PSC e candidato à Presidência em 2014.

Dono de um discurso radical contra o PT, já admitiu ter votado em Lula  para presidente em 2002. Quando ainda era filiado ao PP, manifestou intenção de ser candidato a vice de Aécio Neves (PSDB) em 2014. Às vésperas do segundo turno, foi esnobado pelo tucano, que não o convidou para tirar fotos nem participar de uma carreata em Copacabana. Naquele ano o deputado se reelegeu com a maior votação da bancada do Rio de Janeiro, com 464 mil votos.

Embora abomine hoje qualquer referência ao comunismo, já fez lobby junto ao ex-presidente Lula, em 2003, pela indicação do então deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) para o Ministério da Defesa. “As coisas mudaram. Hoje comunista toma uísque, mora bem e vai na piscina”, afirmou na época. Ao ser questionado sobre a legalização do aborto, em uma entrevista dada à revista  IstoÉ em 2002, afirmou que a decisão caberia exclusivamente ao casal. Atualmente se diz “a favor da vida” e contra a interrupção da gravidez.

Em 2000, Bolsonaro declarou que o então presidente Fernando Henrique Cardoso deveria ter sido fuzilado durante a ditadura. Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/ ABr.



Bolsonaro sendo ele mesmo. Defende Temer e ataca os pobres



Na semana em que foi citado nas delações da JBS por ter recebido R$ 200 mil da empresa para sua campanha em 2014 e um dia após a grande manifestação popular que ocupou Brasília contra o governo Temer e suas reformas, resistindo à sua brutal repressão, o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC/RJ), em entrevista nesta quinta-feira (25), não vacilou em defender a permanência do presidente ilegítimo, fortalecendo a sua aliança com quem ataca os pobres.

Por Edgar Fogaça, no EO - Na citada entrevista, referindo-se a uma possível antecipação das eleições, o deputado afirmou: “Não podemos partir para casuísmos agora, não podemos mudar a regra com o jogo em andamento. O Temer, eu acho que dificilmente renunciaria ao seu mandato. Temos o TSE pela frente e se não for no TSE, um possível impedimento. E se não tiver, que continue até o final”. Compara ainda a Constituição Federal a uma “Bíblia para os homens aqui da Terra”.

Para o deputado, só vale mudar as regras do jogo e fazer gol de mão quando é o atacante do seu time.

Bolsonaro tem medo que o povo decida

Estão em debate, nas ruas e no parlamento, as alternativas para a crise política nacional.
A maioria da população e das organizações de esquerda pressiona por eleições diretas, entendendo que este Congresso, onde mais de dois terços estão envolvidos em recentes casos de corrupção, não tem condições de decidir os rumos do país ou votar reformas.

De outro lado, aqueles que defendem eleições indiretas se apoiam na legislação, dizendo que cumprir a regra atual e realizar eleições indiretas é o único meio legal de estabilizar o país. Em verdade, eles estão com medo da força das ruas.

Enquanto o povo pobre não acumula forças para tomar o poder e governar o país, devemos forçar os limites da democracia e utilizar todos os meios legais para barrar os ataques contra o povo.

Eleições indiretas não são a única saída por dentro da lei

Mesmo dentro da ordem estabelecida no chamado estado democrático de direito, havendo vontade política, é possível apresentar uma saída onde o povo possa escolher o presidente e até mesmo mudar todo o Congresso Nacional. Bastaria que os parlamentares de Brasília dessem andamento à proposta de mudança à Constituição (PEC 227/16), determinando eleições diretas para o caso. Esta é uma saída que amplia e fortalece a participação popular, especialmente em meio a esta grave crise de representação, onde o povo não se sente representado pelos políticos tradicionais.

A Constituição Federal (CF/88) apresenta uma ideia em sua base, segundo a qual todo o poder é do povo.

A CF/88 ressalta: Art.1º – A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados, Municípios e do Distrito federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: Parágrafo único: Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.

Portanto, não há nenhuma ilegalidade em defender a realização de eleições diretas. Pelo contrário, reforçaria a ideia que está na base da própria Constituição Federal.

As leis são fruto da vontade dos legisladores e da pressão popular

As leis são fruto da disputa de forças entre os trabalhadores e os ricos. Quando um lado avança, com suas tropas e seus métodos de luta, o lado contrário precisa recuar, e muitas vezes o faz lentamente, para negociar uma saída. Os ricos e poderosos, inteligentes e com muitos recursos, quando precisam recuar, preferem entregar migalhas a aceitar uma revolta popular.

De forma muito simplificada, pode-se dizer que as leis mais favoráveis aos trabalhadores, são arrancadas como concessões, com as quais os ricos buscam frear as lutas dos trabalhadores.

A própria CF/88 é um exemplo disso, tendo sido criada em meio a pressão popular por diretas e pelo fim da ditadura militar, com o povo nas ruas exigindo decidir o futuro do país.

Bolsonaro defende os ricos e ataca os pobres

Em outros artigos, já alertamos para as ações do deputado Bolsonaro, que jamais moveu um dedo em favor dos trabalhadores e odeia aos setores oprimidos.

Ao defender que Temer somente poderia ser retirado por meio de um processo de impedimento ou através da cassação de chapa junto ao TSE (o julgamento está marcado para ser retomado em 06 de junho), afastando a possibilidade de renúncia, o deputado está contra a vontade da população brasileira.

O povo não aguenta mais o governo Temer e este congresso corrupto. Ao defender a manutenção das leis como estão, o deputado, em verdade, está defendendo a continuidade do mandato do presidente ilegítimo e das reformas contra o povo.

Esta é a consequência prática do que defendeu na entrevista e vem repetindo nas redes sociais.

Para o deputado, bandido bom é bandido de terno e gravata

Ainda mais nos surpreende a atitude do deputado, pois esta é contra o que ele sempre defendeu. O deputado é famoso por defender a ditadura, a perseguição aos setores oprimidos, a escravidão e submissão de negros e uma série de outras barbaridades. Ele é um dos deputados que liderou a tentativa de mudança na legislação, buscando diminuir a maioridade penal no país. Estes são apenas alguns exemplos nos quais o deputado defendeu mudar ou passar por cima das leis.

E mais: ele é linha de frente na defesa das reformas de Michel Temer, que atacam conquistas históricas dos trabalhadores e estão sendo feitas passando por cima da vontade popular e de vários procedimentos legais.

Ou seja, quando convêm para a defesa de suas pautas reacionárias ele encaminha as mudanças legais que julga necessárias. Porém, quando está em jogo o pescoço dos seus colegas de parlamento e os interesses dos ricos e poderosos, a sua atitude é diferente.

Segundo o que pensa o deputado, bandido bom, é bandido de terno e gravata!


Carta a um eleitor de Bolsonaro


Ontem um bombeiro do GDF, chamado C Antonio Silva, fez alguns dos cometários printados na imagem em destaque. Uma legião de seres guturais tomaram conta da caixa de comentários do meu perfil do Facebook.

Do Blog Maria Frô - Comentários celebrando a chacina de trabalhadores rurais, a ditadura militar, a amputação de membros de manifestantes na marcha de ontem, comentários misóginos, fascistas.



Deletei centenas de comentários e bloqueie centenas de usuários e ainda há muito trabalho por fazer. Não tenho tempo para olhar cada perfil, profissão etc. Vi alguns. Todos, sem exceção, falam de deus e exibem fotos carinhosas de suas famílias. No entanto, nos perfis daqueles que eles consideram ‘comunistas’, ‘corruptos’, ‘putas, ‘vacas’, ‘arrombados’ eles destilam todas as suas frustrações. Fazem ameaça, querem exterminar fisicamente o que consideram seus inimigos.

Escolhi um desses eleitores de Bolsonaro, que também tem como heróis Olavo de Carvalho, o juiz Sérgio Moro. A ele dirijo uma carta aberta. Segue.

Prezado C. Antonio Silva

Vejo que você tem uma família. Sua filha sabe ler? O que você acha que ela pensará quando ver o próprio pai escrevendo comentários  do estilo que você escreveu em vários posts de meu perfil? O que ela pensará sobre a forma que você se dirigiu a uma mulher que nunca se dirigiu a você e que sequer saberia de sua existência se você não tivesse expresso em minha caixa de comentários toda a sua misoginia?

Será que se ela for agredida desta maneira por um brutamontes, se um ser machista, autoritário e mal educado chamá-la de ‘puta’ ou à mãe dela (e sua esposa) e mandá-la dar o ‘cu’ ou à mãe dela (e sua esposa) ela achará normal, adequado? Afinal, se ela vê seu próprio pai se expressar desta maneira e publicamente em uma rede com mais de um bilhão de usuários em todo o planeta, ela poderá naturalizar a barbárie. Se o pai é esse modelo de conduta misógina, como ela poderá enfrentar outros misóginos?

Você é militar? Pelo seu perfil parece ser bombeiro. Bombeiros são profissionais admirados socialmente. Bombeiros são treinados para salvar vidas e não para celebrar a violência, fazer ameaças de morte e agredirem mulheres na rede.

“A mídia criou um monstro. Chamem o doutor Pinel”, por Mino Carta



Francisco Matarazzo, figura dominante da Fiesp nos anos 20 e 30 do século passado, além de dono de um terço do Porto de Santos (a lembrança talvez desperte a inveja de Michel Temer), costumava empregar crianças de 12 e 13 anos. Com gesto piedoso, punha-as diante de máquinas de tamanho menor, adequado às suas estaturas. Quando Getúlio Vargas deu início a uma legislação social que desaguaria na Consolidação das Leis do Trabalho, tratava de acabar de vez com situações como esta.

Da CartaCapital - Na semana passada, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, ao se referir à CLT, não deixou de recordar, em tom acusatório, que Vargas se inspirara na Carta del Lavoro, encomendada por Mussolini ao jurista Alfredo Rocco. Pois haveria de saber que leis fascistas representavam para o Brasil de então um enorme avanço. Com a reforma trabalhista pretendida pelo governo ilegítimo, representariam até hoje.

Tenho a certeza de que no caso a fala de Maia não contém apenas a desfaçatez do prepotente, dita-a também uma ciclópica ignorância, fácil de perceber nele e na maioria dos nossos parlamentares. O País vitimado pelo golpe de 2016 teria voltado  a  tempos anteriores ao Estado Novo, aos da República Velha, há quem diga. E se engana. De fato, foram é inaugurados tempos novos de total insanidade.

Aonde pretendem chegar os golpistas do alto dos escombros das instituições implodidas e seus propagandistas e seguidores? Não há nexo na destruição sistemática de princípios, valores, aspirações e ideais em meio ao caos.

Não há lógica na punição do trabalho e na entrega do País ao capital estrangeiro. Não há como justificar a permanência do desgoverno, sustentado por um Congresso que não é a casa do povo, pela omissão de um Supremo covarde, pela propaganda de uma mídia que jamais praticou o jornalismo.

A mídia brasileira vive um fenômeno sem similares na sua própria história. Sempre serviu ao poder, com raras exceções durante a ditadura surgida do golpe de 1964. Já houve tentativas pregressas e corajosas de ater-se à verdade factual, bem como profissionais de ótima lida com o vernáculo.

O esforço dos sabujos dos patrões midiáticos, repórteres, colunistas, editorialistas, para minimizar a greve de 28 de abril, quando não aviltar seus propósitos, seria patético não fosse doentio. As Organizações Globo, em todas as suas manifestações, ganhariam o aplauso dos órgãos da propaganda nazistas. A greve, que na tarde da sexta-feira passada parou São Paulo e inúmeras cidades brasileiras, foi tratada no vídeo global como um problema de trânsito.

Trata-se de convencer a chamada classe média de que Pirandello estava certo: assim é se lhe parece. Que significa classe média? Em países civilizados, representa a maioria da população, estudou, consome livros, conta com jornalismo para todos os gostos e tendências, e sabe que a política inspira sentimentos e movimentos humanos, greves inclusive.

Aqui, nestes tristes trópicos, ela é a minoria, titulares e aspirantes da acumulação, escravos do dinheiro, diria o papa Francisco, exibicionistas, ignorantes e vulgares, treinados pela mídia para a confrontação entre ricos, poucos, e pobres, muitos. Ao cabo, em data imprevisível, não serão aqueles que vão ganhar a refrega.

Por ora, a derrota da mídia nativa é evidente. Até quando pode perpetuar-se o ataque à verdade factual? O êxito da greve geral está nos olhos de todos. Assim como é inescapável o registro da impopularidade crescente do governo fictício de Michel Temer e o crescimento das cotações de Lula como candidato às próximas eleições.

Até mesmo o Datafolha produziu uma pesquisa para confirmar. O revés é, porém, mais amplo e profundo. No esforço insano, os propagandistas apostaram nos seus heróis tucanos e só conseguiram gerar um monstro.

Eis o sinal mais nítido do fracasso, consequência de uma crise antes de mais nada mental. Refletores apontados para Serra, Aécio, Fernando Henrique ainda e sempre, Alckmin como último recurso, ou, quem sabe, Doria. E quem ocupa a ribalta reacionária?

Não são aqueles que tanto se empenharam para servir à casa-grande, quem literalmente os extirpa da cena é Bolsonaro, com todos os seus rancores, recalques e preconceitos, com sua vocação fascistoide e seus rompantes vingativos. Consequência inevitável do desastre em que o golpe nos mergulha à sombra de uma situação digna do estudo do doutor Philippe Pinel.

Frankenstein ficaria muito satisfeito. Foto: Gustavo Miranda/ Agência O Globo.

Bolsonaro, o paladino da moral, está na Lista das Furnas


O que Bolsonaro está fazendo na Lista de Furnas ?”, indaga Kiko Nogueira em texto publicado no site DCM, ao qual reproduzo abaixo.

Ancelmo Gois, no Globo, lembrou que o processo da Lista de Furnas, dinheiro de caixa 2 que abasteceu 156 campanhas em 2000, foi reaberto.

Bolsonaro e Cunha (com o Pastor Everaldo ao centro): Na lista de furnas.
Estão lá os notórios Aécio, Serra e Alckmin — mas também Eduardo Cunha e Jair Bolsonaro. Os seguidores do JB estão ouriçados, alegando que se trata de mais uma calúnia contra o incorruptível mito.

Em 2015, Bolsonaro acusou na Câmara que “os canalhas ligados ao PT e PSOL” forjaram o documento. É a mesma argumentação de Aécio Neves, que apenas tira o PSOL.

Joaquim de Carvalho, autor de uma série de reportagens sobre o tema no DCM, explicou a questão:

Existe uma só Lista de Furnas, cujo original foi periciado pela Polícia Federal e serviu de base para a denúncia que a procuradora da república Andréia Bayão apresentou no Rio de Janeiro em 2012, depois de inquérito da Polícia Federal que durou seis anos.

Foram onze as pessoas denunciadas por ela, por crimes de corrupção ativa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro, todas sem foro privilegiado, entre elas Dimas Toledo, o ex-deputado Roberto Jefferson e o próprio Nílton Monteiro.

Aécio e mais de uma centena de políticos só não entraram na denúncia porque têm foro privilegiado e a investigação contra eles estava parada na Procuradoria Geral da República, em Brasília.

Todos os políticos da lista eram da base de Fernando Henrique Cardoso, inclusive Eduardo Cunha e Jair Bolsonaro. O objetivo da lista era mesmo chantagem, mas de políticos como Aécio Neves, para que negociassem com Lula a permanência de Dimas em Furnas.

Por três anos, deu certo, e há vários testemunhos, entre eles o de Roberto Jefferson e agora o de Delcídio do Amaral, de que Aécio pediu a Lula que mantivesse Dimas em Furnas.

Jair Messias Bolsonaro aparece como destinatário de 50 mil reais, como você pode ver abaixo.

Quem divulgou a versão de que é falsidade foi o PSDB de Minas Gerais, com base em pareces de peritos contratados para isso e num laudo da PF feito em cima de uma das cópias divulgadas por Nilton Monteiro, o homem que confessou atuar em Furnas como operador do caixa 2.

Quando a tese da falsidade prosperava, Monteiro entregou à Polícia Federal a lista original, que foi periciada. A conclusão foi que se tratava de um papel autêntico.

Em março, Roberto Jefferson e mais seis viraram réus no caso.

Bolsonaro age como se fosse uma virgem no bordel.

Ele era do Partido Progressista, o que mais aparecia, proporcionalmente, nas investigações da Lava Jato — mas sua campanha era irrigada com boas vibrações do espírito santo. Na semana passada, a Justiça declarou o bloqueio de meio bilhão de reais do PP.

Acabou migrando para o PSC, ninho de pastores evangélicos. Um deles, Everaldo, o presidente, pediu dinheiro a Cunha, segundo a PF.

Depois de se desentender com a liderança do PSC, JB já avisou que vai sair — juntamente com o amigão Marco Feliciano, que pretende ser vice na chapa para a presidência em 2018.


Vídeo - Bolsonaro diz que teve filha mulher por "fraquejada"


Imagem capturada do vídeo abaixo. 

Em novo dia de declarações polêmicas, o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) disse que sua única filha mulher ocorreu após uma “fraquejada”. “Eu tenho cinco filhos. Foram quatro homens, aí no quinto eu dei uma fraquejada e veio uma mulher", disse.

O Povo - A declaração ocorreu durante palestra do deputado na sede do Clube Hebraica, uma associação cultural de pessoas da religião judaica, do Rio de Janeiro. O evento ocorreu após uma série de protestos de integrantes do grupo, que criticaram convite feito ao deputado pela diretoria do clube.

Na mesma palestra, o deputado também criticou a presença de refugiados no País e prometeu extinguir "todo tipo" de território indígena ou quilombola no País. “Eu fui num quilombo. O afrodescendente mais leve lá pesava sete arrobas. Não fazem nada. Eu acho que nem para procriador ele serve mais. Mais de R$ 1 bilhão por ano é gasto com eles".

           

Movimento Negro e Parlamentares denunciam Bolsonaro na PGR por declaração racista



Duas representações foram protocoladas hoje (6) na Procuradoria-Geral da República contra o deputado federal Jair Bolsonaro, que afirmou, em uma palestra, que quilombolas não servem “nem para procriar”. Segundo o pré-candidato à presidência da República, se for eleito em 2018, ele fechará as reservas indígenas e quilombolas existentes no país.

Revista Fórum - Ao todo, onze parlamentares pediram a abertura de uma investigação pela “prática de racismo e violação da dignidade indígena e quilombola. O grupo foi liderado pela deputada federal Benedita da Silva (PT-RJ), primeira mulher negra a governar um estado brasileiro, o Rio de Janeiro.

Além dela, integram a iniciativa os deputados federais Carlos Zarattini (PT-SP), Erika Kokay (PT-DF), Jandira Feghali (PCdoB-RJ), Maria do Rosário (PT-RS), Paulão (PT-AL), Paulo Rocha (PT-PA), Vicentinho (PT-SP) e Wadih Damous (PT-RJ) e os senadores petistas Humberto Costa (PE) e Gleisi Hoffmann (PR).

O documento pede que a PGR avalie a possibilidade de propor uma ação de reparação por danos coletivos. A outra ação foi apresentada pela Conaq (Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas).

Em entrevista exclusiva à Fórum, Benedita mostrou indignação diante da atitude de Bolsonaro. “Ele é racista, machista, homofóbico e aqui na Câmara dos Deputados tem se colocado na posição mais reacionária que eu jamais vi em toda a minha vida, nem nos tempos mais duros deste país”, disse. “Ele nos tratou como animais selvagens (…) É o discurso da Casa Grande. Ele quer a escravidão de volta?”, questionou.

Foto: Reprodução/Facebook.