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O silêncio ultrapassa os militantes identificados com o Psol, partido da vereadora. (Foto: Reprodução/ Facebook/ Luis Paiva). |
Em
diversas capitais do país, muitas pessoas choram a execução da vereadora
Marielle Franco (Psol-RJ). "Ousou
percorrer um caminho que não foi construído para mulheres como ela. Tentam
calar a voz"
Em
silêncio, sem trocar palavras, muitas pessoas se abraçam e choram, se amparando
mutuamente. O sentimento ultrapassa os militantes identificados com o Psol,
partido da vereadora Marielle Franco, 38 anos, assassinada ontem no Rio de
Janeiro. Entre camisetas, broches e cartazes de movimentos sociais e partidos,
circulavam pessoas aparentemente não engajadas, com expressões de tristeza,
indignação, perplexidade.
Muitas
andam caladas, sozinhas. Outras se abraçam como que se solidarizando mutuamente
pela dor de cada uma. Abraços e lágrimas. Cenas semelhantes em São Paulo, no
Rio de Janeiro, em diversas cidades do Brasil e do mundo percorrem as redes
sociais. Na Argentina, o movimento Mães da Praça de Maio mandam sua mensagem.
A
professora da rede municipal de São Paulo Silvia Ferraro lembra a repressão
desta quarta-feira (14), na Câmara de Vereadores, quando servidores municipais
tentavam barrar a aprovação da proposta do prefeito João Doria (PSDB) que
altera regra para a aposentadoria dos trabalhadores do município. “Com isso já estamos acostumados. Mas o
sangue derramado de uma companheira nos deixa muito abaladas. Marielle não se
curvou diante das atrocidades contra o povo pobre das favelas do Rio. Foi
executada. Executada! Se quisermos honrar Marielle, não podemos sair das ruas.
Temos que continuar a luta.”
A
vereadora paulistana Sâmia Bomfim, do Psol, afirmou que nunca poderia imaginar
ocupar o Masp, palco de tantas manifestações, porque “uma de nós foi tombada pelo Estado”. “A Marielle ousou percorrer um caminho que não foi construído para
mulheres como ela. Tentam calar a voz das mulheres. Vão ter que calar milhões e
não vão conseguir.”
Ela
lembrou o motorista Anderson Pedro Gomes que foi executado junto com a
vereadora. “A Marielle e o Anderson
ousaram defender a vida de outros e outras. Tem nome quem apertou o gatilho.
Marielle era negra como muitas aqui, feminista como muitas aqui, pobre como
muitas aqui. Não vamos nos curvar.”
A
ativista Diana Assunção, do grupo de mulheres Pão e Rosa disse tratar-se de um
“assassinato com a intenção de calar a
luta das mulheres, a luta de quem denuncia o extermínio cometido por policiais”.
(Com informações da RBA).
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Milhares de manifestantes se reuniram em frente a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. (Foto: Mídia Ninja). |