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Professor Nicolau Neto durante relato de experiência no Artefatos da Cultura Negra. (FOTO | organização do Artefatos). |
Por Valéria Rodrigues, Colunista
Entre os dias 20 e 27 de setembro do ano em curso, o cariri cearense recebeu a 16ª edição do Congresso Internacional Artefatos da Cultura Negra. O evento é um programa permanente de extensão de caráter internacional e interdisciplinar que ganha o formato de Congresso, buscando fortalecer e fomentar a produção dos conhecimentos nos temas relacionados aos estudos sobre a África, a afrodescendência e a educação para as relações étnico-raciais.
A ação ocorreu a partir da união de vários departamentos e grupos de pesquisa da Universidade Regional do Cariri – URCA, de universidades malungas e parceiras: Universidade Federal do Cariri, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE), Universidade Amílcar Cabral (Guiné Bissau), Universidade Federal do Ceará (UFC), bem como de organizações da sociedade civil: Grupo de Valorização Negra do Cariri, ALDEIAS Ponto de Cultura, com apoio de grupos de pesquisa da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira – UNILAB, University of Tennessee (Estados Unidos), University of the West Indies (Trinidad e Tobago) e que este ano teve como tema “Movimento Sankofa: reparação e bem-viver”, em diálogo com o processo de construção da Marcha Nacional das Mulheres que acontecerá em Brasília no dia 25 de novembro de 2025.
O
professor Nicolau Neto, que leciona os componentes curriculares de História e
Sociologia na EEMTI Padre Luís Filgueiras, em Nova Olinda-CE, apresentou dois
trabalhos no evento. Em contato com esta coluna, Nicolau afirmou que durante
todo o dia 25 ficou disponível em formato de Banner, no pátio da pedagogia, na
URCA, alguns relatos de experiências de professores e professoras da Educação
Básica sobre a aplicabilidade das leis nº 10.639 e nº 11.645, que tratam,
respectivamente, da obrigatoriedade do ensino de história e cultura
afro-brasileira e africana nas escolas de educação básica e o ensino da história
e cultura indígena em todos os componentes curriculares e durante o ano letivo
inteiro. Esta ação fez parte da 1ª mostra de boas práticas e recursos pedagógicos
– leis 10.639 e 11.645 no Artefatos da Cultura Negra.
“Levei pra mostra as ações que desenvolvi nas
aulas de Sociologia e Cultura Digital em 2023 que tiveram como objetivos
desenvolver uma oficina nos terceiros anos com a temática os saberes
afro-indígenas e o ensino de Sociologia no livro didático adotada pela escola;
garantir a ressignificação e a valorização sócio-cultural das matrizes
africanas e dos povos indígenas por meio de revisão e atualização do currículo;
aplicar um questionário junto aos estudantes relacionado à autodeclaração e
sobre os conhecimentos prévios das leis 10.639, de 2003 e 11.645. de 2008; promover
o I Fórum dos Povos Indígenas do Cariri; visitar espaços afro-brasileiros e
indígenas no Cariri e promover formação para professores (as) e
direção/coordenação da escola sobre a temática educação para as relações
étnico-raciais (ERER)”, disse ele ao destacar que essa experiência foi
denominda de “Construindo caminhos e
enfrentando desafios para a efetivação de uma educação antirracista na EEMTI
Padre Luís Filgueira, em Nova Olinda-Ce”.
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Mosaico com imagens do professor Nicolau Neto durante o evento. (FOTO| Montagem | Professor Nicolau Neto). |
No
dia 26 pela manhã, Nicolau destacou que esteve no auditório da URCA, campus
pimenta, em Crato, para ouvir as considerações do professor Alan Alves Brito,
da Universidade Federal do Rio Grande Sul (UFRS), que falou sobre “Cosmologias e Cosmopolíticas
Afropindorâmicas”. Alan é Doutor em Ciências pela USP, foi finalista do
prêmio Jabuti em 2020 e ganhador do prêmio José Reis de Divulgação C&T -
CNPq 2022.
À
tarde, no bloco do curso de letras, Nicolau Neto afirmou que apresentou o
artigo científico “O Ensino de
Sociologia na EEMTI Padre Luís Filgueiras e as Relações Étnico-Raciais (2019 –
2024)”. Segundo o professor, a pesquisa visou comparar o ensino de
Sociologia aplicado na Escola de Ensino Médio em Tempo Integral Padre Luís
Filgueiras, situada no município de Nova Olinda-CE, entre 2019 e 2024, com foco
nas abordagens relacionadas à educação antirracista nos livros didáticos
utilizados antes, durante e depois das aulas remotas por consequência da
pandemia de covid-19. “Nesse sentido”,
disse ele, buscou-se compreender de que forma a ausência de conteúdos
sociológicos vêm contribuindo para a falta de pensamento crítico sobre a
Educação das Relações Étnico-Raciais (ERER) entre o corpo discente da escola.
Além
de reencontrar parceiros e parceiras da região do cariri que tem compromisso diário
com a ERER, a exemplo da professora da URCA e coordenadora geral do Artefatos,
Cícera Nunes, trocamos experiência com quem está na luta diário da educação
básica. Ele destacou os professores Givaldo Pereira, da escola Clotilde e do Colégio
Autêntico, em Juazeiro; Diego César, professor da Rede Estadual em Juazeiro;
além de Rayane Pereira e Sara Raquel, professoras da educação infantil. “A
Sara, inclusive, presenteou-me com o livro de sua autoria Cartas Afro-afetivas das professoras de Educação Infantil em Juazeiro
do Norte”, disse Nicolau.
O evento também foi marcante porque “abracei grandes referências, como por exemplo, o professor, antropólogo e geógrafo Alex Hatts e o professor, engenheiro e sociólogo Henrique Cunha Jr”, pontuou ele.
Acesse o perfil do professor Nicolau no instagram e confira mais fotos do evento.
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