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Lari Salles (Foto: Duda Pereira). |
“Quando eu crescer“, obra infantil da escritora e ilustradora Lari Salles, ganha uma adaptação em curta-metragem com o mesmo título, que será lançado neste domingo, 27 de outubro, em um evento com entrada gratuita na Casa de Cultura Bola de Meia, em São José dos Campos, interior de São Paulo. O encontro terá a presença da autora e da equipe criadora e participante do projeto. O lançamento digital será no dia 20 de novembro, quando o curta fica disponível em formato on-line e gratuito.
Protagonizado
por Aurorinha, a trama reflete as dúvidas e imaginações sobre as opções
profissionais e as referências afrocentradas que uma criança pode ter, agora
acompanhadas por mais personagens e um desfecho surpreendente.
Quando
perguntada em sala de aula sobre o que será quando crescer, Aurorinha se depara
com colegas muito certos sobre seus sonhos e uma dúvida que só aumenta: O que
ela quer ser quando crescer? O receio de não ter respostas encontra uma mãe
acolhedora e cheia de referências inspiradoras. É esta a trama que recebeu uns
toques a mais de emoção em sua adaptação para uma linguagem que ressalta ainda
mais a beleza das ilustrações e os sentimentos que o leitor conheceu no livro
original.
“A
Aurorinha vem se firmando como uma personagem para além da história que ela
está inserida. Ela é como a visão ingênua de uma criança preta, tentando
entender as incoerências do mundo de uma forma leve. É uma história não só para
crianças, mas também para as crianças que habitam dentro do adulto”, conta Lucas
Baumgratz, produtor do filme e do livro. “Lembro de lermos a história para
vários adultos, com um público bem afrocentrado, e de terminar a leitura
emocionados, cada um compartilhando sua história, afinal, só quem já passou por
isso sabe o quanto é difícil a ascensão em carreiras para uma pessoa preta” ,
completa.
A
autora Lari Salles também fala sobre suas expectativas. “Com esta obra, quero
falar também da possibilidade de sonhar e ocupar os espaços que são de nosso
direito. Permitir que uma criança negra possa sonhar com o futuro e ser o que
ela quiser ser, construir um caminho de afeto e representatividade para que ela
tenha esse apoio na construção de uma autoestima saudável.”
Assim
como no livro, o filme também convida vozes da região do Vale da Paraíba para
participarem do filme. Shiva Carolina, artista educadora, faz a voz da mãe da
Aurorinha e Ivani de Melo, também educadora, faz a voz da professora da
Aurorinha, e seus filhos dão vozes às crianças da turma de Aurorinha. Os
convites especiais também se estendem para as responsáveis pela acessibilidade
do curta: Anne Magalhães, tradutora e intérprete da janela de LIBRAS, e para
Carol Wintter, criadora da audiodescrição ao lado do editor Alex Fróes e da
consultora Michelle Belatto.
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Gravação de vozes do curta ‘Quando eu crescer’ (Foto: Divulgação). |
As
exibições do curta-metragem também ocorrerão em escolas e projetos sociais como
forma de complementar um material de educação antirracista e compartilhar
grandes nomes atuantes da arte e da cultura no Brasil. Considerando o Vale do
Paraíba, são ainda poucas as produções audiovisuais criadas com temática
afrocentrada, o que destaca ainda mais a relevância de personagens e histórias
como a de Aurorinha. “Quando eu crescer” inicia, assim, novos caminhos para
além das páginas. Trilhas que já estão sendo planejadas para levar este projeto
por diversas possibilidades, como adaptação em série, novos livros e como
Aurorinha diz, até quem sabe o céu.
O
projeto é uma realização através da Lei Paulo Gustavo, que incentiva o
audiovisual no Brasil.
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Com informações do Mundo Negro.
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