A
caminho de sua sétima filiação partidária, o Partido Ecológico Nacional (PEN),
pelo qual pretende se candidatar à Presidência da República, o deputado Jair
Bolsonaro (PSC-RJ) é recordista em representações no Conselho de Ética da
Câmara. Com quatro processos, ele é o único que alcançou esse número desde que
o conselho foi instalado, em 2001. O filho Eduardo Bolsonaro (PSC-SP), em seu
primeiro mandato, foi alvo de outros dois.
Do
Congresso em Foco - A lista de acusações contra o pré-candidato à Presidência
também é extensa na Corregedoria da Câmara, outra instância que apura a conduta
dos parlamentares. O deputado fluminense já foi denunciado, entre outras
coisas, por chamar Lula de “homossexual” e Dilma Rousseff de “especialista em
assalto e furto”.
Já
recebeu seis punições por causa de pronunciamentos agressivos e entrevistas
polêmicas. Foram três censuras verbais e duas por escrito. Em todos os casos,
escapou da abertura de processo de cassação do mandato. Em 2000, chegou a dizer
que o então presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) deveria ter sido
fuzilado durante a ditadura.
O
perfil do político e do homem Jair Bolsonaro é reportagem de capa da nova
edição da Revista Congresso em Foco. Em 11 páginas, retratamos a produção
parlamentar e as polêmicas do deputado ultraconservador em ascensão nas
pesquisas presidenciais.
Bolsonaro
é conhecido por moldar discurso e ações ao gosto da plateia que o aplaude.
“Católico fervoroso”, como se definiu, foi batizado no rio Jordão, em Israel,
pelo pastor da Assembleia de Deus Everaldo Pereira, presidente do PSC e
candidato à Presidência em 2014.
Dono
de um discurso radical contra o PT, já admitiu ter votado em Lula para presidente em 2002. Quando ainda era
filiado ao PP, manifestou intenção de ser candidato a vice de Aécio Neves
(PSDB) em 2014. Às vésperas do segundo turno, foi esnobado pelo tucano, que não
o convidou para tirar fotos nem participar de uma carreata em Copacabana.
Naquele ano o deputado se reelegeu com a maior votação da bancada do Rio de
Janeiro, com 464 mil votos.
Embora
abomine hoje qualquer referência ao comunismo, já fez lobby junto ao
ex-presidente Lula, em 2003, pela indicação do então deputado Aldo Rebelo
(PCdoB-SP) para o Ministério da Defesa. “As coisas mudaram. Hoje comunista toma
uísque, mora bem e vai na piscina”, afirmou na época. Ao ser questionado sobre
a legalização do aborto, em uma entrevista dada à revista IstoÉ em 2002, afirmou que a decisão caberia
exclusivamente ao casal. Atualmente se diz “a favor da vida” e contra a
interrupção da gravidez.
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Em 2000, Bolsonaro declarou que o então presidente Fernando Henrique Cardoso deveria ter sido fuzilado durante a ditadura. Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/ ABr. |
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